Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 23
Capítulo 23 – Ministro do Desastre




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Depois do terrível ataque a Hogsmeade, Alvo Potter revelou a Minerva McGonagall o que ocorreu enquanto esteve escondido no Cabeça de Javali. Teve a certeza de que estavam naquela noite Rodolfo Lestrange e Antônio Dolohov. O terceiro Comensal não pôde ser identificado, visto que não retirara sua máscara e seus companheiros não pronunciaram seu nome nem uma vez.

No início, Alvo ficou indeciso se deveria ou não ter contado a alguém sobre o que ele, Rose e Luana passaram. Mas decidiu que seria melhor contar a diretora. Pois se não houvesse a certeza de que foram realmente Comensais da Morte a conjurar a Marca Negra desta vez, poderiam voltar a suspeitar de algum aluno ou professor de Hogwarts. E sobre esse assunto, Alvo queria se camuflar. Era melhor que nunca imaginassem que ele tivesse alguma coisa a ver com aquilo.

Logo, depois do que ele noticiou a escola, com a confirmação de mais duas alunas, a imprensa deixou Hogwarts fora da reta. E uma coisa era certa: os Comensais da Morte planejavam vingança.

Jack Roman, o aluno que ficara inconsciente, passou quase uma semana na ala hospitalar até recuperar-se. O caso foi muito comentado pela comunidade bruxa. Pelo que se entendia, os dementadores agora estavam sob o comando dos Comensais.

Na sala da diretora McGonagall estavam, além dela, o Ministro da Magia, acompanhado de Dolores Umbridge.

– Mas isto é um disparate! Um escândalo! – prosseguiu a mulher baixa de vestido rosado com uma voz infantil. – Como pode fazer uma acusação dessas sem obter provas, Minerva?

– Apenas sugeri um suspeito, Dolores. Minha intenção é apenas proteger esta escola e os alunos que residem nela! Coisa que a senhora jamais fez enquanto foi diretora!

As bochechas vermelhas da Primeira Secretária Sênior incharam como balões. Seus grandes olhos azuis tornaram-se fendas fervorosas. Kraven Norington estava sentado na poltrona da diretora, segurando uma xícara de chá. Suas longas pernas estavam cruzadas, e seu cabelo nigérrimo cativo em um chapéu pontudo. Seria apenas impressão de Minerva, ou ele estava realmente tão despreocupado em relação ao recente acontecimento quanto em relação à discussão sendo feita sobre ele.

– Acalmem-se senhoras. – disse Norington. Seu tom de voz era tão agudo quanto o de Umbridge. – Nenhum aluno foi morto. Portanto, não há motivo para tanto alarme.

– Não há motivo? Não há motivo?! É só isso o que o senhor tem a dizer, Ministro? – Minerva McGnonagall ajeitou os óculos, ferozmente. Quando se tratava da segurança dos alunos ela se tornava uma fera. – Nenhum aluno morreu, mas podia ter morrido!

– Sim, tenho noção disso, diretora. Mas mesmo assim, a senhora não tem o direito de acusar um homem nobre como Draco Malfoy de algo tão inescrupuloso!

– Então onde o Sr. Malfoy estava durante o ataque?

– Estava na casa dele em Whiltshire. Ou seja, bem longe de Hogsmeade.

– Quem lhe deu esta informação? – Minerva estava decidida a discordar de tudo o que Kraven Norington dissesse.

– Foi o auror Ronald Weasley! Está bom pra você?

A diretora se calou subitamente. Foi ela mesma quem pediu para que Rony espionasse Malfoy por um tempo. Se havia algum ex Comensal da Morte suspeito, seria ele. Pois além de estar livre legalmente, era riquíssimo e tinha muita influência. Influência suficiente para acobertar as constantes falhas do ministro e controlar a imprensa. Tanto é que, nos últimos dias, os jornais deixaram de publicar notícias que estivessem relacionadas aos seguidores de Lord Voldemort.

– Ah sim! No traidor do sangue a senhora acredita, não é? – concluiu Umbridge, sorrindo de modo demente. Seu cabelo louro-grisalho mantinha um enfeite floral. – Ótimo. Assunto encerrado!

– Oras, como se atreve! – Minerva indignou-se, mas foi interrompida pelo barulho vindo da lareira. Um fogaréu verde expandiu-se na sala, sendo possível enxergar Harry Potter saindo pela lareira, segurando um pergaminho nas mãos.

– McGonagall, Norington... – disse Harry acenando com a cabeça. – E Umbridge.

Harry crispou os dentes. Não suportaria ficar na presença daquela mulher por muito tempo.

– Sinto em informar, Ministro, – prosseguiu Harry – que se os foragidos de Azkaban não forem capturados, o senhor será exonerado do cargo.

Kraven Norington levantou-se imediatamente. Sua altura superava em trinta centímetros a de Harry. Sua face pálida se tornara magenta.

– Não cabe a você decidir isso, Potter! É necessária uma votação de todo o ministério e a aprovação do supremo juiz!

– Estou ciente disso, Ministro. Os atuais membros da Ordem da Fênix que trabalham no ministério já optaram pela sua demissão. Agora nos resta convencer os outros de sua incompetência. – disse Harry, seriamente. McGonagall estava boquiaberta com a audácia do amigo.

– Como ousa! – Umbridge ficou ainda mais vermelha. – Como ousa questionar o ministério! Isso é uma total deslealdade! E se tem uma coisa que eu não suporto é deslealdade! Estou decepcionada, Potter!

– Como a senhora ousa! Depois de tudo o que a senhora fez em nome de sua doentia lealdade ao ministério! – Harry, apesar de estar falando firme, em momento algum aumentou o seu tom de voz. – Ou então não se lembra do motivo pelo qual dois Dementadores me atacaram em meu quinto ano escolar?

– Já chega, Potter! Não diga mentiras! – gritou Umbridge. O ministro ficou quieto. Era como se Dolores já estivesse acostumada a defendê-lo. Harry começou a se sentir incrivelmente perturbado. O gatilho de seu nervosismo foi quando Umbridge tornou a falar. – Eu apenas quero ordem!

– Ordem?! A senhora jamais conseguiu impor ordem alguma! – disse Harry Potter.

O ambiente foi tomado pelo silêncio. Durante um momento, Harry pensou ter ouvido Norington sussurrar um palavrão.

– Vamos deixar de lado as discussões – continuou Harry. – O motivo pelo qual vim até aqui foi para falar com você, Minerva. Recebi sua carta contando-me sobre Alvo. Poderiam vocês dois, nos dar licença?

Umbridge pareceu que ia explodir. Norington empinou seu nariz extremamente fino e entrou na lareira.

– Acho melhor você ser um pouco menos insolente, Harry Potter. – disse o Ministro – O fato de você ter derrotado Lord Voldemort lhe deu uma falsa impressão de segurança! Boa Tarde!

Então os dois sumiram através da rede de Flu. Minerva ficou pasma. Nos últimos dias o Ministro da Magia teve se escondido da realidade. Quando alguém lhe informava sobre um problema relacionado aos foragidos, ele parecia fugir do assunto. Dolores Umbridge tomava mais atitudes que ele, e no mau sentido.

– Que absurdo! – esbravejou Minerva, que geralmente era uma pessoa muito calma.

– Tudo bem, Minerva. Temos que ter muita cautela nesses tempos difíceis.

Minerva McGonagall assentiu com a cabeça. Harry contou a ela sobre o que estava acontecendo na Ordem da Fênix. Os atuais membros estavam organizando uma busca aos Comensais, já que a maioria dos aurores estava sob vigilância ministerial. No dia anterior flagraram um auror usando a maldição Imperius contra um trabalhador do Ministério, no setor de Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas. Poucos bruxos eram confiáveis.

Em seguida Harry comentou sobre a carta da diretora, a qual mencionava a reação de Alvo em relação ao ataque a Hogsmeade. O garoto não demonstrou espanto ao falar da morte de Argo Filch. Permaneceu sério o tempo todo. Já Rose e Luana estavam chorosas como nunca.

Sendo a última noite do ano letivo em Hogwarts, o Salão Comunal da Sonserina havia se tornado uma bagunça.  Os alunos conversavam, discutiam e trocavam idéias. Aos poucos aquilo foi se tornando uma festa de despedida. Topher Stiglitz, que por estar no sétimo ano não estudaria mais em Hogwarts, subiu em cima do sofá:

– Eu sei que todos vocês sentirão saudades no monitor aqui...

O restante dos alunos deu risadas.

– Contudo, devo informar que voltarei para a Grécia no ano que vem, e deixarei a vocês minha maior lembrança... – Topher Stiglitz se abaixou, e retirou detrás do sofá sua cobra de estimação. – Nefertiti! Alguém quer segurar?

Os alunos ficaram surpresos. O monitor-chefe era tão apegado aquele animal, e agora o deixaria nas mãos dos alunos.

Sabrina Carrol, que era sobrinha dos irmãos Amico e Aleto, se dispôs a segurar a serpente. Era incrível como os alunos da Sonserina achavam que se davam bem com as cobras. Talvez pelo fato de Salazar Slytherin ser um ofidioglota.

– Cuidem bem dela, ouviram? Se alguém for mau com ela eu vou saber. E essa pessoa será punida. – Topher sorriu de um modo insano. Seus olhos apresentavam um aspecto doentio.

Os sonserinos começaram a jogar feijõezinhos para todos os lados e lançar feitiços faiscantes em comemoração pela taça de Quadribol, e segundo lugar na competição das casas, perdendo somente para Corvinal.

– Acabou a festa! – uma voz grave e irritante ecoou por todo o salão. – Vão todos para a cama.

Adolf Greengrass aparecera usando um roupão verde escuro. Os alunos foram subindo as escadas, desanimados. Alvo viu Scorpio conversando com Vitor Reed. Reparou que o amigo segurava um pote de vidro, contendo uma substância semelhante à lama.

– Não vá me dizer que isso é uma poção polissuco... – disse Alvo, em tom de brincadeira.

– Fala baixo, Potter. – Scorpio riu. – É sim.

– Vai se transformar em quem e prejudicar a quem?

Vitor e Scorpio riram juntos. Malfoy colocou um braço em torno de Alvo:

– Ainda não fiz nada. Mas, você sabe... Um dia posso fazer.

Você preparou a poção?

– Não. Foi meu pai que me mandou. Deu pra perceber que ele queria se livrar dela. – Scorpio riu novamente. – Agora vamos dormir, antes que o tio Adolf volte a nos incomodar.

Então o ano acabara. A comunidade bruxa estava em crise. Os dementadores invadiam constantemente os vilarejos e o Ministério não estava colaborando. Kraven Norington era o pior ministro da história da Magia.

Em Godric's Hollow a família Potter discutia a respeito da lamentável situação. Depois do jantar, Lílian comentou com Harry a respeito dos Comensais da Morte. Perguntou se o pai sabia sobre os objetivos deles.

– Você não precisa se preocupar com isso, filha. Em breve eles serão mandados de volta a Azkaban.

– Mas por que eles querem matar os nascidos trouxas? – perguntou Lílian. – Daniele, minha amiga, é uma nascida trouxa... Eu não quero que ela morra só por causa disso.

Quando Harry ia falar, foi interrompido pela voz rouca e envelhecida do elfo doméstico:

– Monstro acha que dessa vez as coisas vão tomar o rumo certo. Se a antiga senhora de Monstro estivesse aqui, ela ficaria muito feliz em saber que os Comensais estão tentando limpar o mundo bruxo novamente. E se a senhora de Monstro está feliz, Monstro está feliz.

– Silêncio, Monstro!  Atualmente, eu sou a sua senhora. E não permito que você volte a venerar seus antigos donos! – disse Gina, visivelmente irritada.

– Sim, minha senhora. – disse Monstro, fazendo uma demorada reverência. – Mas bem que Monstro gostaria se os nascidos trouxas e mestiços fossem extintos.

– Já chega. Vá para a cozinha, Monstro. – disse Harry, temendo que o elfo falasse demais.

Alvo, que estava novamente sentado em sua poltrona se virou:

– Oras, deixem o Monstro falar. Pelo visto, ele é o único aqui que sabe de alguma coisa boa. Só pra variar.


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