Longos Passos até a Felicidade escrita por Yasmim Carvalho


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oioioi... conversamos lá em baixo!
Boa leitura amores!
Obs: Parte narrador um pouco mais "quente", então quem não gosta... pula.
beijos.



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Capítulo 13

“Ficar aqui com você tão perto de mim

É difícil lutar contra esses sentimentos

Quando parece tão difícil de respirar

Preso neste momento

Preso em seu sorriso”

(Just a kiss – Lady Antebellum)

Narrador

Fazia alguns dias que Alice estava carinhosa demais, atenciosa demais, e bem dada. Literalmente. Aquela mulher que evitava sexo com o noivo não querendo estar cansada e indisposta no trabalho tinha ido dar uma volta bem longe, e Jasper esperava que ela ficasse por lá mesmo.


Alice finalmente era a mulher que ele tinha conhecido a muitos anos atrás. Os abraços pela manhã que a prendiam minutos que com certeza iria atrasar sua chegada no trabalho não incomodava-a mais. O sexo até quase o amanhecer, tinha virado rotina. Ela estava pouco se lixando para as consequências de tudo aquilo, e por mais que Jasper adorasse tudo isso, essa Alice renovada e autentica, ele sabia que se isso estava acontecendo, era porque algo estava errado.


Alice era perfeccionista e correta demais para deixar tudo isso rolar se algo não estivesse errado.


Jogada nua em seus lençóis, sua pele branca ainda brilhava com o suor da madrugada. O sexo tinha sido algo fora do comum. Ao mesmo tempo em que Alice era toda terna e carinhosa, no meio na relação, a gatinha dócil e manhosa tinha virado uma tigresa indomável, e feito loucuras que antes ele nunca achou que ela fosse topar.


Passando os dedos lentamente nas costas nuas da noiva, Jasper viu a pele dela se arrepiar. Um leve sorriso começou a brotar em seus lábios, e sonolenta, ela virou o corpo deixando amostra seus seios nu.


Os dedos de Jasper deslizaram de seu braço para acariciar o seio exposto. Foi uma caricia leve e sutil no mamilo rosado, que fez os lábios carnudos e rosados soltarem um gemido deliciado. Abaixando a cabeça, Jasper assoprou no pescoço de Alice e depois beijou sua orelha, fazendo assim finalmente a noiva acordar.


Os braços dela passaram pela cintura dele o trazendo mais para perto. Ela soltou uma risada sonolenta e baixa.


- Você não cansa? – Murmurou abrindo os olhos.


- Eu canso. – Ele riu e se deitou em uma posição que pudesse olhar nos olhos dela. – Só queria te acordar da forma mais gostosa que existe.


- Certo. – Alice deu outra risada e se sentou. – E porque você me acordou tão cedo em pleno sábado?


- Você não vai ir fazer nenhuma hora extra nem nada assim? – Jasper perguntou levantando uma sobrancelha.


- Não. – Ela balançou a cabeça e pegou a mão dele. – Estou cansada de apenas trabalhar e não receber nada em troca. Quero ficar com quem me da valor.


- Alice, aconteceu alguma coisa que você não me contou? – Percebendo que a noiva permaneceu em silencio Jasper emendou. – Sabe que antes de qualquer coisa, nós somos amigos. Contamos tudo um para o outro, coisas boas e ruins, lembra?


- Lembro. – Ela balançou a cabeça fazendo os cabelos curtos voarem para seu rosto. – Mas não quero falar disso. Não agora.


- Porque? – Jasper se sentou também pegando o rosto da noiva. – Seja o que for, estamos juntos nessa amor.


- Ai Jazz... – Ela se jogou nos braços dele, emotiva.


Jasper abraçou a noiva começando a ficar preocupado. Se existia uma pessoa que nunca dava motivos para as pessoas se preocuparem essa era Alice. Sempre preocupada com os outros, e evitando as emoções para si mesma. Querendo se socar por não ter percebido que algo tinha acontecido antes, ele ninou a noiva, chateado. O que será que tinha acontecido de errado?


Levantando o rosto com manchas de lagrimas, Alice encarou e mordeu o lábio inferior, parecendo chateada.


- Eu sei o que você está pensando. – Disse com a voz meio embargada. – Não precisa ficar chateado porque não é culpa sua. Eu não quis contar... É algo constrangedor, e que eu não queria admitir nem para mim mesma.


- O que aconteceu?


- Vou ser demitida. Sam ganhou o cargo. – Respirando fundo, Alice se afastou um pouco dos braços do noivo. – Eu não queria admitir que estive quase acabando com o nosso relacionamento por nada. Sam já me avisou que vai dar um jeito de me colocar pra fora da firma... Então, eu simplesmente decidi recuperar tudo o que estávamos perdendo.


- Aqueles usurpadores filhos da puta. – Jasper praguejou. – Não acredito nisso! Você dedicou sua vida nesse emprego.


- Eu sei...


- Não fica chateada. – Jasper pegou o rosto da noiva com delicadeza entre os dedos. – Eles é que vão perder uma excelente advogada. – Sorrindo de lado, ele deu um leve beijo em seus lábios. – E quer saber de mais uma coisa? Vão ter que pagar uma boa grana para você, se te demitirem. – Alargando mais seu sorriso, seu rosto iluminou. – E ai, você pode começar seu próprio negocio.


- Jazz... É muito difícil fazer crescer algo assim.


- Alice, você é a pessoa mais determinada que eu conheço. É esperta e inteligente. Já tem nome por toda essa Nova York. – Segurando as mãos dela, ele as apertou. – Sem contar que tem contatos. Isso vai dar certo, não precisa ficar preocupada se te demitirem.


- Mas e nós? Quer dizer, vamos nos casar daqui a dois meses!


- O dinheiro que eu ganho da para vivermos confortavelmente. – Beijando novamente os labios da noiva, ele sussurrou. – Não precisa se preocupar com isso também.


- Não gosto de ficar dependendo das pessoas. – Sussurrou de volta com os olhos fechados.


- E você não vai. – Beijando o cantinho da boca de Alice, Jasper foi descendo cada vez mais os beijos até chegar ao pescoço. – Vai construir seu próprio império de advocacia, e irá roubar os clientes dos filhos da puta dos seus chefes. – Lambendo o pescoço e subindo para o lóbulo da orelha, ele mordiscou. – Eles vão se arrepender, e você estará melhor do que nunca esteve.


- Hmmm. – Ela murmurou jogando a cabeça para o lado. – Você falando desse jeito, eu até começo acreditar.


- Então eu irei falar assim todos os dias daqui para frente, e você não irá apenas começar a creditar, terá certeza! – Chupou o lóbulo da orelha dela, e voltou para seus lábios.


Alice nada disse mais, só jogou o corpo por cima do dele para que ficasse por cima.


Um lábio tampava o outro em um beijo quente que já vinha descrito que algo a mais iria rolar. Eles não se importavam. Queriam mais do que tudo, o corpo um do outro. Nunca estiveram tão conectados como estavam agora.


Os problemas pareciam derrubar barreiras que haviam sido postas mesmo que sem saberem, e na cama era onde tudo começa a dissolver. A se resolver.


Afastando os lábios da boca do noivo, Alice foi descendo os beijos pelo pescoço, peito abdômen até chegar perto de seu sexo exposto. Dando beijos suaves na virilha dele, ela fez todo o percurso até chegar em suas bolas.


Levantou a cabeça para encontrar Jasper olhando o que ela iria fazer. Era uma mulher com alguns conceitos e puderes impostos a si, e sexo oral era algo que normalmente evitava. “Não entendo porque faço charme quanto a isso, se todas as vezes que fiz, gostei.” Pensou. Sorrindo maroto para ele, ela abocanhou seu pênis e começou os movimentos de vai e vem com a boca. A textura do pênis depilado e ereto em sua boca, fazia ela soltar alguns gemidos enquanto chupava-o.


- Oh Alice, você sabe que eu adoro quando você me chupa. – Jasper gemia enquanto ela continuava os movimentos em seu pênis.


Suas mãos habilidosas correram para as bolas dele e acariciaram-nas com cuidado e experiência.


- Oh Meu Deus... Alice! – Os gemidos dele ficavam cada vez mais intensos quando recebia a caricia.


Tirando o pênis dele de dentro da boca, ela começou a lamber suas laterais, persistindo com as caricias nas bolas. Ela sabia que ele gostava daquilo, e dar-lhe prazer fazia sentir prazer. Abocanhando o pênis dele novamente, ela voltou a fazer uma leve pressão com os lábios ao seu redor e os movimentos de vai e vem. Queria que ele gozasse para ela. Dessa fez, ela não iria se afastar como uma boba.


- Amor... Eu to quase.. – A voz de Jasper era apenas leves suspiros de prazer.


Aumentando o ritmo, ela gemeu em seu pênis, e aquilo fez ele finalmente chegar ao seu prazer total, gozando em sua boca. Sem mais delongas ou dramas, ela engoliu tudo e se arrastou para beijar os lábios dele.


Sorrindo assanhada, passou suas unhas compridas pelo pescoço de Jasper fazendo todos os pelos de seu corpo se arrepiarem. Ele ainda estava de olhos fechados e respirando pesadamente, mas na mesma hora, abriu os olhos para encarar a mulher da sua vida.


- Isso... – Ele balançou a cabeça sem saber o que dizer, e riu.


- Foi gostoso? – Ela tentou completar a frase dele.


- Muito mais do que isso. – Ele puxou o rosto dela e tampou seus lábios em um beijo demorado e devorador. – Foi magnífico.


Alice riu e se aninhou nos braços dele, ambos voltando minutos depois a dormi.


Por maior que sejam nossos problemas, sempre haverá alguma solução. As vezes  nós não somos capazes de achar a nossa solução, mas as pessoas que nos ama, nunca, de forma alguma, nos deixará cair sem tentar dar um jeito na situação. Querendo ou não, essa é a lei da vida, e há males que vem pro bem.

(...)

Narrador: Bella.

Era quase duas da madrugada quando eu finalmente fui dormi. Essa minha falta de sono estava começando a me estressar, de verdade. Mas mesmo assim, quando eu finalmente coloquei minha cabeça no travesseiro, eu relaxei. Tudo estava resolvido. Edward e eu não tínhamos mais um problema.


Pelo menos, foi o que eu achei.


Ai eu comecei a pensar se isso tudo era verdade mesmo, e percebi que talvez eu tivesse falado demais. Algo normal para momentos constrangedores, mas não sei... Senti que de alguma forma, falei coisas que não deveria. Não sei o que foi, mas normalmente quando eu tenho essa sensação, eu realmente fiz algo errado.


O problema todo é que as consequências só aparecem depois, quando eu já esqueci e estou despreparada para os problemas.


Fiquei tão neurótica com o que Edward iria pensar de mim, que nem parei para refletir na situação mais importante. O que Edward sentia com isso? O que aquele beijo causou nele? Sei bem que o primeiro beijo é o mais marcante, e sinceramente, eu queria que a experiência ao menos tivesse sido boa para ele, que não fosse algo a mais para traumatiza-lo... Fazia tanto tempo que ele não quebrava nada, e isso era tão bom!


Me mexi um pouco na cama, ficando de lado, e abracei o travesseiro reserva. Eu gostava dele assim, sem quebradeiras, sem portas trancadas... Apenas um homem tentando seguir em frente e esquecer as coisas que o fizeram se quebrar tanto no passado. Mas o meu gostar parava ai. Amizade. Eu não estava apaixonada por ele, ou qualquer coisa assim. Por Deus, ele era apenas o Edward, e eu não conseguia vê-lo de outra forma, mesmo quando ao invés de um homem em pedaços ele parecia... O mais lindo dos homens.


- Estou enlouquecendo! – Sussurrei para meu quarto escuro e cobri meu rosto no travesseiro.


As ideias pareciam sempre contraditórias demais. Eu não o desejava daquele jeito, mas achava que ele era lindo, e quando lembrava do beijo... Aquele beijo! Tudo era culpa dele. O pior de tudo, não era apenas ficar revivendo sempre quando possível aquilo na minha memória, tudo se complicava porque eu não conseguia encontrar o arrependimento dentro de mim. Tinha sido bom, e como a persistente que sou se era bom, não podia haver arrependimentos.


Tive vontade de chorar por não conseguir controlar minhas emoções. Essa pessoa não se parecia comigo. Eu era decidida. Eu sempre soube o que eu queria para a minha vida. Eu tinha decido ajudar ele, e então... Eu tinha perdido o controle da situação.


Estava sim fazendo um grande progresso com Edward, mas parava por ai. De repente, a melhora dele começava a parecer a minha destruição, e isso era tão absurdo! Não era como se eu pudesse regredir agora, dar para trás porque estava confusa. Não podia e não ia.


Cansada da sensação que me apertava o peito, tentei lembrar alguma oração que minha mãe tivesse me ensinado. Faziam anos que eu não ia a igreja, mas alguns costumes de criança – como rezar sempre quando estava com o coração apertado – ainda eram bem vindos.


Fechando os olhos, comecei a sussurrar baixinho a oração.


- Now I lay me down to sleep,
I pray the Lord my soul to keep,
If I shall die before I wake,
I pray the Lord my soul to take.*

*( N/A: É uma oração bem conhecida lá nos EUA)*


Não sei se foi tão rápido como pareceu para mim, mas logo eu não conseguia, mas me lembrar o porque de tanta angústia, e entrava no mundo dos sonhos.


(...)

Narrador: Edward.

Tudo estava de cabeça para baixo novamente, e eu queria quebrar as coisas ao meu redor para poder apaziguar meu coração. Deitado na cama e com o travesseiro preso no meu rosto, soltei um grito abafado.


O que diabos estava acontecendo comigo para se quer imaginar que eu estava... Apaixonado? Eu não podia estar eu nem ao menos sabia como era estar desse jeito!  Apesar de todo o meu corpo reagir quando Isabella estava perto, e eu sentir aquela estranha necessidade de querer abraça-la e depois beijar seu lábios... Eu não podia dizer que estava apaixonado.


Era até difícil pensar nisso. Não que eu nunca tivesse sonhado essa sensação para a minha vida, mas quando eu pensava nisso, era só um sonho. Algo que eu sabia – ou pelo menos pensei que soubesse – que nunca iria acontecer comigo.


Também, não era como se eu pudesse adivinhar que Isabella fosse entrar na minha vida. Na realidade antes, eu nunca tinha pensado em quem ficaria na mansão comigo se a Sra.Taylor viesse a morrer. Até que ela morreu e Alice colocou Isabella na minha vida.


Eu queria muito sentir mais ódio da minha vida por isso. Mas agora, mesmo que ela viesse a desperta as coisas mais loucas dentro de mim, eu só podia... Agradecer? Não sei bem. Era só que depois que ela tinha de fato quebrado algumas barreiras e se infiltrado de tal maneira na minha vida, as vezes eu ainda conseguia me sentir vivo. Humano. E não mais o molambo que apenas respirava sem rumo, o zumbi que antes eu era.


Tiro o travesseiro do meu rosto e me sento. Preciso me controlar para não chutar a primeira coisa que estiver de fácil alcance. Não quero que Isabella ache que tem algo de errado, mesmo que tenha. E dessa vez, a culpa seja dela.


- Não! – Resmungo dando um tapa no meu próprio rosto. – A culpa é sua por ser idiota. – Levanto da cama e caminho em direção à janela, me sentando na cadeira. – Ela só quer te ajudar. Ser sua amiga. Não confunda as coisas imbecil. – Brigo comigo mesmo enquanto fico olhando a lua e batucando os dedos no vidro. – E você nem se conhece o suficiente para saber o que quer com ela. – Fecho os olhos e suspiro. – Preciso aprender quem eu sou para poder envolver mais alguém na minha história. Preciso recuperar o que foi perdido, para conseguir dividir minha vida com alguém... Mesmo que esse alguém não seja Isabella.


Não achei que fosse ser tão difícil de me imaginar vivendo sem a presença marcante de Isabella ao meu redor. Mas era. Era como se fosse algo absurdo demais para supor... Mas um dia ela teria que ir embora. Estava bem obviu que o emprego na mansão era algo provisório até que ela tivesse arrumado algo que um bela jovem pudesse trabalhar e ganhar bastante dinheiro. Ser atriz, cantora ou qualquer coisa assim.


Soltei uma gargalhada. Era mais absurdo ainda imaginar Isabella atuando ou dançando para um monte de gente. Ela provavelmente iria passar todo o espetáculo com aquelas bochechas coradas, e começaria a tagarelar, nervosa.


Respirei fundo, e olhei bem para o térreo da mansão. A noite estava tão bonita que a grama bem aparada parecia convidativa para uma corrida, mesmo que eu não fizesse isso a anos.


Em um impulso desenfreado, eu tirei minha camiseta de dormi, e minha calça, pegando em uma pilha uma bermuda de tecido fino. Corri até a porta e abri, descendo as escadas no mesmo ritmo.


Não sei nem porque eu tentava entender a necessidade que meu corpo tinha em ficar ao realento vento frio em uma corrida maluca. Acho que isso tinha sido o jeito que eu havia encontrado para extravasar.


Saindo pela porta da frente, deixei ela bater sozinha, enquanto guiava meu corpo para o meio da grama bem aparada. Deixando-me ser levado por nada mais do que puro instinto, eu comecei a rodar de braços abertos, lembrando de uma brincadeira antiga minha e da Alice. Eu podia sentir o mundo inteiro girar, e por um segundo, sentir isso era magnífico.


Em puro êxtase e com a sensação de liberdade rondando a minha volta, eu respirei fundo enchendo meus pulmões de ar, e simplesmente gritei, como se eu vivesse em um mundo totalmente aleatório e o meu grito não incomodaria ninguém. Gritei muito, até que minha garganta ardia e eu respirava cansado.


Soltando uma gargalhada da maravilhosa sensação, me joguei no chão.


Eu provavelmente parecia insano, mas não tinha ninguém me vendo, e mesmo se tivesse, que mal haveria de ter? Todos me consideravam louco.


Respirando fundo, comecei a cantarolar uma musica infantil e admirar mais e mais a lua. Desse jeito, parecia que nunca tinha existido problemas na minha vida e sinceramente, eu poderia viver daquele jeito sem problema algum.



(...)




Narração: Bella.

Acordei no mesmo horário de sempre e pulei da cama. Estava pensando em pedir o dia de folga, já que fazia algum tempo que eu não tinha isso. Uma folga seria muito bem vinda, levando em consideração que eu teria tempo para pensar, relaxar e quem sabe resolver meus problemas internos.


Acho que eu tinha que ir ao shopping, bater perna – não ia comprar nada, no máximo passar em uma cafeteria – e agir como uma pessoa normal. Mesmo que algumas atitudes não me deixasse muito nesse padrão.


Tomando um banho rápido, peguei um vestidinho de verão florido e calcei uma rasteirinha. Era um vestido um pouco antigo – e um dos poucos que eu tinha e usava – mas mesmo sendo antigo, estava bem conservado. Sua estampa era bem discreta, bem no meu estilo mesmo.


Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e peguei minha bolsa. Precisava só da uma rápida palavrinha com Edward, e então pediria para o Alfredo me levar, já que eu bem sabia que ele não iria querer me deixar com o carro.


Passei rapidamente a distancia do meu quarto até a mansão, e logo subi as escadas. Tomei um susto ao me deparar com a porta do quarto de Edward aberta, e o próprio cômodo vazio. Tentando não entrar em pânico, fui até o banheiro, e o entrei vazio também.


- Edward? – Abri a porta do armário procurando por ele.


Sei que poderia parecer louco da minha parte olhar dentro do armário, mas se tratando do Edward... Não seria tão estranho assim encontra-lo ali. Mas ele não estava.


Fui até a janela do quarto e olhei para fora, onde um sol fraco batia na grama recém aparada e... Lá estava ele. Deitado na grama dormindo!


Joguei minha bolsa na cadeira mais próxima e desci as escadas correndo. O que tinha acontecido? Será que ele estava machucado? E porque diabos ele estava na grama? Só podia ser minha culpa... Eu realmente tinha falado alguma besteira.


Cheguei ao seu lado meio sem fôlego e me agachei para poder vê se ele respirava. Sim, ele respirava, e só parecia uma pessoa dormindo com o rosto mais sereno que eu já tinha visto nele.


Fiquei meio na duvida de acorda-lo já que ele parecia tão bem, mas não achei que seria prudente da minha parte deixar ele ali. Tocando levemente em seu ombro, balancei um pouco até ele abrir levemente os olhos, e ao constatar quem o acordava arregala-los.


- Isabella? – Perguntou com a voz rouca de sono. – O que.. – Sua voz morreu quando ele olhou para os lados e viu que não estava no quarto.


Soltando uma leve risada ele balançou a cabeça parecendo incredulo. Se ele estava surpreso de estar ali, não saberia mesmo como me explicar como tinha parado do lado de fora e dormido na grama!


- Você está bem? – Perguntei oferecendo minha mão para que ele levantasse.


- Sim. – Aceitando minha mão, ele segurou-a firme e se ergueu.


- Saberia me explicar o que está fazendo aqui? – O pequeno sorriso em seus lábios não se desfez quando balançou a cabeça negando. – É, imaginei. – Dei um pequeno sorriso para ele também.


Em silêncio caminhamos para a entrada da mansão. Senti que toda hora ele me olhava, como se estivesse curioso com a roupa que eu vestia e esperava alguma explicação.


- Vai sair? – Perguntou finalmente quando já estávamos na sala.


- Eu ia pedir para pegar esse dia de folga... Mas agora acho que não vou mais.


- Por quê? – Seus belos olhos verdes me encararam por um curto tempo e depois olharam para o chão. – Estou bem. – Erguendo os braços para que eu pudesse ver, ele finalmente voltou a me olhar. – Juro.


- Está me liberando? – Mordi o lábio inferior.


- Sim. – Ele balançou a cabeça positivamente. – Curta seu dia de folga. – E me dando as costas, subiu as escadas correndo.


Não pude deixar de olhar para seu corpo quase nu, e mesmo que não houvesse nada entre nós, nada além de uma amizade que começava a nascer, eu achei tudo aquilo lindo... Os movimentos de sua bunda... Droga!


Respirando fundo e me preparando para ir pedir para que Alfredo me levasse, lembrei que minha bolsa estava no seu quarto.


Corri escada acima e o corredor, para que não incomodasse Edward. Porém, ao chegar ao seu quarto, ele não parecia nem um pouco incomodado com minha bolsa, e sim bem entretido.


- Gostou de algo ai? – Perguntei brincalhona.


Edward deu um pulo e me olhou culpado. Certamente, ele não queria que eu visse que ele estava bisbilhotando. Seu rosto branco começou a ganhar a coloração que também me perseguia e ficou vermelho. Fechando a bolsa rapidamente ele levou até mim, colocou em minhas mãos e fugiu para o banheiro.


Dei uma risada baixa, achando divertido e sai do quarto fechando a porta.



(...)


Eu já deveria estar à uma hora batendo perna no shopping. Não era como se eu não gostasse de olhar as lojas e até mesmo comprar roupas. Eu só não tinha aquele pique que a gente vê nos filmes.


Entrei em uma loja onde vendia filmes, livros e CDs, e mesmo que a minha intenção ao sair de casa não fosse comprar nada, não podia resistir a um bom livro.


Pulei as partes dos filmes e CDs e corri para a estante variada que me fazia ansiar por lê cada um deles. Respirei fundo adorando aquele aroma de livro novo. Era tão viciante.


Li a sinopse de uns dez livros sem parar, procurando algum que valesse realmente a pena gastar o dinheiro das minhas economias.


Entrei um romance policial e não pude resistir. Adorava mocinhas atrevidas e inteligentes e que além de ficar imaginando só no amor de suas vidas, pensavam em algo além... Como nos mistérios que rondavam a cidade, assassinatos ou qualquer coisa assim além de amor.


Acho que eu evitava aqueles romances mamão-com-açucar para evitar sonhar com algo impossível. Não que o amor fosse impossível, mas o cara perfeito... Bom, era algo sim impossível.


Com meu livro debaixo do braço fui em direção ao caixa. Um rapaz com cara de hippie me deu um leve sorriso quando pegou o livro, mas nada disse.


- US$30 dolares. – Disse.


Abri minha carteira e entreguei o dinheiro para ele. Dei um breve sorriso de despedida quando ele me passou a sacola.


Sem muita paciência mais para vê coisas que eu não poderia comprar, fui para o Starbucks mais próximo. O local não estava cheio – o que era quase um milagre – e por isso tinha algumas mesas sobrando.


Corri para o caixa e pedi um café mocha e umas rosquinhas cobertas de chocolate, doida para sentir aquele maravilhoso sabor que a um tempo eu não sentia. Rapidamente eu tinha meu pedido em mãos e me encaminhava para a mesa vaga no final do Starbucks. Café, rosquinha e um livro. Era realmente tudo o que eu precisava para o meu dia.


Acomodei-me toda confortável em minha mesa, e sorri feliz. Fazia tanto tempo que eu não sentia esse simples prazer de sentar sozinha e apenas lê, comer e beber um bom expresso.


Comi uma das minhas rosquinhas e abri meu livro, começando a me distancia do mundo real. Nem sei quanto tempo fiquei lendo, até que escutei alguém se dirigir a mim.


- Ora, ora... Vejamos se essa não é Isabella Swan. – A voz feminina mexeu comigo.

Senti todo o meu corpo tremer. Eu conhecia a maldita voz. Respirei fundo, e levantei os olhos para encarar Leah Clearwater, uma das ultimas pessoas que eu esperava vê em minha vida depois do ensino médio.


Leah que tinha atormentado minha vida junto de todos os outros, por casa do James. Não era possível... O que diabos ela estava fazendo em Nova Iorque?


Respirei fundo mais uma vez para poder responder a ela de um jeito irônico o suficiente para que ela entendesse que eu não estava mais no ensino médio e muito menos disposta a brincar com ela.


O problema todo foi quando certo rapaz chegou ao seu lado, com os mesmo cabelos loiro-sujos e incríveis olhos azuis – muito mais bonito do que eu me lembrava.


Não... Aquele não poderia ser o James... Meu coração não poderia ter começado a bater descompassado por causa dele, fazia tempo demais para que ele ainda conseguisse me afetar. Céus, dez anos tinham se passado!


- Bella Swan? – Perguntou enquanto entregava a Leah um café.


Fiquei meio sem saber o que dizer, ainda mais quando ele sorriu todo amigável para o meu lado. Por mais que agora fossemos adultos, e tecnicamente maduros, eu esperava que ele ainda passasse esbarrando nos meus ombros e rindo da minha cara, e não me dando sorrisos.


- Sim. – Franzi o cenho para tentar fingir que o nome deles tinha me escapado.


- O que? Não se lembra da gente? – Ele perguntou rindo e cutucando Leah, que revirou os olhos.


- Não sei bem. – Marquei a pagina que eu estava no livro, e encarei firme os dois. – Acho que os conheço do ensino médio ou algo assim, não sei bem.


- Por favor, Isabella. – Leah disse sarcástica. – Se eu consigo me lembrar do seu nome, é bem obviu que você se lembre de nós.


Dei uma risada seca para ela, e bebi um gole do meu café. Era claro que vadias ignorantes do ensino médio sempre seriam as mesmas vadias. Leah ainda era bonita com seus cabelos curtos e a pele morena, lisa, sem nenhuma imperfeição.


- Agora que você falou assim, certamente me lembro. – Disse ignorante. – Esse tom de vagabunda abusada e barata só poderia pertencer a você Leah.


- Bella aprendeu a responder. – James riu da minha cara e se acomodou na cadeira na minha mesa. – E de mim, você se lembra? – Levantou uma sobrancelha. – Eu acho que sim, já que o primeiro a gente nunca esquece. – Seus lábios formaram um sorriso debochado.


Eu só poderia estar no inferno mesmo, não era possível. Quando eu pensei que o dia estava perfeito, tinha que me encontrar justo com eles. E o que eles faziam na minha Nova Iorque? Está bem que a cidade não era minha, mas esses dois tinham que ter apodrecido em Forks.


- Diga por si mesmo, já que aquilo foi bem insignificante. – Eu podia sentir meu rosto começar a esquentar, mas não era de vergonha ou qualquer coisa do gênero, era de raiva mesmo.


- Muito engraçado Bella. – Ele revirou os olhos e começou a beber o café.


Leah que tinha estado só olhando, decidiu se sentar ao lado de James, e ficou me encarando.


- Pelo o que eu vejo, continua a mesma retardada de sempre. – Comentou apontando para o livro em minha mão. – Deixa de ser imbecil e volta logo para casa Isabella, já que o seu querido papai rico daqui uns tempos vai bater as botas e tudo aquilo lá será seu. Larga o livro e aprende que a vida não é isso ai.


- Vai se foder – Rosnei para ela. – Olha, eu não estou nem um pouco com vontade de ficar escutando seus conselhos de adolescente. Não preciso do dinheiro do meu pai, eu trabalho, me banco!


- Empregada doméstica não é? – Ela riu. – A cidade toda sabe.


Fiquei calada com aquilo. Eu já tinha ido embora a tempo suficiente para que eles se esquecessem de mim. Era claro que a alguns meses atrás eu tinha estado lá para o velório da minha mãe, mas mesmo assim, não era como se eu tivesse ficado falando da minha vida para alguém.


Parei para refletir naquela situação insana e me liguei no que Leah realmente disse. Meu pai estava quase morrendo. Ele certamente já tinha uma idade mais avançada, mas na ultima vez que tinha o visto, ele parecia bem. Forte. Ela deveria estar querendo brincar com a minha cabeça e bagunçar ainda mais minha vida.


- Não há problema algum no meu trabalho. – Resmunguei para ela.


Sem parar realmente para ouvir a resposta, catei minhas coisas e sai da mesa, deixando Leah e James falando sozinhos. Com passos rápidos, eu já estava fora do Starbucks rumo ao ponto de táxi.


Aquilo... Aquela situação... Eu nunca imaginei que estaria preparada. Não era a garota mais respondona quando implicavam comigo, na verdade, eu saia sempre calada de perto deles, e me afundava chateada em um livro, que logo dissolvia os meus problemas.


O que aqueles dois idiotas que ainda pareciam adolescentes estavam fazendo aqui, eu não tinha ideia. Mas esperava, do fundo do meu coração, que fossem engolidos pela grande Nova Iorque, e quebrassem a cara. Porque aqui, para ser alguém, não bastava ter sido popular na escola, tinha que ser inteligente, algo que eles não eram.


(...)




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Notas finais do capítulo

Genteeeeeeeeeeee, primeiramente eu quero desejar um feliz natal e um prospero ano novo para todos! Que nesse natal vocês possam curti muito a família de vocês! E que o próximo ano, venha muito melhor, com mais amores, festas, alegrias e menas tristeza. E com mais dinheiro também, porque podem dizer o que quiser, mas dinheiro trás felicidade sim! Me da um cartão de crédito sem limites para você vê se eu não fico feliz da vida (dou até piruetas) kkk
Agora indo para o capítulo!!!
Eu sei que eu demorei, mas esse mês foi bem corrido. Eu ainda estava tentando terminar uma one-shot para o natal, mas não consegui terminar hoje, e acho que dá para postar amanhã, então fique ligadas.
Gostaram do capítulo? A Bellinha fora da mansão, encontrando velhos "amigos" do passado, hehehehe...
Só vou deixar claro uma coisa, eles não aparecem, por acaso, :x
Bom, não tenho muito o que dizer do capítulo. Só que o próximo, pode demorar a sair um pouco também, por que eu vou viajar, e tudo mais...
Perguntinha gente, alguém ai vai no show do Bruno Mars??? Se for, me fala, vai que a gente se esbarra lá! uhul, ia ser muito bom! rs
Eu criei uma shot-fic nova, é drama então, acho que vocês vão gostar.
O nome é Não me deixe só (https://www.fanfiction.com.br/historia/181475/Nao_Me_Deixe_So) dá uma passada lá, que eu fico feliz (e prometo que me esforço o triplo para postar mais rápido aqui)kkk
É isso, beijoooooooooos grande no coração! E curtam muito esse final de ano e a virada.
Até ano que vem, se Deus quiser, com posts mais rápidos.