Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 17
Capítulo 17 – Malfeito Feito




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Haviam se passado algumas semanas depois do terrível acontecimento nos terrenos de Hogwarts e Hogsmeade. Os Comensais da Morte ainda estavam foragidos e o Ministro da Magia fazia inúmeros discursos sobre como iria controlar a situação. Harry Potter afirmava que a fuga de Azkaban só foi realizada pelo fato de os guardas não estarem fazendo o seu trabalho. Harry, sendo antigamente o chefe dos guardiões da prisão, não teria permitido que isso acontecesse se estivesse presente naquela noite. Mas como Kraven Norington o tirou deste cargo, Harry se tornara auror.

Muitos dos alunos de Hogwarts faziam brincadeiras com Tiago Potter, dizendo que ele era próximo eleito já que os rumores sobre a volta do Lord das Trevas eram incontroláveis. Por ser filho do bruxo que o derrotou, ele se sentia um tanto pressionado. Estava tão preocupado quanto os demais. Conforme os dias iam se passando, o caso era cada vez mais esquecido.

Eram exatamente duas da manhã. Scorpio Malfoy caminhava pelo imenso corredor das masmorras. Desejava pegar um frasco da poção Felix Felicis do armário de Adolf Greengrass. Ouviu os professores comentarem sobre o seu efeito e decidiu experimentá-la.

Tendo o Mapa do Maroto em uma das mãos e a varinha na outra, subiu as escadas em direção ao próximo corredor.  Não havia ninguém a vista. Mas assim que olhou para o mapa atentamente viu que o inspetor Lázaro Jones estava se aproximando. Rapidamente, Scorpio entrou na Sala de Poções e fechou a porta, torcendo para que Lázaro não verificasse.

Finalmente, Lázaro foi embora. O mapa mostrava o nome dele subindo as escadas, a caminho do terceiro andar. Scorpio saiu da sala e seguiu até a porta ao lado, onde estariam os estoques de poções. Quando apontou a sua varinha para a fechadura o mapa caiu de suas mãos. Quando o juntou do chão, reparou em um nome que circulava no corredor acima do seu: ''Tom Riddle''.

– Que diabos...! – Scorpio fechou o Mapa do Maroto. Demorou alguns instantes para acreditar no que acabara de ver. Desistiu de abrir o depósito e olhou para cima. Assim que ouviu passos, entrou novamente na sala de poções. Passados alguns minutos, Scorpio abriu a porta e rapidamente desceu as escadas que davam ao Salão Comunal da Sonserina. Correu tão depressa que chegou ao dormitório ofegante.

– Onde você estava? – disse Alvo, que estava sentado em sua cama. O tabuleiro branco ao seu lado, ofuscante.

Scorpio levou alguns segundos para se recompor.

– Você precisa ver isto!

Alvo se aproximou de Malfoy, que abria o Mapa do Maroto em frente a seu nariz.

– O que tem demais? – Alvo se esforçava para encontrar alguma anormalidade no pergaminho.

Scorpio Malfoy abriu e fechou o mapa cinco vezes, para se certificar do que tinha visto.

Ele estava aqui agora a pouco!

– Quem?

– Tom Riddle!

Alvo arregalou os olhos, em seguida ergueu uma de suas sobrancelhas:

– Não seria o Von Rittle da Lufa-Lufa?

Scorpio suspirou.

– Tá dizendo que eu não sei ler? Eu li Tom Riddle! Estava no corredor do primeiro andar, perto da sala do professor Hazel!

– Mas isso é impossível! – Alvo pareceu um pouco preocupado. Os olhos cinzentos de Scorpio eram indecifráveis. Não conseguia perceber se aquilo era uma pegadinha de mau gosto ou realidade.

– A gente também pensou que era impossível conjurar a Marca Negra! E veja só o que você fez! Conseguiu!

Alvo fez sinal para Scorpio fazer silêncio. Enfim, Scorpio percebeu que falara alto demais. Os alunos que estavam dormindo se mexeram brevemente. Topher Stiglitz levantou da cama e com um feitiço, fez surgir água dentro de um cálice sobre o criado-mudo. Assim que tomou vários goles, foi até o canto do quarto e retirou a cobra verde de estimação de dentro de uma caixa escura.

– Tudo bem, minha querida. Papai já está aqui... Não tenha medo. – disse ele, acariciando a pele escamosa do animal.

Scorpio e Alvo seguraram o riso. Topher parecia nem notar que os dois estavam acordados e conversando muito próximos a ele. Assim que sentou em sua cama, finalmente os notou:

– Vocês não foram dormir ainda? – Topher sussurrou, seus olhos azuis estavam entreabertos.

– Ahhh, nós acordamos agora mesmo... Com os seus roncos. – disse Scorpio, tentando parecer sincero.

– Sem desculpas, Sr. Malfoy. Como monitor chefe, devo alertá-los que se quiserem ficar acordados terão de ir ao salão comunal! E falem baixo! Até porque, eu e Nerfertiti queremos dormir. E ela de-tes-ta ter seus sonhos interrompidos! – Topher encarou a cobra nos olhos. – Não é, meu amor?

– Ah claro, Toph... – Alvo deu um risinho. – Vamos descer.

– E não ousem sair de lá! Ou as conseqüências serão severas! – Topher encarava os dois terceiranistas com rigorismo.

– Ta bom, ta bom, já entendemos... – Scorpio já estava em frente à porta do dormitório.

– Não me desobedeçam! Repito: eu sou o monitor chefe! E como todos sabem... – Topher suspirou, acariciando a pele víscida de Nefertiti. – Consegui este cargo sem ajuda!

Scorpio e Alvo já saíram do quarto. Um pouco antes de Alvo bater a porta, pôde ver o restante dos alunos atirando travesseiros e peças de roupa em Topher Stiglitz, o qual pedia desesperadamente por silêncio.

Os dois garotos desceram a escada em espiral e foram até o salão. Assim que se aproximaram da lareira, ela se ascendeu sozinha, iluminando o grande recinto. As tochas nas paredes se ascenderam também, juntamente com os castiçais. Alvo reparou como os vitrais nas janelas eram incríveis, sendo possível enxergar o fundo do Lago Negro através deles.

– Então? Acha que é verdade? – a voz arrastada de Scorpio retornara. Este estava sentado no sofá, mexendo no mapa, curiosíssimo.

– O que?

– Como ''o que''? O Lord das Trevas! Aqui em Hogwarts? – sussurou Scorpio, apontando o dedo indicador no mapa, quase furando o pergaminho. Estava começando a se cansar com a indiferença que seu amigo fazia quando o assunto era tocado.

– Acho que não. – Alvo sentou na poltrona à frente. – Se tivesse algum boato ''construtivo'' sobre isso meu pai já teria feito alguma coisa.

– Bom... Tem razão. E depois... O mapa pode ter sido alterado. – A voz de Scorpio se tornou fria, assim como seus olhos. No fundo, pensava que Alvo duvidava de sua história.

– Pode ser. – Alvo estava calmo. Tão calmo que Scorpio chegou a se irritar.

Um barulho vindo da escada fez com que os dois dessem um pulo. Só pelo som dos passos se aproximando, perceberam quem estava vindo. Rapidamente Malfoy apontou sua varinha para o mapa e sussurrou:

Malfeito Feito!

Topher Stiglitz estava com os olhos vermelhos. Seus cabelos dourados, que normalmente eram penteados, agora estavam completamente fora de ordem. Mantinha uma expressão assassina no rosto.

– Vocês estão falando muito alto! Todos os outros não conseguem mais dormir por culpa de vocês! – disse o monitor, que agora usava um roupão verde-musgo.

– Foi mal... Nós já estávamos indo dormir. Não é, Scorpio? – disse Alvo, se levantando da poltrona.

Scorpio concordou com a cabeça e se virou em direção as escadas. Topher correu primeiro em frente a elas, de braços abertos, impedindo a passagem dos dois.

– Espere aí! O que é isso na sua mão? – Topher apontou para o Mapa do Maroto. Scorpio engoliu em seco.

– É só um pergaminho. – disse Alvo, automaticamente.

Topher arrancou o mapa das mãos de Malfoy, e apontou sua varinha para o objeto.

Revele o seu segredo!

Alvo Potter riu antecipadamente. Sabia o que estava prestes a acontecer. Já Scorpio não entendeu nada. Estava apenas com medo de que sofressem alguma detenção. Como monitor chefe, Topher tinha o poder de punir os alunos.

Como se uma mão invisível estivesse escrevendo, começaram a surgir palavras vermelhas na superfície lisa do mapa.

''O Sr. Aluado apresenta seus cumprimentos ao monitor Stiglitz e pede que ele se olhe no espelho e repare o grande furúnculo de tamanho anormal que ele tem na testa.''

Topher arregalou os olhos e pôs a mão no rosto, indignado.

''O Sr. Pontas concorda com o Sr. Aluado e gostaria de acrescentar que o monitor Stiglitz tem sérios problemas mentais.''

Scorpio Malfoy ficara roxo de tanto rir. Topher lia o que estava escrito como se lesse uma bíblia.

''O Sr. Almofadinhas gostaria de deixar registrado o seu espanto de que um idiota desse calibre tenha chegado a monitor chefe.''

''O Sr. Rabicho deseja ao monitor Stiglitz uma boa noite e aconselha a esse estúpido que aprenda a jogar quadribol decentemente.''

O queixo de Topher Stiglitz se enrijeceu de raiva. Alvo e Scorpio seguraram o riso imediatamente. Estavam esperando a bomba vir. Mas algo inesperado aconteceu. O monitor voltou ao dormitório correndo, jogando o mapa no chão. Alvo teve certeza de que ouvira soluços de choro. Mesmo assim, ainda era engraçado. O rapaz, que todos consideravam bonito e politicamente correto, sofreu ao ouvir algumas verdades.

Alvo e Scorpio sentaram novamente no sofá, esperando o ataque de risos cessar. Sabiam que mais tarde receberiam uma detenção. Mas o que acabara de acontecer recompensava.

Rabicho... – sussurou Alvo.

– O Pedro Pettigrew? Já ouvi falar... O que tem ele? – Scorpio esfregou os olhos. Pelo visto já estava com sono.

– Tem muitas coisas! Coisas ruins, é claro. – Alvo parecia inquieto. – Meu pai comentou o dia em que o viu no mapa do maroto.

– Ta, e qual é o problema?

– Nenhum, aliás. Na época que ele o viu, todos pensavam que ele estava morto, por isso achou tão estranho. O mapa nunca mente. De fato, Rabicho não estava morto!

– Sim, essa parte me falaram. Ele era um animago. Mas você não está sugerindo que o Lord das Trevas seja um...

– Lógico que não! Eu não sou retardado! – Alvo suspirou, percebendo que Scorpio se espantara com a resposta dele. – Mas existe um motivo para Lord Voldemort ter aparecido no mapa. O mapa nunca se engana!

Os olhos de Scorpio brilharam de malícia. Agora estava convicto de que Alvo acreditara nele.

– Acredita em mim agora, não é? – Scorpio dobrou o mapa, mordendo o lábio inferior. – De uma coisa nós sabemos. O Lord das Trevas não está...

– Está morto sim! – interrompeu Alvo. – Mas não o suficiente.


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