Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 2
Capítulo 2 – Ancora Silentum




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O trem estava cheio. Tiago entrou em uma das cabines para junto de seu amigo desde o ano retrasado, Antony Longbotton, da Grifinória. Um garoto de 13 anos gordinho, de olhos e cabelos castanhos, muito inteligente e um tanto atrapalhado, assim como o pai.

Rose e Alvo, que tinham a mesma idade, permaneceram nos vagões da frente, junto aos demais alunos do primeiro ano, enquanto procuravam por cabines desocupadas. Todos olhavam para Alvo com uma expressão maravilhada no rosto. Ele pôde ouvir sussurros vindo de trás como: "Ele se parece com Harry, mas não deve ser nada de mais! " ou "Se ele for como Tiago, nada mal."

Alvo e Rose encontraram uma cabine vazia.  Rose sentou e abriu o livro "Contos de Beedle, o Bardo". Alvo tirou do bolso alguns sicles, esperando a hora em que a vendedora de guloseimas aparecesse.

– Rose, você não se cansa de ler isso? – disse Alvo, numa voz tediosa.

Isso é um lixo. – Uma voz arrastada ecoou pela cabine. Scorpio Malfoy aparecera na porta, que estava entreaberta. Mantinha um sorriso de desdém no rosto. – Não passa de um livro pró-trouxas.

Alvo deu uma risadinha inocente. No fundo, também estava irritado por Rose não desgrudar daquele livro. Scorpio arregaçou a porta da cabine e fechou-a depressa. Sem ser convidado a se sentar, se esparramou no assento ao lado de Alvo.

– Eu sou Malfoy. Scorpio Malfoy. – disse ele, estendendo a mão para Alvo, que o cumprimentou normalmente. Rosie ficou boquiaberta. Scorpio percebeu.

– Ah, sinto muito ter entrado desse jeito. – Malfoy estendeu a mão para cumprimentar a garota, mas quando ia responder ao cumprimento, ele recolheu a mão para o colo. As orelhas de Rose enrubesceram.

– Nós vimos você e seus pais na plataforma. – disse Rose, tentando se interagir de algum jeito.

Malfoy pareceu nem ter ouvido.

– Sabe, Potter... Por acaso, eu sou o único que posso ajudá-lo em um momento como este. Todos estão fazendo comentários a seu respeito. Imagino que saiba o porquê.

Alvo concordou com a cabeça.

Rosie fechou a cara. Indignada com a atitude dos dois.

– Vou procurar o Tiago. – disse Rose, com um bico – Depois eu volto, está bem?

Alvo fez que sim com a cabeça, não prestando muita atenção.

– Não devemos nos intimidar pelo passado de nossos pais, Potterzinho. – prosseguiu Malfoy, com um sorriso desdenho digno do pai e do avô. Como prova de que não estou de brincadeira, vou lhe ensinar um feitiço que aprendi com meu pai. – Scorpio retirou a varinha do bolso.

Alvo era um menino curioso. Estava feliz por ter encontrado alguém que pudesse ajudá-lo, embora a idéia de que um Malfoy seria seu amigo o deixasse com um pé atrás. Enxergava Scorpio como um garoto engenhoso, porém, muito amigável.

Ancora Silentum! – murmurou Scorpio, apontando sua varinha preta e levemente torta para o rosto de Alvo.

Alvo sentiu uma sensação de formigamento no cérebro.

– Você pode me ouvir? – perguntou Scorpio, com a voz muito calma, mas sem mexer a boca. Alvo ouvia apenas a voz de Scorpio em sua mente. – Ok. Vou lhe explicar como esse feitiço funciona. A partir do momento em que você disser "Ancora Máxima" eu poderei ouvir a sua voz na minha cabeça. Assim nós poderemos conversar através do pensamento. Não é brilhante?

Ancora Máxima! – exclamou Alvo, decididamente empolgado. – Ual! Brilhante mesmo! – a última frase saiu apenas na mente de Malfoy. – Ninguém pode nos ouvir ou entender?

– Não. – a voz arrastada de Scorpio soou convincente.

– E como se desfaz esse feitiço?

– Simples. Eu ou você devemos dizer "Finite incantatem", apontando a varinha para nós mesmos.

Finite incantatem! – disse Alvo agora com a própria varinha, em seguida tudo voltou ao normal.  – Incrível!

Os olhos cinzas de Malfoy encararam os de Alvo, confiantes.

– Só para não criarmos problemas, não comente o que fizemos aqui com ninguém. Naturalmente, este feitiço é considerado ilegal quando usado durante alguma competição ou prova. Resumindo, é proibido em Hogwarts.

Alvo ficou pasmo.

– Por mais que o tenhamos usado ocasionalmente, – prosseguiu Malfoy – não é prudente que logo no primeiro dia de aula o filho do herói Harry Potter comece com esse tipo de comportamento.

Alvo entendeu o que ele quis dizer. Malfoy pensava em tudo. Mas algo o fez pensar melhor. Por que Malfoy estava sendo tão legal com ele, depois de tudo o que seus pais enfrentaram anos atrás? As histórias sobre a família Malfoy não eram, de longe, as mais agradáveis.

Rose entrou na cabine segurando uma caixinha de feijõezinhos de todos os sabores.

– Ah, Weasley, que bom que voltou. Estávamos falando de você. – disse Malfoy, tratando da mentira tão dramaticamente bem, como se fosse verdade.

Alvo ficou confuso.

– Oras! O que estariam falando sobre mim? – Rose corou.

– Sobre como você deve ter herdado a inteligência da sua mãe. Hermione... – Malfoy crispou os dentes, como se doesse dizer aquilo.

Rose continuou rosada. A raiva que sentira de Malfoy no início diminuiu instantaneamente. Alvo ficou mais confuso ainda.

– Devemos estar chegando. – disse Alvo, olhando pela janela. – Espero ir para a Grifinória.

– Ah sim, com certeza, melhor que a Lufa-Lufa – disse Malfoy, rispidamente, – Mas eu acho, que no seu caso, seria melhor ir para a Sonserina.

Alvo achou estranho o modo como Scorpio falava. A todo instante se referia a ele como se ele fosse um grande problema, ou pelo menos, como se tivesse vários.


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