Longos Passos até a Felicidade escrita por Yasmim Carvalho


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora e ao capítulo "pequeno".Conversamos lá em baixo... Boa leitura.



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Capítulo 5

“Nas asas do tempo, a tristeza voa.”
Jean de La Fontaine

Narrador.

Nova York – 7h53min – Apartamento de Jasper Hale. 

- Puta merda, to atrasada! – Alice gritou desesperada ao olhar o relógio que estava ao lado do criado mudo. – Jasper, me solta! – Resmungou tentando se desvencilhar dos braços possessivos do noivo. – Jasper!

- Que foi Lice? – Resmungou rolando para o lado da cama de casal e finalmente soltando a noiva.

Alice levantou em um pulo da cama e fuzilou-o com seus olhos cinza espertos e analíticos.

- Não vem com o que foi “Lice”, você escutou perfeitamente quando eu disse que estava atrasada. – Brigou com ele enquanto colocava sua calça amarrotada de trabalho e passava a mão furiosamente na blusa branca de seda.

- A Alice, não vai trabalhar hoje não. – Pediu ficando sentado e passando a mão nos cabelos loiros encaracolados. – Por favor, fica hoje aqui. Você tem trabalhado tanto que duvido que vão ficar irritados por faltar hoje.

- Jasper, sabe muito bem que não posso. – Alice falava enquanto colocava a blusa dentro da calça e abotoava. – Simplesmente não posso faltar meu trabalho assim.

- Pode sim! – Resmungou ele parecendo mais um garotinho de 13 anos do que um homem de 31. – E só você querer. Você tem folga na casa, pode tirar-la hoje para ficarmos juntos.

Alice olhou para dentro dos olhos do noivo e sem dizer mais nada adentrou no banheiro da suíte. 

Ela achava que ele não conseguia entender que no trabalho dela ela não era a própria chefe. Ela recebia ordens. Tinha que cumpri-las.

Jasper não, ele tinha seu próprio negócio – um buffet famoso e reconhecido – em que ele era o chefe e podia chegar a hora que quisesse. Ele não recebia ordens, ele era recebia para dar ordens aos outros.

- Faz meses que você não tira uma verdadeira folga, tirando aos domingos. – Alice escutou Jasper dizer irritado do quarto. – O que está acontecendo Alice? Porque parece que você prefere o trabalho a ficar um dia completo comigo.

Horrorizado com as palavras do noivo, mas também chateada de ele desconfiar que houvesse algo a mais, Alice saiu do banheiro com a boca suja de pasta de dente e foi em direção a cama.

- Estou quase virando sócia da empresa, preciso me esforça o máximo que posso para que isso tudo de certo. Você sabe que o Sam ta disputando comigo, ele trabalha mais da metade do dia, eu simplesmente não posso deixar que ele vire sócio e eu fique a ver navios. Pensei que você soubesse disso, das coisas que são do meu interesse. – Despejou chateada.

- E eu sei! – Gritou por fim. – Sei de tudo isso. Mas estamos prestes a nos casar, e você se importa mais com esse trabalho do que comigo. Há quantos anos estamos juntos Alice? Tempo o bastante para eu perceber que tudo gira em torno do seu trabalho, seu primo, ou qualquer coisa assim. Eu sou o último da sua lista, estou sempre em escanteio. E porra, estou pedindo para hoje você tirar o dia de folga, porque eu estou com saudades de você, e quero ficar só com você e que o resto do mundo se foda, e você se nega. Então, o que está acontecendo? Não sei você, mais começo a sentir que o nosso relacionamento...

- Não! – Alice gritou deixando a escova de dente cair no chão. – Não termine essa frase Jasper. Eu amo você, você sabe disso. Pelo amor de Deus, as coisas vão se acertar eu vou da um jeito...

- Você trabalha praticamente 16 horas por dia, Alice!

- E quando eu virar sócia vou trabalhar menos, muito menos. – Prometeu.

- Está bem, bom dia de trabalho, não quero ficar brigando com você! – Irritado, Jasper se jogou de volta na cama e cobriu o rosto com o travesseiro.

- Jasper... – Disposta a melhorar a situação Alice se sentou na cama e começou a engatinhar para perto de Jasper. – Amor...

- Não Alice, me deixa sozinho.

Se sentindo perdida, ela ficou alguns minutos, sentada encarando o travesseiro que estava tampando a fisionomia do rosto do noivo.

Respirou fundo, se levantou e calçou os sapatos, pegando a bolsa grande de trabalho.

Precisava ir, não podia simplesmente perder essa oportunidade. Era o futuro dela em jogo. Depois ela resolveria as coisas com Jasper, ele iria perdoá-la, ele sempre perdoava.

Batendo a porta do apertando, Alice seguiu rumo ao elevador.

Esperava que essa briga ridícula não afetasse no futuro do seu relacionamento. Ela o amava, disse ele não precisava ter duvidas.

Porém, bem no fundo, tinha a sensação de que quando voltasse para casa, nem tudo estaria um mar de flores.

(...)

Mansão Masen – 8h da manhã

Isabella Swan arrumava a sala cantarolando uma musica que ela costumava ouvir quando ainda estava no primeiro ano da faculdade.

Sua mente flutuava para noite anterior, quando viu o ferimento de Edward, e quando ele a escorraçara de seu escritório. Não tinha visto ele desde daquela hora, e acreditava sinceramente, que não o veria durante todo o dia. Ela sabia – mesmo tendo pouco tempo na mansão – que seu chefe, fugia de tudo que lhe era estranho, e sabendo ela que para ele era um grande mistério, duvidava muito que ele quisesse ficar por perto, ou muito menos lhe conceder a palavra.

Porém, não sabia se isso era bom ou ruim. Afinal de contas, não queria ser demitida pelo simples fato de querer ajudar alguém que se recusava, mas bem no intimo sabia que precisava de ajudar para seguir em frente, seja qual fosse seus problemas passados.

Passou o aspirador de pó sobe o grande tapete da sala e espirrou. Revirou os olhos sabendo que aquilo era algo comum quando mexia com poeira e continuou a fazer seu trabalho. “Pelo menos Edward não poderia me demitir alegando que sou incompetente” pensou.

Continuando com sua faxina e sua canção cantarolada, Isabella passou sua manhã.

 (...)

Edward estava bravo, mas dessa vez ele não quebrara nada para descontar sua ira.

Havia acabado de acorda de um dos sonhos mais intensos e reais de toda a sua vida. Na realidade seu sonho mais parecia com um déjà vu onde ele estava com Isabella em uma sala e ela tentava cuidar dele e concerta algo errado.

Só que dessa vez não eram machucados externos que Isabella Swan insistia tanto em cuidar. No sonho, suas palavras não podiam ser escutas, mais seus gestos desesperados eram tão simples em traduzir que seria impossível Edward não perceber. Isabella apontava para o coração tão desesperadamente e em seu pequeno rosto podia-se vê que o que dali transparecia era um simples, mas tão significativo “eu posso ajudar” que Edward ficou descompassado.

E quando acordou muito irritado.

Ela era uma estranha, não sabia nada sobre ele além de que tinha alguns problemas para controlar seu nervosismo e destruía tudo. Ela era uma invasora em território estranho, e ajuda era a última coisa que uma estranha poderia fazer.

Mas mesmo assim, desde que Isabella Swan chegara, sempre quando ele estava em uma crise ela aparecia. Não era preciso pedir sua ajuda, a garota já se prontificava em ajudar e batia o pé firme se sua ajuda era questionada ou pior ainda recusada.

Vê que alguém se preocupava com seu estado além de Alice e sua tia fazia Edward sentir que sua vida dava uma volta de 360º e o deixava louco já que em sua mente quando ele precisou de mudanças não teve. Seu pai não foi impedido de fazer o que fez, e depois que ele morreu e tudo já estava errado, ele não precisava de ninguém tentando reparar erros irreparáveis.

Mesmo assim, tinha quase que certeza absoluta que não se livraria tão facilmente de Isabella assim. Principalmente sabendo que Alice gostava dela e desconfiava que Bella estivesse envolvida na suposta melhora de aparência do seu quarto quando foi visitá-lo.

Sentia bem no seu intimo que Isabella Swan havia chego em sua vida para ficar, e só sairia dali, se ela mesma quisesse. Ele perceberá que ela não queria, e se angustiava com isso.

- O que você quer de mim? – Gritou irritado para que toda a casa ouvisse. – O que você quer? – Gritou de novo.

Isabella da cozinha pode ouvir os berros de Edward. Seu corpo todo se arrepiou e se contraiu como se aquele berro fosse para si. Balançando a cabeça, recusou cair em pensamentos sobre o que aqueles gritos significavam e voltou para suas tarefas.

Enquanto isso, Edward começou a andar de um lado para o outro, se perguntando toda hora o que ela queria. Ela não podia ser uma simples empregada disposta a ajudar. Não fazia sentindo para ele, isso parecia-lhe tão impossível, uma pessoa ajudar a outra por simples prazer que o matava lentamente por dentro.

Mais irritado ainda por nunca conseguir uma resposta sobre suas grandes duvidas que envolviam Isabella Swan, Edward abriu a porta do escritório e marchou determinado rumo a cozinha. Ele sempre a encontrava ali, e hoje não seria diferente.

Parecendo forçadamente distraída, Isabella limpava a bancada com um pano e tinha um vidro de álcool na mão. Estava de costas para ele. Esperando conseguir suas tão desejadas respostas, Edward puxou-a pelo ombro brutalmente fazendo seu braço estalar e a garota olhar para ele assustada.

- Deus, que foi? – Perguntou se soltando de suas mãos brutas e apertando o peito, onde o coração batia tão desesperadamente. 

- Quem é você? – Ele gritou.

Seus olhos verdes eram tão perturbados vagando de um lado para o outro procurando sentindo para tudo.

- O que? – Isabella respondeu sua pergunta com outra, confusa. – Sou Isabella Swan, a empregada da sua mansão. – Seu tom de voz saiu mais confuso ainda do que antes, como se a pergunta dele fosse tão absurda que mexesse com seu cérebro.

- Não se faça de idiota! – Gritou e empurrou Isabella pelos ombros, fazendo-a cambalear e bater com as costas na bancada. – Quem é você Isabella Swan? E o que você quer de mim? Foi a Alice que te contratou para tomar conta da minha vida e me deixar ainda mais louco? Quem é você?

Indignada e acima de tudo irritada com o absurdo dele ter empurrado-a tão brutamente, Isabella sentiu suas bochechas ganharem um tom avermelhado extremamente forte. Empinando o peito, suas pequenas mãos foram tão brutais e agressivas como as de Edward ao empurrar ele para longe de si.

- Eu sou o que eu acabei de lhe dizer, Sr. Masen! – Seu tom de voz havia perdido todo o ar amistoso. – Me chamo Isabella Swan, e pelo simples fato de eu não ter nascido em berço de ouro e ter uma mansão onde eu posso apenas destruir tudo que vai ficar tudo certo depois, eu sou sua empregada. O que mais quer saber sobre mim? Essa sou eu! E eu não admito que encoste um dedo em mim!

Abalado com a atitude de Isabella, Edward recuou três longos passos e sentiu sua garganta travar. Nem havia percebido o qual bruto tinha sido com ela, e de repente se sentiu acanhado por ter sido tão bruto e violento como seu pai.

- Não! – Gritou e deu as costas para Isabella correndo escada a cima desesperado.

O simples pensamento de ser um completo ogro nojento abalava-lhe a mente. “Eu não sou como ele. Não sou agora e nunca serei” pensou.

Depois disso, começou a chorar. Não queria admitir, mas no intimo sabia certamente que dava no mesmo agredir uma mulher aparentemente indefesa e uma criança se você tinha o dobro do tamanho e força.

Com a porta do quarto fechado, ele começou a destruir tudo que havia ao seu redor como em muitas outras vezes. Mas dessa vez tudo era simplesmente pior. Ele não destruía apenas por sentir raiva ou estar muito abalado por causa do seu passado. Tudo agora era por causa do presente, de quem ele estava se tornando.

Não queria se tornar no monstro que um dia lhe assombrou. Tinha medo de estar se perdendo muito mais do que um dia já esteve perdido.

- EU NÃO SOU COMO ELE! – Gritou pegando uma cadeira e jogando na porta do quarto, que despencou do outro lado, ficando no corredor. – NÃO SOU! – Pegou outra cadeira e jogou na porta do quarto na frente do seu que não chegou a cair, mas fez um barulho estrondoso abrindo-se.

Não satisfeito em destruir só seu quarto, com a cadeira nas mãos Edward saiu por todo o corredor destroçando tudo.

No ultimo quarto, sem forças mais para tanta destruição, se jogou no chão se sentindo o pior dos seres.

- Eu simplesmente não posso ser como ele. – Sussurrou.

Ao pé da escada aterrorizada Isabella assistia tudo. Com as mãos no rosto ela chorava vendo tudo destruído e as condições em que Edward estava. Não se sentia culpada por ter sido dura com ele, ele praticamente havia agredido-a, não podia se arrepender do “chega para lá” que deu. Mas vê tudo tão destruído daquela forma era demais para ela.

Sabia que aquilo era muito alem da sua capacidade de entendimento, e no seu intimo não queria entrar em toda aquela confusão. Mesmo assim, com um passo na frente do outro, ela atravessou os objetos quebrados até chegar a Edward.

Agachou-se na frente do homem caído no chão, e junto dele chorou. Não precisava ser intima dele para vê que ele no momento não precisava de palavras de conforto ou broncas. Precisava apenas de alguém que estivesse ali sem falar nada ou fazendo perguntas que não havia respostas.

Sua mão pequena buscou a dele para um aperto sem cobranças, perguntas ou duvidas. Era só um carinho entre dois estranhos que era necessário.

Um ombro amigo estranho muitas vezes era melhor para colocar suas lamentações do que um amigo. Isabella sabia disso, e estava ali disposta a ser o deposito de lamentações dele.

Sem esquivar de seu aperto de mão, em um ato inesperado, sentiu o corpo de Edward cair sobre o seu em um aperto desesperado. Era o abraço mais cheio de segredos e medos que ela já sentira, porém retribuiu tão apertadamente quanto podia.

Edward continuou a chorar, molhando seu ombro nu. Suas lagrimas quentes caiam sem parar, arrepiando o corpo da garota, mas ela não reclamava. Ela não estava ali para isso, ela estava ali só para ajudar.

- Eu sinto muito Isabella. – Edward sussurrou em seu ouvido abafadamente.

Aquela foi uma das poucas desculpas que ouviu de Edward, se não a única. Assim, Isabella apertou mais ainda seus braços nele.

- Nesse momento, não há do que se desculpar. – Respondeu calmamente.

Ficaram alguns minutos mais abraçados até que Edward soltou o corpo de Isabella e se afastou bruscamente, olhando para o lado começou a se sentir acanhado e envergonhado por tudo.

Percebendo seu desconforto, Isabella se levantou, e desceu as escadas silenciosamente.

Não tinha nada a se pensar ou muito menos comentar sobre o que acabará de acontecer. Mas seu coração e sua pele ainda estavam tanto acelerados quanto arrepiados do contato tão intimo com Edward.

(...)

Isabella estaria mentindo se dissesse que o dia passou arrastando. Na verdade, depois do ocorrido com Edward tudo parecia rápido, confuso e turvo demais para sua mente que apenas sabia vagar, porém em nada conseguia se fixar. 

Estava incomodada com tudo que presenciou, e se sentia tão perdida que queria poder pedir ajuda a alguém. Sabia não poder, mas a vontade a consumia imensamente internamente.

Tinha feito uma boa limpeza no andar de cima, e pouquíssimo falara com Edward depois do ocorrido. Só tinha falado com ele na verdade, quando pediu para que ele mudasse para o quarto que estava menos destruído – o quarto que ficava em frente ao seu – o que ele aceitou sem reclamar ou soltar nenhum resmungo.

Depois disso tudo, foram só limpezas, tentativas frustradas de reparar algumas coisas, e a cabeça confusa.

Pelo menos, depois do ocorrido anterior se ela sentia algum vestígio sobre desistir, tudo havia se decepado. Porque Isabella não poderia dar as costas para um caso tão louco e absolutamente sem sentido sem resolver o problema. Sem ajudar a concerta pelo menos uma parte da vida de Edward. As coisas tinham mudado. Sua vida agora seguia um rumo onde ela não poderia mais controlar, já que mesmo que quisesse não conseguiria sair da mansão sem ter um novo Edward ali, sem todos aqueles problemas que ela sabia que ele escondia dela.

A não ser que fosse colocada no olho da rua, ficaria trancafiada com Edward sem nenhum problema até que ele estivesse bem. Bem de verdade, sorrindo, saindo da mansão e quem sabe até encontrando alguém para lhe fazer companhia.

Mataria assim dois coelhos com uma facada só. Poderia escrever seu romance em paz e ajudar o cara que se recusava em receber ajuda, mas que hoje tinha dado tudo a entender de que ele sabia precisar de algo que lhe colocasse nos eixos certos da vida.

Eram 19h quando Isabella voltar a vê Edward.

Em uma atitude de solidariedade, preparou uma bandeja com um lanche para Edward e subiu as escadas devagar. Sabia que encontraria a porta aberta já que ele tinha arrebentado todas as portas do andar superior.

Lentamente, Isabella bateu na porta do quarto em frente ao seu quarto – oficial – e nada escutou. Bateu mais uma vez e a abriu de leve, encontrando Edward adormecido na cama.

Com passos leves, ela caminhou até a mesinha que estava ao lado da cama e depositou a bandeja, abrindo o guardanapo e tampado o sanduíche que havia preparado para ele. 

Saiu do quarto tão silenciosamente como entrou, indo para seu próprio quarto descansar.

(...)

Narração: Bella.

Tirei meus sapatos confortáveis que eu usava para limpar casa e os joguei em um canto qualquer do quarto. Sentia-me cansada demais para ficar me importando onde ou como meus sapatos tinham ido parar.

Tirei minhas roupas sujas do dia turbulento e as joguei onde eu pensava ser o mesmo local dos sapatos e corri para o banheiro entrando rapidamente no banho.

A água quente tocando os pontos tensos das minhas costas fazia-me soltar leves gemidinhos de prazer. Como se fosse uma massagem, a água ia relaxando todas as minhas tensões até que tudo saísse do meu corpo em si e ficasse só dentro da minha cabeça.

As lembranças do ocorrido de mais cedo invadiram minha mente com toda força. Edward caído no chão, e depois em meus braços chorando, foi algo que me tocou tão intimamente que eu não sabia nem ao certo qual deveriam ser meu pensamento e minhas atitudes com ele.

No final das contas, não importava. Eu podia parar e ficar refletindo sobre tudo, preparando discursos consoladores e repreensivos que eu nunca saberia ao certo o que fazer, apenas teria que contar com meu instinto.

Mas caramba... Ele chorou em meus braços!

Acho que eu estou assustada com tudo, ou talvez o que descreve melhor o que eu estou sentindo e surpresa.

Nem com toda a minha persistência eu esperava ter Edward em meus braços chorando, mesmo que não fosse um desabafo verbal, pude vê que aquilo era tudo que ele podia agüentar sozinho. Fui seu ombro amigo e consolador hoje, e isso e tão surreal.

Escutei o barulho do meu celular tocando vindo do quarto.

Sem desligar o chuveiro, sai de baixo da água, me enrolei rapidamente na toalha e corri para o quarto para pegar meu celular. Atendi sem olhar o número ou o nome de quem me ligava.

- Oi. – Disse apressada voltando para o banheiro para não molhar o quarto.

- Isabella? – Paralisei ao escutar a voz do outro lado da linha. – Isabella, não é hora para você querer ficar chateada comigo e me dar o voto de silêncio. – A voz disse irritada comigo. – Você está me escutando?

- Sim. – Disse baixo. – Estou te escutando sim. Pai.

Senti que faltou um pouco de ar nos meus pulmões ao perceber que era meu pai do outro lado da linha. Ele tinha dito que eu seria esquecida como filha, e para me ligar só significava que algo ruim, muito ruim mesmo tivesse acontecido.

Pude ouvir o som da sua respiração pesada do outro lado da linha.

- Bells... – Seu tom de voz ficou mais fraco e manso ao mesmo tempo – Preciso que volte para casa.

- O que? Por quê? A mamãe está bem?

- Não Bells, e é por isso que eu preciso de você aqui. – O barulho dele engolindo seco foi tão alto que pude ouvir. – Não sei o que fazer. Preciso da sua ajuda.

- Pai, o que aconteceu? Pelo amor de Deus, o que está acontecendo? – Minha voz já beirava o pânico.

Baseando-se em nossa relação, tudo ficava ainda pior. Ele precisava de mim. Mas para que?

- E a sua mãe Bells... A mamãe...

- O que tem a mamãe pai? Ela está bem, não está?

- Deus queira que sim. – E foi então que meu mundo definitivamente parou quando ele começou a chorar, um choro desesperado e cheio de angustia. – Ela morreu Bella. Renné morreu.

Não consegui dizer nada. Simplesmente nada. Era como se eu tivesse entrando em um universo completamente paralelo onde aquele telefonema nunca existiu.

Acho que desliguei o telefone na cara do meu pai. Na verdade, não sei ao certo. Eu estava presente e ao mesmo tempo não estava... Tudo rodava... As coisas eram irreais demais para parecer que não passava de um grande pesadelo.

Então ainda de toalha, arrastei meu corpo para debaixo do chuveiro de novo, e deixei a água cair sobre mim.

Nenhuma lagrima escorreu dos meus olhos para meu rosto. Nenhum soluço saiu de meus lábios. Eu não fiz nada, absolutamente nada, só deixei a água cair sob mim por horas, até que tudo parasse de ser tão dormente e irreal, para eu tomar uma atitude.




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Notas finais do capítulo

Gente, mil desculpas pela demora. Eu travei total, e não conseguia escrever uma linha se quer. Ainda to meio travada, por isso esse capítulo e menos.Edward abraçando a Bella.... Hmm, o que vocês acham disso? Comentem e não abandonem a fic, porque eu sempre vou tentar postar rápido, mas quando eu demorar e porque alguma coisa aconteceu. Ah, se puderem entrem na minha comunidade no orkut, que tem outras fics/ones-shots minhas: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=98803065E isso, beijos, e não esqueçam de comentar.