O amor é uma barreira. Uma barreira imposta para os escravos do amor construírem e aproveitarem. Jacob destrui essa barreira simplesmente. Com mentiras, falta de amor, desrespeito… Essa barreira caiu em cima do meu coração, esmagando-o sem dó nem piedade.

Um dia compreenderam o que é que eu sinto. Ser traída e humilhada é a pior sensação de todas. Ser usada e posta de parte por alguém que não merece respeito. Essa é a verdadeira dor da vida. E eu descobri-a…

…

A aula passou com tranquilidade. Mantive-me calada e atenta, impedindo-me de olhar para o casal feliz, que me magoava com os seus actos. Dão-me nojo!

Tocou para sairmos e comecei a arrumar as minhas coisas sem pressas, respirando bem fundo para controlar a dor.

-Desculpa incomodar-te…-ouvi uma voz masculina ao meu lado. -Mas não pareces muito bem. Precisas de alguma coisa? -era o novo rapaz, Nahuel, que se oferecia para me ajudar.

-Não obrigada. Estou bem. -respondi, fitando sempre a minha mochila.

-Está bem… Se precisares de alguma coisa, é só dizer. -ele proferiu, levantando-se.

-Espera! -exclamei. Mas o que raio é que me está a passar pela cabeça!?

Eles virou-se para mim e olhou-me com intensidade.

-Sim? -incentivou.

-Podes acompanhar-me?

-Claro. -ele abriu um sorriso de parar o trânsito. Tinha um sorriso lindo, apesar de o de Jacob ser…

-Estás bem? -perguntou preocupado. A minha expressão deve ter ficado diferente.

-Óptima… -respondi num sussurro. Levantei-me e acompanhei-o para os corredores.

-Então… Qual é o nome da bela jovem que me está a acompanhar? -perguntou num tom galante. Ri-me com o seu gesto.

-Renesmee. Renesmee Cullen. Mas podes tratar-me por Nessie. -respondi, parando no meu cacifo.

-Lindo nome! Bem invulgar. Mas a alcunha é mais fofa! -exclamou, fitando-me enquanto eu colocava as coisas no cacifo.

-Obrigada. E tu? Já sei o teu nome mas não sei a tua alcunha.

-Não tenho alcunha. -respondeu, encolhendo os ombros. -Não gosto muito desse tipo de coisas. Gosto que me tratem pelo meu próprio nome. Mas… Desculpa intrometer-me, não pareces muito bem… Aconteceu alguma coisa? Há algo que eu possa fazer?

-Podes corrigir a traição do meu namorado? -ele arregalou os olhos. Acho que fui demasiado precipitada. -Desculpa! Mas ainda me afecta… e muito.

-Gostavas realmente dele?

-Nem imaginas o quanto. Eu amo-o. -martirizei-me por o admitir mas é mais fácil que mentir.

-Há rapazes que não vêem a sorte que têm! Nenhum rapaz no seu perfeito juízo iria trocar-te por outra. -ri sarcasticamente com o seu comentário.

-Estás a ser demasiado simpático.

-Acredita que não estou. Desculpa a petulância mas és simplesmente linda. De deixar qualquer um de boca aberta. -corei violentamente com o seu comentário. Não me sentia muito confortável em ouvir este tipo de elogios.

-Obrigada pelo elogio mas… não me sinto muito confortável com esse tipo de comentários. -pedi, olhando para ele.

-Tens razão… Abusei um bocadinho, tenho que admitir. Mas era só para tentar arrancar um pequeno sorriso dos teus lábios. -fechei o cacifo e encostei-me a ele.

-Até foi querido da tua parte! -admiti, desviando o olhar. Notei um leve sorriso a nascer dos seus lábios.

-Não quero que te sintas desconfortável ou algo parecido. Eu sou teu amigo. Não precisas de me esconder nada…

-Acabei de te conhecer! É complicado para mim. Só preciso que me dês tempo para me acostumar. -desabafei, tentando esclarecer tudo da melhor forma possível.

-Eu dou-te todo o tempo que precisares…

…

Passadas 3 semanas

A minha relação de amizade com Nahuel tem crescido naturalmente. Posso dizer que ele é o meu melhor amigo neste momento e não posso viver sem o seu apoio.

Ele está ao meu lado quando eu caio e choro de raiva e dor. Ele está ao meu lado para me dizer palavras bonitas e não desistir. Ele está ao meu lado para ser meu amigo. Meu melhor amigo…

Passo o máximo de tempo que posso ao seu lado, para tentar começar novamente. Tentar não voltar a pensar em Jacob, mas parece inevitável. A falta que ele me faz é evidente.

Sinto de falta de olhar para ele e ver o seu sorriso, a sua boa disposição, os seus olhos a brilhar de felicidade… Eu ainda acredito em cada momento que passámos juntos e nada mo fará esquecer. Mas algum dia terei que seguir em frente.

Estou a caminhar pelos corredores da escola, a tentar encontrar algum sinal de Nahuel. Quando o avisto ele está numa “pequena” discussão com Jacob.

-TU NÃO TENS O DIREITO DE TOCAR NELA SEQUER! -Jacob gritava com raiva, era visível no seu rosto de Apolo.

-A ÚNICA COISA QUE FIZESTE FOI TRAÍ-LA E DESPEDAÇAR-LHE O CORAÇÃO COM MENTIRAS E FALSAS JURAS DE AMOR! -Nahuel gritava no mesmo tom. Corri para onde eles estavam e tentei parar a briga.

-O que é que vocês pensam que estão a fazer? -perguntei, indo para o lado de Nahuel.

-Aqui o playboy está a armar-se em esperto. Mas não vai ser por muito tempo. -Jacob ameaçou partir para cima de Nahuel e eu impedi-o.

-Playboy? Como é que te atreves a chamar playboy ao meu namorado? -Pronto! Sei que exagerei. Nahuel olhou-me surpreso e Jacob fechou a sua expressão.

-Tu namoras com ele? -Jacob perguntou com uma voz intimidante.

-Nós namoramos? -Porque é que o Nahuel fez esta pergunta estúpida? Não podia ficar calado!?

-Sim namoramos. -respondi, virei-me para Nahuel e toquei os seus lábios com os meus.

Comecei a mover os meus lábios com delicadeza sobre os dele, enquanto ele puxou o meu corpo para perto do dele. Pediu passagem para a sua língua e eu concedia prontamente. O seu toque era macio e o seu hálito saboroso, fazendo-me perder nos seus braços.

Não era como o beijo de Jacob mas ter-me-ia que contentar por agora.

Acabámos com pequenos selinhos e pudemos ouvir os piropos dos alunos, mas principalmente, a expressão de raiva e dor que Jacob possuía.

-Não és o único a se divertir. -quis deixar claro que Nahuel e eu tínhamos uma relação bem séria, apesar de ele ser só o meu melhor amigo. Que eu não quero perder por nada…

-Vamos Nessie. -Nahuel entrelaçou as nossas mãos e guiou-nos até à sala onde teríamos aulas.

Sentámo-nos e ele parecia confuso com o acontecido.

-Nessie… O que aconteceu á pouco…

-O que aconteceu á pouco foi uma prova que eu quero voltar a ser feliz. Com alguém que me ame a sério. -deixei sair tudo. -Eu sei que te preocupas realmente comigo e que eu tenho um lugar especial no teu coração. Nahuel… queres namorar comigo? -perguntei, nervosa pela resposta que poderá vir.

-Uau! Vou ser sincero… Desde o momento que te vi sentada nessa cadeira, com um ar tristonho mas com toda a tua beleza a irradiar á tua volta, que o meu coração bateu mais depressa. Quando te aproximaste de mim, senti uma alegria tremenda em poder partilhar tudo contigo. Pude- te ajudar a superar a dor e a raiva, colhi cada lágrima que rolou no teu rosto de anjo e agora sei que ainda não sentes o mesmo que eu, mas quero conquistar o teu amor, como conquistei a tua amizade. -ele tirou algo do bolso. -Eu quero que tu sejas minha namorada e aceito o teu pedido. -ele colocou um anel com o símbolo de um coração bem vermelho, no meu dedo. Sorri com o seu gesto.

-Eu quero ser a tua namorada. Só preciso que me ajudes a colar os pedaços do meu coração. Obrigada por tudo Nahuel. -abracei-o com força e demos um pequeno selinho.

-Tenho que me habituar que agora, para além de secar as tuas lágrimas também te beijo para ajudar a passar a dor. -ri com a sua frase.

-Nenhum rapaz alguma vez namoraria com uma rapariga que está de coração partido.

-Mas este rapaz vai ficar de coração partido se deixar a rapariga porque quem está apaixonado, sofrer durante mais tempo. -dei um pequeno sorriso.

A campainha tocou.

Todos os alunos começaram a entrar na sala, fazendo uma confusão enorme. Falavam alto e cantavam. Nunca tinha reparado que eram assim…

-Vejo que estás feliz de novo. -uma voz irritante falou ao lado da nossa mesa. Era Alex.

-Muito. E como é que está o bebé? -perguntei com algum cinismo.

-Muito bem. Já se passaram três meses e nós estamos muito felizes com a sua chegada. -respondeu com um sorriso de puro gozo.

-É pena que ele não o demonstre… -Nahuel murmurou e eu ri-me.

-Algum problema miúdo? -a sua expressão mudou de cinismo para irritação.

-Nenhum. Só devias avisar o pai do teu filho que é feio meter-se com a namorada dos outros. -se a expressão dela estava preocupante, agora ela soltava fogo pelas orelhas.

-Podes repetir?

-Ele veio me dizer que eu não podia estar com a Nessie, nem lhe tocar, porque ela era demasiado frágil e especial. É pena que ele sinta isso pela Nessie. Porque ela não é frágil. É forte, determinada e chora de raiva. É melhor avisares o teu namoradinho para se ocupar com a mãe do seu filho. -Nahuel despejou tudo em cima da Alex, que estava estática, sem mexer um músculo sequer.

Ela engoliu em seco e foi-se sentar no seu lugar.

-Estavam a pedi-las! -exclamou, deixando-me impressionada com a sua atitude.

-A sério que ele te foi dizer isso?

-Sim. Ao que parece, está a “sofrer” muito. Se ele voltar a dirigir-te a palavra, avisa-me. Eu dou cabo daquele mentiroso. -avisou com uma raiva no seu rosto, que não me era conhecida.

-Tudo bem…

-Bom dia meninos!-a professora Joana entrou na sala, dirigindo-se à sua mesa. Mas pelo caminho tropeçou e deixou cair os livros e os papéis. Começou a voar tudo e rimo-nos muito.

Nahuel foi até lá e ajudou a s’tora, enquanto nós riamos, riamos e riamos. Voltou a senta-se e a s’tora colocou tudo em cima da mesa, pondo o cabelo para trás.

-Foi um pequeno incidente. Obrigada Nahuel. -agradeceu e ele assentiu. -Vamos começar a falar sobre outro grande tema da escrita antiga, o ódio. Quero que me poucas palavras falem o que é que significa o ódio, de acordo com vocês. Podem começar!

Realmente era um tema interessante, para mais que o que mais sinto nesta fase da minha vida é ódio, por isso comecei a fazer o meu texto, calmamente.

Acabei e olhei para Nahuel que olhava o nada, com uma meia folha escrita à sua frente.

-Estás bem? Pareces distraído? -perguntei baixinho, não querendo que ninguém ouvisse a nossa conversa.

-Sim… Sou estou a pensar se realmente tenho uma noção acertada sobre ódio.

-Não precisas de ter uma noção acertada, só precisas de escrever o que achas. -expliquei, olhando atentamente para a sua expressão triste. Ele não disse mais nada.

-Bem… Vamos começar… Nahuel Jenks, és o primeiro. -a s’tora pediu. Nahuel pegou na folha e começou a ler em voz alta.

-Sinto ódio todos os dias, ao ver as pessoas que mais amo a sofrer. Sinto ódio de quem o merece que eu o sinto. Um ódio puro, sem qualquer outro sentimento. Sem amor ou perdão. Ao fazerem a pessoa que mais amo sofrer, fazem-me sofrer, pelas lágrimas derramadas que ela deita. A vida e o sorriso faziam parte dela, agora a dor e a raiva consomem-na. Porque ele lhe mentiu, traiu. Falsas juras de amor… Cada palavra era mais falsa que a outra que ele proferia. O verdadeiro ódio, está no derradeiro amor. -acabou, pousando o papel.

-Está óptimo… Jacob Black, por favor.

-Não existe ódio por ninguém, existe ódio por mim. A estupidez de uma pessoa, fá-la alcançar patamares de extremos e erros. Sem reparar destruí o amor de pessoas importantes por mim, causando-lhes ódio. Tento odiar que as tenta salvar, mas não posso. Não estou a ser justo. Só odeio duas pessoas. Eu e a pessoa que iniciou o ódio.

-Muito bem… Parece que o meu telemóvel está a tocar. Deve ser urgente! -exclamou, pegando no telemóvel e saindo da sala de repente.

-Eu não ouvi nenhum telemóvel a tocar. -disse, perto do ouvido de Nahuel.

-Nem eu… -mas fomos interrompidos por uma discussão do casal maravilha.

-EU SEI BEM QUE ANDASTE A FAZER AVISOS IDIOTAS NAS MINHAS COSTAS! -Alex gritava como se fosse o fim do mundo.

-EU NÃO FIZ NADA DEMAIS! -Jacob parecia realmente irritado.

-NÓS VAMOS TER UM FILHO JUNTOS! É MELHOR COMEÇARES A ADQUIRIR  RESPONSABILIDADE!

-EU NEM  SEUQER SEI SE ESSE FILHO É MEU! -todos olhavam estupefactos para a cena de casal feliz. Mas será que Jacob não sabia ou estava a fazer um teatro á minha frente?

-COMO É QUE PODES…

-MENINA SEINFIELD, SENTE-SE! -a s’tora Joana entrou na sala e foi em direcção á sua mesa. -Terei que me ausentar devido a problemas graves. Como não terão substituição, podem sair. -arrumámos as nossas coisas com pressa e saímos.

Toda a turma foi para o pátio, onde as minhas amigas começaram a cantar.

Love The Way You Lie0

http://www.youtube.com/watch?v=2B50RUXbs-8

On the first page of our story
The future seemed so bright
Then this thing turned out so evil
I don't know why I'm still surprised
Even angels have their wicked schemes
And you take that to new extremes
But you'll always be my hero
Even though you've lost your mind

Just gonna stand there and watch me burn
But that's all right because I like the way it hurts
Just gonna stand there and hear me cry
But that's all right because I love the way you lie
I love the way you lie
Ohhh, I love the way you lie

Now there's gravel in our voices
Glass is shattered from the fight
In this tug of war, you'll always win
Even when I'm right
'Cause you feed me fables from your hand
With violent words and empty threats
And it's sick that all these battles
Are what keeps me satisfied

Juntei-me a elas e cantei a parte sozinha.

Just gonna stand there and watch me burn
But that's all right because I like the way it hurts
Just gonna stand there and hear me cry
But that's all right because I love the way you lie
I love the way you lie
Ohhh, I love the way you lie

So maybe I'm a masochist
I try to run but I don't wanna ever leave
Til the walls are goin' up
In smoke with all our memories

Nahuel começou a cantar.

This morning, you wake, a sunray hits your face
Smeared makeup as we lay in the wake of destruction
Hush baby, speak softly, tell me I'll be sorry
That you pushed me into the coffee table last night
So I can push you off me
Try and touch me so I can scream at you not to touch me
Run out the room and I'll follow you like a lost puppy
Baby, without you, I'm nothing, I'm so lost, hug me
Then tell me how ugly I am, but that you'll always love me
Then after that, shove me, in the aftermath of the
Destructive path that we're on, two psychopaths but we
Know that no matter how many knives we put in each other's backs
That we'll have each other's backs, 'cause we're that lucky
Together, we move mountains, let's not make mountains out of molehills,
You hit me twice, yeah, but who's countin'?
I may have hit you three times, I'm startin' to lose count
But together, we'll live forever, we found the youth fountain
Our love is crazy, we're nuts, but I refused counsellin'
This house is too huge, if you move out I'll burn all two thousand
Square feet of it to the ground, ain't shit you can do about it
With you I'm in my f-ckin' mind, without you, I'm out it

Just gonna stand there and watch me burn
But that's all right because I like the way it hurts
Just gonna stand there and hear me cry
But that's all right because I love the way you lie
I love the way you lie
I love the way you lie
I love the way you lie
I love the way you lie
I love the way you lie

Apesar de o odiar, ainda amo cada parte dele…