O Diário de Uma Ex-black escrita por igorleon


Capítulo 2
Capítulo 2 - 16 de Dezembro de 1970


Notas iniciais do capítulo

Enfim, segundo capítulo pra quem pediu!



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Capítulo 2 – 16 de Outubro de 1950

Tonks percebera o que estava acontecendo, ela já havia ouvido falar disso. Sem sombra de dúvidas, ela encontrava-se num diário mágico, algo que funciona como uma penseira, onde a pessoa escreve todas as suas lembranças e ao invés de lê-las, as assiste.

Tonks continuou observando a mãe escrever rapidamente no pergaminho e quase caiu pra trás de susto quando a porta do quarto se abriu bruscamente. Parada ali, havia, sem sombra de dúvida, uma das mulheres mais bonitas que Tonks já tinha visto. Seus traços eram bastante parecidos com os de sua mãe, porém muito mais maduros. Os cabelos longos e negros caíam impetuosamente sobre os ombros até a cintura. Porém, a expressão da jovem mulher não condizia com a sua beleza. Estava emburrada.

- Bela! – exclamou a jovem Andrômeda, enquanto dobrava o pergaminho – O que quer, minha irmã?

Mas é claro, pensou Tonks, uma mulher tão parecida com sua mãe só podia ser sua parenta. E era. Era sua tia de quem Andrômeda só falara uma vez: Bellatriz.

- Pensei que já tivesse sido bem clara Andy... – a voz de Bellatriz era dura e desaprovadora – Continua a escrever cartas pra ele... Você quer mesmo levar essa família à desgraça não é mesmo?

- À desgraça?! – sua mãe levantou-se da cadeira de onde estava sentada – Se amar agora virou sinônimo de desgraça...

- Não, não virou! Mas amar A PESSOA ERRADA sim. Amar a pessoa que pode levar não só o seu nome, mas o nome de toda a família Black para a lama, é com certeza uma desgraça! Além do mais, você só tem 17 anos, ainda não ama! Isso não passa de paixonite adolescente. Está disposta a perder tudo que tem por uma paixonite passageira? – O olhar frio de Bellatriz e o brilho maléfico que ele carregava causaram arrepiou à Tonks. Era assustador.

- Eu tenho certeza de que o que eu sinto pelo Ted é muito mais do que simples paixonite! – disse Andrômeda, determinada – Além do mais, você também chama de paixonite o que sente pelo primo Sirius? Sim, eu sei, eu percebi Bela – acrescentou Andrômeda ao ver o choque no olhar da irmã – Eu vejo o jeito que você o olha.

Tonks percebeu que as bochechas da tia avermelharam-se levemente. Ela pareceu por um momento, desconcertada.

- Ora essa, não diga asneiras! Eu não sinto nada pelo Sirius. Ele perdeu todo o respeito que eu tinha por ele quando passou a se aliar a sangues-ruins e lobisomens... Titia fez muito bem em queima-lo da nossa arvore! Espero que você, minha irmã, não tenha o mesmo destino...

Andrômeda continuava olhando firme para a irmã.

– Quanta ingratidão... – acusou Bellatriz, fitando-a com desgosto – Depois de ser tão mimada, de ter tudo do bom e do melhor... Imagine o desgosto do papai ao saber que a sua filhinha inteligente e aplicada está “apaixonada” por um filhinho de trouxas... Um sangue-ruim imundo!

Lágrimas começavam a se formar nos olhos de Andrômeda, e Tonks sentiu uma raiva descomunal crescer dentro de si. Queria esmurrar, estuporar, Bellatriz! O que não daria para não acertar um belo cacete naquela cara de bosta.

– Pense bem nisso Andy... – continuou Bellatriz, olhando a irmã com frieza enquanto a mesma já se desmanchava em lágrimas – Eu não vou te acobertar outra vez... Ou serei obrigada a fazer algo a respeito.

- Às vezes me pergunto se nós somos realmente irmãs... – murmurou Andrômeda, enxugando as lagrimas com as costas das mãos.

- Que coincidência, pois é a mesma pergunta que me faço sempre – replicou Bellatriz friamente, retirando-se do quarto e batendo com força desnecessária a porta ao sair.

Andrômeda debruçou-se sobre a escrivanhia em pranto assim que a irmã se retirou, e tudo que Tonks queria fazer era levantar-se e abraçar a mãe, mas antes que fizesse um mero movimento, algo a puxou para trás e ela se viu envolta daquela mesma luz que saíra do diário.

Ao abrir os olhos novamente, Tonks se deu conta de que estava de volta ao seu quarto, deitada em sua cama, com o diário aberto bem a sua frente. Ela permaneceu paralisada, deixando sua mente absorver tamanho excesso de informação que absorvera em tão pouco tempo.

Então, era por isso que sua mãe nunca falava da sua família, e sempre negava-se a levar Tonks para conhecer os seus avós ou qualquer parente seu. Não conseguia compreender como alguém podia ser tão ignorante a ponto de se julgar melhor porque tinha o sangue-puro. Era algo tão idiota. E ela sempre soube que a maioria dos sangues-puro tinham preconceitos com nascidos-trouxas, e já deveria ter deduzido que no caso de seu pai não seria diferente...

Mas agora não era momento para ficar refletindo. Precisava saber que desfecho tivera essa história, apesar de já ter uma idéia de como seria. E para isso, sem pestanejar, passou para a página seguinte onde era possível se ler:

20 de Dezembro de 1950

Eu não acredito que eles fizerem isso comigo. Quer dizer, que ela fez isso comigo. A mulher que dizem ser minha mãe...

A mesma luz de antes brilhou do diário e mais uma vez Tonks se sentiu puxada mais uma vez pelas lembranças da mãe.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Reviews?