Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 36
Capítulo 36 – O Imortal


Notas iniciais do capítulo

Eis mais um capítulo, finalmenteee =D



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Treze homens encapuzados com as varinhas erguidas era o que podia ser visto assim que a porta foi arrombada pelo auror Ronald Weasley. A princípio, Harry e os outros não notaram a presença d'Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. O lord estava de costas, junto a Alvo Potter no canto, quase imperceptíveis em função da escuridão no local.

– Devolvam o meu filho ou juro que vão se arrepender! – Harry gritou. Estranhamente, começou a sentir um formigamento em sua cicatriz.

– Abaixem as varinhas. – disse a voz sibilante vinda do fundo da pequena sala aos demais.

Harry Potter reconheceu aquele vozear imediatamente. E a última vez que o tinha ouvido, foi quando pronunciou a Maldição da Morte, durante a última guerra bruxa. Lord Voldemort se virou para os seis bruxos amontoados na varanda, nem todos eram aurores. Hermione Weasley foi a primeira a se dar conta de quem estava ali. Como a casa era minúscula, três dos bruxos recém-chegados mal conseguiram entrar na casa. Estavam para fora Emperor Hazel, Gina Potter e Neville Longbottom.

– Eu disse: Abaixem as varinhas. – repetiu Voldemort, desta vez encarando Harry nos olhos. – Abaixem as varinhas ou o menino morrerá.

O lord puxou Alvo para perto de si, mas sem grosserias, como se o estivesse abraçando de lado. Harry, percebendo que o filho estava bem, abaixou a varinha. Os outros fizeram o mesmo.

– C-como? Como voltou?! – a voz de Harry soava ríspida e desesperada. Mal podia acreditar no que estava ocorrendo.

– Sou imortal, Harry Potter. – Voldemort disse orgulhosamente. – Espanta-me saber que você e seus amigos demoraram tanto tempo para perceber isso.

– Não, não pode ser. – Harry arregalou os olhos por detrás dos óculos redondos. – Você não é Voldemort! Voldemort está morto!

Alvo, tremendo, permaneceu onde estava. Não conseguia olhar diretamente para seu pai, e muito menos para o bruxo ao seu lado.

– É ele, pai. Acredite. – Alvo finalmente disse alguma coisa desde a chegada dos aurores.

Hermione, que estava vestindo uma roupa quase toda branca, soltou algo parecido com um grito.

– Alvo, venha para cá. – disse ela, quase em tom de súplica, estendendo a mão.

Antes que o garoto pudesse responder ao chamado, Lord Voldemort colocou o braço em sua frente.

– O garoto não irá com vocês. Ele veio até mim por livre vontade e não há nada que vocês digam que o faça mudar de ideia. – Voldemort encarou os olhos de Alvo rapidamente.  Embora não tenha feito qualquer movimento com a varinha, foi possível notar que fizera alguma coisa contra ele. – Não é, Alvo?

Os olhos azuis de Alvo tornaram-se pesados e acesos, como se estivesse sonolento e ao mesmo tempo com raiva de algo ou de alguém. Direcionou o olhar primeiramente à Hermione, e então para o pai.

– Meu lugar jamais foi junto dos Potters.

Voldemort sorria com o canto da boca, parecia concentrado em cada palavra de Alvo. Harry olhou para os Comensais, tentando entender onde supostamente estaria a varinha que amaldiçoou seu filho com a maldição Imperius, pois se recusava a acreditar que aquelas palavras fossem verdade.

– Não vejo por que esperar para matá-lo, Potter. Você já não é mais minha horcrux. – Voldemort ergueu a varinha, sorrateiramente. – Avada Keda...

Expelliarmus! – Harry rapidamente lançou o feitiço contra o lord.

O reencontro de varinhas, luz vermelha contra luz verde, durou cerca de vinte segundos. Hermione e Rony começaram a duelar com o restante dos Comensais no mesmo momento. Alvo estava imóvel, sério, como se estivesse esperando por alguma ordem. Emperor Hazel quebrou a parede com o feitiço Bombarda Máxima, dando espaço para ele e Longbottom lutarem contra os demais. Gina foi ao encontro do filho, que se recusava terminantemente a sair do lugar. Rodolfo Lestrange atingiu Rony com a maldição Cruciatus, fazendo com que ele caísse no chão.

– Olhe para mim, Alvo! Olhe para mim, filho! – gritava Gina, segurando o rosto do filho, que encarava o infinito com olhos confusos.

Hermione duelava contra Draco Malfoy, a essa altura estavam para fora da casa. Até então nenhum dos dois foi atingido pelo outro. Hermione bloqueava todas as maldições que o oponente lhe lançava, que eram muitas. Draco era rápido, entretanto, não era muito habilidoso. Finalmente, em cargo do feitiço Incarcerous, uma corda saiu da ponta de sua varinha e foi diretamente até o pescoço de Hermione, que logo começou a sufocar. Rony, depois de ter feito Antonio Dolohov cair desacordado, conseguiu salvá-la a tempo. Draco estava com o cabelo bagunçado, seu terno estava rasgado na manga. Rony o estuporou, fazendo-o saltar alguns metros. Depois disso, iniciaram um novo duelo, enquanto Hermione atacava Rodolfo Lestrange.

Lord Voldemort bloqueava os feitiços de Harry com facilidade. E por mais que fosse atingido, não sofria dano algum. Era como se o seu corpo não passasse de um espectro, um cadáver, invulnerável aos ataques. Gina, que até agora tentava puxar Alvo para fora do local, começou a se dar conta de que o filho estava sob efeito da maldição Imperius e não faria nada até que Voldemort mandasse. Poderia ter percebido isso antes, mas como, se o lord não mantinha nem varinha apontada, e nem contato visual para com o garoto?

Harry começara a se desesperar. Como se não bastasse a resistência do inimigo, ainda recebia fortes ataques. Até agora não entendia como ainda estava vivo. Vez ou outra olhava para o lado e via seu filho ainda no canto, com Gina chorando, sem saber como desfazer a maldição. Então Yaxley atacou-a pelas costas, com um feitiço que a fez cair. Instantaneamente Alvo voltou ao normal, como se o sofrimento da mãe de alguma forma o tivesse despertado. Voldemort, percebendo isso, cessou os ataques.

– Leve o garoto daqui! Esconda-no! – o mestre disse ao seguidor mais próximo.

Yaxley abandonou a luta contra Gina Potter e apontou a varinha para Alvo.

– Venha, garoto!  Venha logo!

– Não! – Alvo tirou a varinha do bolso rapidamente.

Yaxley transmitiu um olhar raivoso, e sem muito pensar pronunciou uma maldição.

Crucio!

Alvo foi atingido no peito pela listra vermelha que acabara de vir da varinha do Comensal, então um grito rouco ecoou pela casa. Um grito que não veio dele, mas sim do Lord que estava poucos metros ao seu lado.

– Seu idiota! – gritou Lord Voldemort, com a mão sobre o próprio peito. – Como ousa atacar o garoto sem minha permissão? Como ousa atacar a mim?

– Mi-milorde, perdão... Eu não...

Avada Kedavra! – um jato de luz verde vindo da varinha de Teixo atingiu o servo em cheio.

Yaxley tombou morto no chão. Sua varinha escorregou para o lado. Harry correu para perto do filho, que apesar de estar de pé, ainda se recuperava da dor que sentira há alguns instantes atrás. Gina levantou-se e ergueu a varinha novamente.

Hermione e Draco ainda estavam do lado de fora, duelando entre si. Rony Weasley combatia mais dois Comensais, Mulciber e Wilkes. Neville fora atingido pela Maldição do Príncipe, o que fez Emperor Hazel levá-lo para outro lugar, a fim de curá-lo com um contrafeitiço.

– O que está acontecendo? – Harry perguntou a si mesmo, fazendo todo possível para não perder o controle.

O que está acontecendo? – Lord Voldemort fez uma terrível imitação da voz de Harry, seguida por uma risada gutural. – Lembro-me das inúmeras vezes em que tentei matá-lo, Potter. Você e sua cicatriz, o Menino-Que-Sobreviveu!

– Isso não pode ser real. – Harry, tremendo, retornou a apontar a varinha para o Lord.

– É bem real. – o bruxo das trevas sorria. – Jamais irá me matar, Harry Potter. Se eu bem lhe conheço, você não seria capaz de matar o próprio filho.

– "Um só poderá viver enquanto o outro sobreviver." – Rodolfo interferiu, tirando do bolso uma pequena esfera de cristal. Era a profecia que havia pegado poucos dias antes, na velha casa de Severo Snape. – Sua história acaba por aqui, Potter.

Harry estuporou Lestrange contra a parede, de modo que a esfera se estilhasse.

–O que a comunidade bruxa irá dizer quando souber que seu filho tem parte com o Lord das Trevas? – Rodolfo ainda sorria. Seus olhos estavam escancarados, seu rosto demonstrava pura e maléfica demência. Havia uma crista de sangue escorrendo de seu nariz.

Estupore! – Gina gritou, atingindo o Comensal no coração. Não sabia ao certo se ele morrera, mas foi forte o suficiente para ele desmaiar.

Harry quase empurrou o filho para trás, numa tentativa frustrada de mantê-lo longe da visão de Voldemort.

Reducto! – disse Alvo, apontando a varinha à Arma de Slytherin, que até agora estava no chão, próxima à parede. O objeto apenas tremeu, mas o feitiço não surtiu efeito. – Incendio!

E nada da ampulheta ser destruída.

– Boa tentativa, garoto, mas você já devia saber que vis feitiços como esses que usou não seriam fortes o suficiente para combater uma criação de Salazar Slytherin!

Um dos Comensais caiu morto ao lado da janela, batendo a cabeça contra o vidro. Rapidamente, Harry retirou uma espada de dentro das vestes. E não era uma espada qualquer, e sim a famosa espada de Godric Gryffindor, aquela que destruiu horcruxes no passado, aquela que derrotou um basilisco.

Lord Voldemort por um instante demonstrou espanto, mas rapidamente voltou à feição irônica.

Harry Potter, o defensor dos trouxas e sangues ruins! Harry Potter com sua varinha e sua espada! – zombou.

– Está com medo, não está, Tom? – Harry mantinha o olhar fixo aos do Lord. – Você fez todas as escolhas erradas, todas! Desista enquanto é tempo!

– Você está falando exatamente como ele! Pare de falar assim! – Voldemort colocou as mãos sobre a cabeça. – Dumbledore é quem está morto! E foi morto por ordem minha! Qualquer um que se diga partidário dele vai morrer também! Porque apenas eu tenho o poder! Apenas eu sou imortal!

Accio Ar... – Harry apontou sua varinha à ampulheta, supondo que aquele objeto seria a causa do que estava ocorrendo.

Antes que pudesse terminar de pronunciar o feitiço, o Lord das Trevas invocou o Fogomaldito. Dragões e serpentes de fogo começaram a rodear a casa, incendiando quase tudo que estava à volta, a não ser aqueles que se protegeram através de algum feitiço protetor. No meio de toda a confusão, Gina saiu pela janela e tentou levar o filho junto. Alvo se esquivou da mãe, e seguiu em meio ao fogo, desviando as madeiras que caiam do teto. Rapidamente retirou a espada das mãos do pai e acertou a Arma de Slytherin em cheio.

– Potter! Fique... – Voldemort segurou o pulso de Alvo. Os olhos dele passaram de vermelhos e acesos para olhos quase invisíveis. Sua cabeça lívida começou a se desintegrar. Aos poucos seu corpo foi esfumaçando, dando tempo de dizer um último sussurro. – vivo.

O corpo de Tom Riddle virou uma fumaça negra, até que sumisse totalmente. Ainda foi possível ouvir o baque da varinha dele batendo contra o chão. De treze Comensais, apenas quatro ainda estavam lutando. O primeiro deles a perceber o sumiço do mestre foi Draco Malfoy, que imediatamente voou para longe, do modo que só um Comensal da Morte conseguia fazer. Wilkes também voou, só que para a direção oposta. Os outros dois também tentaram fugir, mas foram pegos a tempo por Emperor e Neville, que já tinham voltado à pequena guerrilha fazia alguns minutos. Hermione estava caída do lado de fora. Aos olhos de quem visse rápido, poderia pensar que estava morta.

Gina e Harry apagaram o fogo, mesmo sendo obra de alta e poderosa magia negra. Alvo olhou para o lado, e lá estava ela. A ampulheta de Slytherin, amassada, quase partida no meio. Não havia mais substâncias em seu interior, e ela perdera a luminosidade esverdeada.

– Destruída! – disse Harry, correndo para abraçar o filho, que ainda estava no chão.

– Pai... Eu, eu... – Alvo estava em estado de pânico, embora parecesse calmo.

– Não diga nada, filho. – Harry passou a mão no rosto do adolescente. – Tenho medo de saber como foi que isso tudo aconteceu. Mas independente do que seja, estou feliz por ter acabado.

Alvo ficou quieto, abraçando o pai como há muito tempo não fazia. Olhou para sua volta, e reparou o corpo de vários Comensais mortos. Gina ajudava Hermione, que parecia estar se recuperando com o apoio dos contrafeitiços. Ainda era madrugada. Todos ali, aurores e professores, discutiam o ocorrido, pressionando Alvo de forma feroz.

– Deixem ele! – Gina finalmente interferiu no que quase estava virando um tribunal de inquisição. – O que meu filho terá que contar, ele contará primeiramente a mim e a Harry, que somos os responsáveis por ele.

Houve silêncio, então Harry emanou um sorriso tranquilizador.

– Isso exige muita explicação. Muita história, não é, filho?

Alvo até tentou sorrir, embora estivesse se sentindo mal por todos o encararem como se ele fosse um criminoso.

– Muita.

Hazel, os Weasleys e Longbottom aparataram, levando com eles os três Comensais vivos que conseguiram capturar. Um deles era Rodolfo Lestrange. Harry pegou a espada do chão e recolocou dentro do casaco. Então foram todos para fora, em frente ao pequeno portão camponês.

– Temos muito que fazer ainda hoje por sua causa, moleque. – Harry voltou à expressão séria. – Vamos indo?

– Vamos, mas acho que esqueci uma coisa lá dentro. – Alvo olhou para trás, visualizando a casa, que ainda se podia sentir o odor de queimado.

– O que foi que você esqueceu? – Gina perguntou.

– Já volto. – Alvo correu em direção a casa dos Gaunt, deixando de responder a mãe. – Só um instante!

O garoto subiu os degraus da varanda, um deles chegou a se romper pelo embate e pela rapidez. Foi mais ao canto, e notou a varinha de Teixo e pena de Fênix por baixo de algumas madeiras. Alvo percebeu que seu pai estava vindo atrás, então rapidamente colocou a varinha no bolso, junto da sua própria.

– Já podemos ir. – Alvo sorriu mansamente. Seus olhos azuis estavam cobertos por marcas de cinzas, assim como o resto do corpo. – Foi um engano. Achei que tinha deixado minha varinha.


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Notas finais do capítulo

Gente, como essa fic tá no fim, esse provavelmente é um dos últimos caps...farei mais um para explicar o que aconteceu depois de toda essa confusão. Sim, eu sou má, gosto de um final que de suspense, portanto algumas coisas ficarão a critério de cada leitor. Farei o possível para postar o próximo cap em breve. Ahh, só pra avisar, estou pensando em fazer uma fic de nono livro da série hahahaa,Já quase fiz o oitavo mesmo, bora pro nono! Beijos, amo vcs.