O Torneio Bruxo-olimpiano escrita por Akanees


Capítulo 24
23. Entre escolhas e ameaças - Amor Proibido


Notas iniciais do capítulo

TÁ BOM! NÃO ME MATEM! Desculpa mesmo,mesmo,mesmo pela demora, mas esse deve ser um dos capítulos mais díficeis que eu escrevi. Tive que deixar certas coisas no ar, mas não o suficientes para vocês descobrirem o mistério; E não é só isso,minha vida anda uma loucura: O melhor amigo do garoto que eu sou APAIXONADA me chamou pra sair, Fui eleita representante de classe, Oradora de turma, Representante Titular da Gincana da escola, Fui escalada para representar minha equipe no soletrando da gincana, Tive que fazer protesto quanto a coreografia que as meninas inventaram para a dança junina que valia 5 pontos em Ed. Física, matéria que reprova( Nem que eu tire zero, YALE que se dane, eu que não vou ficar dançando funk[isso mesmo, na festa junina] e empinando a bunda e descendo até o chão como se eu fosse uma... Deixa pra lá) Minhas melhores amigas me trocaram pela garota que está tentando tomar meu lugar de representante e toda a sala sabe disso. HELP! Entenderam meus motivos?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/120307/chapter/24

 – Selena!– Ouvi Quíron me chamar.– Justamente quem eu procurava.

Me virei para ele, retirando a capa molhada. Tinha decidido deixar que as gotas da chuva que desabou caíssem sobre mim.

Sorri e torci o cabelo.

– Ah, Olá, Quíron!

 – Olá, Selena. A professora Minerva me pediu para lhe entregar isto.– A voz de Quíron exalava carinho ao falar  o nome de professora Minerva. Sorri internamente.– Ela mandou dizer que veio do Ministério da Magia.

 Ele estendeu um pergaminho.

– Oh, obrigada.– Peguei-o.

– Ah, Selena queria falar com você. Hum, aceita um chá, aderindo a estes costumes?

Sorri.

– Adoraria.

Sentamos em uma mesa perto da lareira, o que foi bom, pois agora eu tremia, e eu ataquei os biscoitos. O chá com Hagrid e Teddy me deixara com fome.

  – Selena, queria lhe falar. Sei que está acontecendo muita coisa com você no momento. Queria assegurar-lhe de que tem o apoio do acampamento.

– Eu sei,Quíron.

– Sim. Sei que sabe. Mas eu queria dizer-lhe... Bem, eu fiquei surpreso quando você passou a dormir no navio... Bem, queria dizer que se é que você prefere fixar conosco, o que você estava tentando passar... Bem, ficaríamos honrados em aceita-la o ano todo.

– Aceitar o ano todo... Quer dizer...– Parei.– Não. Desculpe, Quíron, mas... Eu sou uma bruxa. Bruxa Hogwartiana. Eu sou de Hogwarts e não abandonaria-a por nada. 

– Tudo bem, mas se mudar de idéia...

Eu me levantei de supetão, trêmula. A cabeça baixa.

– O-ok. Desculpe, te-tenho que ir. Ãnh, dar comida a fênix.

  Quíron me chamou quando virei de costas.

– Huum, Selena?

– Sim?– Me virei.

 Seu olhar era triste, coberto de pena.

– Quero falar-lhe que não estou te deixando te deixar mais confusa. Mas você tem nosso apoio. E lembre-se, você não é maisuma bruxa.

Não respondi e voltei ainda de cabeça baixa.

 Chegando no meu quarto, tranquei a porta. Peguei meu travesseiro e comprimi meu rosto.

 Gritei. Gritei o mais alto que pude.

   Depois o tirei e apoiei a testa na parte de madeira plana da mesa.

– A vida já é tão difícil, porque complicar tanto pra mim?– Perguntei, murmurando.

– Por que você é especial demais para ser desperdiçada,jovem. – Disse uma voz feminina.

 Me virei. Atena estava sentada em minha escrivaninha olhando para mim.

 A deusa tinha um vestido cinza que mostrava bem suas bonitas curvas, de um tecido entre a seda e o cetim, uma tiara de aço com diamantes.

 Seus cabelos estavam escuros, e seus olhos pareciam mais cinzentos do que o de costume. Seu cabelo, cacheado, seguia de modo sofisticado até o alto de seu diadema, onde estava preso num daqueles coques que deixa partes do cabelo de fora.

 – Atena?

 Ela sorriu. Um sorriso branco e vivo. Contagiante.

– Olá,querida.

 O modo que ela disse isso... Seu jeito... Não sei.

 Me lembrou a minha mãe.

 Eu pulei e a abracei.

– Ora,ora, até parece que você não fala comigo sempre.

– Nesses dias você anda meio calada.

 Ela me afastou e me analisou, me segurando pelos ombros.

– Desculpe-me. Muitas coisas acontecendo no Olimpo. Tempos ruins estão por vir.

– E isso...

– Envolve você,sim. Preciso lhe avisar. Não posso deixar que seja pega de surpresa, mas não posso dizer-lhe realmente a verdade toda, pois Zeus... Desculpe. Não posso.

– Não entendo.

 Ela deu um sorriso triste.

– Faz séculos que não trabalho em conjunto com Poseidon. Nós só brigamos. Você nos uniu. Nos deu uma causa para trabalhar em união. Um único motivo. Si própria. Obrigada por isso também.– Ela disse com certa relutância.

 Sorri também.

– Vocês sempre trabalharam melhor construindo que destruindo. E eu sempre achei que vocês... hum... ficam bem quando... ãnh... trabalham juntos. Por falar nisso como vai o Percy e a Annie?

 Atena entendeu minha indireta. Bem direta,pra falar a verdade.

– Selena, considero-te como uma de meus filhos. Jurei proteger-te e Guiar-te. Mas mais uma de suas...

– Desculpe. Não quis ofender, só quero ver vocês felizes. Os dois.

 Ela olhou meus olhos.

Ajeitou uma mecha minha de cabelo e colocou-a atrás da orelha.

– Não. Eu peço desculpas. Às vezes esqueço que você é inocente demais, ás vezes demais até para seu próprio bem. Agora posso continuar?

– Por favor.

– Selena, ouça-me que isto é importante. Os deuses... Eles tem planos pra você. Eles querem lhe impedir de ser o que você é... E você é muito poderosa. Alguns deuses temem realmente pela sua segurança. Por que você é mais poderosa para seu próprio bem. Mas outros deuses... Eles só pensam em seu próprio bem. Eles vêem em você uma ameaça. Uma ameaça que tem de ser aniquilada.

– Mas... aos deuses? Como posso eu, ser uma ameaça aos deuses? Posso fingir ser poderosa e assustar Dionísio, mas isso... Me parece exagerado em demasia.

– Selena, você não sabe o poder que tem em mãos... Se você soubesse... – Ela balançou a cabeça.– Selena, um dia você saberá. E um dia você terá não só o poder, a magia, de várias espécies, mas você terá também em mãos o poder mais importante. O poder de se controlar. Essa sabedoria só poderá vir com o tempo. Com a dor e a tristeza, o desespero e a perca, o pesar. Sem isso você não evoluirá.

– ENTÃO É ISSO? – Gritei.– VIVER E SOFRER PARA O PODER? MAS EU NÃO QUERO O PODER!

 Eu não percebi que havia lágrimas em meus olhos. Mas dessa vez, eu não queria sentar e chorar, eu queria gritar,brigar, queria bater em algo, ou alguém.

Atena apenas me observava com o olhar triste.

 Puxei a gaveta de escrivaninha de modo que ela caísse no chão. Comecei a jogar papéis dali para achar o que eu procurava.

 – Olhe isso,Atena!– Estendi o colar simples de gota com pedra azul que meu pai me dera. Agora, o pingente virara um medalhão. Um medalhão de prata, com o símbolo do Magix brilhando em roxo metálico com pedrinhas mínimas.– Nada meu pode ser meu de verdade! É tudo do poder, do magix! Tudo para o ser que representa o poder! Mais nada, nada na minha vida é pra mim! Não sou como os deuses que aceitam oferendas pelo que eles representam! Quero algo pelo que eu sou!

 Ela balançou a cabeça e deu outro sorriso triste. Pegou o colar com delicadez de minha mão, com mais força do que a minha mão, que não queria deixar que ela o pegasse.

 Ela, com cuidado, abriu o medalhão de prata.  Ela puxou algo que parecia um fio de prata fino, mais bem sólido, do tipo que você sabe que não entorta, por mais que tentar, e encaixou do lado do medalhão.

 Por dentro, havia a pedra azul de antigamente.

– Apenas por fora mudou. Por dentro, a pedra brilha com a mesma intensidade de antes. E ainda assim com a mesma delicadeza. Por fora pode até ter mudado, e é por fora que todos vêem quando o olham. Mais por dentro, continua o mesmo, mas só abre quem tem a chave.  Você deve ser como o colar, Selena. Isso é só o começo, e você continua a mesma, é verdade. Você está indo pelo caminho certo, mas você tem que mudar também. Mudar por fora. Treine para ser Magix. Tenha a cabeça equilibrada, e seja calma e imparcial nas tuas decisões, e por fim, saberá o que é o certo a se fazer.

  Abaixei a cabeça. Atena observou meu rosto.

 Meu cabelo havia se secado e voltara a forma dos cachos caprichosos de antes.

 Respirei fundo.

– Sabem, ás vezes me dá vontade de chorar. E ás vezes, eu choro, mesmo. Mas o choro é de tristeza, medo e desespero. E tristeza e desespero não movem o mundo. O que move o mundo é a inteligência, a competência e a esperança, mesmo quando parece impossível.

 Atena sorriu. Era um sorriso de competência, de orgulho. O tipo de sorriso que um grande gênio dá ao contemplar os prêmios ganhos pelas sua obra.

– Sabe, alguns deuses não entenderam porque escolher você entre minha abençoada entre todas as pessoas no mundo, afinal, posso ter apenas um por vez, se é por seu poder, ou por sua mãe, minha antiga benção. E eu simplesmente lhes respondo:– Ela ergueu minha cabeça, de modo a olhar em seus olhos.– Se vocês prestassem atenção nela,como eu presto, saberiam por que.

Ela sorriu, e dessa vez, novamente, seu sorriso era parecido com o de minha mãe.

 Também sorri.

– Sabe, apesar dos deuses que querem matá-la,ou um destino que, no seu caso, pode ser tão ruim quanto, há também os deuses que lutam por você. Eu. Poseidon. Ártemis... Você não está sozinha, criança e há muita gente que lutaria por você.

  Ela abaixou os olhos e fez surgir uma cruel faca de caça prata.

– Tome. Isto é de Ártemis. Tem minha bênção. Com ela, você terá sabedoria em suas ações. Aceita-a?

Baixei a cabeça em gesto solene.

– Aceito-a.– Levantei novamente.– E obrigada.– Sorri.

– Ela é um par. O outro você receberá depois, por uma pessoa diferente. Ela queria entregá-la comigo, mas... Não. É melhor assim.

 A faca estonteante. Era cruel. Uma ponta fina. Era brilhante e com desenhos minuciosos, incrustada com cristais. Era prata, mas também outro material mais escuro, não tanto quanto ferro do Styx, nem tão claro como prata, mais impressionante.

 Nele tinha um nome: Gemelli Spera Lumine.

– Traduzindo para sua língua, fica Gêmea Esperança da Luz. Chamo-a de Gemelli Lumine. Sabe, são duas facas que se completam e dependem uma da outra para o balanço perfeito. Peço que não use essa faca até ganhar também sua gêmea para que se completem. Não seria bom o efeito que elas teriam em mãos erradas.  Guarde-a bem.                  

  – Obrigada, Lady Atena.

 – Já é hora de ir. Adeus criança.

– Adeus, Milady. Voltará logo?

 Atena deu um sorriso desafiador.

– Não fisicamente. Mas estarei com você guiando-te pela sabedoria e irritando-te sempre.

 Sorri também.

– Como eu não podia não esperar.– Então meu sorriso tornou-se menos sarcástico e um pouco triste.– Sentirei sua falta. E, posso te pedir um favor?

– Sim?

– Tenha paciência com Percy e Annie,sim? Percy já provou seu valor e eles se amam. Annabeth não poderia ser feliz sem ele, assim como meu irmão sem ela.

Atena mordeu a língua,como se reprimisse uma resposta desagradável para sua pupila.

– Verei o que posso fazer. Ah, e, Selena?

– Sim?

– Acho que alguém deixou algo para você.– Ela apontou com o rosto para minha mesa de cabeceira. Lá, havia um buquê de flores amarelas delicadas, mas contagiantes de tão vivas com um bilhete.

Eu suspirei. Estava chovendo, vi pela janela. Por dentro de mim,também parecia que ia chover. Suspirei de novo e abri a porta. Na entrada achei uma flor, não sabia identificá-la,mas era linda, amarela, cheia de vida. Nela havia um bilhete:

Não desista.

Um dia,

Tudo dará certo.

Sempre haverá alguém para lutar por você.

Eu sei de pelo menos um.

Eu.

De alguém que te adora.

E aquela foi a primeira flor.

 Eu li o bilhete.

“ Guerras e batalhas podem ser contantes

E resultados complicados para

Decisões de anteriores

Mas ainda existe alguém que te ama a todo instante

Então não se preocupe com as coisas inferiores

De alguém que ainda te ama.”

 – Não assinado.– Murmurei.– De quem é Atena?– Falei um pouco mais alto.

– Atena?– Me virei. Não havia ninguém. Só eu, duas cartas misteriosas, uma faca de aço brilhante e muitas dúvidas.

Nico di Ângelo

  Deci até o Hades. Meu pai me chamava.

 Hades estava frio e escuro como sempre, mas eu gostava.

 O negror e a escuridão faziam parte de mim,agora. Os gritos não me assustavam mais. Me deixavam triste, mais nada. Os fantasmas me idolatravam, as fúrias me respeitavam.

 Os cães infernais me adoravam.

 Aquele lugar me fazia ficar perfeitamente em casa. Me fazia poderoso.

  E eu estava completamente infeliz ali.

 Não me entenda mal. É maneiro ter seus servos, e se sentir poderoso,embora, ás vezes isso era vicioso.

 Mas o meu único e melhor motivo de sorrir estava acima da terra.

  Pensei mais uma vez nela, em seu sorriso, no jeito que se escondia em seus cabelos, no jeito que olhava pra mim quando me achava cômico.

   Em seus olhos e seu jeito de falar, sereno, calmo, desafiador e poderoso, sábio. O jeito que consiguia ver o que tinha de melhor no ser mais insignificante e miserável.

 O jeito em que ela conseguira ver um garoto maravilhoso e merecedor  num deplorável filho de Hades.

 Ela era maravilhosa e era nela que eu pensava ao andar, de olhos fechados por um instante para visualizar seu rosto, no escuro. Abri os olhos.

 Um fantasma se aproximava.

 – Meu senhor, há quanto tempo não o vejo...

– Bons tempos aqueles.– Suspirei.

– Sente falta de mim?

– Não, sinto falta do tempo que não tinha que agüentar você.

– Ah, meu amo... Quer algo?

– Quero que você saia de perto de mim,Minos. Não sei como você ainda tem audácia de falar comigo. Vá embora, antes que eu vá falar com Hades, e, creia em mim, você não vai gostar de eu ir falar com Hades.

– Como quiser, mestre.

Minos estava se mordendo por dentro, eu sabia.

 Ele se afastou, mas eu chamei-o novamente:

– E, ah, Minos?

 Ele se virou novamente.

– Espero que você nunca mais se esqueça quem é o rei fantasma.*– Eu disse.

(N/A- Gente, a tradução do livro msm foi “rei espectral”, por que ele estava se referindo a profecia do terceiro livro, tá?*piscadinha de olho*)

  Minos teve a aparência de que se segurava para não me atacar. Ele rosnou e se preparou para atacar.

– Eu não faria isso se fosse você.– Sorri de modo desafiador, sem humor algum. Não estava com paciência para Minos. Ele notou isso.

– Jamais,mestre.– Ele fechou os olhos e respirou fundo, então abriu os olhos e eles ardiam em chamas.– Mas se está zangado porque não está perto daquela feiticeira sangue negro saiba que é melhor se acostumar.

– Sangue... o quê? Do que chamou Selena?– Avancei para ele com minha espada.

– Sangue negro. É a cor que fica quando se misturam muitas tintas em um único recipiente. É melhor se acostumar a ficar sem aquela menininha sangue-sujo pois a felicidade dos filhos de Hades não duram muito. Vocês dois são filhos dos Três Grandes, se esse amor proibido não acabar sozinho, os deuses acabarão com ele!

  Perdi minha paciência.

– Absoluta casu super nigredinem te, amisso in aeternis tenebris – Comecei a recitar rapidamente.

Minos arregalou os olhos.

–        Quê? Você não pode...

 As sombras começaram a envolvê-lo como num pequeno furacão próprio.

–        et propter virtutem meam manet,

–        NÃO!– Ele gritou.

–        summus tenebra non revertetur!– Recitei em um grito final.

 Minos desapareceu. Isso ia incapacitá-lo por um tempo.

 Cansei.

–        Fúria!– Chamei. Uma das três voou rasgando o céu(ou seria o chão?) até mim.

–        Pequeno mestre.– Ela saudou.– Seu pai lhe espera.

–        Eu sei. Leve-me até ele.

–        O que quiser.– Ela não parecia muito disposta a isso,não.

 Mas ela me pegou pelo cangote e em pocos segundos pousamos nas portas do pálacio de meu pai.

–        Pai.– Me curvei diante ele.

 Ele estava em seu trono e Perséfone também. Ela estava em um vestido de flores mortas, o cabelo preto com o enfeite de uma rosa murcha. Parecia chateada e entediada. Inverno. E

 Ela não olhava para mim, nem para Hades. Despedaça-va uma rosa negra, meio murcha, de lado no seu trono.

–        Nico.– Meu pai estava com sua carranca natural. Seu lábio parecia com o de alguém que desejava rosnar.– Vejo que lembrou o caminho de casa.

–        Venho-lhe-ei a todo o seu chamado. O que deseja?

 Ele ignorou a última parte.

–        Virá mesmo? Atenderá o meu pedido? Acho que não. Por que já venho lhe pedindo para deixar aquela... Cria do Mar e você não me atende, não é mesmo?

–        Selena.– Disse Perséfone olhando pela primeira vez em nossa direção.

–        Sim?– Hades perguntou.

–        Selena. O nome dela é Selena. E agradeceria se não dissesse isso no modo pejorativo.

 Será que meu pai reclamaria se eu me abaixasse agora? Acho que deixei minha boca cair no chão.

 Hades rosnou.

–        Acho que já descutimos isso, Perséfone. Sei que está grata pela menina tê-la salvo, mas aquilo era uma missão. A menina não tem nenhum apreço por você.

–        Na verdade, tem sim.– Eu me meti.

–        Selena gosta muito de Perséfone, diz que a senhora é... Maravilhosa.

 Perséfone sorriu.

–        Que lisongeiro. Agradeça-a por mim, Nico.

–        Você não vê ela é sedutora demais para ser real? Ela só diz isso para te ganhar, Perséfone! Para causar uma guerra no mundo inferior e no Olimpo!

 Perséfone revirou os olhos. Nunca a vira ter uma atitude como essa diante Hades.

–        A menina é encantadora. Eu a amo e ela tem minha benção para o que for.

–        Estará passando por cima de minha vontade! Quer uma guerra no mundo inferior você também, Perséfone?

 Perséfone pulou do seu trono e gritou com Hades.

–        Se for para proteger-me de alguém como você? Quero, sim! Eu cansei, Hades! Pelo menos uma vez não me tire uma das poucas coisas que eu gosto!

–        Você disse proteger-me.– Eu disse. Os dois se viraram pra mim.– Você não disse protege-la. Você disse proteger-me.

   Hades abriu a boca, mas parecia não saber o que dizer. Perséfone se virou para mim e seu olhar era de puro ódio.

–        Sem querer isso acaba sendo em seu prol também,  então cale a boca, filho bastardo de Hades!

–        Não chame Nico de bastardo, Perséfone!– Hades gritou para sua esposa.

–        Concordo!– Eu disse.

–        Cale a Boca, Nico!– Tanto Hades quanto Perséfone disseram e voltaram a discutir.

 Que confusão!

 Tudo isso por causa de Selena.

 Eu, hein. Essa garota é como se fosse um furacão, um furaccão que gira ao redor da própria órbita.

  Causa confusão por onde passa, mas quem consegue chegar realmente dentro dele...

  Dizem que o local mais calmo pra se ficar é no olho do furacão. Acho que é verdade.

 Agora aqui estou eu, brigando com meu pai, do lado de Perséfone, por causa de uma simples garota. Simples,não. Por que ela era fantástica em tudo.

 Selena era o ser mais poderoso nascido em milênios, eu sabia disso. Sentia isso.

 Mas quando eu, ou qualquer um, ficava com ela, quem poderia dizer isso?

 Quem poderia dizer que por baixo daquele sorriso iluminado,com seus lábios macios, daquele olhar que dava pra imaginar sorrir, mesmo quando chorava,  das bochecas rosadas, do riso delicioso, do jeito adolescente, se escondia a criatura mais poderosa do planeta? 

 Perigosa,sim. Por que que ela era algo, todo mundo podia perceber.

Mas não algo ruim, algo bom. Algo inimaginado.

 Algo bom, doce, puro, simples. Não seduzia. Encantava. Ao mesmo tempo, era algo solar, que espalhava vida. E amor.

 O mesmo amor que começava com todas as guerras, mas que sem ele, nehuma delas chegaria ao fim.

– Eu a acho perigosa. – Os dois pararam de gritar e olharam para mim.

– Cale a boca e sente, Perséfone. Quero ouvir o que o menino tem a dizer.– Diante de uma ordem tão direta de Hades, tudo o que Perséfone pôde fazer foi obedecer.

– Incerta, imprevísivel, instável. Tão puramente louca que chega a ser encantadora. Simplesmente maravilhosa, ela é. Pai, se não percebeu isso, é porque deve prestar mais atenção.

–        É mesmo? Presumo que a ame, então.– Disse ele com uma curiosidade interessada demais para não ser irônica.

–        Amo. Amo mais do que qualquer outra coisa no mundo.

–        Mais do que sua mãe, então.

–        Quê?  O que quer dizer?

–         Não quero te dizer nada. Quero te oferecer.

–        Me oferecer?

–         Uma troca melhor que justa. Duas por uma.Termine com Selena. Quando o torneio acabar, suma de sua vida. Nunca mais fique com ela, e a faça pensar que você a abandonou. E abandone-a mesmo. E, em troca, te darei o mais maravilhoso dos presentes, o que você mais quer. Não só te darei Maria, como Bianca, também. Já pensou nisso? Uma família inteira, novamente. Não a retirarei do Hades, mas toda vez que você for no mundo inferior ela poderá te abraçar. Passará dias,meses,anos, o tempo que você quiser com ela. Ela até poderá voltar a superfície vez ou outra. E vocês serão uma família. Nós seremos. Não é isso que você sempre quis?

 Eu dei um passo pra trás e cai. Fui me rastejando para trás.

 Perséfone parecia estar mordendo algo, talvez a própria língua, mas não lhe dei atenção.

 Minha mãe. Bianca.

 Nada de garoto excluído. Nada de garoto órfão.

 Nada de garoto solitário. Nada de garoto infeliz.

 Uma família feliz.

 Mas naquela hora percebi que eu não era mais o garoto infeliz já havia algum tempo.

 E o motivo disso foi o que me trouxe alguma luz naquela escuridão.

– Não.– Eu disse.– Não. Não, não,não. NÃO! – Gritei.– Você não enganará de novo, Hades! Pai.– Me virei pra ele, olhando-o nos olhos como não havia a muito tempo. Minha voz tremia.– Pai, por favor...

 Hades continuava duro e inflexível.

   – Minha proposta estará sempre de pé. Lembre-se disto. Ah, e não se esqueça: os deuses nem sempre podem viver como uma família. Mas podem viver como aliados. Se você continuar com isso, subirei para falar com Poseidon. Não creio que ele esteja mais feliz com isso do que eu. Ah, e por quanto você insistir com isso, não terá minha proteção no mundo inferior.– Ele deu ênfase na última frase.

 Eu sai correndo do castelo.

 Uma mão segurou meu braço.

 Parei.

 Olhei para trás e encontrei os olhos de Perséfone.

– Tome cuidado. Por favor, Nico, Proteja-a. Ela é tão importante pra mim quanto pra você. Proteja-a na superfície, como protejo-a de Hades. Por favor, se não quiser por mim, por ela.– Perséfone implorou. Ela colocou uma rosa vermelha na minha mão, e instantaneamente tingiu-se de negra. – E quando chegar a hora certa, e você saberá quando for ela, eu o protegerei e o guiarei.

  Não era como qualquer outra flor, normalmente, comigo as flores murchavam, não ficavam negras.

 Ela pôs a mão macia em minha testa e o mundo girou. Eu estava de volta a superfície.

 Eu cai de joelhos.

   Olhei para o chão uns cinco minutos antes de sentir braços quentes e macios ao meu redor.

– Nico, o que há? Eu estava olhando na minha janela e vi você aqui.–  Eu encontrei os olhos de Selena.

 Apontei para o meu anel, de aço negro semelhante ao dela.

 Ela me observou e pegou sua vassoura, que imagino que tenha sido o modo de chegar aqui.

– Vem comigo, amor.

 Eu levantei meus olhos pra ela. Meu olhar era miserável.

 Ela ergueu a mão e deu um pequeno e triste sorriso.

 – Não confia a em mim?– Ela perguntou. Estava com uma das luvas, sem dedos*, de quadribol.– Só segure minha mão e confie em mim.

(n/a- *esqueci o nome, quem souber, me fala que eu conserto)

 Essas foram as mesmas palavras que usei para convencê-la. Notei por que elas faziam efeito.

  Segurei sua mão e ela sorriu novamente.

 Ela me guiou até a vassoura e voamos até seu quarto no navio.

– Não campina em Nova Orleans, mas...– Ela deu de ombros.

 Ela me observou.

– Você está mesmo mal.– Disse, enquanto eu me sentava na cama, encostado á parede, precisava de apoio.– Espere um pouco.

– Monstro!– Ela chamou. Olhei-a. Talvez estivesse certo quando a chamei de meio louca.

 Mas, para minha surpresa, um pequeno e velho elfo doméstico apareceu no quarto. Ele fez uma reverência.

– Srta. Alex.

–  Olá,monstro.– Ela disse com bondade. – Será que pode me fazer um favor?

– Estou a vossas ordens, Srta.

 Ela se abaixou.

– Será que você poderia...– Ela falou algo em sua orelha de morcego.

 Ele fez que sim com a cabeça e disse:

– Em um minuto Monstro estará de volta, Srta. Alex.

 Ele desapareceu com um estalo.

– Tá bom, o que houve com você?

 Balancei negativamente a cabeça.

– Não pode me contar?

 Balancei a cabeça de novo.

 Ela sorriu e se sentou ao meu lado.

– De vez em quando– Ela começou. Seus grandes olhos me hipnotizavam, e eu sabia o que ela iria dizer.

– Um abraço basta.– Eu completei.

 Ela me abraçou e eu me senti menos triste, mais confuso.

 Nos seus braços quentes, tive vontade de chorar.

 Ouvimos outro estalo.

 O elfo havia voltado. Ela foi até ele pegou os sacos que ele trazia. Ela agradeceu e ele se foi.

 Ela ergueu os sacos, me mostrando o logotipo. Mc’Donald.

 Eu tive que rir, e ela me acompanhou.

 – Tem de admitir, nós temos que arranjar um jeito mais saudável de afogar as mágoas.– Ela disse.

 Ela tirou do saco uma caixa com um saduíche e catchup e me deu.

 Ela mesma pegou outro.

– Tem razão.– Minha voz era fraca.

 Dei uma mordida no sanduíche.

 Ela me olhou novamente preocupada. Seu rosto se assemelhava ao de seu irmão, franzindo e unindo as sombrancelhas, mas estas, claro, eram infinitamente mais bem desenhadas e delicadas.

 Continuei comendo.

 Ela também comeu, fingindo despreocupação.

– Vou pensar em algo.– Ela disse.– Mas agora, você vai me dizer exatamente o que o aflige.

– Eu não posso. Isso é o que me deixa louco. Não posso!

– Tudo bem. Não me diga o que é... exatamente. Fale no modo geral, sem que eu saiba o que de fato acontece.

 Fiquei quieto por um tempo, pensando como iria desenvolver isso.

– Bem, hum... Há algo... Uma escolha a fazer. Tudo pede para que eu vá para uma direção... Mas não é a que eu quero ir. A que eu quero ir é simples e eu me sinto bem com ela. Mas a outra... A outra leva ao que eu quis durante muito tempo. Ela é errada de certa forma, mas... Ela me parece tão boa. Tão... encantadora.

– O que há com a outra?

– A outra é algo que eu tenho e é talvez o que eu mais prezo, mas se quiser seguir pela outra terei de desistir. Na verdade, não há escolha, nunca houve escolha. Mas para manter o que eu prezo, terei de machucar outras pessoas além de mim. Só me importo com elas, a mim, sinceramente não dou muita importância.

 A cabeça de Selena estava baixa, pensativa.

– Eu entendo como é díficil. Na verdade, acho que sou eu a pessoa que mais o compreende no mundo inteiro. – Ela começava a despedaçar uma batata frita enquanto falava.– E eu também me sinto perdida desse jeito de vez em quando. É como se estivessemos jogados em meio a uma floresta e não tivesse por onde seguir. Mas... Nico.... Acho que o certo a se fazer agora é ouvir o seu coração. As pessoas ás vezes te acham meio frio e distante, mas eu o vejo, o vejo de verdade. Você tem um coração bom, puro, Nico. Se você prestar atenção, conseguirá ouvi-lo. E vai saber o que é certo.

 Ela sorriu no final.

 Sorri de canto de lábio.

 E algum dia eu poderia desistir disso? Ela era tão simples,honesta, pura.

 Ela sempre sabia o que dizer.

– E lembre-se: Nós estamos juntos nessa.

 Ou não.

 Mesmo assim respondi:

– Com certeza.

 Ela sorriu e continuamos o lanche.

 Quando terminamos, ela disse:

– Acho que já pensei.– Ela disse e se levantou.

– Pensou? Pensou em que?

– Num outro jeito de afogar as mágoas.– Ela disse e ergueu a mão.– Me concede esta dança, cavalheiro?– Perguntou ela, com um sorriso.

– Com certeza, jovem dama.– Eu disse, rindo.

Take my hand

Take a breath

Pull me close

And take one step

Keep your eyes

Locked on mine

And let the music be your guide.

I want you promise me (Now I want't you promise me)

That you'll never forget (We'll keep dancing)

To keep dancing

Wherever we go next

It's like catching lightning

The chances of finding someone like you

It's one in a million

The chances of feeling the way we do

And with every step together

We just keep on getting better

So can I have this dance? (Can I have this dance?)

Can I have this dance?

Take my hand

I'll take the lead

And every turn

You'll be safe with me

Don't be afraid

Afraid to fall

You know I'll catch you through it all

And you can't keep us apart

(Even a thousand miles can't keep us apart)

Cause my heart is where ever you are

(Cause my heart is where ever you are)

It's like catching lightning

The chances of finding someone like you

It's one in a million

The chances of feeling the way we do

And with every step together

We just keep on getting better

So can I have this dance? (Can I have this dance?)

Can I have this dance?

Oh,

No mountain's too high

And no ocean's too wide

Cause together or not

Our dance won't stop

Let it rain, let it pour

What we have is worth fighting for

I know I believe

That we were meant to be,

Yeah,

It's like catching lightning

The chances of finding someone

Like you (Like you)

It's one in a million

The chances of feeling the way

We (way we do) do

And with every step together

We just keep on getting better

So can I have this dance? (Can I have this dance?)

Can I have this dance?

Can I have this dance?

Can I have this dance?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, reviews! E nehuma ameaça de morte tb seria legal! Se não der pra aguentar td bem, podem deixar as ameaças de morte. Mas deixem os reviews! Pelo menos vou saber que se importam em me deixar viva, o que já é ótimo considerando que ninguém mais na minha vida liga muito pra mim.#drámaticamodoon
DEIXEM REVIEWS! Kisses&Kisses, of The Princess of Drama Mary.P.S.- Falei sério, deixem os reviews!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Torneio Bruxo-olimpiano" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.