Silêncio do Coração escrita por TreinadorX


Capítulo 1
Capítulo único




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Sasuke e eu caminhávamos juntos.

Como um casal de namorados.

Mas ainda não me sentia plena com aquele namoro.

Queria porque queria ouvir dele as três palavras mágicas.

Eu te amo.

Contentaria-me com meros eufemismos.

Como ‘Me preocupo com ti’.

Mas nem isso o orgulhoso Uchiha era capaz de me dizer.

Deveria estar acostumada.

Esse era o jeito dele e não podia imaginar como reverter isso.

De repente a chuva começa a cair.

Ambos corremos para nos abrir.

Avistamos um casebre abandonado e decidimos entrar nele.

O casebre não tinha energia elétrica.

Mas tinha alguns moveis velhos.

Eu entrei no quarto procurando algo para me secar.

No quarto escurecido você apareceu logo em seguida.

Carregando uma vela acesa na mão direita.

Perguntei: “O que você está fazendo aqui?"

Você apenas olhou piscando para mim imaginando que aquela era um pergunta tola.

Eu deveria ter perguntado onde arrumou uma vela.

Então você deu de ombros e se deitou na cama sem falar nada.

Eu suspirei.

Lá está você de novo com os enigmáticos avisos.

Você sempre estava em seu próprio mundo.

Nada além do silêncio.

Eu fiquei te contemplando deitado na cama.

Tentando imaginar o que passava em sua mente.

Esperando que me dissesse algo.

Mas você me chamou a atenção ao se levantar novamente.

E novamente suspirei.

Você saiu sem me dizer nada.

Aquela atitude arranhava meu coração.

Estava sozinha no quarto.

Rangi os dentes, querendo que aquela frieza fizesse algum sentido

Respirei. Respirei. Respirei.

De dentro para fora.

Não me senti mais aliviada

Uma lágrima teimou em sair do olho esquerdo

Ela percorreu a bochecha chegando aos lábios

O gosto não era bom, longe disso

Mas não era ela que me machucava

Eu a enxuguei para em seguida olhar para a vela que ele me deu.

Aquela situação era esdrúxula.

Eu tinha amor próprio, ou pelo menos, deveria ter.

Resolvi ir atrás dele.

O encontrei contemplando a chuva.

Seu olhar enigmático era perturbador.

E combinava com seu rosto sem expressão.

Ainda com os olhos cheios de lágrimas, olhava - ti.

Olhava você olhando a chuva.

De gota a gota estando de perfil.

Até que voltou seus olhos para mim.

Você estava ali na minha frente.

"O que foi?" você perguntou com uma voz monotonamente fria.

Juntei toda a força do meu interior, mas sentia que não dava.

Como ele não percebia o mal que me causava?

Abaixei a cabeça como uma defesa.

As lágrimas começaram a transbordar dos meus olhos.

Tentava controlar os soluços.

Talvez esperando que ele falasse alguma coisa.

Mas nada eu ouvia.

Somente o som da chuva caindo.

Gota á gota.

'Eu não agüentava mais isso.

Por isso resolvi responder a pergunta dele.

"Não é nada." Eu havia dito. Puro e simplesmente.

Você me deus as costas e se afastou.

Eu desisto.

Lentamente, eu caio de joelhos, mas parou de fluir as minhas lágrimas.

Eu não mais viver na falsidade.

Então eu só fechei os olhos.

De repente, ouvi o som da sua voz.

"Levante-se. Não aja como uma criança."

Eu direcionava as minhas pálpebras abertas e vi você.

Você estava com raiva.

“O que?!”. Perguntei atordoada.

“Vai pegar um resfriado.”. Disse você me oferecendo uma toalha seca.

Percebi que estava na chuva.

Como sou boba.

Para minha surpresa, você me pegou no colo.

Levou-me de volta para dentro do casebre.

Acho que não teve paciência em espera me levantar.

Colou-me delicadamente na cama.

Você se importa comigo, com minha saúde.

Senti-me nas nuvens.

“Cresça, Sakura!”. Você disse friamente depois.

Senti-me caindo das nuvens.

Ele não me ama.

Mas ainda sim eu o amo.

O amo cada vez mais.

Tal destino foi dado a mim?

Isso não era justo.

O amor não correspondido é devastador.

Faria qualquer coisa para ele dizer.

“Eu te amo”.

Essas três simples palavras.

Mas tinha que aceitar meu destino.

Amar alguém que não conseguia amar ninguém.

Não deveria reclamar.

Sempre soube que ele era assim.

A tristeza tomava conta do meu corpo.

Ele foi ficando inerte até que adormeci.

Mas não por muito tempo.

Ao abri os olhos, eu os flagrei.

Os dois Sharingan me observando.

Contemplando o meu sono.

“A chuva parou!”. Disse com uma voz calma e serena.

Eu tinha percebido isso.

Era hora de partir.

Já estava pronta para me levantar.

Até que você segurou meu braço.

Olhei para ti sem entender aquela reação.

Foi então que você olhou profundamente nos meus olhos.

Provocando uma mistura de vários sentimentos.

Medo. Duvida. Esperança. Amor.

Até que senti um ardor no braço direito.

Havia uma picada de um inseto.

Minha experiência médica me dizia que não era nada de mais.

Mas não daria aquele gostinho ao senhor Uchiha.

Era parecia meio preocupado com aquilo.

Talvez pela sua falta de experiência médica

“Perdoe-me”. Você sussurrou.

“O que?!” Exclamei, levantando levemente o olhar.

Não podia acreditar naquilo.

O orgulhoso Uchiha me pedindo perdão?

Sentei-me, ajeitando na cama para descansar minha cabeça na parede.

E assim, evitando o seu olhar intenso em mim.

"Por favor, Sakura...” Olhe-me nos olhos.

Você pediu, pela primeira vez.

Movido da tristeza de sua voz.

"O que aconteceu?”. Pensei.

Virei, vagarosamente, a cabeça e cautelosamente olhei para você.

De repente notei uma lágrima em seu rosto.

Entrei em pânico ao ver aquilo.

Eu toquei seu rosto para limpar a dor simbólica, enxugando-a.

"Não se preocupe, Sasuke.”

“Estou aqui. Diga-me o que está errado..."

De repente você curvou a cabeça.

"Desculpe-me... desculpe por tudo..."

Mais lágrimas percorreram seu rosto.

Uma a uma, caiu sobre o colchão macio da cama

Tudo surgiu em uma compreensão apenas aqueles momentos fugazes.

Sim, você fez.

Você pede perdão, que eu pensei que não estava em sua natureza.

Pensa a conclusão de que você só pensa em si

E eu acho que estava errada.

Completamente errada desde o início

"Sakura... Eu só quero que você saiba que eu..."

Imediatamente, eu o interrompi.

Joguei-me em seus braços abertos e o abracei apertado.

"Eu sei..." Sussurrei.

Depois nos beijamos apaixonadamente.

E assim eu soube que você era capaz.

Capaz de compreender a importância de cada segundo do momento em que tivemos.

Os bons e ruins.

E descobrir que também era capaz.

Capaz de não precisar ouvir aquelas três palavras mágicas.

“Eu te amo.”

Sou Sakura Haruno.

Agora sei que as palavras não precisam ser ditas para mostrar o que está dentro de nossos corações.

FIM


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