Lua e Sol escrita por Tina Granger


Capítulo 34
34




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Riko emergiu do lago, respirando fundo. Nadar era sempre revigorante. Ficou ali boiando por mais alguns momentos, encarando o céu azul, até encher os pulmões com ar, dar um giro dentro dágua e resolver sair do lago.

Sem nenhuma pressa. Sem nenhuma preocupação... A não ser aquela que as vezes, a fazia acordar no meio da noite. A de já estar gerando a criatura, que mataria todas as mulheres a quem conhecia.

Enrolou-se na toalha, que havia deixado em cima de uma pedra. O inferno não era como todos descreviam. Não era um amontoado de dor, punição e sofrimento. Ele estava mais para outra dimensão. Que chovia a noite, fazendo um calor sereno durante o dia.

Riko Nishimura ficou contemplando o lago, por um longo tempo. Com exceção de sair dos mundos de Mauau, o rei supremo dos demônios, ela poderia transitar por todo o lado. O inferno estava mais para uma segunda dimensão, onde mortos de todos os tipos, eram enviados conforme o que eram em vida.

Quando ela morresse, para que dimensão iria? Por proteger Saori e Tomoyo, ela acreditava que estaria em um inferno condizente a alguém que sofreu por amor... E por condenar milhares de mulheres inocentes a morte, com o seu consentimento, haveria perdão para ela? Por ter prazer as noites que Mauau ia até ela? Por espera-lo com ansiedade?

Pegou o leve vestido que havia tirado antes de cair no lago, quando percebeu uma alma caminhando pela borda do lago.  Abaixou a cabeça, sabendo de antemão, que a alma não prestaria atenção nela... Que era invisível, com exceção das almas marcadas por Mauau, para “protege-la” – ou o mais correto seria vigiar que ela não saísse dos reinos. Mas em seus pensamentos Mauau não conseguia entrar...

A alma que se aproximava, era de uma mulher. Pouco mais baixa que Riko, tinha os cabelos compridos, negro azulados. Usava um quimono, que não estava  fechado quanto os tradicionais. Expunha os ombros, uma parte dos braços e uma boa parte do colo. Ela tinha seios grandes, que  estavam altos pela alta faixa que apertava sua barriga. O quimono era um lilás claríssimo, tinha folhas de uva estampadas, em branco.

Esfregava as mãos uma na outra, com urgência.

A cada passo que ela dava, colocava as belas pernas em evidência... A pele translúcida, talvez não fosse apenas o resultado da passagem. Riko não soube explicar, mas não conseguia tirar os olhos da figura.

A medida que se aproximava, o rosto feminino demonstrava uma pureza, que fez o coração de Riko bater. Os lábios, embora descorados, não paravam de mexer-se. Riko apertou o vestido em seus braços, uma súbita onda de vergonha a assolando.

A cerca de três passos dela, Riko escutou o que tanto ela murmurava.

— Kami-sama, eu preciso ver o meu filho... Kami-sama, permita que meu Naruto-kun não sofra muito... Que Hanabi consiga fazer o seu amor ser maior que o meu...

A mulher tirou o olhar da estrada e encarou diretamente Riko.

— Você é um anjo? – a mulher pediu, dando a entender que via Riko. As mãos juntas ainda estavam juntas, contorcendo-se em urgência. Os olhos perolados da alma eram idênticos aos da mestra Sayuri, mas não continham a raiva que parecia motivar a mulher de cabelos rosa choque.

— Sou uma pecadora.  – Riko sentiu as faces vermelhas, tanto quanto os cabelos.

— Somos todos pecadores... – A alma falou suavemente, um fio de tristeza, que fez Riko sentir o coração sangrar. - Eu preciso saber que o meu filho está bem... Eu preciso saber que a minha irmãzinha conseguiu amar ele tanto quanto me amava... Quanto amava o meu Naruto-kun...

Ela olhou para a frente, os olhos enchendo-se e vazando pelas lágrimas.

— Eu preciso saber que o maior amor da minha vida está bem...

A alma retomou o seu caminho, como se não tivesse parado, como se não tivesse conversado com Riko.

A ruiva sentiu os olhos enchendo-se de lágrimas, a medida que via a outra  se afastando. As únicas coisas que ela havia entendido, é que a alma ainda dispunha-se a se sacrificar por aqueles a quem amava...

Secou os olhos, em um movimento rápido. Naruto-Kun? O único Naruto, que Riko podia imaginar era Naruto, portador da kyuubi... Que ela não tinha ideia de onde estava, mas que Sasuke, antigo companheiro de Time, que havia vendido sua alma para conseguir a vingança contra o irmão Itachi. O mesmo Itachi que havia lhes protegido, tanto em sua forma física como em sua alma...

Sentiu algo como uma chama dentro do peito arder. A mulher... Ela iria descobrir seus nome. E então, procuraria uma forma, de tira-la da dimensão que estava... Olhou para as folhas, que seguiam a alma. Aquilo não era normal.

Qual o era poder da mulher que se afastava?

 

 


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Notas finais do capítulo

muito bem povo... Dei a voces tres capitulos, onde agora falta finalizar a cena. qual termino primeiro?



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