Longos Passos até a Felicidade escrita por Yasmim Carvalho


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito mais do que imaginava (isso era pra ter saído a algumas semanas atrás) mas não deu... Porém estou aqui!
Conversamos lá em baixo, boa leitura!



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Capítulo 19

“Há um lugar que eu conheço

Não é muito bonito e poucos viram

Se eu mostrasse-o agora

Isto faria você fugir?”

(Dark Side – Kelly Clarkson)

Narrador: Isabella.

Suados, satisfeitos e sorrindo como se aquele fosse o dia mais precioso de nossas vidas, entramos na cozinha fresca da mansão. Minha vontade foi de jogar meu corpo naquele chão geladinho e puxar Edward para junto de mim. Só de imaginar a cena, sei que eu poderia viver mais de uma vida inteira fazendo isso.

Edward olhou para mim e sorriu tão feliz que fez meu coração já acelerado querer sair do meu peito. Pela primeira vez na minha vida eu sabia realmente como só em saber que a pessoa que a gente gosta está feliz, se sentir totalmente satisfeito e feliz também.

- Foi maravilhoso. – Ele disse de novo.

Dei uma risadinha e fiz que sim com a cabeça. Não tínhamos ficado muito tempo lá fora na realidade, o sol estava quente demais e já podia vê não só em mim, mas em Edward também as manchas vermelhas onde ele tinha batido mais vezes. Ficamos cerca de trinta minutos e voltamos – os trinta minutos mais valiosos das nossas vidas!

Edward pegou duas garrafinhas de água na geladeira e me entregou uma, se jogando no chão e encostando as costas na parede, como se tivesse lido meus pensamentos. Sorrindo, fiz o mesmo e me joguei do seu lado.

- Acho que eu lhe devo obrigado. – Edward falou após alguns minutos.

Terminei de beber a minha água e encostei minha cabeça em seu ombro.

- Você não me deve nada. – Respondo.

- Não, devo sim. – Ele mexe os ombros e eu levanto a cabeça achando que estou lhe incomodando. – Bella, pode olhar pra mim? – Viro minha cabeça e percebo que ele ainda tem aqueles traços deliciados do momento que acabamos de passar, porém seus olhos começam a ficar mais duros.

- O que foi? – Pergunto preocupada.

- O que você pensa sobre mim? – Edward responde com uma pergunta em cima da minha.

Continuei a olhar para seus olhos tentando entender aonde ele queria chegar com aquela pergunta. Como assim o que eu pensava dele, eu adorava-o e toda aquela “má impressão” que tive no começo era como se tivesse acontecido há anos atrás.

Edward era para mim uma das pessoas mais corajosas e guerreiras que eu conhecia. Eu não precisava saber dos problemas dele para ter noção de que há alguns minutos atrás ele tinha ganhada uma batalha interna. Então, eu pensava coisas boas sobre ele.

- Em que sentido? – Cocei minha cabeça não querendo dar a resposta errada.

- No sentido geral. – Ele respirou fundo. – Você acha que sou uma boa pessoa? Você aceitaria...

- Aceitaria o que?

- Que talvez eu fosse uma coisa que você abomina.

Me aproximei um pouco mais dele colando os nossos braços, nossas cabeças estavam próximas, porém eu inclinei-a para trás. Estava começando a ficar aflita de aonde aquela conversa iria terminar.

Será que Edward finalmente estava pronto para me contar o que tinha lhe acontecido no passado? Esperava do fundo da minha alma que eu fosse digna para poder escutar sua longa trajetória complicada, porém se isso fosse um motivo a mais para desestabiliza-lo eu não queria ouvir, pelo menos não quando estávamos tão felizes.

- Você quer me contar algo Ed? – Perguntei com a voz baixa enquanto ele pela primeira vez desviava o olhar inseguro.

Senti vontade de puxar o rosto dele para que me olhasse e me respondesse e foi então que percebi que havia chamado-o por um apelido carinhoso. Pigarreei tentando chamar sua atenção, mas não adiantou muito. Estaria ele em outros daqueles transes?

- Edward! – Chamei seu nome em voz alta, um pouco nervosa, ele não poderia começar a regredir agora. Eu não aguentaria isso.

- Preciso de um tempo Bella. – Ele se levantou e olhou para mim com os olhos cheios de lagrimas. – O que a gente tem que conversar é algo que dói muito em mim, e eu simplesmente preciso de um tempo.

- Eu não vou te julgar, você me conhece, sabe que eu irei aceitar qualquer coisa que você vier me falar.

- A questão é que eu não sei como falar, então me da só algumas horas, tudo bem? – Fiz que sim com a cabeça e ele me abraçou. – Obrigado. – Retribui o abraço e respirei fundo com a cabeça encostada em seu peito.

Edward me soltou e eu não consegui dizer nada. Nosso momento maravilhoso tinha escapado entre nossos dedos, perdido por causa do passado que lhe machucava. Eu não queria que ele se fosse, queria que ele ficasse aqui na cozinha comigo e desabafasse logo o que lhe angustiava. Sem treinos ou palavras apropriadas. Só ele e eu e algumas lagrimas talvez.

Mas nem tudo que eu quero costuma acontecer. Por isso, achei melhor começar meus afazeres e tentar esquecer que ele tinha algo importante para me dizer. Eu disse tentar.

Narrador

Alice pegou o taxi se sentindo segura de que se fosse visitar o primo naquele momento conseguiria o que queria – a presença dele. Suas mãos começaram a suar enquanto a cada momento ela se aproximava mais e mais da mansão, como um aviso prévio de que encontraria algo diferente.

“Diferente não é sinônimo para ruim” Ela pensou e arrumou a bolsa mais uma vez no ombro.

Do lado de fora do taxi o asfalto brilhava com o calor intenso. Dando graças aos céus por estar dentro do ar condicionado, se permitiu a pensar em como seria seu casamento. Estava tudo tão perto! Não que estivesse pirando de nervosismo, ela tinha plena certeza de que tudo seria perfeito, mesmo com todos os imprevistos. Amava seu futuro marido e com isso o casamento só a deixava mais e mais feliz.

A falta do antigo emprego nem lhe atormentava mais, sentia-se livre como há séculos não era capaz. Sorriu ao pensar que depois que voltasse da viagem de lua de mel começaria a montar seu próprio escritório. Sua vida no final das contas começava a tomar um rumo muito melhor que o anterior.

Finalmente foi capaz de avistar a mansão. Avisou ao motorista que parasse em frente e entregou a nota de 50 dólares. Desceu do táxi olhando para o relógio e constatou que naquela hora Edward já deveria estar de pé. Já passava das 14 horas e mesmo que o primo não fosse muito de sair do quarto, ele ficava acordado olhando as coisas da janela.

Alfredo rapidamente avistou Alice com sua estatura pequena e abriu os portões para ela. Sentia-se impelido a falar com ela sobre tudo o que tinha visto em relação a Edward e Isabella, mas não poderia estragar a felicidade do seu patrão, mesmo que a tal da Isabella não lhe agradasse tanto.

Alice como sempre seguiu o caminho sem ser pronunciada ou qualquer formalidade que uma mansão pudesse exigir. Afinal, ali também tinha sua estória de vida e sempre seria bem recebida.

Tocou a campainha da porta da frente para que Isabella a abrisse e esperou ansiosamente que quem pudesse fazer isso fosse seu primo. Nada feito. Logo ela via uma Isabella meio distraída e parecendo querer descobrir todos os segredos do mundo em um só segundo e não pode deixar de sorri com a cena. Ela também tinha aquela mania quando ficava curiosa.

- Olá Bella, como vai? – Disse assim que passou pela porta.

- Bem, obrigada! – Deram dois beijinhos um no lado do rosto da outra e sorriram. – Não sabia que você iria vim caso contrario teria preparado uma comida mais elaborada...

- Fica tranquila, eu já almocei. – Alice cortou olhando para os lados. – Senti saudades do meu primo e achei que seria uma boa ideia dar uma passada por aqui. – E voltou seu olhar para Isabella.

A jovem empregada olhou para chão nervosa, achando que os beijos de Edward estivessem estampados por todos os cantos de seu corpo, e que logo Alice iria brigar com ela por ser uma pessoa aproveitadora ou qualquer droga assim.

- Aconteceu alguma coisa? – Alice perguntou.

Isabella colocou os cabelos atrás da orelha e sorriu tentando entrar em um personagem que de fato não era ela. As feições de seu rosto ficaram suaves de acordo que aumentava seu sorriso.

- Pra ser bem sincera Alice, não aconteceu nada que não aconteça sempre. – Ela começou a caminhar para a cozinha e Alice seguiu. – Edward está no quarto como em qualquer dia e ainda não desceu para comer. – Percebendo que não era difícil fazer aquilo ela continuou tentando entediar a outra. – E eu estou fazendo o mesmo de sempre, arrumando a casa...

- Claro. – Alice jogou a bolsa em cima do balcão. – Então eu vou subir pra matar a saudade do meu primo e depois a gente se fala.

- Certo. – Isabella virou o rosto e voltou a fazer o que fazia antes enquanto escutava os passos da outra em direção as escadas.

Sentindo-se uma pequena cobra mentirosa ela tirou a bolsa de Alice em cima do balcão em colocou perto da porta da sala. Aquele dia poderia ser qualquer coisa, menos um dia como outro qualquer, um dia normal.

Alice entrou no antigo quarto do primo e percebeu que aquele não era mais o seu lugar. Indo de quarto em quarto ela encontrou-o no mais afastado do seu falecido pai.

Edward estava deitado esparramado em cima da cama arrumada, não chorava e nem parecia perturbado, apenas um homem que pensa em como pode explicar os acontecimentos de sua vida para alguém que não quer decepcionar.

Sem fazer movimentos bruscos, Alice fechou a porta e tirou os sapatos, caminhando lentamente em direção à cama. Edward continuou parado olhando para o teto.

- Oi Alice. – Ele falou quando ela ia sentar na cama.

- Ah, você me viu. – Ela comentou com um pequeno sorriso nos lábios. – Então antes você só estava me ignorando por eu ser uma péssima prima? – Ela perguntou fazendo charme e se arrastou para o lado dele, colocando a cabeça em cima de um de seus braços abertos e deitando.

- É claro que não Alice, eu só estava concluindo um pensamento. – Edward olhou para ela e sorriu de leve. – Senti sua falta. – Soltou as palavras que ela desejava ouvir em meio de um sorriso que ela não costumava ver muito.

- Eu também senti a sua. – Alice abraçou-o meio desajeitada.

Eles ficaram daquela forma por alguns minutos apenas sentindo a presença um do outro, como bons irmãos que não se veem há tempos.

- Nunca te vi assim. – Alice comentou do nada se sentando e cruzando as pernas.

- Assim como? – Edward fez o mesmo se arrastou para se encostar a cabeceira da cama.

- Um homem tão estabilizado e controlado. – Ela balançou a cabeça e franziu a testa. – Você não é o mesmo Edward da ultima vez que eu vim aqui. – E franziu a testa tentando entender aquilo.

- Isso é ruim? – Ele encarou os olhos da prima.

- Não, de forma alguma! – Alice se arrastou um pouco mais para perto dele e segurou a sua mão. – É só que eu me sinto totalmente fora da sua vida agora, e isso não te faz mal, na realidade você me parece muito bem assim.

Achando as palavras da prima absurdas Edward soltou uma pequena risada de escárnio.

- Mesmo que você não esteja aqui todos os dias da semana Alice, você nunca estará fora da minha vida. – Edward balançou a cabeça. – Eu só estou tentando aprender a viver carregando meus fardos sem desmoronar.

- E Isabella tem alguma coisa haver com isso, acredito.

- Ela tem. – Edward respondeu sem entrar em detalhes. – Ela é uma boa pessoa para se ter por perto. – Ele suspira e desvia o olhar. – Ela tem me ensinado a querer correr atrás dos meus sonhos, a moldar o meu futuro.

- Você parece encantado com ela. – Alice se segura para não falar a outra palavra que ele parece ser também percebendo que ele tinha ficado um pouco tenso com suas palavras anteriores.

- Somos amigos. – Edward respondeu rapidamente.

- Eu sei, mas ela é bem bonita... – Soltando uma risadinha ela se deita no colo do primo e muda de assunto. – Vou me casar daqui a alguns dias.

- Eu sei. – Edward faz um carinho nos cabelos dela. – Estou feliz por você.

- Você sempre está feliz por mim. – Alice resmunga. – E por você?

- O que você quer dizer com isso?

- Quando vai se sentir feliz por si mesmo? – Ela respira fundo. – Não vim aqui hoje querendo te pressionar ou qualquer coisa assim, vim em uma ultima tentativa de te convidar para o meu casamento. – Alice se senta novamente. – Mas pensando bem, minha missão aqui, como em todas as vezes que venho, é querer ver você feliz, realizado, fora dessas grades que te prendem no passado. Consegue me entender?

- Na verdade, não. – Edward sorri um pouquinho pensando que já tinha saído da mansão e aquele prazer anterior volta a tomar conta de seu corpo. – O que você quer dizer?

- Que eu quero você fora desse lugar, quero você vendo o sol e rindo para a lua, sentindo a brisa no rosto, vendo pessoas, carros, qualquer coisa além dessas paredes. – E apontando para o quarto parece uma garotinha desesperada para salvar algo que ama.

Edward respira fundo e olha dentro dos olhos da prima. Poderia contar seu momento com Isabella para Alice? Afinal ela sempre esteve ali para ele, e lhe parecia injusto não compartilha com ela aquilo. Porém, aquele momento tinha sido tão especial e ele não queria que ninguém soubesse, parecia-lhe algo frágil demais para qualquer pessoa pegar e pode estragar.

- Pare de pensar e conta logo. – Alice resmunga e cruzou os braços. – Não há segredos entre nós.

- Não sei se... – Ele para de falar parecendo meio sem jeito.

- Não sabe o que? – Fazendo cara de indignada Alice fez bico de criança e lançou seu olhar pidão. – O que foi? Me conta Edzinho. – Ela pede usando chantagem chamando-o pelo apelido de criança.

- Pare com isso Alice. – Edward pega um travesseiro e joga no rosto dela.

- Ta. – Ela concorda, mas ainda tem o bico nos lábios. – Não vai me contar? – Edward engole em seco e decide que uma hora ou outra terá que falar, Alice não poderia ficar de fora dessa maravilha sobre a sua vida.

- Eu sai. – Sua voz sai baixa e ele olha para os pés brancos.

- Como assim saiu? Não estou entendendo. – Pergunta confusa e não sabendo se o que a sua mente tenta lhe dizer é verdade que se primo saiu da mansão.

- Sai da mansão. Hoje pela manhã. – Levantando o rosto lentamente, a prima conegue vislumbrar as lagrimas de felicidade do rosto dele e em seus lábios o sorriso de prazer e vitória.

- Ai meu Deus! – Exclama e se joga nos braços dele que segura apertado. – Eu sabia que um dia você ia conseguir, ai meu Deus, você é tão guerreiro, vitorioso, corajoso. – E continua a elogiar o primo apertando ele cada vez mais em seus braços magros. – Estou orgulhosa de você. – E então ela começa a rir, como no dia em que o pai de Edward faleceu e ambos se sentiram livre daquele monstro em forma de ser humano.

Alice joga a cabeça para trás e ri com mais vontade e Edward começa a acompanha-la. Feito loucos, a risada é continua com sabor de uma etapa vencida deliciosa, como se nunca tivessem visto a felicidade e aquele fosse a primeira vez que ela lhes acertava e com tanta força que ficassem descontrolados.

- Precisamos brindar. – Ela decide e pula da cama. – Vamos, temos que comemorar, eu, você e Isabella. – Alice corre para a porta descalça e sai correndo pelo corredor e escadas sem olhar para trás ou esperar Edward que ainda sorrindo segue a prima.

Se soubesse que essa seria a reação dela teria contado bem antes. Aquela ali parecia-lhe a mesma garota com quem cresceu, sem nenhum estresse ou palavrões na boca pronta para processar o primeiro que pisasse em seu pé. Aquela Alice era alguém que ao longo dos anos ele tinha pensado que tinha sido perdida, tal como ele tinha se perdido quando criança.

Alice toda agitada entrou na cozinha e encontrou Isabella voltando da área externa ainda distraída. Como se não ligasse por não ser tão intima da jovem empregada, Alice pulou no pescoço dela e lhe deu um grande abraço em forma de gratidão.

- Quando eu te vi eu soube que era uma garota especial Bella. – Sorrindo e chorando de emoção, pegou na mão de Isabella que lhe olhava sem entender nada e a apertou. – Obrigada por ajudar meu primo.

- Do que você está falando?

- Edward me contou sobre vocês dois. – Isabella parou por alguns segundos de respirar e arregalou os olhos, então Alice completou a frase. – Ele disse que saiu da mansão e eu só posso acreditar que isso tenha haver com você.

- Comigo? – Meio constrangida Isabella sentiu suas bochechas ficarem rosadas, e foi nessa hora que Edward entrou na cozinha, com o mesmo sorriso da hora que eles tinham chego da rua. – Isso é tudo mérito dele, eu não tenho nada... Bom, não tenho nada haver com isso.

- Por favor, olha a modéstia. – Alice revira os olhos. – Não há necessidade de ser modesto quando todos conseguem ver o brilho que você carrega. Tão especial que até mesmo um cego perceberia, está no ar, sai de você naturalmente.

Edward sorriu largamente e fez sinal de concordância com a prima, deixando Isabella imensamente envergonhada, porém estarrecida. Ela nunca tinha pensando em como era especial ou muito menos que as pessoas notassem ela daquela forma. Sempre tinha sido de algum modo à escória da sociedade, uma vergonha para todos.

Olhando atentamente para Edward, ela pensou que se existia alguém especial naquela cozinha era ele. Tão sofrido, tão marcado pelas coisas terríveis que ela nem sabia, e tão guerreiro. O sorriso dele iluminou sua alma de tal forma que ela nem pensou em ficar chateada por ele ter compartilhado o momento deles com a prima. Agora o momento era dos três, já que Alice parecia ter presenciado tudo mesmo só sabendo algumas horas depois.

Alice saiu da cozinha indo buscar o vinho e deixou os dois sozinhos. Edward continuava ali sorrindo, mas em seus lábios ele formou a palavra “desculpe” e suas bochechas ficaram levemente rosadas.

- Não tem problema. – Isabella respondeu em voz alta e deu um passo a frente segurando rapidamente a mão dele.

Alice voltou e pegou três taças colocando vinho nelas, entregou para cada um a sua e levantou a que estava em sua mão.

- Um brinde ao Edward e a Bella, que juntos formam uma excelente dupla para caminhar para um futuro melhor. – Eles bateram as taças uma na outra e sorriram.

Edward e Isabella não paravam de se olhar pensando se ela soubesse qual tipo de dupla eles eram, se essa seria sua reação. Edward imaginava que a prima ficaria ainda mais feliz, mas Isabella duvidava muito.

Alice não perdeu o olhar, mas ficou em silêncio saboreando o vinho e imaginando que o seu pensamento de quando estava no táxi era realmente real.

Ela tinha mesmo encontrando algo diferente, o primo que antes era um jovem preso no corpo de um homem totalmente frustrado e perturbado tinha se transformado em um homem, que mesmo não aceitando bem o seu passado, parecia que nunca mais iria ficar parado em uma vida estagnada.

Narrador: Edward

A tarde passou em um piscar de olhos. Alice tomou todo o meu tempo e o de Isabella, falando sobre como andava a cidade e sobre todas as confusões que tinha acontecido com a data do seu casamento. Era como se fossemos todos amigos de décadas e até Isabella se soltou um pouco e riu muito da minha prima em seus momentos mais agitados. No final deu tudo certo, e ela convenceu Isabella de ir ao seu casamento e até eu – mesmo ainda na duvida – disse que iria pensar.

Era como se depois daquela barreira quebrada eu não tivesse mais motivos para temer minha saída da mansão, mesmo que dentro de mim ainda tivesse aquela duvida sobre o que eu iria encontrar lá fora.

Mesmo assim achei justo afirmar que eu estaria pensando sobre o assunto de ir ao casamento já que nada mais poderia me impedir. Nunca tinha visto Alice tão feliz como tinha visto hoje e ela no final das contas merecia isso de mim.

Depois que Alice foi embora eu e Isabella ainda ficamos um pouco juntos, demos um beijo de despedida e cada um foi para o seu quarto, como dois namorados cada um seguindo seu rumo para sonhar com o outro durante a noite. A realidade era que eu não pretendia sonhar com nada, apenas continuar a pensar em uma forma de conversar com Isabella sem parecer um homem tão sujo.

Tomei um banho e só de cueca me joguei na cama e me cobri todo, até o rosto. Não estava com medo dos meus monstros virem me atormentar, eu só queria ter meu casulo de pensamentos coerentes para variar um pouco.

Sabia que nada disso seria fácil, não só pra mim como para ela, que me beijava como se fosse à coisa mais importante da sua vida sem nem ao menos saber que outras mãos já passaram por mim – porem tão nojentas e degradantes que por vezes me fez querer morrer.

 Morrer... Fazia algum tempo que eu não ansiava por isso e era na verdade maravilhoso. Só quem já quis estar nos braços da morte pode saber o quão delicioso é realmente estar vivo.

- Eu preciso contar! – Falei em voz alta para que a minha mente aceitasse de vez aquilo e me ajudasse.

O fato era que se eu não contasse não saberia como conviver com Isabella do jeito que eu queria – que era para sempre. Meu Deus, eu estou pensando em uma vida eterna com uma mulher! Como a minha vida deu uma guinada em tão pouco tempo não tem resposta definida, mas ela mudou muito e pra melhor.

Mas quer saber, eu acho que no final das contas, eu mereço isso. Uma mulher que gosta de estar comigo, que me faz lutar para ser feliz, que gosta de me beijar e tocar em mim... Acho que depois de tudo o que eu passei finalmente mereço algo que aqueça meu coração e que me faça ter bons sonhos durante a noite.

Tenho que parar de pensar nisso, em como Isabella me faz bem. Porque se eu não arrumar um jeito bom de contar para ela quem eu realmente sou não haverá mais beijos com gostinho de quero mais ou muito menos toques carinhosos.

Mas como falar? Como começar a tocar no assunto? É tão vergonhoso que sinto vontade de chorar só em imaginar o nojo e horror que ela vai sentir... Ou pior, e se eu me transformar apenas em objeto de pena para ela? Não consigo imaginar nenhuma reação positiva contando o que me aconteceu, mesmo achando Isabella uma pessoa compreensiva.

Acho que alguns dias a mais talvez me ajudem a aprender uma forma razoável para lhe contar tudo. Ou melhor, talvez se eu mostrar o quão normal posso ser, talvez ela não se sinta tão mal.

Está decidido, vou ao casamento de Alice com Isabella, vou mostrar como mudei e como sou uma pessoa merecedora dela. Vou lutar contra qualquer demônio que tentar me amedrontar e finalmente direi tudo o que tenho a dizer.

Espero que de certo. Estou contando que o universo continue ao meu favor e me ajude nessa emboscada, porque toda ajuda será totalmente necessária e acolhida.

Me mexo um pouco mais na cama e começo a visualizar o meu dia maravilhoso. Novamente eu estou no meio da rua e Isabella me olha, logo depois corremos pela estrada rumo ao nosso futuro. Perco-me nesse pensamento na intenção de continuar com ele em meus sonhos, porque viver com Isabella só na vida real não é o bastante. 


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Notas finais do capítulo

Oi gente, como vocês estão? Espero que estejam bem!
Então era para eu ter postado antes, mas ai veio a minha prova para a faculdade (que eu não passei e ai eu fiquei em crise, chorei, me descabelei e pirei completamente), e depois eu me restabeleci e volta a mim, que não poderia parar a minha vida por uma coisa que não deu certo. Ai entrei em semana de provas na escola, mas hoje eu não fiz nada, não sai mesmo com meus amigos me chamando e parei finalmente para finalizar esse capítulo... O que me faz voltar ao que interessa, gostaram?
A nossa fic ta chegando ao fim minha gente, nossa Edward ta crescendo a cada capítulo!
O próximo capítulo vai ser bem forte (pelo menos eu acho né, porque na minha cabeça é, haha) com revelações e momentos tensos.
Bom é isso, até o próximo, que se Deus quiser eu já estarei de férias e vou poder escrever em paz.
Beijos e obrigada pelas recomendações lindas e sejam muito bem vindos os novos leitores. E quem quiser deixar mais recomendações eu não me importo, hahaha
Fui e até logo.