O Torneio Bruxo-olimpiano escrita por Akanees


Capítulo 28
27. Cherry Bomb


Notas iniciais do capítulo

(Título faz menção a música da banda The Runaways)
*Entrando toda encolhidinha de olho fechado, braços em forma de defesa* *Abre um olho*
Nada? Sem nada para jogar em mim? Sem bolas de canhão de bronze celestial? Espadas? Costelas de Guerreiros esqueletos?
Tá, eu sei que a última foi estranhas, mas eu acabei de reler o Filho de Netuno.
Bom, fico feliz. Postar em dia deixa suas mensagens mais calmas.
*sorriso relaxado* Bem, espero que vocês gostem do cap.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/120307/chapter/28

 Angel  pulou em cima de mim e Peggy, e por um segundo eu achei que voltaríamos a ser Valentia, Ousadia e Rebeldia.

 Então Peggy empurrou Cherry e disse:

- Falo com você depois. Apenas com você.- Peggy foi clara. Nada mudara. – Senti sua falta- disse em voz baixa.

 Então ela enrolou o cabelo que estava no rabo de cavalo fazendo um coque preso com a varinha, e saiu de costas.

- O que houve com ela?- Angel se perguntou e eu segurei-a antes que corresse atrás de Peggy.

- Longa história. Depois eu explico. Hmm... Vamos tomar chá?

   Estávamos na varanda da Casa dos Gritos.

 Depois que mãe de Angel mandara reformar a casa, ela tinha ficado realmente muito bonita.

 Seu verdadeiro nome era Angelinne Alexis Maximilienne. Mas todos a conheciam por Cherry e alguns por Angel.

 Agora, ela estava em um estilo colonial realmente bonito. Estava toda branca e clara, com o piso trabalhado em madeira escura, com uma grande varanda no terceiro andar, onde se podia enxergar o jardim com uma fonte.

 Tinham cuidado de todos os detalhes. O terreno da casa, agora, tinha sido fechado, de modo que ninguém a via e ninguém podia invadi-la.

 Pelo que eu sabia, o resto da comunidade pensava que ela estava igual.

 O terreno se estendia com um jardim com fontes e chafarizes, árvores e um caminho de pedra antiga, tudo de um verde luxuriante. Até mesmo o tronco das árvores era coberto de musgo.

 E no meio disso, a casa se mostrava imponente, clara, com portões de vidro e videiras cobrindo tudo.

  Da varanda, podíamos ver tudo isso, sentadas em uma mesa e cadeiras brancas de metal com complexos padrões em espiral, enquanto tomávamos chá com talheres de prata.

 Aquilo sempre nosso segredo. Meu, Peggy e de Cherry.

  Eu, Peggy e Cherry... Tantos segredos, tantas histórias.

  As melhores amigas do mundo.

 Cherry, atrevida, falava o que queria sem se importar com as consequências. Todos que não a amavam, a odiavam.

  Peggy, vibrante, adorava criticar, contrariar. Não se importava com o que fosse, desde que pudesse discordar disso.

  Selena... Não sei como consegui entrar nesse grupo de atitude. Elas sempre disseram que era porque eu fazia qualquer coisa por elas. As defendia, protegia, consolava e brigava por elas. Elas diziam que isso se chamava coragem.

    - Essa cor no seu cabelo, está incrível. Cereja... Sua fruta e cor preferidas.- Eu disse, me referindo as mechas cor de cereja em seu cabelo marrom-avermelhado

 - Não desconverse.- Cherry foi direto ao ponto, como sempre. – Então, é isso? Ela deixou de falar com você só por isso?

- Bem, na opinião dela, deve ser...

- Idiota. É claro que não é um motivo decente. Ela está sendo uma imbecil. Não muito diferente do normal, aliás.

- Mas...

- Sem “mas”. Eu não sai daquele templo idiota no Japão pra isso.

- “Templo”? Mas você não disse...

- Estudar lá, claro. O que acha que eu estaria estudando? Magia transcendental. Eu peço isso e aquele feiticeiro idiota me manda para um templo.

- Pede isso? Feiticeiro idiota? Angel, que...

- Longa história.  Esqueça isso. O fato é que eu aprendi muito. No templo, e quando fiquei naquele lugar... Com aquela pessoa...- De repente seus olhos ficaram distantes, enquanto apreciava a vista.

 Não perguntei. Sabia que era o certo.

 Ela se virou para a mesa e bebeu o chá longamente e disse:

 - Logo chegará a hora em que você também passará por ela. Os preparativos estão... quase prontos. O que sua avó lhe disse quando vocês conversaram?

 Lembrei-me do que acontecera assim que me encontrei com Angel.

Vó Aggy surgiu apressada e Angel  abriu caminho para ela.

 Ela me deu um longo abraço e disse:

- Você foi esplêndida, minha menina. Esplêndida.

- Obrigada, vovó.

- Agora que já vi a tarefa, tenho de ir, menina. Negócios são negócios.

- Tudo bem, vovó. Eu entendo.

- Ficarei fora do continente apenas esta semana. Cuide-se, anjo.

- Tudo bem, vovó. Não vou morrer nem nada disso, prometo.

- Nada de ferimentos quase fatais?

- Isso eu não garanto.

 Vó Aggy deu uma gostosa gargalhada.

- Essa é minha garota. Adeus, menina.

- Adeus, vovó.

 Antes de me largar, ela deu um longo olhar para Angel e perguntou:

- Está feito?

- Está feito. Ele espera pela senhora.

 Vó Aggy assentiu.

 Ela se virou e foi indo embora, mas não sem antes se virar para mim:

- Selena?

- Sim?

- Vá tomar um banho. Ainda está com cheiro de sangue.”

- Está feito, você disse.

- Sim, você tomou banho antes de vir para cá.

 Fiz uma careta.

-  Não foi isso que eu quis dizer.

 Angel riu.

- Sei que não.

- Céus, você é irritante.

- Eu tento. Obrigada por notar.- Ela disse e tomamos mais chá. Com a outra mão, eu ainda desenhava com o dedo padrões na minha maçã dourada.

 De dentro da grande maçã, McHoney tirou várias outras de diversos tamanhos.

A maior ficara para mim. As duas segundas ficaram com Percy e Nico.

 Bem menor, com uns quinze centímetros ficara para Peggy e a de tamanho normal, ficara com Meghan.

Angel olhou ao seu redor.

- Joannie tem feito um bom trabalho com este lugar.  Está mais limpo e organizado do que nunca.

- Sim. Eu vim aqui diversas vezes, e perguntara sobre você. Ela apenas dizia, está com Lianne, está bem. Sem mais notícias.

- É, a vvida tem sido difícil. Mas ainda sim feliz. Tranquila. A dor passou. Os sonhos estranhos.

- Que bom. Me sinto bem com você assim.- Eu sorri. – Mas você não respondeu a minha pergunta.

- É, você é mesmo um osso-duro de roer.

- Sei o que sou.

 Ela olhou para baixo então em meus olhos.

- Não vou te dizer nada, apenas direi isto: Sua avó ama você. Ama você de verdade. Não seriam muitas que fariam o que ela está fazendo por você.

 Depois dessa fala simplesmente esclarecedora o telefone faz o favor de tocar.

  Quando minha boca estava prestes a se abrir para perguntar, ouvimos o primeiro toque.

 Nos calamos. Paralisadas, esperamos.

 O segundo toque.

 Então parou. Ouvimos uma voz feminina falando então passos a nossa direção.

 Então, quando a pequena mordomo de cabelos curtos cor de palha entrou com seu uniforme azul escuro e telefone, nós soubemos o que viria a seguir.

- Com licença. Cherry? É sua mãe no telefone.

 - Obrigada, Joannie- Ela disse, ao pegar o telefone. – Mãe?

 Seus olhos brilharam.

- Pode ir.- Sussurrou para Joannie.

- Também estou indo- Falei com os lábios.

- Tudo bem. Vejo você mais tarde.- Ela sussurrou de volta e disse mais alto:- Sim, sim, tudo está bem.

 Desci as escadas devagar.

 A mãe de Cherry era uma pesquisadora. Ela saíra em uma expedição havia cinco anos.

 Nem eu, nem Cherry sabíamos para onde. Longe, era tudo o que sabíamos. Muito Longe.

 Longe o suficiente para que ninguém pudesse visita-la. Longe o suficiente para que não pudesse voltar até o fim das pesquisas.

 As suas ligações podiam ser todos os dias, ou até de mês em mês. Tivera um ano em que ela ficara seis meses sem falar com a filha. Suas ligações podiam durar três hors ou cinco minutos – Nunca se sabia ao certo.

 Mas quando elas ocorriam, as duas não queriam que esse tempo passasse.

 Tinham estes minutos para falar sobre tudo o que acontecia em suas vidas. Tempo corrido, tempo rápido.

 O pai de Cherry morrera quando ela tinha cinco anos. Eu nunca havia visto  o Rei Magnus, mas sabia que ele era um homem excepcional, com poderes excepcionais, o suficiente para ganhar este apelido. Ninguém nunca havia me dito isto, mas eu sabia que ele era um mago, um mago com grandes chances de se tornar Magix, aliás. Mas morrera antes.

 A Família dela pertence as magos registrados. O sangue deles sempre foi perigoso, assim  como o sangue de tia Aggy e toda a família Potenthiam. Porém, como minha mãe e eu éramos mestiças, fomos excluídas da linhagem.

 Ele e minha mãe tinham se conhecido e sido amigos em Hogwarts. Eu não soubera disso também, até Gina me mostrar uma álbum de fotos.

 Quem cuidava de Cherry eram essas duas mordomos, Joannie e Lianne. A mãe de Cherry as deixara responsáveis por ela.

 Apesar disso, Cherry nunca reclamara. Eu sabia que as vezes ela se sentia abandonada, mas nunca colocou isto em palavras. Nunca chorava, reclamava ou se queixava.

 Ela era uma destas pessoas fortes que são tão difícieis de achar nos dias de hoje, que enfrentam tudo sem reclamar, de cabeça erguida, seguindo adiante, sem nunca olhar para trás, nem se importando muito com o destino a seguir, mas aproveitando cada bela paisagem que a vida poderia oferecer. E se a paisagem não fosse tão bela, ela inventaria uma, simples e feliz.

 Eu sempre tivera orgulho de Cherry.

 Era alguém gentil para se ter ao lado.

 Peguei minha capa e saí da casa.

  Ao  passar pela passagem do Salgueiro Lutador tive uma surpresa.

 Uma camada fina de neve cobria tudo.  Pequenos pedaços gelados de algodão caiam do céu. Eu sorri ao abaixar a capa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou do cap.? Deixe reviews.
Não gostou? Também.
Gostou de Cherry? Deixe Reviews.
Não gostou? Também.
Gostou da Nova Casa dos Gritos? Deixe reviews!
Preferia antes? Também.
Enfim, deixe reviews. Um autor abandona uma fic a cada review não deixado, por isso contribua com essa autora:
Deixe Reviews!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Torneio Bruxo-olimpiano" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.