Acordei espreguicei-me. Lembrei-me da noite de ontem. Fora bom, todos dançaram,cantaram e se divertiram. Tentei me lembrar do que tinha de fazer hoje.

 Antes de tudo olhei ao redor do dormitório. Deveria ser cedo. Lunna e Peggy ainda dormiam. Uma lembrança me veio. Eu vou me vingar cedo ou tarde...

 Troquei de roupa e procurei a tinta rosa de cabelo.

 Peguei minha varinha e apontei para Peggy.

– Levicorpus – murmurei.

 Ouviu-se um grito e Lunna se levantou enquanto eu morria de rir.

– SELEENAAAAAAAAAAAAAA! – Peggy gritou.

– Oi?– Eu perguntei, quase rolando da cama. O grito foi demais pra mim.

 Peggy estava com seu blusão cinza e seus shorts rosa.

– QUER ME DESCER DESSA DROGA AGORA?

 Eu peguei minha câmera mágica (tecnologia normal não funciona em Hogwarts).

– Calma aí, deixa eu só registrar o momento.– E tirei uma foto com lágrimas nos olhos.

 E corri até a porta. Nela desfiz o feitiço. Ouvi outro grito e sai correndo.

 Desci as escadas na pressa enquanto feitiços atravessavam por cima de minha cabeça e pulei em baixo de uma mesa na sala comunal já cheia.

– SELENA ALEXANDRA JOY, QUANDO EU TE ENCONTRAR...

 A sala comunal toda olhava para uma Peggy de Pijama, com o cabelo cor-de-rosa e uma cara de quem vai assassinar alguém. A maioria riu. Eu ainda rolava de rir.

  Ela foi até mim.

– SELENA ALEXANDRA JOY, EU VOU TE ASSASSINAR! EU... ODEIO... ROSA PINK!

 Eu estava rindo, ainda.

– Ah, a doce vingança.– Eu ri sádicamente. Olhei para cima e gritei– Eu te entendo, Nemêsis!

 Um brilho avermelhado surgiu nos olhos de Peggy.

– Vin... gança?

 Ela sorriu malignamente.

– O Nico ainda tá no navio,né?

 Eu parei.

– Você não se atreveria.

– Quer apostar? – Eu olhei para a porta.

 Nós corremos. A um metro da porta gritei:

– Cauda de Pavão!

A porta abriu.

Ainda corríamos. Descemos as espadas na pressa e Peggy esqueceu de pular naquele degrau defeituoso. Ela afundou até o joelho e eu aproveitei para tomar á frente.

 Eu tinha que correr. Ela não ia ficar presa por muito tempo...

 Logo, eu olhei para trás e vi o brilho dourado de seu cabelo brilhando no sol.

 Eu acelerei. Eu entrei no navio, com ela ao meu encalço. Eu conhecia bem o navio todo. Corri até o lugar onde todos estavam tomando o café. Eu abri a porta de supetão e todos se viraram emudecidos e de olhos arregalados para mim. Olhei para trás e vi Peggy ao meu lado.

    – Yeah, eu consegui! Eu...

– Abaffiato!

 Ela desatou a falar mais foi como se tivesse sido colocada no mudo. Ela olhou para a boca que começou a berrar. Nada.

Eu ri.

– Yeah! Eu ganhei!– Eu disse e dei uma dancinha de vitória. Peggy caiu para cima.

 Olha, eu não sei não, mas deve ter sido uma cena bem estranha para os meio sangues presentes. Quer dizer, uma bruxa dançando de alegria, uma de pijama com o cabelo rosa colocada no Mute e as duas rolando no chão deve ser no mínimo esquisito.

 Lunna, que tinha corrido atrás de nós, e Sophie separaram-nos.

 Eu ainda ria e acho que Peggy falava uns palavrões e agradeci por ela ainda estar sem som.

 Connor Stoll perguntou:

– Foi você que fez isso?

Assenti com a cabeça.

– Ganhou o respeito do chalé e Hermes com essa.– Travis Stoll disse.

 Nico entrou.

Peggy pulou dos braços de Lunna e começou a falar e apontar pra mim e o garoto arregalou os olhos.

– Êeee!– Eu disse. Eu avaliei ela que agora berrava e disse:

– Eu devia ganhar uns pontos a mais em feitiços,não é mesmo?

 Lunna segurou Peggy antes que ela caísse pra cima de novo. Lunna, que entendia o que estava acontecendo,riu.

 Agora Peggy avançava pra ela. Sophie a segurou.

– Vamos, eu ainda não tomei café.– Eu disse e sai saltitando enquanto Sophie e Lunna impediam Peggy de me estrangular.

Depois de café e torradas com geléia,passei no navio e busquei uma pessoa que foi comigo visitar Hagrid.