Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich
Notas iniciais do capítulo
Eis mais um cap!
Dia 23 de dezembro. A maioria dos alunos de Hogwarts aguardava a chegada do trem na estação de Hogsmeade. Alvo não estava muito feliz por ter que passar a semana toda em sua casa, pois sabia que continuaria a ser questionado sobre o que ocorreu em Little Hangleton há duas semanas. A essas alturas, imaginava que a família toda já estava a par da situação, apenas esperando a melhor oportunidade para bombardeá-lo de perguntas e más suposições.
Hagrid, vestindo um grande e grosso casaco de pele de urso, segurava um lampião e guiava os alunos até seus respectivos vagões. Alvo e Scorpio estavam por último na fila da Sonserina, andando calma e lentamente, como se todos ali tivessem a obrigação de aguardá-los o tempo que quisessem.
– Sr. Potter, venha por aqui. – disse Hagrid, gentilmente, colocando sua gigantesca mão no ombro de Alvo, fazendo-o parar.
– Sr. Potter? Me chamando assim, podem até pensar que você não é um velho amigo da minha família, Hagrid. – Alvo disse, um tanto arrogante. – O problema deve ser comigo, visto que você chama meu irmão, minha irmã, minha mãe, e meu pai pelo primeiro nome.
– Desculpe, Alvo. Você sabe que admiro todos em sua família. Todos, e isso inclui você. – Hagrid ficou um pouco constrangido. Suas barbas grisalhas contrastavam seu casaco escuro. – Bom... Você deve ir para a cabine dos fundos, no vagão de trás.
Alvo arregalou os olhos, então se virou para Scorpio Malfoy, que parecia ainda mais enojado.
– Com os grifinórios? – disse o amigo loiro, interferindo com desdém.
Hagrid revirou os olhos. A presença de um Malfoy o desgastava intensamente, desde a vez em que Lúcio Malfoy invadiu a sua casa para trazer as doze assinaturas que concordavam em demitir Alvo Dumbledore do cargo. O mesmo dia em que foi levado a Azkaban, quando a Câmara Secreta foi aberta pela segunda vez.
– Já pode ir, Sr. Malfoy. – Hagrid forçou um sorriso. – Vou levar o seu amigo para junto do irmão. Ordens da diretora, sinto muito.
– Ridículo! Se fosse comigo eu não iria! – exclamou Scorpio, baixinho. Despediu-se de Alvo com um elegante aperto de mão e se virou, proferindo palavrões a respeito de Hagrid.
O garoto entrou no vagão de trás, com desgosto. Enquanto passava pelo corredor, os alunos da Grifinória o encaravam de modo grosseiro, como se quisessem expulsá-lo com o olhar. Chegando à penúltima cabine, Alvo deparou-se com Tiago e Lílian sentados próximos a janela. Rose e Hugo Weasley estavam sentados em frente a eles.
– O que é isso, reunião familiar? – disse Alvo, sarcasticamente.
– Não vai conseguir nos irritar, Alvo. – Rose sorriu. – Apenas decidimos cuidar de você.
– Não preciso de cuidados. – disse Alvo, sentando-se ao lado da prima. – Ainda não entendi porque devo ficar nesse vagão, longe dos meus amigos.
– Primeiro, você não tem amigos verdadeiros na Sonserina. Segundo, foi papai quem pediu isso para a diretora. Ele achou melhor você passar a viagem conosco. – disse Lílian, tentando parecer razoável.
Alvo Severo ficou quieto. Por alguns instantes olhou para Hugo, que comia feijõezinhos de todos os sabores vorazmente.
– Quer? – disse o primo de treze anos, da Grifinória, estendendo a pequena caixa de guloseimas.
– Não. – Alvo cruzou os braços, rispidamente. – Só me deixaria mais enjoado.
– Francamente, Alvo, por que você tem que ser tão estúpido? – Tiago finalmente falou, encarando o irmão mais novo de forma feroz. – Depois do que aconteceu, você tinha é que estar agradecido por papai tê-lo salvado!
– Quer dizer que vocês já sabem? – espantou-se.
– Sim. Apenas nós daqui. – completou Tiago, apontando para si próprio e para os demais familiares ali presentes. – E até agora não consigo crer do que você foi capaz! Quando papai me contou, quase tive um infarto!
– Quanto drama! – Alvo disse em falso tom de lamento.
– Você acha que a vida é uma brincadeira, não é, Alvo? Foi para a Sonserina, e por isso acha que pode brincar de bruxo das trevas!
– Não comecem a brigar agora, por favor. – Lílian se intrometeu.
O trem deu partida. O céu nublado estava começando a escurecer.
– Talvez você devesse se tornar um Comensal da Morte, já que foi o responsável pelo retorno do lorde! – disse o irmão mais velho, já sendo possível notar a irritação em seu olhar.
– Tiago! – Rose o repreendeu!
– Parece até que ele está contente com a merda que ele provocou! Olhe só a cara do infeliz! – Tiago apontou a mão para Alvo, que sorria de um modo estranho.
– Chega disso! Temos que tentar ficar bem. É época de natal, poxa! – disse Rose, tentando sorrir de alguma forma.
– Natal. – sussurrou Alvo, com desprezo. – Na verdade eu não me importo com isso, Tiago. Não me importo com os Comensais que foram presos, e muito menos com os nascidos trouxas que foram assassinados por eles. Não me importo com vocês. Não me importo com o natal. Não me importo com nada.
– Só espero que se arrependa a tempo. Antes que não haja mais ninguém para se importar com você. – disse Lílian, então todos ficaram em silêncio a viagem toda.
No dia seguinte nevava intensamente do lado de fora. A casa dos Potter, em Godric's Hollow era razoavelmente grande e clara. Também estavam presentes os Weasleys, todos com suéteres de lã contendo a letra inicial de seus nomes. A festa natalina estava recheada por luzes coloridas e um banquete de dar água na boca. Alvo estava sentado no pé da escada, silencioso, desde que a festa começara. Monstro surgiu ao seu lado, carregando um cálice com suco de abóbora.
– Senhor? – disse o elfo, estendendo o objeto.
– Ah, obrigado. – aceitou.
– Este cálice pertenceu à antiga senhora de Monstro e creio que o senhor é o único aqui a ser digno de usufruí-lo e...
– Afaste-se do meu filho, Monstro. E leve essa coisa com você.– disse Harry, tirando o cálice das mãos de Alvo, então o devolveu ao elfo.
Monstro fez uma horrorosa reverência e foi até a cozinha, resmungando. Harry sentou no mesmo degrau.
– Não sei se já sabe, filho, mas os Comensais capturados já foram levados a Azkaban.
– Hum... – suspirou Alvo, entediado. – Fugirão de lá novamente.
– Por que acha isso? – Harry começou a se arrepender de ter puxado este assunto.
– Por que já fizeram isso antes, oras. E mais de uma vez, devemos admitir. – Alvo sorriu, simpático até demais. – Bom, mas a esperança deles deve ter acabado, e talvez estejam loucos demais para tentar alguma coisa. O Lord das Trevas tampouco voltou e já se foi. Aliás, quase ninguém soube desse fato.
– É, ele se foi. – Harry sentiu uma sensação estranha em sua testa. Mas logo concluiu que se tratava de uma precipitação de sua mente. – O problema é que em todas as vezes que ele se foi ele voltou.
– Mas você destruiu a arma dele, o último recurso dele. – Alvo disse serenamente, sendo impossível decifrar se ele achava a situação boa ou ruim. – Destruiu, tá destruído. Não tem mais jeito. Impossível ele voltar.
– Eu aprendi a desacreditar no impossível, filho. Quando se trata de Magia das Trevas, nada é impossível. – Harry enlaçou o filho com o braço, na tentativa de abraçá-lo. – Mas espero que você esteja certo. Espero mesmo.
– Eu costumo estar. – disse Alvo, com um olhar debochado.
– Claro. – Harry riu, percebendo ter de volta o filho brincalhão e gentil que Alvo era antes de ir para Hogwarts. – Daqui para a frente, vamos tentar não relevar as más lembranças. Sei que você teve uma discussão com seus irmãos e primos no trem, mas de agora em diante seremos uma família unida, estando felizes ou tristes.
– É o que eu mais quero, pai. – Alvo levantou do degrau.
No mesmo instante, Hermione Weasley surgiu, segurando um caneco com hidromel. Olhou para o garoto, sorrindo gentilmente.
– Vejo que está muito bem, Alvo. Talvez o espírito natalino o tenha ajudado a enxergar a maravilhosa família que você tem.
– É. – Alvo bufou, desfazendo imediatamente o sorriso. – Com certeza foi o espírito natalino.
– Aconteceu algo, filho? – Harry se surpreendeu, notando que Alvo se enfurecera com alguma coisa.
– Nada, pai. Vamos até a sala de jantar, estou com fome agora. – Alvo puxou Harry pelo braço, mas ele se esquivou.
– Pode ir na frente, Alvo. – disse Hermione, de modo gentil. – Preciso falar com seu pai, a sós. Assunto de trabalho, coisa que certamente não é de seu interesse.
– Acho que falar de trabalho durante uma festa em família não é algo muito agradável. Seja lá o que você tiver que falar com meu pai, fale outro dia. – Alvo segurou o braço de Harry novamente. – Vamos comer, pai.
– Bem, eu... – Harry ficou sem jeito. Por mais que sentisse que Hermione tinha algo importante para lhe falar, não queria estragar o momento com seu filho. – Outra hora conversamos, Hermione... Se você não se importar...
– Tudo bem. – disse a bruxa, convencida de que Alvo utilizara legilimência contra ela. Nunca foi boa oclumente, mas tinha ótima percepção para encantamentos implícitos.
Quando deu meia-noite, todos se reuniram para abrirem os presentes. Lílian foi a primeira, e ganhou um jogo de tabuleiro mágico, cujos pinos eram os quatro fundadores de Hogwarts. Era o mais novo lançamento dos produtos Weasley, que sequer havia saído nas lojas. Tiago, já sabendo o que iria ganhar, sorriu mesmo antes de abrir o enorme pacote. Era uma vassoura de corrida, último modelo da Firebolt. O cabo de madeira tinha um tom alaranjado, e a palha em sua ponta era extremamente dourada, o que de certa forma lembrava as cores da Grifinória.
Chegou a vez de Alvo abrir seu presente. Harry retirou do chão um pacote de tamanho médio e estendeu-o para o filho:
– Como você não me disse o que queria, tomei a liberdade de escolher. – Harry sorriu.
Alvo começou a abrir o pacote, indiferente. Tantos sorrisos direcionados a ele, como se ele fosse uma criança descobrindo algo novo. Achava tudo aquilo patético. Assim que terminou de desembrulhar, seus olhos brilharam quando olhou para o objeto semelhante a uma tábua.
– É um Tabuleiro Branco? Como conseguiram um? – Alvo ficou realmente feliz.
A família toda se espantou.
– N-não, filho. Não é isso. – Harry disse apressado. – É uma penseira. Como ela é pequena, você pode deixá-la em cima de sua escrivaninha, por exemplo. Achei que fosse precisar, digo, gostar.
Alvo reparou melhor, e viu que não se tratava do artefato necromante que antes usara na aula da professora Morgana Shaw. Era parecido, mas este tinha ondulações prateadas dos lados, como o apoio de uma bandeja.
– Ah, obrigado. – Alvo colocou o objeto em cima do sofá, não conseguindo esconder o ar de indignação. – Na verdade o que eu queria mesmo era um Tabuleiro Branco, pensei que você sabia, afinal eu destruí aquele que eu usava. Se o senhor puder negociar algum outro com a professora Shaw, eu ficarei feliz, pai.
– Filho, isto está totalmente fora de cogitação. – disse Harry, começando a ficar irritado.
– Se for pelo dinheiro, não se preocupe, pois posso arranjar facilmente a quantia que eu quiser.
– Alvo Severo Potter! – Gina censurou, encarando o filho do meio. – Já conversamos sobre isso! Você tem noção de tudo que já aconteceu por causa do mau uso que você fez daquele tabuleiro?
– Mãe, eu já aprendi a lição. Não precisa ficar me lembrando!
– Você fala desse assunto como se fosse pouca coisa, uma brincadeira! – Harry, por mais que estivesse irritado, falava calmamente.
Hermione se colocou a frente de Harry, desta vez séria como nunca.
– Acalme-se, Harry. Eu ia falar antes, mas seu filho conseguiu despistá-lo antes que eu pudesse lhe falar.
– Pode falar agora, Hermione. – Harry preocupou-se.
– Pois bem. – a bruxa respirou fundo, um pouco constrangida. – Andei analisando o caso de Alvo, e concluí que ele ainda pode estar sofrendo influências de... Você-Sabe-Quem.
– Bobagem! – Alvo interrompeu. – O Lord das Trevas está morto! Morto! Quando é que vão entender isso?
– Alvo, eu só estou tentando lhe dizer que...
– A Arma de Slytherin foi destruída! – a entonação da voz de Alvo soou fria e furiosa. – Ele não pode mais voltar! Pare de colocar ideias falsas da cabeça dos meus pais, sua sangue-ruim intrometida!
– Vá para o seu quarto agora, Alvo! – Harry gritou.
O garoto pegou a penseira de cima do sofá e o pacote rasgado do chão, e logo foi em direção às escadas, em passos pesados, derrubando tudo por onde passava. Rose pensou em ir atrás dele, mas Rony a deteve.
– Quando eu penso que está tudo bem você estraga tudo! – Harry gritou para o filho. E logo foi possível ouvir o barulho de uma porta batendo.
Tiago soltou uma exclamação de ódio, pois não era a primeira vez que o irmão mais novo aborrecia a todos com sua falta de noção.
– Eu não devia ter iniciado essa conversa hoje, me desculpem. Foi culpa minha. – Hermione sentou na cadeira, chateada.
– Claro que não foi culpa sua, Mione. – disse Gina, sentando ao seu lado. – Se o que você tinha para falar era para a segurança do meu filho, você podia dizer o quanto antes, sendo notícia boa ou ruim.
– Estou preocupada, Harry. – Hermione olhou para todos na sala, então abaixou o olhar. – Se estou certa quanto as minhas pesquisas, a Arma ainda não foi destruída.
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Novamente, desculpem a demora. NÃO abandonarei a fic, nao se preocupem! comentem, por favor, quero saber o q meus leitores estão achando do enredo. beijooooooo, ♥