Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 39
Capítulo 39 – Amigos da Sonserina


Notas iniciais do capítulo

mais ummm *-*



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Depois do natal, Alvo tentou parecer o mais infeliz possível a respeito da situação ocorrida durante a festa de Natal. Disse então ter adorado a penseira mágica, e que agiu daquela forma por impulsividade, para variar. Harry, aliviado pelo ministro ter feito a imprensa parar de persegui-lo e pela felicidade em saber que Tiago tinha voltado a jogar quadribol de modo excepcional, o perdoou facilmente. Não queria mais brigas, muito menos problemas.

Os alunos do quarto ano estavam na segunda aula do dia, Defesa contra a Arte das Trevas. O professor Emperor Hazel escrevia o conteúdo no quadro negro, enquanto Nicolau Krum dava risadas impertinentes no fundo da sala. Alvo e Scorpio eram uns dos poucos que sabiam do que ele ria. Chegou certo ponto em que o professor se virou para os alunos.

– O que é tão engraçado, Krum?

O adolescente pálido e robusto parou imediatamente.

– Nada, prrrrofessor. – ele respondeu, puxando a letra R.

Emperor voltou a escrever no quadro, então Nicolau jogou um pedaço de pergaminho amassado na cabeça de Gary Campbell. O garoto da Grifinória, que era o goleiro do time de sua casa, abriu o pergaminho. Era um desenho em movimento representando a ele próprio. Estava em frente aos três aros do campo, e levava um balaço na cabeça a cada dois segundos.

Gary olhou para os sonserinos no fundo da sala, que seguravam risos, e pôde notar Krum batendo os punhos com os garotos do time verde-prateado.

– Alguém pode me dizer qual é a maldição que também é chamada de Legilimência Corpórea? – o professor perguntou, fazendo com que os alunos finalmente olhassem para ele, surpresos.

Imperius, senhor. – disse rapidamente Rose Weasley, com a mão levantada.

Scorpio Malfoy fez uma imitação dentuça da aluna, provocando risos até mesmo de Alvo. O professor fez sinal para que os risos cessassem.

– Muito bem, Srta. Weasley. Dez pontos para a Grifinória. – finalizou.

– Já estudei maldições imperdoáveis faz tempo em Durmstrrrrang! – disse o jovem búlgaro, arrogantemente. Seu sotaque eslavo era exatamente como o do pai.

No renomado Instituto Durmstrang, os alunos começavam a estudar com dez anos, e aprendiam uma disciplina chamada "Arte das Trevas", ao invés de defesa contra ela. Lá, Krum estava no quinto ano, porém, quando foi transferido para Hogwarts, acabou sendo selecionado para o quarto ano, pois as matérias eram muito diferentes.

– Pois bem. – o professor disse seriamente, embora outros alunos rissem. – Então esperarei boas notas do senhor, Sr. Krum. Serei mais rigoroso ao corrigir sua prova, está bem?

Nicolau Krum transmitiu um olhar emburrado. Os alunos começaram a levantar de suas carteiras de maneira preguiçosa, quase rastejando. Alvo foi até o professor, emanando seu melhor sorriso.

– O senhor poderia me passar o material da próxima aula? Estou planejando estudar no final de semana e...

– Desta vez não, Potter... – Hazel recolheu seus livros, desajeitadamente. – É, c-com licença, eu p-preciso ir.

– Mas, professor, eu...

– Até aula que vem, Potter. Bom estudo. – o professor saiu da sala às pressas, sem olhar para trás.

Alvo bufou, confuso. Antes o professor Hazel sempre lhe passava o material adiantado, pois o considerava um dos melhores alunos da classe. Mas desde o ocorrido em Little Hangleton o professor passou a evitá-lo de todas as formas. Compreensível até certo ponto, já que Alvo fez com que ele se passasse por mentiroso. Afinal, Hazel afirmou para o ministro, assim como Harry e os demais aurores, que tinha visto Draco Malfoy entre os Comensais, e Alvo disse exatamente o contrário.

Alvo viu Scorpio no corredor, chamando-o com as mãos. Assim que chegou até ele, reparou como o olhar do melhor amigo estava diferente.

– O que estava falando com o professor Hazel? – Malfoy parecia nervoso.

– Estava pedindo o material da próxima aula.

– Sei. – disse Scorpio, incredulamente. Sua voz arrastada soou como uma dúvida reprimida.

– Nem sequer toquei no assunto da Arma, Scorp. Pare de me olhar com essa cara. – Alvo disse de maneira seca, querendo encerrar o assunto.

Scorpio Malfoy olhou para o relógio de ouro branco em seu pulso.

– Puxa, agora temos aula de poções. Você trouxe o nabo?

– Tem certeza que devemos...?

– Claro que tenho! – Scorpio sorriu malignamente. – Foi você mesmo quen teve essa ideia, Potter! Não queira voltar atrás!

– Está aqui. – Alvo suspirou desanimado, então tirou do bolso um pedaço de galho gosmento, avermelhado. – Quem será a vítima?

– Vamos deixar Krum escolher.

– Ótimo. Ele vai fazer besteira. – Alvo cruzou os braços.

– Por isso mesmo.

A sala de poções estava úmida como um poço, e havia grande quantidade de fumaça se expandindo por todo o local. Os alunos estavam divididos em grupos, sendo que cada um deveria preparar um poção específica. Alvo, Scorpio, Nicolau, Lavínia e Sabrina estavam na bancada ao lado da de Rose Weasley. Alvo Potter até acenou para a prima, mas ela pareceu nem tê-lo visto.

– Vocês tem uma hora. – a voz do professor Greengrass era insuportável. Seca e exacerbada.

Os alunos começaram a preparar suas devidas poções. A mesa com alunos da Corvinal parecia estar se dando bem. Adolf Greengrass esticava o pescoço de vez em quando para bisbilhotar o trabalho de cada mesa, o que chegava a atrapalhar. Quando o professor passou pela mesa da Lufa-Lufa, a poção explodiu. Adolf deu um grito agudo.

– Que raios vocês fizeram?!

O aluno Radesh Patil tentou se explicar, mas nem ele sabia o que tinha ocorrido.

– Professor, eu não entendo! Estávamos fazendo conforme o livro!

– Estão querendo destruir a minha sala! – Adolf, com sua varinha, começou a ajeitar as coisas que haviam se quebrado. – Menos dez pontos para a Lufa-lufa!

– M-mas... Isso é injusto!

– Quer menos vinte?

O aluno abaixou a cabeça, assim como os demais lufanos.

– Não senhor. – responderam em coro.

Passou-se meia hora, e uma voz arrastada ecoou alta e clara.

– Nós terminamos a nossa!

O professor foi até a mesa onde estava o grupo de seu afilhado, e notou que a poção de mandrágoras estava perfeita.

– Bom trabalho, meninos! Acho que dez pontos devem ser creditados a cada um do grupo, pela incrível habilidade e rapidez com que prepararam o que eu mandei.

Inúmeras vaias soaram das outras dez bancadas. Sonserina sempre foi a casa mais odiada da escola, e quando se saíam bem em alguma coisa, todos desconfiavam de alguma trama trapaceira. A fama era que os sonserinos teriam tendência à Arte das Trevas, e muitos deles ainda eram adeptos a mania de puro sangue. As outras casas se misturavam entre si e se interagiam normalmente. Sonserina era a única que se isolava das demais.

Ao término da aula, Alvo foi até Rose.

– Por que tá fingindo que não me vê? – ele disse, tentando parecer magoado.

– Não estou fazendo isso.

– Está sim! Nem ao menos me cumprimentou!

– Não sabia que se preocupava.

– Claro que me preocupo. Se continuar agindo assim vou pensar que ainda está brava comigo... Por tudo que aconteceu...

– Não estou brava. – Rose Weasley avistou sua amiga Luana saindo da sala. – Só não gosto de você quando está com seus amigos. Você se torna igual a eles.

– Antes faziam comparações minhas com o Tiago... Agora fazem comparações com meus amigos! Por que diabos eu tenho que ser comparado? Será que não posso ser apenas eu?

– Você não entendeu, eu só... – Rose viu que Malfoy se aproximava, então começou a dar passos na direção oposta. – Nos falamos depois.

Alvo Potter se virou, visualizando Scorpio bem atrás dele, com seus olhos cinzas bem abertos.

– Por que Krum escolheu a mesa da Lufa-Lufa? – Alvo perguntou, curioso. – Pensei que nosso inimigo fosse o Gary, que é da Grifinória.

– Segundo ele, se eu entendi bem, porque a Lufa-Lufa é a pior casa de Hogwarts. – Scorpio disse, de modo contente. – Segundo eu, porque nem sequer deveria ser considerada uma classificação, pois possui uma mágica tão débil e digna de pena que só otários e sangues-ruins vão para lá.

Alvo deu um sorriso torto, falso. Às vezes Scorpio exagerava. Quando Nicolau Krum chegou à Hogwarts, Scorpio foi igual a um sanguessuga atrás dele, a fim de torná-lo apanhador do time. A partir de então, Krum fazia tudo o que ele queria. Como o garoto búlgaro não conseguia se comunicar muito bem, ficava muito mais fácil para Scorpio fazer a cabeça dele.

– Não concordo com vocês. – Alvo prosseguiu, assim que olhou para o grande vaso no corredor. – Lufa-Lufa é uma casa tão boa quanto as outras, apesar de alguns idiotas conhecidos que estão nela.

– O que?!

– Isso que eu disse. Lufa-Lufa é uma casa digna. Devemos reconhecer isso.

– Você bebeu alguma coisa diferente hoje, Potter? Alguma coisa com álcool? – Scorpio, por mais que estivesse sorrindo, estava furioso.

– Não, Malfoy. Só estou dizendo que acima das casas de Hogwarts, estão as pessoas. E pessoas devem ser respeitadas, independente de coisas menores, como sangue puro.

Alvo olhou novamente para o vaso no corredor, e viu que já podia falar de outro assunto.

– Pronto, eles já foram.

– O que?! – Scorpio disse quase em um berro.

– Rose e Hugo, meus primos. – Alvo sorriu novamente. – Estavam me espionando atrás daquele vaso.

Malfoy olhou para o grande vaso marrom.

– Então por isso a conversa de "sangues-ruins são dignos"? Para seus primos pensarem que você está na linha? – Scorpio Malfoy suspirou aliviado. – E eu pensei que você tinha enlouquecido!

Alvo tomou uma expressão monótona.

– Tá, tá, tá. Chega desse assunto. Temos coisas mais importantes para discutir, como o último jogo do ano, que será daqui a três semanas.

– Grifinória deve estar se gabando por causa do seu irmão e a vassoura nova dele! – Scorpio cruzou os braços, com desdém.

– Não é a vassoura que faz o jogador. Lembre-se disso. – Alvo acenou para duas meninas da Sonserina, que passaram sorrindo para os dois batedores do time.

– Sabe, Alvo, você tem razão. No último jogo, ganhamos da Corvinal sem precisar trapacear, não é mesmo? – Scorpio falou baixinho. – Grifinória vai ser só um pouco mais difícil.

– Sem trapaças. Acredito que um jogo sem trapaças é bem mais glorificante. Pois aquele jogo em que derrubamos Mcmillan foi traumático, e gerou muita repercussão.

– Certo! Nada de trapaças então! Vou avisar Flint e Krum para mudarem os planos.

Os dois amigos riram e percorreram até o final do corredor, ao fundo das masmorras, se empurrando e bagunçando tudo por onde passavam. A senha a ser dita perante o paredão de pedras era "Cruciatus". Chegando ao Salão Comunal, Alvo foi até a lareira, onde podia ver o Profeta Diário pendurado acima dela.

– Temos que reunir o time hoje à noite. Precisamos bolar uma nova estratégia.

– Sim, com certeza. – Scorpio sentou no sofá. Começou a dizer algo, então parou. Pensou durante alguns segundos, então resolveu falar. – E quanto ao Lord das Trevas? Você não tem ouvido nem mais um sinal? Alguma coisa?

Alvo Potter suspirou profundamente. Olhou para o fogo na lareira, em seguida para o melhor amigo.

– Esse assunto já morreu, Scorp.

– Sim, mas...

– E quando um assunto morre, ele deve permanecer morto. – interrompeu Alvo, em seu tom mais frio.

Scorpio Malfoy fez um bico de indignação. Começou a mexer em sua varinha, alisando as bordas. Era tortuosa e preta, feita de Nogueira e fibra cardíaca de unicórnio.

– Mas e se o assunto em questão for imortal? – o loiro ergueu as sobrancelhas claras.

– Se fosse imortal teria ao menos um corpo próprio, não acha? – Alvo sorriu, mas sua voz ainda era áspera.

– É... – Scorpio bocejou, e com a varinha apagou a lareira. – Talvez.


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Notas finais do capítulo

Gentee..não sei se é nóia minha, mas sinto que meus leitores estão sumindo =( tenho cerca de 50 leitores, mas só uns 5 comentam...bom, se vc le minha história, deixa um review só pra eu saber que vc ta aí e ficar mais empolgada pra postar. xD
beijoooos, amo vcs.