Longos Passos até a Felicidade escrita por Yasmim Carvalho


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Conversamos lá em baixo..Boa leitura.



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Capítulo 4

"Seja cortês com todos, mas íntimo de poucos, e deixe estes poucos serem bem testados antes que você dê a eles a sua confiança. A verdadeira amizade é uma planta de crescimento lento, e deve experimentar e resistir os choques da adversidade antes de ser receber o nome de amizade.”

(George Washington)

Narração: Bella. 

Quando Edward ouviu os passos da prima, ele correu para a lavanderia e pegou roupas sujas – que pelo menos estavam em melhores condições da que ele vestia – e vestiu-se.

Corri para fora da cozinha, indo receber Alice que era acompanhada por um homem de cabelos loiros de ombros largos, que tinha um dos sorrisos mais doces que eu já havia visto.

- Bella. – Ela saldou-me dando-me um abraço como se fossemos intimas.

Acanhada retribui o abraço, e logo me afastei me sentindo desconfortável com aquele contato tão intimo.

- Olá Alice. – Cumprimentei-a e dei um sorriso para seu convidado.

- Jasper Hale. – Estendeu-me a mão, aplicando mais um de seu belo sorriso na face. – Você deve ser Isabella, não é mesmo?

- Sim. – Respondi me sentindo um pouco acanhada. Alice deveria ter falado de mim para ele, e eu esperava que não fosse nada de ruim.

- Muito prazer.

Alice soltou a mão de Jasper e começou a andar pela casa como se procurasse algo. Eu sabia que o que ela procurava, Edward, que estava agindo como uma criança se trocando no desespero para não ser pego de modo tão deplorável.

- Oi. – A voz de Edward veio da entrada da cozinha.

Edward apareceu na sala com roupas amassadas e com cheiro desagradável. Sua blusa azul marinho de manga cobria seu ferimento recente no braço. Ele usava calças jeans claras que só denunciava mais ainda o quão sujo elas estavam. Balancei a cabeça descrente de que ele havia pegado as peças mais sujas.

- Deus do céu. Não tem tomado banho Edward? – Alice o repreendeu quando deu um abraço apertado no primo.

Edward deu de ombros como se isso fosse um costume e ela não deveria se importar. Olhei para o lado fazendo uma careta.

- Vamos lá em cima que eu irei pegar uma roupa limpa para você. – Alice puxou-o em direção a escada.

Seu corpo se retraiu e o meu junto ao dele. Nossos olhos se encontraram e por um leve instante eu pude sentir o desespero de não querer preocupar a prima passar por seus olhos verdes.

Não se mete. Não se mete. Não se mete. Cantarolei mentalmente.

Eu queria poder ajudá-lo mais sinceramente, o que eu iria dizer? Nenhuma palavra se quer passou por minha mente.


Você acabou de receber um diploma de letras, você tem que ter pelo menos um pouco de criatividade. Briguei comigo mesma.

- Sabe... – Me peguei dizendo enquanto Alice tentava arrastar Edward para o segundo andar. Ele resmungava não querer. – Se vocês não se importarem, eu gostaria muito de servi o almoço logo. – Corei furiosamente quando Alice me olhou pedindo mais explicações. – Eu, bem, eu estou um pouco cansada, e gostaria de tirar o dia de hoje para descansar.

- Claro querida. – Ela saiu de perto de Edward e colocou uma mão no meu ombro solidaria. – Imagino como e cansativo. Também ando muito cansada e estressada com o trabalho.

E então Alice começou a andar em direção a sala onde havia uma grande mesa de madeira rústica e bem conservada. Ela tagarelava dizendo em como o trabalho estava tumultuado e se desculpava toda hora com Edward por estar sumida. Ele dava de ombros, mais eu percebia que seus olhos ganhavam um pouco de vida quando estava perto da prima.

Retirei-me da sala e caminhei até a cozinha. Esquentei a comida deixando um pouco mais que morna, e levei para a mesa.

Assim, que deixei a comida sai de fininho e subi as escadas devagar para dar um jeito na zona de Edward.

Antes de sair da cozinha eu já tinha enfiado sacos de lixo nos bolsos do avental, então eu só corri para o quarto e encostei a porta.

Comecei a catar todos os lixos com a mão e jogá-los cuidadosamente no saco.

Logo o quarto só tinha no chão ainda moveis quebrados e um odor forte de colônia. Cocei a cabeça pensando o que fazer com tudo aquilo, e suspirei, apenas sabendo que não dava para fazer milagre.

Aproximei-me da mesa de cabeceira, e a levantei. O pé estava quebrado, por isso ela ficava bamba. Catei a madeira de outro moveu quebrado e encaixei em baixo da mesinha de cabeceira.

Afastei-me para vê o resultado e vi que tinha sido bom.

Trabalhei por mais meia hora no quarto, ate que se encontrasse em um estado que não fosse de um completo terror.

- Vamos, você tem que trocar essa roupa Edward. Pelo amor de Deus, trago meu noivo para você conhecer, e você o recebe assim, com roupas sujas? – Ouvi a voz de Alice se aproximar do quarto.

Olhei de um lado para o outro, desesperada.

Eu não podia simplesmente dizer que estava limpando o quarto, já que eu já havia mentido dizendo que estava cansada e precisava do dia para descansar.

Catei os sacos de lixo e os joguei em baixo da cama. Joguei-me logo em seguida, batendo minha cabeça na ripa de madeira da cama. Doeu, mais continuei calada. 

- Desculpe. – Ele resmungou quando ela abriu a porta.

Não pude vê o rosto dele, mais jurava que ele tinha aqueles olhos verdes arregalados à boca entre aberta seca, somente por encontrar o quarto em um estado razoavelmente bom.

- Edward, não acredito! – Alice resmungou.

- O que?

- Você teve de novo... – Ela falou mais baixo. Senti seu peso sob a cama. – Quebrou tudo em mais um de seus ataques. – Alice suspirou alto. – E Bella veio limpar tudo.

- Não. – Ele falou rouco. Pude ouvir o barulho da porta sendo fechada.

- Mostre-me o machucado. – Falou autoritária.

- Alice.. – A voz de Edward estava como se ele estivesse sendo torturado.

- Você não pode mentir para mim. Sabe disso. – O peso que estava em cima da cama sumiu e ouvi passos de seus saltos caminhando em direção a porta. – Me conta o motivo. Foi o mesmo sonho que sempre te perturba?

- Não.

- Não? Foi algo novo? Alguém a mais estava nele? Conta-me o que aconteceu.

- Não e nada Alice. – Mais passos de Alice. – Por favor, pode me escutar pelo menos uma vez quando eu digo que não é nada?

- Não. – Ela resmungou parecendo chateada. – A última vez que me disse que nada acontecia, isso era a maior mentira do mundo! Então, me conta o que anda te deixando descontrolado. Por favor, sabe que eu me preocupo com você, e eu vou simplesmente pirar se você não me falar o que está acontecendo exatamente nesse momento da sua vida.

- Não e nada que eu queria falar com você Alice. – Ele resmungou parecendo irritado e ao mesmo tempo acanhado.

- Desde quando esconde coisas de mim? – Seu tom de voz denunciava o quanto ela se sentia traída.

- Não estou escondendo nada, só não quero falar sobre isso agora.

Ouvi Alice bater os saltos no chão varias vezes até que ela finalmente bufou e se jogou na cama.

- O que está achando da Bella? – Alice perguntou mudando de assunto. 

Senti meu corpo se encolher não querendo ouvir a conversa.

- Porque você chama Isabella de Bella? – Edward respondeu com outra pergunta.

Ouvi Alice soltar uma risada graciosa como se a pergunta dele fosse boba.

- Ela tem cara de Bella oras, e ela não parece incomodada com o apelido. E carinhoso. – Senti outro peso em cima da cama. – Acha que ela não gosta? Deus, tomara que isso não a incomode. Vou perguntar depois, não quero ofender ninguém.

- Não sei. – A voz de Edward estava baixa.

- Não sabe o que?

- Nada.

- Está bem. – Pude senti que Alice se controlava. – O que você está achando dela?

- Ela e estranha. – Apertei os lábios um contra o outro me sentindo um pouco ofendida.

- Como assim? Você quer dizer estranha como se fosse... Diferente?

- Não sei, acho que sim. – Edward parecia confuso.

- Certo. – A voz de Alice parecia se conter o máximo que ela conseguia, não querendo insinuar que ela estava fazendo um interrogatório.

Minhas bochechas estavam coradas por estar ouvindo uma conversa onde eu era o assunto principal. Batidas vieram da porta que logo era aberta.


- Não quero interromper nada... – A voz de Jasper ficou no ar, como se ele não soubesse como finalizar a frase.

- Que isso amor. – O colchão subiu um pouco indicando que a cama tinha menos peso. – Eu já estava indo encontrar você na biblioteca. – Ela soltou uma leve risada. – Vou deixar Edward trocando de roupa. – Ouvi o barulho da porta se fechando.

Pude ouvir a voz de Edward resmungar coisas sem sentido e sentir a falta de peso no colchão que estava sob mim. Peças de roupas sujas caíram no chão enquanto a silhueta de Edward caminhava em direção ao closet.

Suas pernas tinham uma aparência pálida pela carência do sol. Porém, o formato era muito bonito, já que Edward apresentava coxas torneadas e panturrilhas bem desenhadas.

Senti minhas bochechas ficarem ainda mais coradas e afundei meu rosto em minhas próprias mãos. 

Meu Deus, mas que situação!

Continuei com o rosto afundado nas mãos como uma menininha virgem, até que a porta fosse fechada denunciando a saída de Edward.

Rolei para fora de debaixo da cama puxando os sacos de lixo junto comigo e fiquei de pé batendo a poeira dos meus jeans.

Arrastando os pesados sacos de lixo eu sai do quarto e segui rumo ao quarto de visita mais afastado ao de Edward. Eu não sabia se Alice e seu noivo pretendiam passar a noite pela mansão, e caso quisessem fazer isso, acredito – ou pelo menos espero – que queiram ficar perto de Edward.

Entulhei os lixos no banheiro de visita, e dei uma olhadinha rápida em mim mesma no espelho do banheiro.

Meus cabelos que estavam em um rabo de cavalo agora estavam para o alto, e eu tinha um pouco de poeira na minha bochecha – sinal de que eu tinha que limpar melhor de baixo da cama.

Lavei meu rosto e passei as mãos molhadas nas partes altas do meu rabo de cavalo, e finalmente sai do quarto. Esperava não encontrar ninguém no corredor, apenas descer silenciosamente da mesma forma que subi. Dessa vez, não tive sorte – nunca fui muito sortuda na realidade mesmo – e por isso dei de cara com Alice.

- Bella? – Alice perguntou levantando uma sobrancelha para mim.

Sorri mais sem graça do que nunca.

- Oi. – Gaguejei um pouco ao falar um simples “oi”.

- O que estava fazendo ai? – Perguntou se aproximando mais de mim.

- Menina, não é que eu tinha perdido uma coisa. – Sorri mais amarelo ainda, sabendo que eu tava ferrada. Eu mentia pior que uma criança do maternal 3, pelo amor de Deus.

- Que coisa? Achou?

- Achei. – Disse colando a mão no bolso traseiro para vê se tinha algo ali.

Por sorte ou azar, eu tinha uma bala no meu bolso. Tirei a bala um pouco envergonhada amostrei para Alice, sacudindo ele no ar, como se fosse um troféu.

- Fico contente que tenha achada a sua... Bala. – Percebi que ela tentava prender o riso.

- Obrigada, agora se não se importa vou descansar. – Quis morrer ali mesmo.

- Bom final de domingo.

- Obrigada. – Disse começando a andar em direção a escada. – Para vocês também. – Falei antes de sair correndo para me trancar no meu quartinho de empregada.

Joguei-me na cama em uma forma desengonçada que me fez bater com a cabeça na parede.

- Ai. – Resmunguei acariciando meu coro cabeludo. Meu estomago logo em seguida protestou de fome, me fazendo soltar outro resmungo. – E amigo, agüenta mais umas horinhas porque daqui eu não levanto não. – Disse batendo na minha barriga. – Não nasci para mentir. – Resmungou rolando na cama para ficar mais confortável. – Definitivamente, eu não nasci para mentir.

(...)

Narração: Edward.

O mundo começa a me parecer mais estranho do que sempre pareceu. A culpada disso? Isabella Swan, ou como Alice gosta de chamar, apenas Bella. Não que eu vá chamá-la assim.

Ela me confunde como eu nunca imaginei que algum ser pudesse confundir. Não quebra minhas crenças, mas deixa minha mente totalmente embaralhada. Mesmo assim, essa mulher estranha consegue fazer uma leve cócega na estrutura de crenças que eu construí ao longo de toda a minha vida.

Isabella e tudo o que eu não pensava que um ser humano pudesse ser, apesar de eu achá-la um pouco intrometida.

Mesmo assim, com toda a sua intromissão, ela não deixa de ser uma boa pessoa. Ela, afinal de contas, me pegou em uma de minhas muitas crises e não saiu correndo quando viu tudo, definitivamente tudo o que acontecia comigo fisicamente e com o quarto em que eu me entulhava. Ela no final das contas cuidou de mim e me fez escapar de mais uma das crises de Alice, que tentava amenizar tudo que eu já passei.

Ela era diferente e isso era incomodo, mas ao mesmo tempo bom.

Olhei para o teto do escritório me sentindo estranho com os meus pensamentos, mordi minha bochecha tentando direcioná-los a outro destino.

O noivo de Alice.

Alice passou longos anos me falando dele enquanto eu me recusava a conhecê-lo. Não me recusava apenas para dar uma de homem pirracento, eu apenas não queria conhecê-lo para não me sentir ainda pior quando eles fossem se casar e eu não estivesse presente. Não queria decepcionar mais ninguém, e muito menos colocar meu peso sob os ombros de mais pessoas do que já coloquei.

Para mim já bastava de contato com o mundo exterior desde que Isabella chegou.

Soquei a mesa do escritório com toda a força que eu podia colocar em minhas mãos por não conseguir para de pensar nela e em suas atitudes diferentes.

O telefone do escritório começou a tocar e sabendo que Isabella já havia se recolhido a muitas horas, atendi já sabendo quem era. Alice.

- Alô? – Falei para o fone irritado.

- Edward. – A voz de Alice vinha em tom preocupado. – Está tudo bem?

- Sim Alice. Pelo amor de Deus, da para me deixar em paz por algumas horas pelo menos? – Gritei para o fone estourando pelo motivo errado.


Eu não queria gritar com Alice e dizer que ela me tirava à paz, era só que minha cabeça estava tão confusa, que nem com uma das únicas pessoas que eu gostava eu conseguia filtrar minha ignorância.

- Certo. Boa noite. – E ela desligou o telefone, sem explodir ou me xingar.

Respirei fundo me controlando para que eu não pulasse da cadeira e quebrasse tudo a minha volta de novo.

Ao contrario disso, comecei a bater minha cabeça na mesa tentando passar as sensações ruins e estranhas que estavam dentro de mim para a madeira. Bati tanto até que me senti tonto e dei a última batida acertando em cheio uma caneta.

Sem resmungar pela dor que se espalhava por toda a extensão da minha cabeça, coloquei minha mão na testa e senti um liquido escorrendo por meus dedos. Puxei a mão e vi o sangue ali presente.

Não chorei, não gritei de susto e pavor, e nem senti medo por ter machucado minha cabeça. Era algo tão insignificante meu misero machucado na testa comparado com outros, que eu apenas encostei minha cabeça na cadeira de couro que eu estava sentado e fiquei olhando para o teto.

No final, a sensação estranha tinha passado, e era isso que importava. Isabella Swan, não tumultuava e muito menos deixava-me confuso mais.


(...)

Algumas poucas horas deveriam ter passado desde que toda aquela sensação esquisita havia passado. Eu continuava na mesma posição, pensando em nada especifico. Mesmo assim, ainda podia sentir o sangue fresco saindo da minha testa.

Ouvi passos vindos em direção ao escritório, mas não me movi. 

- Alice, aposto que ele está bem. – A voz de Isabella vinha do outro lado da porta, tentando soar calma. – Está tudo bem, mesmo assim, irei verificar agora para você. – A maçaneta da porta girou lentamente como se Isabella estivesse com medo de me acorda. Movi minha cabeça deixando-a ereta e fechei a cara com a intromissão dela. – Está tudo... – Sua voz sumiu quando me encarou. – Não, está tudo certo. Juro. – Isabella não saiu do lugar. – Eu digo sim. Boa noite. – E apertou o botão vermelho para desligar o aparelho móvel. – Meu Deus, o que aconteceu?

- Você não deveria estar aqui. – Falei irritado.

- Sua prima pediu... – Ela deixou a voz morrer enquanto caminhava até onde eu estava e segurava meu rosto firmemente em suas mãos pequenas. – O que você fez? – Ela resmungou olhando mais de perto meu pequeno ferimento, deixando assim seu rosto muito próximo ao meu.

Senti meu coração da uma acelerada estranha e uma reviravolta no meu estomago.

- Me solta Isabella. – Tirei suas mãos bruscamente de mim e dei um empurrão em sua barriga, fazendo ela cambaleia. – Não te dou o direito de encostar em mim! Sai daqui agora!

- Você está machucado. – Ela disse assim que se equilibrou em um móvel atrás de si.

- E isso não é da sua conta! Sai daqui agora. – Gritei com ela fazendo ficar assustada.

Suas mãos brancas e pequenas apertaram o telefone com força ficando mais branca ainda. Seu rosto pálido ganhou um tom avermelhado, e seus olhos ficaram arregalados.

Por fim, ela respirou fundo, e fez um sinal positivo com a cabeça.

- Eu só queria ajudar, nada mais.

- Avisarei quando precisar de sua ajuda. – Resmunguei rude.

- Duvido muito. – Ela falou baixo como se fosse para si mesma, assim que fechou a porta.

Sentei-me de novo na cadeira e passei a mão na testa, limpando o sangue seco e fresco que se misturavam. Passei a mão suja na roupa e fechei os olhos tentando acalmar meu coração que estava acelerado.

E novamente eu estava irritado, angustiado e acima de tudo confuso.

(...)

Narração: Bella.

O machucado dele estava feio, fazendo o anterior parecer um arranhão feito por um filhote de cachorro.

Como uma veterana em me machucar, sei muito bem quando e um simples machucado que se lavar melhora e quando é algo que precisa de uma atenção maior. E o de Edward precisava urgentemente de atenção.

Pelo amor de Deus, o que ele tinha na cabeça para se machucar daquela forma? Sua testa tinha um buraco razoavelmente grande para precisarmos ir para o ponto socorro mais próximo, e ele fingia que aquilo era nada além de um arranha.

Será que ele pelo menos havia se dado conta de que estava perdendo uma boa quantidade de sangue? Porque se não, eu tinha, e estava preocupada.

Por isso, ao invés de eu voltar para meu quarto, fiquei sentada na porta do escritório, esperando ele sair e estar mais calmo para poder dar uma olhada melhor em seu machucado.

Eu estava tentando me aproximar dele e não seria inteligente da minha parte pegar o telefone e ligar para Alice, dizendo que ele tinha um buraco na testa e que se recusava que seu machucado recebesse cuidados.

- Mas que merda! – Resmunguei baixo encostando minha cabeça na porta.

Eu queria me dar uns bons tapas para deixar de ser uma idiota e tentar ajudar que não quer ajuda.

Edward tinha problemas, e isso estava mais claro do que água cristalina. Mas ele também não me queria por perto e isso era tão óbvio que chegava a ser ridículo a minha persistência de ajudá-lo e cuidar dele.

Porém, eu era tão loucamente determinada quando queria uma coisa que nem se recebesse tapas na cara viraria as costas para Edward, só porque ele não queria ajuda.

Ele podia não querer, mais o ponto todo não era esse. Ele precisava!

Levantei rapidamente de onde estava sabendo que Edward não sairia do escritório nem tão cedo, e corri para a dispensa, onde eu havia guardando o quite de primeiros socorros.

Peguei a maleta branca e ao passar pela bancada, uma maça, e voltei para o meu antigo posto em frente à porta do escritório.

Sabia que a minha persistência podia gerar a minha falta de emprego futuramente, já que o patrão era Edward. Mas também duvidava muito que a Alice fosse concorda com isso – ou pelo menos esperava que ela tivesse gostado de mim para não deixar ele me demitir.

Com minha cabeça encostada na madeira, e a maleta ao meu lado, comecei a batucar meus dedos nela cantarolando uma musica que eu costumava cantar antes de fazer uma prova difícil e acalmar meus nervos.

(...)

Eu dormi.

Como tive tanta certeza disso? Simples, eu estava toda estirada no chão, com a metade do corpo para dentro do escritório e com Edward em pé sob mim me encarando com olhos confusos e ao mesmo tempo irritado.

- O que você... – Ele parou de falar na hora em que viu a maleta ao meu lado.

Sentindo um pouco de dor nas costas, apoiei minhas mãos no chão e me sentei.

- Eu estava esperando seu animo melhorar para poder cuidar desse machucado. – Disse com a voz rouca de sono e finalmente ficando de pé.

- Você não deveria fazer isso, eu já disse que não preciso da sua ajuda.

- Eu sei.

- Então porque continua a insistir em cuidar de mim? – Sua voz era mais curiosa do que irritada ao pronunciar a pergunta.

Encabulada, senti minhas bochechas corarem, e dei de ombros.

- Preciso ter um motivo especifico para cuidar de você? Está machucado, pelo amor de Deus.

Parecendo totalmente insatisfeito o com minha resposta, Edward pegou a maleta de primeiros socorros e apontou para fora do escritório.

- Pois bem, eu mesmo cuido do meu machucado. Não preciso da sua ajuda.

Enruguei minha testa confusa com suas oscilações de humor, e respirei fundo. Olhei para o relógio de parede e vi que faltava menos de 3 horas para as 7 da manhã.

- Certo. Boa noite.

Ele não respondeu, apenas continuou me encarando com aqueles olhos verdes intensos. Dei as costas e fui realmente para meu quarto descansar.

Ele não me queria por perto e eu estava tão, mais tão perdida que por breves segundos pensei em recuar e me por em meu devido lugar.

Com esse pensamento tolo, soltei uma leve risada.

- Nunca fui de desistir, não vai ser agora que isso irá acontecer. – Sussurrei para mim mesma para que aquilo ficasse bem claro e ecoasse com bastante convicção para meus ouvidos. 

Quanto mais ele mandar eu me afastar mais próxima eu vou estar. Isso significa que estou ficando cada vez mais próxima da verdade. De conhecer o verdadeiro Edward.

E quem sabe, muito mais próxima de ajudá-lo a se torna um homem realmente feliz.



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Notas finais do capítulo

Então, desculpe a demora pessoal. Eu ia postar ontem, mais passei mal e tive que deixar para hoje mesmo.O que acharam do capítulo? Imagino que tenham achado o Edward louco e tudo mais... rsEntão, pretendo postar o próximo mais rápido, mais tudo depende do tempo que tenho para escrever, que na verdade não é muito. Mesmo assim não parem de lê a fic e deixar reviews, porque eu posso demorar, mais vocês podem ter certeza de que eu vou vim postar. Queria saber uma coisa com vocês. Alguém está interessado de beta a fic? Se estiver, me adc no msn: yasmiiiim_@hotmail.com. Se gostou deixe um review, e se não gostou, deixa um também, (:E se puderem, recomendem a fic.Beijooos, e até logo.