Lua e Sol escrita por Tina Granger


Capítulo 4
Capítulo 4




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Capítulo 4

Naruto entrou na casa, o rosto expressando o cansaço que sentia. Queria se jogar na cama, esquecer que o mundo existia por dias e receber o carinho que as mãos de Hinata proporcionavam. Fazia o menor barulho possível para que ela não acordasse. Espiou o volume na cama.

O luar invadia seu quarto, ela se esquecera de fechar as cortinas. Naruto ficou embevecido. Descobrir que a morena sempre o admirara, sempre o amara, fora o segundo maior choque na sua vida. Deu um sorriso sem jeito. Hinata era a pessoa mais doce e calma que conhecia.

Quando ele encontrara o corpo de Sasuke já meio deteriorado, ao lado do corpo do irmão, Hinata se ajoelhara ao seu lado, abraçando-o. Ela o pegara em suas mãos e o consolara, como uma mãe consola um filho.

Hinata o fizera se levantar. Ele se acostumara a ver os seus olhos abaixados, sua face corada... Quando a presenteara com uma rosa em agradecimento, Hinata desmaiara. E ele a carregara até o hospital, preocupado.

Balançou a cabeça, voltando ao presente. Hinata colocou a mão esquerda no rosto, as veias aparecendo sob a pele translúcida. Virou-se de lado, procurando uma posição melhor. Naruto depositou um beijo no rosto da esposa, que sussurrou o nome do marido.

Depois de um banho rápido, Naruto pegou uma coberta e um travesseiro. Fechou a porta silenciosamente e depois de deitar, ficou encarando o teto, o sono disperso. Não queria correr o risco de derrubar Hinata da cama... mais uma vez. Perdera a conta das vezes em que, do nada, acordara com um gemido de dor, a esposa levantando-se do chão. Sentia-se envergonhado, em especial depois que ela engravidara, afinal, continuara a derrubá-la da cama.

Se a Hokage pensava que a partir do dia seguinte ele iria por um pé para fora de Konoha, estava enganada. A vovó Tsunade que se virasse, mas ele iria ver o seu moleque nascer.

Nem que ele precisasse aplicar o Sexy no Jutsu nela. Deu uma risadinha, já sentindo a dor das pancadas.

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- LAVAR O MONUMENTO HOKAGE? – Naruto não se importou que em Suna escutassem a discussão.

- VOCÊ QUER FICAR EM KONOHA, NÃO QUER? E ISSO É O QUE TEM PARA SE FAZER!

- ENTÃO NÃO VOU FAZER NADA, VOVÓ!

- ACHA QUE A CIDADE VAI SUSTENTAR UM VAGABUNDO, IDIOTA?

- Naruto-kun... O bebê... – As palavras que Hinata pronunciou foram o suficiente para que Naruto esquecesse a discussão com a Hokage, quando estavam realizando mais uma consulta do pré-natal.

- O quê? Vai nascer? Vovó Tsunade! – Naruto, segurando Hinata pelos ombros, virou-se para a Hokage, que suspirou. – Calma Hinata, a vovó pode ser bêbada e desaforada, mas é o que temos de melhor...

- BÊBADA DESAFORADA É A TUA AVÓ, IDIOTA RETARDADO!

Hinata não conseguiu deixar de rir.

- Naruto-kun... – Ele se virou ansioso para ela. – O bebê me chutou.

Hinata tirou a mão da barriga, que tinha uma saliência disforme.

- Moleque... – Ele se ajoelhou. – Se estiver treinando o Rasengan aí dentro, sugiro que pare imediatamente!

- Senão você vai fazer o quê? – Tsunade perguntou irônica. Lançou um olhar a Hinata, que lhe respondeu com outro determinado.

- Xingar ele, oras!

- Idiota. – Tsunade revirou os olhos. – Hinata, como você consegue aturar isso daí?

- Eu não preciso aturar nada, Hokage-sama. Meu... Minha... A criança está mesmo bem?

- É claro que está, Hinata! Ou você acha que a vovó Tsunade ia mentir que o moleque está bem?

- Como você tem tanta certeza que é um menino, Naruto?

- Ora, muito simples! Na primeira vez que o moleque começou a chutar, eu pedi para ele que, se fosse menina, desse só um chute. Se fosse garoto, dois.

Tsunade sentiu uma enorme gota na cabeça.

- E...?

Hinata começou a rir com a lembrança.

- Percebi que o moleque é tão burro quanto eu. Não parou de chutar a Hinata a noite inteira!

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- Onde está indo, Naruto-kun? – Hinata perguntou, ao flagrar o marido pegando o cobertor que mantinham em caso de alguém vir dormir na casa deles.

- Eu... – Naruto deixou pender a cabeça. – Pensei em deixar a cama para vocês dois.

Hinata abaixou os olhos. - Eu... Por quê?

Naruto coçou a cabeça, muito sem jeito.

- Eu não quero correr o risco de jogar você novamente no chão. Do tamanho que o mole... – quando ergueu a cabeça, os lábios de Hinata tremiam. – Eu não quis chamar você de gorda! Juro! – Naruto se aproximou dela e a abraçou. Beijou-a no topo da cabeça, sentindo o peito se molhando com as lágrimas dela. – Mesmo que você estivesse do tamanho do Chouji, ainda seria a mulher mais sexy de Konoha.

- Você acha que eu estou gorda?

- Hinata – Naruto a pegou pelo queixo, encarando-a diretamente nos olhos –, minha mulher nunca vai estar gorda. Quem está grande é o moleque. E se algum dia você parecer remotamente com o tamanho do Chouji, você não pense que vai escapar dos meus braços. O que acha de ficarmos olhando as estrelas?

- Tem certeza? – Quando Naruto assentiu, ela secou as lágrimas. - Então vamos, sim!

Naruto a envolveu com o cobertor e pegou uma calça azul que jogara no chão.

Pegando a esposa no colo, levou-a para o telhado.

- Naruto-kun.

- Hum. – Ele a mantinha presa nos braços, sentada em seu colo. Se ela se mexesse um pouco, perceberia que as palavras que Naruto falara sobre achá-la sexy eram mais que verdadeiras.

- Nós não definimos o nome do bebê.

- Eu estava pensando nisso. Dois nomes estão fora de questão.

- Quais? – Hinata o olhou, surpresa.

- Hiashi. Eu não quero no meu moleque o nome do seu pai.

- Por quê?

Naruto não lhe respondeu, mas o ódio que havia nos olhos dele fazia a resposta desnecessária. O loiro beijou a testa de Hinata, onde o selo fora colocado.

- Por causa disso. Um homem que faz isso com a própria filha...

- Naruto-kun. – Hinata o beijou. Ele a abraçou com mais força. Depois de um longo momento foi que se separaram, ambos ofegantes. Hinata decidira que teriam que definir logo o nome da criança. – Qual o outro nome?

- Que outro nome? – Ele passou a se ocupar em distribuir beijos pela nuca da esposa.

- Que você não quer que o bebê tenha. – Ela ficou arrepiada, conhecia muito bem as táticas que ele utilizava para não ter uma conversa.

- Naruto.

- O quê? – Quando a morena o encarou séria, ele começou a rir.

- Já imaginou eu indo buscar o moleque na academia e o Iruka-sensei passando bronca? "Naruto Uzumaki... Blá, blá, blá..." Não sei se ia ser em mim ou nele! Se bem que conhecendo o Iruka-sensei, a bronca ia ser para os dois! – Quando Hinata não respondeu, ele continuou a falar. – Que nome você tinha pensado?

Hinata era a pessoa mais calma do mundo, mas quando ela não respondia a uma brincadeira, quando o encarava como daquela maneira... Naruto começou a achar que ela não iria mais se opor ao fato dele dormir no sofá.

Hinata voltou a olhar para as estrelas. Pensara em um nome que achava que ia agradar a Naruto.

- Sasuke.

Nem bem ela tinha terminado de falar, Naruto se enrijecera.

- Não.

- Por quê? - Quando o encarou, o rosto do amado estava endurecido.

- Sasuke está no passado. Morto. Apodrecido. Nosso filho é o futuro, Hinata.

Os olhos dela se encheram de lágrimas.

- Toda vez que eu chamasse o moleque pelo nome do maldito, ia me lembrar dele. E da Sakura-chan também. Do que ele nos fez sofrer.

- Desculpe-me. – Hinata virou o rosto.

- Nosso filho é o futuro, Hinata – Naruto repetiu, colocando a mão sob o queixo dela, virando suavemente o rosto, fazendo com que ela o olhasse. – Quando ele nascer, eu quero ensinar a ele todas as minhas técnicas... Para que ele me ajude a espantar o bando de pervertidos que tem por aí, que tenta espiar a mãe dele nas termas.

- E se for uma menina? – Hinata colocou a mão no rosto dele, chamando-lhe a atenção.

- Vou ter trabalho em dobro. – Ele deu o sorriso infantil que a desarmava. – E se for menina, eu sei de um nome perfeito para ela: Aiko.

- Aiko... – Hinata sorriu. – É um nome lindo. Significa exatamente o que, se for menina, ela é: filha do amor. Do nosso amor.

- Não preciso mais de provas para saber que o nosso amor existe. – Beijou a testa da esposa, exatamente no selo.

- Sei de um nome... Talvez você não goste. – Hinata falou hesitante. Seu filho era o futuro, não era?

- Você já sabe quais os nomes que eu não quero.

- Asuka.

- Asuka-chan, Asuka-kun, Asuka Uzumaki – Naruto começou a falar, experimentando o nome. – O que você acha, moleque? – Olhou para a barriga da esposa. Nesse momento, o bebê chutou, como se concordasse. Hinata começou a rir. Da maneira que seu filho se mexia, ele seria um Naruto II, mesmo o pai não querendo. – Então, senhor Asuka Uzumaki, um aviso. Se continuar a chutar sua mãe desse jeito, eu vou sacudir o seu traseiro em dobro quando você tiver idade para entender!

- Naruto-kun! Você vai estar tão orgulhoso do seu filho aprontando que nem vai se lembrar disso!

- Realmente acredita nisso? Hinata! – ele reclamou, quando ela começou a rir. Revirou os olhos. Se ela não o expulsasse do quarto, ele teria que arranjar um bom motivo para escapar. Se ele a empurrasse da cama mais uma vez, não se perdoaria.

- Tem mais uma coisa que quero conversar com você. – Hinata parou de rir, encarando-o seriamente. – Hanabi.

- O que tem a vespa?

- Eu quero que ela seja a madrinha do nosso filho.

- Ela vai saber onde fica a cabeça do bebê?

- Naruto Uzumaki! – Ops... Naquele ritmo, ele só voltaria a dormir na cama de Hinata quando seu filho viesse visitá-los com o seu terceiro neto nos braços. Hinata continuou, uma sombra escurecendo levemente o brilho daquela conversa: – Hanabi é a pessoa mais indicada para lhe ajudar. Ela, mais do que ninguém, sabe... – Parou, como se percebesse que ia deixar algo escapar.

- Mais do que ninguém, sabe o que, Hinata-chan? – Naruto ficou curioso.

- Nada. – Hinata sorriu, esperando que Naruto acreditasse. – Se Sakura estivesse viva...

- O moleque teria duas madrinhas. – Ele sorriu. – Posso até deixar a vespa ser a madrinha, se Neji for o padrinho.

- Neji? – Hinata ficou verdadeiramente surpresa.

- É. Seu primo não é o tipo de cara que eu convidaria para uma noite de farra, nem sabe contar uma piada direito! Mas eu confio nele, Hinata-chan. Sei que...

- Hanabi e Neji... – Hinata pensou um pouco. Ela também confiava em Neji na mesma proporção que em Hanabi. Assentiu com a cabeça, quando uma frase que Naruto falara lhe despertou a atenção. – Agora, só quero que você me responda uma pergunta.

- Qual, meu amor?

- A que espécie de farra você estava se referindo quando disse que não convidaria o Neji?

Naruto suspirou. O sofá realmente ia ser usado.


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