- Oi, não faça essa cara emburrada.

A loira virou o rosto para o lado, Natsu ouviu ela resmungar o que parecia um “humf” e “... quero voltar para a cidade” mas ele ignorou o humor da garota e continuou remando, já tinham se afastado do porto, entretanto ainda podiam ver a cidade de uma distancia razoável.

-Deixa de ser chata, eu to tentando te ajudar.

Lucy olhou de soslaio para o rosado o observando remar, era irônico, mas a magia de Tróia de Wendy era realmente eficaz, até o momento não tinham havido desmaios, vômitos ou enjôos.

- Por que...?

- Hum?

A loira voltou o olhar para o dragon slayer, que parou de remar no mesmo instante.

- Por que estamos aqui? O que você esta fazendo?

- Eu quero te ajudar a recuperar suas memórias.

Natsu sorriu, fazendo a loira sentir o peito e as bochechas esquentaram.

- Eu sou seu amigo Lucy, nós da Fairy Tail não abandonamos nossos nakamas... Eu jamais te abandonaria.

Lucy arregalou os olhos, Natsu sorriu, mostrando os dentes pontiagudos e brancos; e ao invés de seu coração pular gélido de medo ele apenas bateu mais rápido e esquentou.

No mesmo instante o rosado parou de remar, recolheu os remos e colocou a mão dentro do kimono, tirando uma pequena sacolinha com o que pareciam ser pequenos chocolates.

- Come esse, é de chocolate e creme dentro.

Natsu oferecia a ela um pequeno chocolate de forma redonda, com um pequeno sorriso amigável nos lábios.

- Pode comer, eu sei que você tá com fome... Como também sei que estes são os seus favoritos.

Lucy olhou desconfiada para ele, mas a fome falou mais alto, o chocolate derreteu dentro de sua boca revelando um interior açucarado e extremamente delicioso. Sem se conter a loira colocou as mãos sobre as bochechas e soltou um pequeno gemido de deleite, mas congelou no mesmo instante olhando de soslaio para o rosado que soltou uma pequena risada e lhe ofereceu outro, dessa vez um chocolate branco recheado com pedaços de biscoitos.

O Dragon Slayer apoiou o cotovelo no joelho e a cabeça na mão, a olhando com um sorriso estampado nos lábios enquanto a companheira colocava mais um chocolate na boca. Já a maga estelar teve que se conter, pois alem de que o olhar penetrante dele lhe causava arrepios a luz do por do sol em seus cabelos ( assim como todo o resto de seu corpo) o deixava com um ar maduro e sexy.

Ela pegou um dos chocolates, na verdade um com licor de morango, e o colocou na frente do rosado.

-Não é educado comer sem oferecer aos outros.

Natsu abocanhou o chocolate sem querer assustou a loira fazendo-a se retrair com o subto movimento.

Ela o ofereceu outro, mas dessa vez Natsu apenas abriu a boca, a loira entendeu seu motivo, ele não queria assusta-lá, assim com calma ela colocou o chocolate a frente de sua boca, Natsu o abocanhou, levando sem querer consigo a ponta dos dedos de Lucy.

Ela sentiu um espasmo percorrer seu corpo quando a ponta da língua quente do rosado a tocou. Natsu saboreou o doce calado.

-Êh... Você ainda não me disse o que estamos fazendo aqui...

Lucy tentava inutilmente esconder o rosto corado, evitando olhar nos olhos negros do garoto a sua frente.

- Lucy, você perdeu suas memórias e deixou de confiar em mim... Eu não sou bom com palavras e hum... Quando eu te perdi naquela dia eu percebi que eu...Uma parte de mim parecia ter morrido...

A loira não podia se conter, era impossível não se emocionar, ele era tão fofo, mesmo desengonçado e corado. Lucy sentiu o peito bater mias forte, sentiu aquele calor apoderar-se de si mais uma vez, mas dessa vez era como uma acalento, carinhoso e protetor. Ela decidiu dar uma chance a isso, confiar naquele garoto tão estranho mas tão fofo.

- Olha lá! É por isso que nós viemos até aqui!

Lucy não compreendeu o que ele dizia, virou o corpo na direção em que ele apontava vendo apenas a mesma coisa de antes, a orla da cidade imersa em... Total escuridão? Por que?

De repente um pequeno ponto de luz se acendeu, brilhando como um singelo vaga-lume, em seguida outro, depois mais alguns e assim por diante toda a orla estava iluminada com pequenos pontos. A loira não sabia o que dizer, era tão lindo, como se a natal tivesse chegado mais cedo, mas quando seu coração começava se acostumar com a bela visão algo inesperado aconteceu.

As pequenas luzes da orla começaram a subir para o céu, nesse instante toda a cidade se encheu de luz, com os mesmos pontos. Era lindo, tão belo que a loira correu para a ponta do barco se agarrando na proa com a respiração descompassada e o coração batendo forte no peito.

Foi então que ela se deu conta que as pequenas luzes era lanternas, as milhares de luzes eram lanternas de papel que se erguiam majestosamente por toda a cidade, eram todas douradas de formas cilíndrica com pequenas estrelas douradas pintadas.

Como num passe de mágica as lanternas vieram voando lentamente em sua direção, com se flutuassem e dançassem, elas rodearam o barco de uma tal forma que Lucy não consegui ver nada mais do que elas, era impossível ver a orla de Fiore e ela duvida que alguém conseguiria vê-los.

Seus olhos brilhavam de alegria e surpresa, mas foi uma luz dourada atrás de si que lhe chamou a atenção ao se virar deparou-se com Natsu com lanterna igual as outras em sua mão, a única diferença era a fita dourada que pendia elegantemente abaixo da lanterna.