– Selena, você já viu o...

–NÃO! Não vi, não quero ver, não quero nem ouvir falar nisso!

Peggy abaixou o jornal meio assustada, o que era muito difícil de conseguir que ela ficasse.

–

Nico deu um sorriso maldoso e desafiador.

–

Ergui uma sobrancelha.

–

Nós fomos para os jardins.

Cheguei mais perto de Nico e mais perto,mais perto... Até que o beijei. Ele como sempre se,ãnh, distraiu com isso e aproveitei para tirar sua espada. Sem que qualquer um percebesse, eu tinha minha espada atrás d seu pescoço e a minha na garganta. Um truque que eu aprendi com a Annabeth. Sempre funcionava.

–

– Bela distração.– Nico olhou para mim. Corei um pouco.

–

– Agora pode devolver minha espada se faz o favor?

Sorri de jeito maldoso e joguei-a para Nico.

Nico pegou a espada dele, que era de ferro Stygio, negra como um pesadelo.

Eu peguei a minha espada de prata com rubis que um dia havia pertencido a Godric Grifyndor e agora estava encharcada de sangue.

Peggy olhou para minha espada, depois para a de Nico e devolta para a minha, como um personagem de desenho animado, como se não conseguisse decidir qual das duas espadas era mais assustadora.

Aparentemente ela não conseguiu se decidir.

Nós começamos a luta. Eu era fantástica, mas Nico tinha experiência.

–

Foi quando eu percebi que havia uma verdadeira platéia no estádio nos vendo batalhar entre si. Eu parei e me virei:

–

Peggy, que estava bem próxima, deu um muxoxo.

– O que você acha? Acha que sou só eu que gosta de um bom duelo de espadas de preferência com decapitação envolvida?

Todos olhamos para ela fixamente.

Finalmente, eu disse:

– Você é sádica,garota.

Ela deu um sorrisão de mostrar todos os dentes.

– Eu sei!

–

O fantasma branco e transparente com a cabeça segurada por apenas um fio de pele no pescoço deu um muxoxo.

–

Fantasmas não podiam corar mais o rosto de Nick atingiu um tom perolado.

–

Nick atingiu um ar pomposo que sempre aparecia quano alguém o chamava pelo nome.

–

Nico ergueu a sobrancelha,como se dissesse " Você é inacreditável".

Aproveitei para atacar, mas Nico era rápido, ele ergueu a espada e absorveu todo o ataque.

–

Nico pareceu pensar enquanto eu o atacava.

–

Nico pareceu refletir.

Eu bati a espada e rodopiei, e usei toda minha força para continuar com a espada sem perceber ficando de costas para Nico, virei levemente e encontrei seu rosto.

–

Não soube o que dizer quanto a isso. Mais que isso, não sabia o que pensar sobre isso.

Pelo canto do olho, eu vi Percy revirar os olhos.

Finalmente,derrubei Nico.

–

Eu ainda pulava e ele olhou para isso e sua cara mesclava a contrariedade e vontade de rir. Por fim não deu, e ele não foi o único a rir de meus pulinhos de alegria.

Toda platéia parecia estar dando risadinhas, e isso inclui Peggy,Percy e Annabeth.

Percy e Annabeth só treinavam por hábito, Annabeth era a segunda melhor esgrimista do acampamento, mas ninguém vencia Percy, então eles pararam numa boa para rir de mim.

– Ah,é,maninha? Quer seu Prêmio?– Percy perguntou e jogou uma garrafa de água toda em minha cabeça. Após cuspir um pequeno jato, eu sorri.

–

Olhei caixa onde estavam as garrafas d’água. Pouco a pouco, litro de água iam saindo dela, como aquele filme, H2O Meninas Sereias.

A boca de Percy se abriu.

Com um gesto com as mãos, joguei tudo para ele.

Também cuspindo um pouco de água ele disse:

–

Joguei mais para ele. 

–

Nós ríamos, mas de repente tudo fiou escuro e eu estava em outro local.

Reconheci o bar d’O Cabeça de Javali.

Nele, havia um bruxo de aparência suspeitamente normal, com uma capa preta, uma vasta cabeleira arrumada com cabelos castanhos e olhos muito negros, como os de Nico, mas diferentemente dos de Nico, que através das sombras eram gentis e amáveis, os desse homem mostravam selvageria,rancor e amargura de um jeito horripilante.

Reconheci-o de fotos. Stephen Jensen. 

–

Stephen colocou uma capa e desapareceu.

–

- Acorda, Selena!

Abri os olhos.

Havia um círculo a minha volta. Eu estava apoiada em Percy, Peggy me lançava um olhar preocupado próxima de mim. Até Nico voltara e era ele que estava mais próximo de mim.

Eu me levantei com a mão no lado direito de meu cabelo.

- Ai,minha cabeça. O que houve?

–

Annabeth mordeu o lábio.

-Você... Você estava....

Nico respondeu em uma voz baixa:

–

– Stephen Jensen! Eu descobri! Tenhio que falar com Quíron! E a professora Minerva!– Eu me levantei rápido,mas mal estava em pé e cambaleei. Nico, como sempre me segurou.

Percy se levantou e tirou uma coisa de sabe-se-lá-de-onde e me entregou.

Era um bloquinho de Ambrósia,eu sabia, apesar de nunca ter experimentado.

–

Eu mastiguei. Tinha o gosto dos doces que minha mãe fazia. Instantaneamente eu me senti melhor.

Antes que eu pudesse correr Percy me segurou.

– Calma, me conte o que você sonhou.

– Não foi sonho, foi uma visão...

– Para todos os efeitos sonho de semideus. Semideuses nunca tem sonhos normais, são visões do que está acontecendo agora ou até no passado.

– Eu sei! É por isso que eu quero ir! Stephen, Stephen Jesen está em Hogsmeade!

– Onde?– Percy perguntou confuso.

Desisti e suspirei.

– Agora ele já deve ter desaparatado. Mas ele estava em Hogsmeade agora ME SOLTA!

Eu corri para o castelo, mas não pude fazer muita coisa. A hora que terminei de falar com Minerva e Quíron, e Minerva falar com Harry, e Harry conseguir aurores competentes, ele já havia partido.

Mas ele deixara uma certeza. Os Riddle estavam atrás de uma menina.

Ora, quem poderia ser?