Living In The Sky With Diamonds escrita por Cat_Girl


Capítulo 4
Capítulo 4-O grande dia (?)


Notas iniciais do capítulo

Haha, me diverti escrevendo esse capítulo.Como as pessoas podem ser tão retardadas?kkkk



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  Eu estava sentada em uma das cadeiras do aeroporto conversando com minhas amigas sobre o dia em que estávamos jogando Guitar Hero no Xbox 360 do meu irmão. Minha mãe estava sentada perto de nós, com meu irmão ao lado. Meu pai e Mallorie estavam nas cadeiras do lado oposto, cochichando entre si.

  Percebi que minha mãe não estava à vontade com a presença de Mallorie. E o desconforto desta também era evidente. Antes de sair de casa, falei com minha mãe que não era uma boa ideia a ex e a atual do meu pai estarem num mesmo recinto. Mas ela é muito teimosa e implorou para ir. Ela queria se despedir de mim direito e prometeu se comportar.

  Eu havia saído para comprar refrigerante e meu pai me acompanhou. O silêncio entre nós predominava. Eu não falava direito com ele faziam dias. No máximo eram palavras monossílabas.

  - Você vai ter que me perdoar um dia. – ele falou como se estivesse comentando sobre o tempo. Continuei calada.

  - Eu sei que você acha essa viagem uma ideia maluca.

  - Sim.

  - Mas eu tenho uma pergunta: será que você conseguiria ficar longe de quem você ama? - eu não havia pensado por esse lado. Ele ama Mallorie e me ama também. E ele não queria escolher entre uma de nós duas e sim dar um jeito de ficar perto de nós.

  - Não.

  - Eu gostaria de levar seu irmão também. Mas não ia ser justo deixar sua mãe sozinha. – ele sorriu. - Ela fez uma confusão enorme quando eu disse que ia te levar, imagina se eu falo do seu irmão também. E naquele dia ela manchou minha melhor camisa. - ele falou, preocupado com uma coisa fútil. Eu dei uma gargalhada.

  - E por que você escolheu me levar? Quero dizer, por que quis me levar em vez de levar meu irmão? - era a primeira coisa com sentido que eu falava para ele desde o dia no shopping.

  - Resolveu falar comigo? - fiz uma careta e ele riu - Eu acho que ia ser mais fácil para você se adaptar do que seu irmão. Sabe que ele tem dificuldades de se enturmar e falar uma língua diferente vai ser difícil para ele. Com você é diferente. Está prestes a terminar o ensino médio e você fala o inglês o bastante para, vamos dizer assim, se virar.

  - Ah. - foi só o que eu consegui dizer.

  Voltamos para nossas respectivas cadeiras, depois do estranho momento de reconciliação que tivemos. Eu fiquei conversando por mais umas horas com minhas amigas até que ouvimos um chamado do nosso vôo. Primeiro, íamos desembarcar em São Paulo para pegar o avião que nos levaria direto para fora do país. Despedi-me de todos e não pude evitar o choro.

  - Não chora amiga. – a Jumi falou, uma ironia, porque ela estava chorando mais que eu.

  - Você tem sorte, vai fazer intercâmbio de graça. – a Máh falou.

  - A única diferença é que talvez eu não retorne. –falei triste.

  - Vira essa boca para lá! - minha mãe disse.

  Dei um último abraço em todos que estavam lá comigo. Mallorie, meu pai e eu seguimos pelo portão de embarque e fomos para o avião. O vôo durou três horas e foi tranquilo. Chegamos e seguimos para o aeroporto. Ficamos esperando por algumas horas o vôo que nos levaria à Miami. E logo após esse vôo nós iríamos pegar outro avião e seguir para Los Angeles, que é onde a Mallorie mora. Nosso vôo era à tarde. Para chegar aos Estados Unidos levaria quase um dia. Isso significa que era provável que chegássemos de madrugada em Miami. Fiquei cansada só de imaginar ficar todo esse tempo sentada em uma poltrona de avião.

  Ouvimos o chamado do vôo e nos apressamos. Olhei minha passagem e vi que pegaríamos o vôo 121. Como no filme “Serpentes a bordo”: pessoas que embarcaram nesse vôo se depararam com cobras em todo canto. Não que eu esteja insinuando algo. Sorri com a coincidência e fui me sentar na poltrona que me foi designada.

   Era na fila em que havia três poltronas. Sentei na do meio, porque nunca gostei de sentar perto da janela e nem perto da passagem. Não faz muito sentido, eu sei, é que sempre tive essa mania. Resultado: fiquei entre Mallorie e meu pai.

  Eu dormi por um tempo, mas quando acordei, descobri que não estávamos nem na metade do vôo. Meu sono já havia acabado e eu não tinha nada para fazer. De um lado estava Mallorie lendo um livro cujo título eu não me interessei. Do outro, estava meu pai dormindo de boca aberta (pelo visto, ele não ia acordar tão cedo). Olhei em volta e todos pareciam mortos. Exceto alguém atrás de mim que roncava que nem uma serra.

  Como uma criança curiosa, resolvi mexer naqueles botões que ficam acima do nosso lugar. Já tinha visto eles antes, mas nunca senti necessidade de apertá-los. O primeiro acendeu uma luz. O segundo era estranho e eu coloquei toda força no dedo indicador para apertá-lo. Foi quando ouvi um estalo e, logo em seguida, uma pequena dor. Xinguei a mim mesma por dentro. Não era um botão, era uma saída de ar. Olhei discretamente para o lado, na intenção de conferir se Mallorie tinha visto meu momento como retardada. Ela parecia absorta naquilo que estava fazendo, então, continuei minha estranha busca por diversão. O terceiro botão definitivamente parecia um botão, mas eu não ia correr o risco, por isso, fui mais cuidadosa ao apertá-lo. Nada aconteceu. Apertei outras três vezes. Logo em seguida apareceu uma aeromoça com uma cara não muito boa. Finalmente entendi para que servia o botão.

  - Deseja alguma coisa? - ela estava tentando ser simpática. Já que ela estava lá, pedi uma água.

  O resto do vôo foi entediante. Nós chegamos e eu senti uma ansiedade. A sensação era um misto de alegria e nervosismo. Eu nunca havia estado fora do meu país antes, então, a sensação devia ser por isso. No resto do vôo eu havia refletido mais sobre o que achava dessa viagem. Parei de pensar que era uma ideia maluca e percebi que pode haver coisas boas também. Além disso, meu pai merecia ser feliz também, então se ele esta feliz aqui perto de Mallorie, eu também vou estar.

  Pegamos o outro avião, que nem demorou tanto. Chegamos de manhã, bem cedo, e procuramos um táxi pra nos levar à casa de Mallorie, que agora seria nossa casa também. Achamos um e colocamos toda a bagagem lá. Eu olhava encantada aquela cidade através do vidro do carro (vi até aquele letreiro de Hollywood) enquanto Mallorie falava com alguém ao telefone. Não prestei atenção no início, mas quando tentei escutar, ela já havia desligado.

  - Que notícia boa! - ela estava elétrica - Vocês vão poder conhecê-lo! Ele vai ter três semanas de férias.

  - Quem? - me intrometi.

  - Desculpa Diana, é que graças ao seu momento de rebeldia - meu pai falou sarcástico - esquecemos de te falar que a Mallorie tem um filho.

  Um filho? Como eles se esqueceram de avisar que vai ter mais gente morando conosco?

  - Peraí, você tem um filho? - acabei sendo grosseira sem querer. Isso sempre acontece.

  - Tenho sim. Ele é uns três anos mais velho que você.

  - Hum... - falei, tentando parecer desinteressada, mas por dentro eu estava aliviada por o filho dela não ser uma criança irritante.

  Eu continuei olhando através do vidro depois dessa conversa. Não estava mais realmente olhando a cidade, e sim devaneando. Despertei quando percebi a velocidade do carro diminuir e vi que ele passava por um belo portão. E a casa era mais bela ainda. Sinceramente, o que ela foi fazer numa feira para micro empresários no Brasil? Notei que havia muitos seguranças lá. Morava uma estrela do rock lá? Por que Mallorie precisa de tanta segurança assim?

    Ignorei as perguntas que surgiam na minha cabeça. Eu estava fascinada com aquele lugar. Mallorie mandou alguém para buscar nossas malas. Bom, eu estava feliz por não ter que carregar mala nenhuma, já que estava cansada da viagem, mas não deixei que levassem minha guitarra. Sempre tive ciúmes dela e não deixo ninguém tocar. Sério.

  Peguei a alça da capa da guitarra e acompanhei meu pai e Mallorie. Ao ver interior da casa, fiquei de boca aberta. Era tão espaçoso e tudo bem decorado. Simplesmente lindo.

  Mallorie saiu em busca de alguma coisa. Seguiu por um corredor. Meu pai saiu também, mas foi por outro caminho. Fiquei sozinha na sala de estar.

  - William, chegamos. - ouvi a voz dela ao longe, falando em inglês.

  Que estranho. Por que ela estaria avisando ao meu pai que chegamos se ele veio conosco? Então entendi que não era pelo meu pai que ela buscava e sim pelo filho dela. Quer dizer que o filho dela tem o mesmo nome que meu pai... Que ótimo (para não dizer o contrário).

  Nesse instante, ouvi passos. Alguém estava descendo as escadas. Bom, devia ser esse tal de William. Mallorie chegou à sala antes da pessoa descer toda a escada. Era um garoto magro e muito alto. Não consegui ver seu rosto porque, além dele estar de perfil para mim, cabelo o cobria. É, o cabelo dele era grande e tão bonito que me deu inveja.

  -Oi... Mãe - ele falou em inglês. Parecia... Entediado.

  - Meu filho, quanto tempo! - ela falou, em inglês também. Sua voz parecia mais natural assim.

  Ela o abraçou e ,assim que o fez, acabou virando ele de costas para mim.

  - Er... Cadê seu noivo? - ele perguntou, mas sua voz não parecia interessada.

  - Ele estava procurando por você também. Deve ter se perdido da filha.

  - Quê? Ele tem uma filha? - a reação dele foi parecida com a minha quando eu havia descoberto a existência dele, só que mais exagerada.

  - Ele tem...

  - Que ótimo!- ele falou grosseiro - Eu não vou cuidar de nenhuma pirralha irritante, escutou? - ele foi mais grosseiro ainda.

  Mas que irritadinho! E ele me chamou de pirralha irritante! Fechei a cara. Nem o conheço direito e já comecei a não gostar dele.

  Nessa hora, Mallorie percebeu minha presença e deve ter visto minha cara feia. Olhou-me como se estivesse pedindo desculpas.

  - Bom, seu mal-criado, ela está bem ali. - apontou para mim. Ele se virou, relutante.

  Enfim, eu iria ver seu rosto. Ele se virou completamente e olhei diretamente para seu rosto, na intenção de fuzilá-lo com o olhar, mas nessa hora entrei em choque. Eu não acreditava no que estava vendo à minha frente. Eu realmente não acreditava no que estava vendo à minha frente. Ou melhor, quem estava à minha frente.


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Notas finais do capítulo

Oh, quem será?Reviews?kkk



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