Edward PDV

   - Alice, do que você esta falando?  - Perguntei já irritado. A quase meia hora minha irmã pentelha estava me perseguindo.

-Edward! Estou falando que a mamãe não pode mais continuar nessa situação! Nós dois sabemos que ela ainda não se recuperou do vicio.

- Mas o que eu posso fazer, Alice? Chamamos o melhor médico desta área, o Doutor Janks deixou recomendações expressas para que nossa mãe não se aproximar mais de qualquer tipo de bebida alcoólica.

    - Você sabe tão bem quanto eu que ela não irá aceitar, Edward. Eu não gosto de ver nossa mãe daquele jeito.  – Suspirei cansado. Eu também sofria quando via o estado em que Esme, minha mãe se encontrava.

     Afetava tanto Alice quanto a mim. Conviver com seu estado abstênico era para nós, um dos piores momentos. Se mantia nervosa, tremia e por vezes se estressava por motivos mínimos. Cheguei a pensar que teria que afastar meus filhos de minha própria mãe, mas felizmente não foi necessário, ela ficava mais calma quando estava com eles. O que me deixou menos angustiado.

     Nunca soubemos ao certo o motivo que a levou a virar alcoólatra. Carlisle, nosso pai já havia esgotado suas forças, seu poder de persuasão sobre ela. Eles se amavam incondicionalmente, mas o amor de meu pai parecia já não ter combate contra o vicio...

     Joguei os papeis que revisava em cima da mesa. Estávamos no escritório de minha casa. Ainda cedo, ao acordar e não encontrar minha mulher na cama, resolvi procura-lá, entrei aqui, e apenas me arrependi, os problemas da empresa de minha família bombardeando minha cabeça. Íamos de mau a pior. O mercado, dividas, pedidos atrasados, eu não queria admitir... Mas estávamos a beira de uma falência.

       Me sentia cansado. Esgotado. Administrava a empresa junto com meus irmãos. E era por isso que não poderia desistir fácil, nossa família a ergueu do nada, e foi através dela que chegamos aonde nos encontrávamos agora.

- E então, Edward?

- Vamos fazer o seguinte Alice, vamos seguir as recomendações do médico. Pode ser que der resultado, por isso não vamos nos precipitar.

- Tudo bem, mas SÓ por enquanto. – Bufou.

   Levantei-me e caminhei em direção a porta. Alice me seguiu, percebendo que o assunto estava encerrado por enquanto.

   - Vamos descer. Preciso tomar café. Você sabe aonde esta Anabella?  - Perguntei analisando a expressão de Alice. Sempre fazia uma careta quando eu mencionava o nome de minha mulher. Mas qual foi minha surpresa ao perceber que ela sorria, parecendo aprontar algo.

   - A Bella? – Estranhei. Seria isso então? Alice sabia que Anabella odiava ser chamada pelo apelido.

  -Alice, você sabe que ela não gosta que a chamem assim...

  - Errado Edward. Saiba que agora que eu posso chamá-la de Bella.  – Passou pela porta, esperando que eu a fecha-se.

    - E por que isso agora? – A encarei. Anabella nunca permitiu que eu mesmo fizesse isso.

     Sempre foi uns de meus maiores desejos, pois Bella era simplesmente um nome que fazia jus a ela. Seus longos cabelos castanhos, seu rosto límpido, sua pele macia que me lembravam seda. Seu corpo era perfeito, na medida certa em todos os ângulos. Me apaixonei por ela a primeira vista e na hora certa. Pois foi ela que me tirou da solidão, tirando-me a depressão pela morte de minha primeira esposa.

    - AAAAAAAAAAAAAA PAPAI! Mamãe quer fazer coceglas em mim!!! – Renesmee veio correndo pelo corredor, abraçando se em minhas pernas. Olhei para trás e vi minha mulher romper pela porta do quarto, ela sorria, estava corada provavelmente por estar correndo atrás de Renesmee.

   Ela parou assim que me viu. Seu olhar se vidrando ao meu da mesma forma que nos encaramos no aeroporto. Levantei minha sobrancelha novamente, o rubor de suas bochechas se tornou mais evidente. Não conseguindo segurar o olhar, ela encarou o chão.

    - O que há, Bella?  - Perguntei intrigado.

   - Ah nada. Estavamos apenas brincando, não é Renesmee? – Se dirigiu a minha filha que riu, e voltou rindo para o colo dela.

   Não deixei passar o fato de ela parecer nem ter notado o nome a qual a chamei. E vibrei por dentro ao constatar a afirmação de Alice.

   - É papi! – Sorri. Indo em direção as duas.

   - Bom, eu vou descer. O dia esta lindo e eu quero ir para a piscina.  – Alice disse já descendo as escadas.

   - Também podlemos ir, mamãe?  - Ri da forma como Renessmee ainda falava. Sempre trocando as letras. Ela segurava o rosto de Bella com suas mãozinhas. Apreciando todas as linhas perfeitas.

   - Claro que sim princesa.

   - E o papai também plode vir né? – Passei meus braços pela cintura de Bella, dando um abraço nas duas.

  - Claro que sim , filha.  Papai só precisa tomar café antes.  – Respondi, apertando levemente suas bochechas.

   - Ebaaaaaa! – Bella a colocou no chão, e minha pequenina saio em disparado para seu quarto. – Vou colocar meu bliquine!

   Ri antes de voltar minha atenção a Bella.

   - Senti sua falta na cama hoje de manhã... – Aproximei meu rosto, encostando nossas testas. Só assim pude ouvir seu suspiro baixo.

   - Acordei muito cedo hoje... – Colocou as mãos em meus ombros, mas pude perceber que era para me refrear. Sorri, antes de apertá-la ainda mais em meus braços.

  - Por que? – Perguntei calmamente, rosando meu nariz ao dela. Meus olhos imediatamente ficaram presos no mar castanho que me fitavam timidamente. Tinha algo novo, estranho ou melhor, diferente. Não consegui distinguir o que, mas esse ‘diferente’ só deixava seu olhar mais encantador, incrivelmente belo.

     - Já estava sem sono... – Meus dedos tracejavam seu rosto macio. Linda, simplesmente perfeita.

    Minha mão a puxou delicadamente, colando ainda mais seu corpo frágil ao meu. Senti suas mãos pequenas ainda tentando me empurrar no começo, mas logo se afrouxaram, circulando meus ombros, em um aperto quase imperceptível.

    Não resiste mais. Minhas mãos enlaçaram seu pescoço, trazendo-a quase que violentamente seus lábios aos meus. Gemi, ao sentir a maciez deles, era como se eu nunca houvesse feito isso antes. Ela ainda estava estática, passei a língua por entre seus lábios, saboreando o gosto quase inédito para mim.

     Bella arfou, me dando passagem para que saboreasse intimamente sua boca. Ao contrario dos outros que ela me dava, esse era calmo, gentil. Anabella nunca havia me beijado assim, e não iria reclamar, esta tão bom quanto qualquer um que eu já havia recebido em minha vida inteira.

    Senti que começávamos a ficar sem ar, mas eu não queria, não conseguia parar. O mesmo estava acontecendo com minha mulher, mas ela foi mais forte, suas mãos empurraram meus ombros para trás, separando nossos lábios.

    - Acho melhor eu ir vestir meu biquíni... – Ela se afastava de mim. Assenti, achando a situação um tanto cômica.

    - Vou tomar café e já encontro com vocês.  – Pisquei, e desci as escadas indo para a cozinha.

Continua...