Lua e Sol escrita por Tina Granger


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

eu nao consegui me segurar... bom, se eu precisar andar com seguranças depois desse capitulo, declaro q a fic está oficialmente terminada!



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Capítulo 10

Três anos depois...

- E daí, o vovô Hiashi disse que quando eu for para a Academia, eu tenho que estudar bastante, porque a minha mãe era uma das melhores alunas.

- É verdade. – Naruto sorriu. Asuka havia demorado a falar e andar, mas depois disso... Ele admitia ter saudades do tempo em que o seu moleque era um bebê, que chorava quase o dia inteiro, que gostava de ficar no colo.

- A Nabi é que ficou muito brava quando...

Naruto, às vezes, ficava espantado com a capacidade de Asuka falar. Ele não parava um minuto. Trocava de assunto com uma velocidade espantosa.

- E o que o seu avô disse quando você lhe fez a pergunta do gato?

Asuka bateu na própria cabeça.

- Bom... ele pensou... Disse que o gato saia de dentro de um balde... Disse um monte de coisas. Mas nenhuma delas estava certa. Daí, o padrinho Neji disse que eu podia aprender a jogar Shouji, porque...

Asuka correu na frente do pai, que apenas riu. Ele, mais uma vez, estava levando o moleque para Hanabi tomar conta. Naruto tivera que sair diversas vezes nos últimos anos, e ele sentia que mesmo que quisesse destruir os laços entre Asuka e os Hyuuga, não conseguiria, de tão fortes que eles estavam.

- Ei, pai! – Asuka estava usando uma camiseta branca com o símbolo de Konoha e calção azul marinho. Voltou agitando os braços. – Posso ficar brincando com a Sanae?

- Não. Temos que ir falar logo com o seu avô e sua tia, lembra-se?

- Tá bom, tá bom... Que saco! – Ele chutou uma pedrinha no chão. Naruto riu, ajoelhando-se.

- Agora você não pode brincar, mas se pedir com jeito para a sua tia depois, quem sabe ela deixa?

- Sabe, pai... Acho que eu to começando a entender o mundo dos adultos.

- É mesmo?

- Claro! Então vou fazer isso mesmo. A Nabi deixa eu brincar com a Sanae, contanto que eu coma todas aquelas porcarias que ela cozinha. – Naruto riu com vontade. Encarou o menino com seriedade.

- E que tipo de porcarias ela cozinha?

-Torta de brócolis, pastel com brócolis, pão de brócolis... Acho que ela bota brócolis até mesmo no arroz!>[L1]

- Então vamos combinar uma coisa?

- Eu já sei essa combinação de cor: obedeça a sua tia, sobreviva à comida dela e não espie as garotas na terma. Tá achando que eu sou algum pervertido, é?

- Não. Só quero garantir que, quando eu voltar, você esteja vivo. – Abraçou o filho.

- Não se preocupe, velhote... Eu sou Asuka Uzumaki e, quando você voltar, eu vou estar bem vivo, estou certo! – Começou a correr.

- Ah, bom... – Quando Naruto percebeu o que Asuka falara, levantou-se irritado. – Do que você me chamou, seu moleque? – gritou, antes de escutar o riso do filho.

- Velhote, você não me pega!

- Volta aqui, moleque! Eu vou te mostrar quem é o velhote!

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Gaara sentiu a respiração falhar. Uma enorme dor no peito, sem mencionar as costelas quebradas que devia ter. Ou os inúmeros ferimentos pelo corpo.

- Ora, ora... Isso que é o Kazekage de Suna?

Ele sentiu que a vista começou a ficar meio turva, quando duas flechas passaram ao seu lado, atingindo os homens com quem lutava.

Tentou dar um passo, quando uma mão feminina o segurou pelo braço.

- Senhor, está muito machucado para...

- Preciso achar Naruto. – Ele se virou, encarando uma morena que o observava preocupada.

- Se não estiver vivo, a única coisa que vai achar é a porta de entrada para o inferno!

Gaara a olhou sem expressão.

- Saori está cobrindo uma extensão de cinco quilômetros. Se me permitir curá-lo, poderá voltar a lutar >[L2] sem o menor problema.

- Quem são você e sua amiga?

- Sou Tomoyo. Agora sente-se. Minha amiga é a responsável por essas flechas. – Tomoyo conseguiu, sem dificuldade, sentá-lo. – Se seu amigo estiver com problemas, ela vai ajudá-lo, como fez com o senhor.

- Eles estão em maior número.

- Saori consegue atirar quatro flechas por vez... E tem uma expressão corporal que muitas pessoas invejam. – Tomoyo colocou a mão na cabeça de Gaara, que começou a piscar. Uma grande sonolência se instalou nele.

- O que é você?

Tomoyo não respondeu, preocupada com os ferimentos que encontrava nele. Sabia estar causando uma grande dor, pois examinava os canais de chakra e as veias sanguíneas, ao mesmo tempo que ia forçando o fechamento das feridas.

- Uma inimiga do Lado Escuro. Agora, preocupe-se em descansar. Quando acordar, vai estar entre amigos.

Gaara sentiu como se uma bola de fogo lhe atravessasse a cabeça, ao mesmo tempo que o resto do corpo ficava gelado. Desmaiou.

Não viu, muito tempo depois, uma garota se aproximar ofegante.

- Aqueles filhos da mãe têm mais perna que eu fôlego – Saori resmungou à guisa de cumprimento. Tomoyo aplicara uma compressa na cabeça de Gaara, que ainda estava desmaiado.

Saori despencou ao lado do ruivo, sem olhar no rosto dele.

- Eu já disse, Tomoyo, que você é um guarda-chuva de encrencas?

- Não reclame tanto, Saori. Você bem que gosta das lutas que temos nos metido.

- Ela ainda não nasceu. Então, eu aproveito para treinar um pouquinho. – Sorriu, antes de reparar no rosto do ruivo. Arregalou os olhos, deu um pulo para trás, gritando: – Ah!

- O que aconteceu?

- Eu já vi esse cara antes, Tomoyo.

- Sério? E ele é quem?

- Encrenca para o meu lado.

- Achei que a sua encrenca fosse loiro de olhos azuis.

- Como estão os ferimentos dele?

- Feios. – Tomoyo foi sincera. – Por milímetros o coração dele não foi atingido na veia principal. Se ele não melhorar em algumas horas, podemos dizer adeus.

- Acha que uma transferência pode ajudar? – Saori o encarou seriamente. Os olhos dele não haviam se aberto nenhuma vez.

- Em último caso. Mas eu acho que...

- Eu faço. – Colocou-se de pé, pendurando o arco no ombro. – Vou buscar um pouco de água fresca para trocar as compressas.

-Você sabe que só pode fazer uma transferência se...

- Ele é o tipo de encrenca com todas as letras maiúsculas. Foi isso que a mãe me disse.

- E você diz isso sorrindo?

Saori suspirou.

- Eu o vi quando tinha doze anos, Tomoyo. E ele está tão bonito quanto naquele dia.

- Entendo. – Tomoyo acenou com a cabeça. – Apresse-se então.

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- Ei, vovô.

- O que é, Asuka?

- Será que o papai vai demorar muito?

- Eu não sei, Asuka.

- Então, reformulando: será que antes de eu entrar na Academia, ele volta?

- Não sei – Hiashi repetiu a resposta. Naruto havia partido em mais uma missão, essa demorava já quase dez meses. Asuka falava do pai a cada cinco minutos, quando não ficava dando alguma prova do comportamento deplorável do pai.

- Caramba, o senhor não sabe nada? Humf! – Asuka bufou, cruzando os braços.

- A única coisa que sei, Asuka, é que enquanto ele não voltar, nós, sua tia, Neji e eu, vamos cuidar de você.

- Humf. – Asuka fez um bico, encarando o avô. – Tá, eu deixo vocês cuidarem de mim, sob uma condição.

- Você não vai comer lamen três vezes ao dia.

- Um garotinho nem pode sonhar?

- Asuka. – O modo sério de Hiashi fez o garotinho rir.

- Eu estava brincando, vovô. A condição é simples.

- Nada de lamen?

- Que lamen! Eu quero que o senhor não brigue com o papai porque ele deu o colar da vovó Tsunade pra eu cuidar. Promete?

- Posso pensar no assunto.

- Posso pensar no assunto não vale! O papai diz, que quando um homem dá a sua palavra, ele não pode voltar atrás.

- Então está certo. Eu prometo não brigar com Naruto por conta do colar... Agora, não prometo nada não deixar a sua tia dar uns bons tabefes nele por conta disso.

Asuka riu.

- A Nabi pode! – Os dois se encararam e começaram a rir.

- Hiashi-sama! – Kenshi parou, ofegante. – Tsunade-sama o está chamando com urgência à antiga sala dela.

- Ela disse qual o motivo?

Os olhos de Kenshi se desviaram por um momento para Asuka, o que fez Hiashi se colocar de pé imediatamente.

- Asuka, vá ficar com Hanabi ou Neji. Não saia por motivo nenhum do clã, entendeu?

- Não sou...

Hiashi nem escutou o resto da frase, saindo apressado.

- Kenshi, o...

- Asuka-sama, eu vou lhe levar até sua tia. É melhor que você escute Hiashi-sama.

Asuka estava impaciente. Sua tia trabalhava e ele a encarava fazendo caretas, como se isso fizesse o tempo passar.

- Ei, Nabi. O que a vovó Tsunade queria com o vovô Hiashi?

- Não sei.

- Não sei, não sei... Vocês só sabem dizer isso! Daqui a pouco, eu vou perguntar: “Nabi, você é um repolho ou um nabo?” E você vai responder: “não sei”!.

- Asuka! Se Tsunade-sama chamou seu avô, é porque o assunto é importante!

- Acha que é porque o papai voltou muito machucado e eles não querem que eu cuide dele?

- Venha cá. – Quando Asuka se sentou no colo da tia, ela o abraçou. – A primeira vez que vi seu pai lutando, ele prometeu a Neji que ia se tornar Hokage e que ia acabar com a divisão entre as famílias no clã Hyuuga. Hoje ele é o Hokage. Alguma criança, desde que você nasceu, tem o selo da família secundária?

- Não. – Asuka pensou alguns instantes.

- Seu pai disse que dessa vez, talvez ele fosse demorar, não disse? Eu duvido que, se ele estiver vivo, ele não vá voltar. Mesmo que demore muito tempo.

- Mas já faz muito tempo que ele foi!

- E talvez demore muito mais. Talvez você tenha que começar a ir à academia antes dele voltar. Se isso acontecer, você pode ter certeza que vai ter muitas novidades para contar para ele. E ele vai querer ouvir cada uma!

- Humf... Nabi? Eu posso escutar a sua conversa com o vovô?

- Depende se ele deixar.

- Hum... Posso ir brincar com a Sanae?

- Dessa vez não. Você pode ir até o seu quarto, e para começar, vai colocar todas as roupas sujas no cesto. Quando meu pai vier, eu mando lhe chamar.

- Mas eu comi tudo...

- Asuka. – Hanabi o encarou, fazendo o garotinho bufar impaciente.

Chutando a poeira, Asuka foi para o quarto, mas ao invés de fazer o que a tia mandara, deitou-se na cama. Embora no clã as camas fossem tradicionais, ele conseguira com muito jeito, ganhar uma cama parecida com a que tinha na casa do pai. Um retrato dos pais estava na mesa de cabeceira, junto com um de Hanabi e Asuka juntos.

Depois do que lhe pareciam horas, ele se levantou, os olhos ainda pesados da soneca que havia tirado. Esquecendo da recomendação da tia, foi até o escritório dela. Encostou o ouvido na porta, quando reconheceu a voz de Neji.

- Então, não há mesmo esperança?

- Não. O cadáver já estava em decomposição, o que se supõe que já faziam alguns meses que estava lá. – A voz de Hiashi transmitia friamente as informações.

Asuka encostou o ouvido com mais força, tentando entender sobre o que falavam.

- As roupas... – A voz geralmente firme de Hanabi estava trêmula.

- Só foi identificado por causa delas. – Hiashi fez silêncio por um momento, antes de continuar. – Eu as identifiquei.

Asuka perdeu a paciência. Abriu a porta e se postou com os pés separados.

- Quem morreu?

Olhando para os rostos deles, ele percebeu algo errado. Mas precisava ter comprovação. Em especial depois de olhar para os rostos pálidos de Hiashi e Neji. Hanabi parecia ter virado uma estátua.

- Asuka, sua tia...

- Quem morreu? – Asuka interrompeu o padrinho.

- Seu pai. – Hiashi resolveu ser direto. Asuka tinha direito a verdade.

- Mentira. – O tom baixo de Asuka escondia a dor que ele estava sentindo. Tom esse que foi esquecido, à medida que as palavras seguintes saiam de sua boca. – MENTIRA! O MEU PAI PROMETEU QUE IA VOLTAR PARA PEGAR ESSE COLAR! E O MEU PAI CUMPRE O QUE PROMETE!

- Asuka... – Neji deu um olhar zangado ao tio.

- EU VOU PROVAR! O MEU PAI NÃO MORREU! FALA, NABI, FALA PRA ELES... – Asuka começou a chorar. – O meu pai... prometeu... prometeu voltar para buscar o colar da vovó...

- Asuka... – Hanabi sentia as lágrimas escorrendo. Foi em direção ao sobrinho, mas quando ele percebeu que ela também acreditava na morte de Naruto, deu um passo para trás.

- Eu vou provar... provar para vocês... Nem que se passem mil anos, o meu pai... NÃO MORREU!

Gritou para eles, antes de sair correndo.


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