Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 11
Capítulo 11 – Carta da Mãe




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Já era o último trimestre. A aula de poções era tão insuportável quanto o professor. Apesar de Adolf Greengrass ser um renomado alquimista, como professor ele era terrível. Os alunos da Sonserina eram os únicos que o suportavam. Com certeza o fato de o professor privilegiá-los constantemente tinha a ver com isso.

Alvo foi obrigado a se acostumar com os alunos de outras casas falando dele pelos cantos. Uma das coisas que Alvo percebeu estando na Sonserina, foi que os alunos residentes nela são muito unidos. Todos tinham um pensamento parecido. Sentiam-se honrados por estarem lá, e certamente  tinham um enorme desprezo pelos nascidos trouxas.

Depois do que aconteceu no salão comunal da Sonserina alguns alunos de sua casa até passaram a gostar mais dele. Alvo tinha certeza de que havia muitos ali que eram adeptos a ideologia de Lord Voldemort, e talvez tivessem pensado que Alvo estaria relacionado a ele de alguma forma.

A notícia de que Alvo pôde falar em língua de cobra demorou a ser espalhada. Alvo até se admirou pelo duradouro silêncio dos sonserinos. Pois afinal, somente eles sabiam. Mas um certo dia a notícia foi ouvida. Alvo dava explicações aos demais sempre que podia, dizendo que aquela foi a única vez em que conseguiu fazer aquilo, o que era verdade. Na segunda vez que viu a cobra Nefertiti não ouviu mais a sua voz. Ou às vezes mentia, dizendo que aprendeu algumas palavras com seu pai e disse de bobeira.

O professor de poções escrevia um longo texto no quadro sobre venenos e como reconhecê-los.

– Alunos! Alguém poderia me dizer que tipos de venenos são os mais letais? – perguntou Greengrass, olhando apenas para os alunos da frente onde estavam aglomerados somente alunos da Sonserina.

– Com licença, senhor. – disse Rose Weasley – Os venenos mais letais...

Greengrass soltou um barulho como‘’Shhh” com o dedo indicador em frente a boca, encarando Rose, furiosamente.

– Garota, você é muito metida! – o professor deu uma risadinha sarcástica. – Não fiz a pergunta a você.

Greengrass apontou seu dedo comprido para o rosto de Alvo Potter, que quase pôde senti-lo encostar seu nariz.

– Vi que o senhor ia levantar a mão, como uma pessoa educada faz. Pode responder, Sr. Potter.

Alvo corou. Ele realmente iria responder a pergunta do professor. Mas sabia que Rose ficaria furiosa se o fizesse. Até porque, sua amiga o encarava com olhos de fera. E não arriscaria perder sua amizade, ainda mais ela sendo uma das únicas conhecidas da Grifinória que não falava mal dele.

– Eu não sei a resposta, senhor. – mentiu Alvo dramaticamente. Então pôde notar o sorriso da amiga que agora teria a oportunidade de responder.

– Mas eu sim! – interrompeu Scorpio, com sua voz arrastada. – As poções mais letais são aquelas que têm sua reação retardada, ou seja, que agem devagar, mas que vão devastando tudo por onde passam. Assim que um bruxo é contaminado por uma delas, ele demora a perceber seu efeito. O quando finalmente percebe o estrago já é muito amplo.

O professor bateu palmas de um modo ridículo. Os alunos suspiraram, horrorizados com a cena. Até Scorpio se espantou com seu próprio padrinho. Chegara a ficar com vergonha de sua reação.

– Ooohh! Muito bem, Scorp, muito bem! Dez pontos para a Sonserina!

Rose Weasley ficara muito brava, junto aos demais alunos das outras casas. Mas pelo menos agora Alvo não seria o culpado. A aula havia chegado ao fim. Os alunos se dirigiam a saída enquanto Scorpio conversava com o professor nas carteiras da frente. Provavelmente estava sendo obrigado a ouvir elogios.

Alvo Potter estava sentado no pátio central, solitário, lendo um livro sobre Transfiguração. Eis que surge uma coruja cor de palha. Ele a reconheceu na mesma hora em que posou ao seu lado. Era de sua mãe. Havia um pequeno envelope preso a seu bico. Alvo o abriu, esperando não serem más notícias.

"Querido Alvo,

Estou sabendo como está sendo difícil para você depois do que aconteceu no Clube dos Duelos no começo do ano letivo. Seu pai foi advertido no ministério caso você fizesse mais alguma coisa fora do nosso controle. E Kraven Norington não é bem o que podemos chamar de um ministro justo. Por isso peço para que seja discreto. Confie na diretora McGonagall. Ela, seu irmão e seus antigos amigos são os únicos com quem você pode contar.  Você é um menino muito inteligente. Mas não abuse disso como se fosse um escudo. Faça o seu melhor, sem esquecer que, em Hogwarts, além dos estudos você viverá os melhores anos da sua vida. Eu acredito em você, meu amor. Não sabe como sinto saudades!  Te amo muito.

Com amor de sua mãe, Gina. "

Alvo sentiu-se novamente culpado. Teria que aprender a controlar seus instintos. A cada dia que passava sentia uma vontade compulsiva de aprender mais do que os outros. Rose havia se afastado dele, assim como muitos alunos da Grifinória. Em momentos de fúria, por não ser idolatrado como o irmão, sentia que era melhor assim. De que serviam os antigos amigos, se os mesmos sentiam aversão apenas por se aproximarem dele.

Rose Weasley estava a alguns metros de distância, observando-o de longe. Alvo teve a certeza de que ela estava comentando com sua melhor amiga a respeito dele. A menina ruiva foi andando em sua direção, acompanhada de Luana.

– Olá, Alvo. – disse Rose, um pouco incerta.

– Olá.

– Sabe... Precisamos parar de agir assim! Você é meu amigo. Não quero que sua nova mania de superioridade nos atrapalhe.  – Rose teve que rir quando Alvo fez uma careta.

– Ah, Rose! Não comece! – Alvo disfarçou o riso. – Você sabe por que estou fazendo isso.

– Alvo... – Rose colocou as mãos sobre os ombros do amigo. – Você não tem que ser melhor que Tiago. E sim, vocês dois são irmãos. E os dois são ótimos. Mas você deve seguir o seu próprio caminho. Não precisa de todo esse ciúme.

Alvo sorriu. Finalmente alguém lhe compreendeu.

– O único problema entre vocês dois é que Tiago é da Grifinória e você da Sonserina. – disse Luana. Mas assim que percebeu a feição furiosa de Alvo complementou: – Não que isso seja ruim. A Sonserina é ótima pra você.

Então os três foram entrando novamente no castelo, em direção ao salão principal. Luana sorriu para Alvo:

– Bom... Nem todo mundo na Grifinória fala mal de você.

– É mesmo? – disse Alvo, extremamente irônico.

– É sim. Vinte por cento dos alunos o consideram um cara bacana.

– Ah, não é tão ruim assim. – Alvo sorriu, satisfeito.

– Oitenta por cento acham que é uma ameaça. – completou Rose Weasley, dando tapinhas nas costas de Alvo.

Alvo Potter teve de se conformar. O ano letivo estava quase no fim e tinha esperanças de que poderia finalizá-lo sem cometer nenhuma bobagem. Antes de chegarem ao salão principal, os três depararam-se com Scorpio Malfoy em frente à grande porta.

– Ah, Potter! Mais essa agora! – sua voz era fria como um sopro de dementador. – Falando com uma sangue-ruim!

Luana enrubesceu e deu as costas, com uma expressão magoada no rosto. Rose foi atrás dela, lançando antes um olhar mortífero a Malfoy. Alvo, estranhamente, não se comoveu. Pelo contrário, se deu conta de que fizera algo muito incomum entre os sonserinos.


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