Frostnatter escrita por Blue Dammerung


Capítulo 7
Capítulo 7: Svarade Han.


Notas iniciais do capítulo

"O mundo não é justo, eu sei, mas por que ele nunca é injusto a meu favor?" - Francis quando seu professor explicou que não seria justo lhe dar mais uma semana para entregar o trabalho quando ele tinha atrasado pela quarta vez.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/120475/chapter/7

Mas acima de tudo, ele ainda não dava sinais de que iria acordar. Temi que seu corpo tivesse entrado em alguma espécie de coma induzido, embora tudo parecesse estar bem, e eu temia despi-lo para olhar se tinha algum tipo de hematoma ou qualquer problema visível e abaixar ainda mais sua temperatura.

            Então tudo que fiz foi esperar, numa agonia que tinha sentido pouquíssimas vezes na vida, e quando era finalmente madrugada, ele pareceu melhorar. Toquei em sua testa, em seus braços, agora quentes, e senti um alívio.

            Me afastei então para pegar a lista telefônica, pegando o telefone do orfanato mais próximo e depois ligando, avisando que em breve deixaria uma criança lá. Me perguntaram seu nome. Não soube dizer. Desliguei, voltando a sentar ao lado da criança depois.

            -Qual seu nome?-Murmurei sem realmente esperar que ele respondesse.

            Mas ele respondeu.”

            ----------------------------------------------------------         

            Tampei a caixa novamente e fechei a gaveta, certo de que não deveria mexer em algo que certamente era pessoal para o meu professor, e como já estava quase na hora do almoço, fui procurar algo para comer.

            Entrei na cozinha, olhei nos armários (mesmo tendo a impressão de que era como um ladrão invadindo a casa de alguém) e nada encontrei. Nada senão muita comida enlatada, o que me fez pensar que meu professor ou não tinha muita paciência para cozinhar ou não sabia... Ou não gostava.

            Procurei novamente até que achei alguns pacotes deveras velhos diga-se de passagem, de miojo e preparei para mim, lavando a louça depois. Não sabia se ele vinha almoçar em casa, mas achei que não.

            Passei o resto da tarde assistindo televisão até que notei que a conta de energia sairia altíssima se eu passasse o tempo todo ali, então fui para o quarto dele e fiquei apenas olhando as pessoas passarem na rua.

            Lembrei de que Lukas e Stefán ficariam chateados comigo provavelmente, pois era hoje que deveríamos acertar os detalhes do trabalho que supostamente deveria aproximar as séries. Senti pena de quem quer que houvesse ficado no grupo do Gilbert.

            E foi então que, quando na verdade já estava anoitecendo, um quase pôr-do-sol, eu vi o Honda Civic estacionar na garagem de casa e de dentro dele sair meu professor, vestindo o mesmo sobretudo escuro mas com uma camisa de mangas longas clara, uma gravata e calça social, e claro, carregando sua maleta, indo em direção da porta e abrindo a mesma, entrando em casa.

            Saí do quarto e desci as escadas rapidamente, chegando bem na hora que ele voltava a trancar a porta e deixava as coisas sobre o sofá, se virando para mim então.

            -Bem vindo de volta, professor.-Eu disse, sorrindo, vendo-o tirar os sapatos e então por os olhos em mim, até que se virou para a cozinha e seguiu para a mesma.

            Foi só então que eu notei que ainda estava de “pijamas”, a mesma roupa que ele me dera para dormir noite passada. Pensei por minutos se seria estranho passar o dia com as roupas dele, mas as minhas estavam sujas e rasgadas, então mesmo que fosse um fato meio “estranho”, eu tinha uma explicação.

            O segui para a cozinha e vi que procurava alguma coisa entre os armários e a geladeira.

            -Eu almocei miojo, espero que não se importe... Ah, o senhor teve notícias do Lukas e do Stefán? O senhor sabe quem eles são? Acho que não, então... Teve notícias do meu pai? Ele não foi no colégio, foi?-Perguntei, me apoiando na bancada.

            Ele se virou para mim e negou com a cabeça acho que para tudo que eu tinha perguntado, voltando a procurar o que quer que fosse por mais alguns minutos, até que parou e voltou para a sala, passando por mim e pegando seu celular dentro do sobretudo.

            Discou rapidamente e então falou:

            -Pizza, casa 1101, rua Governador Julliano. Qualquer sabor, não me importo.-Se virou para mim de repente e perguntou, ainda no telefone.-Preferências?

            -E-eu como qualquer coisa.-Respondi.

            -Qualquer sabor então. Troco para vinte.-Disse, desligando o telefone e jogando-o sobre o sofá, voltando a me fitar.-Não costumo jantar. Amanhã iremos ao supermercado.

            -Ah, bem, eu também não, então... Você não precisa gastar nada comigo.-Menti. Lógico que eu adorava jantar, e dormir de barriga vazia não me agradava, mas eu acho que era um péssimo mentiroso porque Berwald me fitou com um rosto sério, como quem diz que sabe que estou mentindo e que não vai aceitar.

            -Trazê-lo para cá foi uma decisão minha, e estou disposto a arcar com quaisquer despesas e consequências que isso possa me trazer.-Disse, afrouxando a gravata e se afastando de mim, indo em direção das escadas.-Tomarei um banho, fique alerta ao motoboy. Há dinheiro dentro da carteira, no sobretudo, e a chave está na porta.

            Subiu e desapareceu no segundo andar enquanto ia me sentar no sofá. Então... Ele realmente esperava que eu ficasse ali, e na verdade, parecia que ele queria, assim, de verdade. Uma coisa é você gastar consigo mesmo, outra é gastar consigo e com outra pessoa. Não é tão simples assim, é como cuidar de um cachorro super desenvolvido que precisa de mais atenção e educação e comida e que também pode usar uma coleira (embora não seja muito bom) mas resumindo tudo, não era tão simples assim.

            Ouvi um barulho lá fora e então me levantei, abrindo a porta e vendo que havia uma moto parada na calçada, com um cara de boné segurando uma caixa de pizza numa mão e tendo a outra estendida, esperando pelo dinheiro.

            -Só um instante.-Eu disse, voltando e pegando o sobretudo do meu professor, mexendo nos bolsos internos até achar a carteira, tirando uma note de vinte reais (e evitando olhar o restante do conteúdo) e indo até o entregador, pegando a pizza e o pagando, entrando na casa e deixando a caixa sobre a mesa depois.

            Coloquei pratos, talheres e copos sobre a mesa e ainda ajeitei o sobretudo do meu professor, colocando a carteira no mesmo lugar, deixando-o estendido detrás da porta, depois chamando-o do primeiro andar e me sentando a mesa.

            Não que eu não fosse confiável, eu era, veja bem, nunca tinha roubado nem trapaceado em nada, mas não era meio exagerado você dizer para alguém que você mal conhece mexer em sua carteira? Ou Berwald confiava muito em mim ou ele achava que eu realmente não sabia mentir, muito menos roubar alguma coisa.

            Estava com a barriga roncando quando minutos depois ele desceu as escadas com apenas uma toalha na cintura e outra nas mãos, enxugando os cabelos, além do óculos no rosto. Foi até a cozinha e me fitou, deixando uma das toalhas de lado e se sentando também, logo partindo a pizza para mim e para ele.

            Lógico que eu evitava olhá-lo de volta. Ele estava, pelos céus, seminu, e acho que devido aos acontecimentos entre mim e ele, já devia saber que eu tinha algum problema com a falta de roupas mas ele não parecia se importar.

            Comia silenciosamente, fitando apenas o prato agora enquanto eu cortava cada pedaço com cuidado, rezando para que não quebrasse um copo ou então, pior ainda, ele olhasse melhor no meu rosto e visse a vermelhidão na minha pele corada, me denunciando, mas ainda denunciando o quê? Eu não estava fazendo algo errado, estava?

            Ou um aluno ser salvo pelo professor e então morar com ele e então comer junto com ele e então viver junto com ele e então... Então logo fazer muitas “coisas” junto com ele, como fazer compras, claro, já que ele dissera que amanhã iríamos ao supermercado, já que é sábado, mas e se alguém descobrir? Ele iriam achar que... Achar que eu e Berwald éramos, ahm... Éramos algo mais que amigos, se é que éramos amigos, e se...

            -Tino.-Ouvi ele me chamar, agora me fitando com o garfo repousando sobre o prato então vazio e interrompendo todos os meus pensamentos.-Não está de acordo?

            -O-o q-que? A pizza? Está muito boa, muito boa, obrigado, é que eu estava pensando e... Mal toquei na comida ainda, desculpe, mas não se preocupe, é só a pizza, quero dizer, não, sou eu, sou eu. Não é a pizza, sou eu e você, quero dizer, ignore o que eu disse, é eu, desculpe, sou eu.

            Ele me fitou por alguns segundos a mais, bem nos olhos, e eu temi que ele pudesse ler tudo o que eu estava pensando e na verdade, parecia estar. Então piscou e os fechou, voltando a abri-los só que pondo-os noutro pedaço de pizza que colocava em seu prato, dizendo:

            -Obrigado por ajeitar a gaveta.

            -Gaveta? Que gaveta? Ah...-Notei, lembrando da gaveta que eu tinha mexido mais cedo, que antes não estava fechando e agora estava. Lógico que ele deveria ter notado no momento que entrara em casa e embora estivesse me agradecendo, a frase não parecia ter o tom de agradecimento que geralmente tem.-Eu... Ahm... Desculpe, eu a vi semiaberta e... Fui ajeitar, mas juro que não mexi em nada e nem olhei nada, quero dizer, olhei, mas não muito e...

            -Tudo bem.-Ele disse apenas, comendo calmamente. Não parecia sério, parecia apenas... Sério. Mas não aquele sério como quem briga ou como quem fala com sarcasmo ou algo negativo, apenas o sério que ele tinha quando estava calmo.

            Fitei a mesa então, certo de que a melhor coisa que eu poderia fazer agora seria comer em silêncio como meu professor, e foi exatamente o que fiz até que uns pares de minutos depois ele terminou de comer e foi lavar seu prato na pia, e quando terminou, pôs a toalha que tinha deixado de lado no ombro e subiu as escadas, descendo vestido novamente, para meu alívio.

            Ele sentou no sofá e foi ver televisão, colocando num canal de notícias.

            Quando terminei de comer, guardei as sobras dentro da geladeira e lavei o restante da louça, perguntando onde deveria guardá-la, mas ele disse para eu deixá-la ali, então obedeci, indo me sentar na poltrona da sala, os olhos já pesando com sono.

            -Está sentindo dor?-Ele perguntou de repente, os olhos na TV.

            -Eu? Ahm... Só um pouco, mas estou bem melhor. Acho que nem preciso trocar os curativos nem nada, sério, vou ficar bem.-Expliquei, olhando para o chão.

            Ele então se levantou e quando voltou tinha a caixa de primeiros socorros nas mãos, logo puxando a outra poltrona para se sentar à minha frente, os olhos fixos no meu rosto. Pegou meu braço direito e começou a trocar os curativos, em silêncio, então pegou o outro braço e repetiu o processo, concentrado.

            E quando terminou se afastou um pouco, esperando enquanto eu olhava para os lados, já sabendo o que deveria fazer.

            -Estou bem, eu juro. Não preciso de mais curativos, e posso tirar os antigos sozinho.-Eu disse.

            Ele nada disse, apenas permaneceu me fitando por mais alguns minutos. Eu não sabia que tipo de sério era aquele que ele tinha no rosto, até porque não estava olhando diretamente para o seu rosto, mas então ele de repente falou:

            -Se tem tanto medo de se despir para mim, não irei lhe obrigar.-Então se levantou da poltrona, deixando a caixa de primeiros socorros sobre a mesa de centro e avançou alguns passos em direção da escada.

            -E-espere!-Eu disse sem pensar. Não que eu tivesse medo, era apenas... Uma vergonha, eu acho. Eu confiava nele, depois de tudo o que passei com ele, como não confiaria?! Mas eu não gostava daquilo, de me despir, não gostava, era tão... Sei lá, íntimo? Segurei seu pulso sem saber o que fazer. Não queria que ele ficasse com raiva de mim ou magoado, afinal, ele estava fazendo tudo para me fazer melhorar e eu apenas colocava mil e uma dificuldades.

            Ele permaneceu de pé, parado, segurado por mim, e virou seu rosto em minha direção, os olhos diferentes por trás das lentes dos óculos.

            -Eu... Desculpe, é que... Você pode, ahm... Você pode me ajudar a trocar os curativos, por favor?-Perguntei, corando automaticamente. Não era nada de mais, era? Eu sentia apenas uma vergonha besta, afinal, éramos homens e não havia nenhum problema ali, e não é como se eu estivesse literalmente tirando minha roupa para ele (não toda ela), era só que... Veja bem, eu... Era estranho! Não que eu desgostasse ou gostasse, quem disse isso? Era só para que eu ficasse melhor logo, não era? Não era? Era, era, era, tinha que ser, tem que ser e é!

            Ele voltou a se sentar de frente para mim enquanto eu levava as mãos até os botões da camisa e a desabotoava, tirando-a completamente e a deixando de lado. Ele levou as mãos até meu peito e começou a tirar os curativos antigos, alguns com manchas de sangue velho e outros com um pouco de pus.

            Deixou todo o material sujo no chão, do seu lado, parando para olhar meu peito agora totalmente desnudo. Ainda havia cortes por fechar além de cicatrizes e ferimentos quase fechados completamente e ainda alguns pequenos embora profundos que, se me lembro bem, foram causados pelo cinto com tachinhas que meu pai usara em mim dias antes.

            -Fique assim por tempo, deixe a pele respirar.-Berwald disse, ainda sem tirar os olhos de mim enquanto eu assentia e continuava a olhar apenas para o chão, me curvando um pouco numa tentativa frustrada de me “esconder” melhor. Tinha que quebrar o silêncio constrangedor que se instalara ali.

            -Ahm... O senhor viu alguém perguntar por mim hoje de manhã?

            Ele negou com a cabeça, ajeitando os óculos.

            -Então... Nem a senhora Elizabeta? Nem ninguém?

            Ele voltou a negar, dessa vez tirando os óculos para limpá-los na camisa e então voltar a colocá-los no rosto.

            -Ah... Tudo bem, então...-Respondi. Lógico que ninguém sentiria minha falta, eu mesmo não sentiria falta de ninguém... Ou sentiria, quem sabe, mas esperei ao menos que o Gilbert expressasse a raiva por minha ausência quebrando mais uma mesa do refeitório e pondo meu nome, ou algo do tipo, mas parece que aquele dia tinha sido completamente normal.-E o dia do senhor, foi bom?

            Ele assentiu, estendendo uma das mãos e a levando até meu queixo, erguendo meu rosto enquanto ele abaixava o seu, parecendo olhar alguma coisa em meu pescoço.

            -O que foi?-Eu perguntei, com a cabeça erguida.

            Ele passou os dedos sobre uma área da minha pele e senti leves calafrios e também um pouco de dor, numa parte do pescoço próxima da orelha. Passou mais os dedos por ali e então recolheu a mão, dizendo somente:

            -Há um corte ali que não havia antes.

            -Ah, pode ser que eu tenha me machucado hoje e não tenha notado... O senhor não pode saber, não tem como mapear o meu corpo inteiro.-Eu disse, rindo do que deveria ser uma piada mas ele não riu, e longe disso, me fitou com olhos frios. Acho que para ele um corte deveria significar muita coisa, uma ameaça à minha vida.

            Então se curvou para um dos lados e voltou a pegar a caixa de primeiros socorros sobre a mesa, abrindo-a e tirando gazes e esparadrapos e outras coisas. Engoli em seco, vendo quando ele se curvava novamente em minha direção e me empurrava levemente para trás, para poder colocar melhor os curativos.

            Fechei os olhos, fazendo caretas de vez em quando, tendo a certeza de que se o olhasse provavelmente coraria bastante.

            Quando terminou, se levantou e se afastou, indo até a cozinha e pegando a garrafa sobre o armário mais alto, bebendo alguns goles direto do gargalo. Quando voltou se sentou no sofá, às vezes me fitando pelo canto do olho enquanto eu vestia a camisa de volta.

            -Eu... Ahm... Vou dormir. Desculpe por fazer o senhor dormir aí no sofá, assim que eu ficar melhor, o senhor vai poder voltar a dormir no seu quarto, eu prometo.-Eu disse, me levantando e pegando o caminho da escada.

            Mas Berwald apenas balançou a cabeça como quem ouve mas não dá muita atenção. Então subi as escadas e fui até o banheiro, tomando um banho muito leve, tendo o cuidado para não molhar os curativos e então indo para o quarto dele, me jogando na cama e abraçando os travesseiros, os olhos pesando.

            Não sei quando adormeci e nem lembro quando sequer me enrolei nos lençóis, mas quando acordei, estava coberto e as cortinas do quarto estavam fechadas, deixando o quarto mais escuro numa manhã que provavelmente já deveria estar no fim, e melhor ainda, não havia sonhado nada aquela noite.

            Saí do quarto e desci as escadas, procurando meu professor mas ele não estava ali. Olhei a garagem por uma das janelas da sala, vendo que seu carro também não se encontrava ali, além de que o relógio na parede mostrava agora pouco mais das 10 da manhã.

            Me sentei a mesa, procurando algo para comer e tudo que encontrei foram os restos de pizza da noite anterior. Comi vendo televisão até que Berwald chegou, entrando e deixando alguns sacos em cima do chão, ao lado da porta.

            Me viu e balançou a cabeça num cumprimento mudo enquanto eu lhe dava bom dia e me segurava para não ir ver o que havia naqueles sacos. Não era meu, então eu não deveria mexer. Berwald foi até seu quarto e quando desceu vestia roupas mais sociais, não tão sérias, o que era estranho vê-lo sem a típica gravata e sobretudo.

            -Nos sacos há seu novo uniforme escolar, seus novos livros, bolsa, cadernos e canetas.-Ele disse então, continuando.-Vá se aprontar, iremos sair.

            E assim começou um dos sábados mais estranhos da minha vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Postei no dia certo! Deu até uma dorzinha de cabeça postar, mas cá estou eu.

Espero que tenham gostado mais desse chap, mais revisado e, me perdoem, menor. Graças ao colégio e aos cursos que faço, não sei se poderei continuar postando sem atraso ao menos em toda semana, mas farei de tudo para seguir esta linha.

Enfim, o chap 8 já foi ao menos começado, o que é menos mal.

Mereço reviews? *.*