Capítulo 4 – Visita inesperada

Todos esses anos eu senti tanto a falta de Jake,que nos meus sonhos, eu implorava para que ele viesse me ver.
Então isso finalmente aconteceu, e agora que ele está aqui eu sinto como se estivesse constantemente sonhando.
Porém, eu já devia saber que alguma coisa estava errada, pois estava me sentindo bem demais.
Quando Jacob falou que Leah era sua noiva, foi como se o chão tivesse sumido debaixo dos meus pés.
Eu me senti tão fraca e indefesa, que se apenas uma brisa passasse por mim, com toda a certeza, me derrubaria.

As coisas começaram a girar a minha volta e eu sinceramente pensei que fosse desmaiar,
 até que ouvi aquela voz que tanto amava dizer:

– Renesmee, você está bem? – Jake perguntou, parecendo preocupado.

– Ah... Er... Es-estou. – falei com dificuldade.

– Oh, meu Deus, Renesmee? – Leah perguntou, acho que só agora ela percebeu que me conhecia.

– Oi, Leah... – respondi com um sorriso amarelo. Será que fui educada?
 Pois eu estava realmente controlando a minha vontade de voar no pescoço dela e estrangulá-la até a morte.

– Como vocês se conhecem? – ela e o Jake perguntaram juntos

– Você primeiro, amor! –ela disse sorrindo pra ele.

VOCÊ PRIMEIRO AMOR... IDIOTA!

 Ok, eu tinha até gostado dela, mas isso foi antes dela roubar o meu homem!
Tá, ele não era meu... AINDA!

– Ok, de onde você conhece a Nessie?

– Eu a conheci no hospital, ela foi super atenciosa realmente um amor!

– Ah, tá...

– E você Jake, como conheceu a Renesmee?

– Há muitos anos atrás! Nós estudamos o ensino médio juntos!

– Nossa! Então vocês são amigos de infância? – ela perguntou sorridente.

AI, QUE VONTADE DE ARREBENTAR AQUELES LINDOS DENTES BRANQUINHOS!

– Eu diria que nós somos amigos de adolescência, não tive a oportunidade de conhecer o Jake no jardim da infância... – falei meio sem graça.

– Ah, mas o importante é que vocês se conhecem há muito tempo e são amigos, não é?

– Sim. – assenti.

– Ótimo! – ela falou sorrindo, e eu e Jake olhamos um para o outro, assustados.

– Bom, já que vocês são amigos há muito tempo, e você Renesmee, deve saber muitas coisas sobre o Jake... – tagarelava enquanto sorria. – Eu tive uma ideia!

– Qual? – Jake perguntou, parecendo não entender.

– Jake, não é óbvio? A Nessie vai ser a nossa madrinha! – respondeu simplesmente.

– O QUE? – eu e o Jake, literalmente, gritamos juntos.

– O que foi gente? Eu acho uma ótima ideia!

– Ah, não, Leah, não! – neguei, balançando a cabeça negativamente.

Eu não podia nem cogitar a possibilidade de ser a madrinha de casamento do Jake!

Logo do JAKE!

Como eu poderia ser madrinha de um acontecimento catastrófico como esse?

Seria o pior desastre que o mundo já viu depois da queda das torres gêmeas!

Tudo bem, não era um desastre em escala global, mas para mim seria a pior coisa do mundo!

Seria como se um tsunami, um furacão, um terremoto e um vulcão em erupção me atingisse no mesmo momento!

E para tudo ficar ainda mais catastrófico, uma tempestade instalou-se no céu, dando a impressão que o mundo cairia.

 Como se ele já não estivesse realmente acabando!

Como eu seria madrinha de um casamento que eu não aprovo?

NÃO, DEFINITIVAMENTE NÃO!

                                                    [...]

– Ai, Renesmee, eu estou tão feliz que você tenha aceitado ser a minha madrinha e do Jake! – Leah disse enquanto caminhávamos em direção a uma loja de vestidos de noiva.

Sim, ela me convenceu a ser a madrinha de casamento deles.

E são exatamente 07h15min da manhã de sábado, e eu só tenho plantão às 10h00min,
 o que me dava à chance de dormir até mais tarde. Porém, ela me acordou as 06h00min,
 aumentando significativamente a minha vontade de dar uns murros na cara dela.

– Ah, eu também... – eu disse sorrindo, e quando ela entrou na loja eu sussurrei. – Você não sabe o quanto...

– Sabe, Renesmee, eu estava tão preocupada com esse assunto de madrinha de casamento, eu já tenho uma madrinha,
 a minha prima Emily, mas eu queria uma que o Jake conhecesse, e aí você apareceu!
Foi como um presente! – ela disse sorrindo. – E como a Emily não vai poder me ajudar nas coisas do casamento, você vai!

– O que? Eu pensei que eu era tipo uma madrinha substituta, sabe?
Só iria ficar do seu lado no casamento e... – eu estava falando, mas Leah começou a balançar a cabeça negativamente e aquilo já estava me assustando.

– Não, não, não! Você vai me ajudar em absolutamente tudo! Vai me ajudar com o bufê,
os convites, o local, o buquê, os vestidos das daminhas, os das madrinhas e o principal,
 o meu vestido! Você acha que nós estamos numa loja de vestido de noiva para que? Bobinha! – proferiu sorrindo.

Ela me chamou de bobinha?

– Então você está querendo dizer que eu vou ter que fazer tudo com você? – perguntei, assustando-me com a possibilidade de passar um tempo de “qualidade” ao lado dela.

– Não só comigo, mas também com o Jake!

Ok, agora as coisas estão começando a melhorar.

– Vocês não têm um padrinho? – eu perguntei curiosa.

– Até temos, mas eu confio mais em você do que no Quil e no Sam... – explicou. – Bom, mas agora vamos ver alguns vestidos, ok?

– Ah, é claro, mas eu não posso demorar muito por que daqui a pouco eu vou trabalhar.

– Ok! – assentiu e foi caminhando em direção a um monte de vestidos brancos. – Nessie, eu vou ver nessa parte da loja e você vê alguns vestidos que te chamem a atenção deste lado, ok?

– Ok! – eu disse e comecei a procurar algum vestido bonito naquele monte de pano que via na minha frente,
 parecia até um monte de algodão, se eu continuasse nesse ritmo não iria conseguir um vestido nunca! – Leah, você tem alguma preferência para vestido?

– Como assim?

– Bom, você sabe, você quer um vestido tomará que caia, de renda, com uma manguinha,
com brilho, ou fosco? Não tem nenhuma idéia?

– Eu ainda não tinha pensado nisso! – ela disse botando a mão na boca.

Ótimo! Isso vai ser bom!

– Então o que nós estamos fazendo na loja de vestidos de noiva, Leah?

– Ah, Renesmee, eu não vim hoje pra comprar exatamente, eu vim só pra ter umas ideias e ver se você me ajudava,
eu ainda estou muito indecisa de como vai ser o meu vestido, e como eu pude perceber você tem bom gosto e eu adoraria
que você me desse palpites sobre os vestidos! Por favor? – ela pediu com os olhinhos mais suplicantes que eu já vi em toda a minha vida.

– Tudo bem, Leah, mas vai ter que ser bem rápido, pois eu tenho que chegar bem cedo no hospital e já são 09h00min!

– Tá certo! Eu só vou ver esses dois e eu marco outro dia com você para me ajudar, ok?

– Tudo bem! – eu assenti sorrindo enquanto ela corria pra dentro do provador com dois vestidos.

Eu ainda não podia acreditar que eu estava fazendo isso!

Ajudando uma garota que eu conheço a menos de 48h00min, a escolher o vestido de noiva pra se casar com o cara que eu amo!

Com certeza eu tenho sérios problemas!

– Pronto! – Leah disse saindo do provador um pouco enrolada pelo volume do vestido. –E então, como estou? – ela perguntou botando as mãos na cintura.

– Nossa, se você não estivesse tão indecisa eu diria que encontrou o vestido perfeito! Está magnífica! – eu disse dando um sorrisinho fraco, aquilo estava realmente doendo, vê-la se preparar para casar com Jake era horrível!

– Jura? – ela perguntou se olhando no espelho.

– Sim, achei lindo! – disse sorrindo, e não estava mentindo, o vestido era realmente lindo, era bem simples, mas perfeito!

– Bom, já que você gostou tanto, acho que vou pedir para separarem ele pra mim!

– Leah, não sou eu que tenho que gostar, é você.

– Eu sei, eu amei, e já que você gostou também acho que já achei o meu vestido na primeira loja!

-Que bom!

– Agora vou tirar esse negócio! – articulou, mexendo na parte de baixo do vestido, que era cheinha, parecia um bolo. – Não sei como vou andar com isso no dia, é muito pano que tem aqui!

– Pelo menos é um pano bonito! – retruquei sorrindo.

– Ai, eu fico feliz que você esteja me ajudando, eu não sei por que, mas eu gostei muito de você,
parece que eu te conheço há muito tempo! – ela disse sorrindo e olhando pra mim.

– Eu também gosto muito de você, Leah! – eu disse sorrindo, por mais que fosse difícil para mim assumir,
 Leah parecia uma boa pessoa e eu não podia dizer que não gostava dela, pois seria hipócrita,
 eu até que estava um pouco zangada pelo fato dela se casar COM O JAKE, mas na realidade a culpa não é dela e sim minha,
 pois não aproveitei a oportunidade de ter ele ao meu lado.

– Renesmee, acho melhor você ir trabalhar, já são 09h30min!

– É, você tem razão! Eu não posso chegar atrasada, tem uma mulher lá que me odeia!

– Então não se atrase!

– Eu sei, já estou indo! – eu disse concordando com ela.

– Então depois eu te ligo pra gente acertar as outras coisas que faltam.

– Ok, Leah! – assenti. – Tchau – despedi-me acenando.

– Tchau! – ela disse e eu sai, indo em direção ao hospital.

                                                 [...]

Quando cheguei lá eram exatamente 09h50min.

Dez minutos adiantada, isso já era um começo.

– Renesmee... – ouvi aquela mulher irritante chamar meu nome enquanto eu entrava.
Juro que se ela me chamar à atenção hoje, desconto todas as minhas frustrações naquele rostinho.

– Oi? – eu respondi um pouco receosa.

– Chegou cedo hoje, espero que continue assim!

– Ok! – disse e fui em direção a recepção. – Hannah! – falei pra atendente.

– Oi, Renesmee, em que posso ajudá-la?

– Eu posso dar uma olhada nos horários de meus pacientes?

– Ah, é claro, vem cá! – ela disse me chamando pra ficar atrás da recepção. – Você pode dar uma olhada nas coisas pra mim? É que eu vou pegar um cafezinho lá em cima, é rapidinho!

– Ah, é claro! E se alguém ligar o que eu faço?

– Bom, você agenda um horário, aqui tem o nome do médico, você pergunta o que a pessoa quer e marca uma consulta! – ela falou me explicando.

– Tá, ok! – eu disse e ela saiu.

Enquanto eu olhava algumas fixas e fazia algumas alterações, olhei rapidamente para porta e me surpreendi.

Um rapaz bem alto, loiro e com os olhos azuis mais lindos que eu já vi, entrava no hospital, ele estava vestido de branco,
assim como eu, deduzi que era médico.

Ele parou pra conversar com aquela mulher insuportável que vive me dando broncas,
mas o engraçado era que com ele, ela era só sorriso.

Enquanto eu o observava, percebi que não era só eu que fazia isso, e sim todas as mulheres que estavam ali, e ainda suspiravam.
Que ridículo! Tudo bem que o rapaz era lindo e tudo mais, porém não era pra tanto, não é?

Depois disso voltei minha atenção para as fixas, sim, as fixas, que por um estante tinha até me esquecido.

– Cof, cof! – ouvi uma tosse bem falsa por sinal, e olhei pra ver quem era, tendo quase um AVC!

Era o cara loiro! E ele era bem mais bonito de perto, mas não fazia o meu tipo.
Qual era o meu tipo?
Moreno, alto, bonito, sensual, com um sorriso de derreter corações e os olhinhos mais fofos do mundo e de preferência,
que tenha o nome JACOB BLACK!

– Oi! – falei voltando pro mundo real.

– Oi, eu sou Ryan, e você? – ele perguntou com um sorriso no rosto.

– Renesmee Cullen! – estendi minha mão pra ele.

– Nossa! Você é a tão falada Renesmee? A nossa médica mais nova do hospital? Neta do Carlisle?

– É! Culpada! – eu brinquei e ele sorriu.

– É, você roubou o meu posto, antes de você vir pra cá eu era o mais novo!

– Nem tudo dura pra sempre, querido! – eu disse, arqueando a sobrancelha.

– É, mas eu até que gostei de você ter vindo!

– Ah, é? Por quê?

– Por que finalmente tem uma garota bonita nesse hospital! – ele sussurrou no meu ouvido.

– Mantenha distância, cara! – eu disse dando um empurrãozinho nele.

– Ok! – falou, levantando as mãos – Mas e então, por que você escolheu medicina como profissão? – ele perguntou tentando puxar assunto.

– Bom, meu pai e meu avô são médicos, então...

– A princesa resolveu seguir os passos da família? – indagou, interrompendo-me.

– É, eu sempre gostei de medicina e com meu pai e meu avô médicos ficou tudo mais atraente!

– Inclusive você! – sussurrou.

– O que? – perguntei, arqueando a sobrancelha.

– Nada! Então, o que você está fazendo?

– Bom, a alguns momentos atrás, eu estava trabalhando até o meu suposto colega de trabalho ficar dando
 em cima de mim de cinco em cinco segundos! – disse dando o sorriso mais sarcástico da face da terra.

– Eu estava dando em cima de você? Você que estava me olhando, eu vi! – ele disse fingindo estar ofendido.

Legal, qual vai ser sua desculpa agora, idiota?

– E-Então olhar é proibido agora? – perguntei com dificuldades.

– Não exatamente, mas quando uma garota olha pra mim do jeito que você estava olhando,
eu penso que ela quer mais alguma coisa... – verbalizou, chegando mais perto.

– Então você pensou errado, querido, e eu não tenho tempo para ficar “conversando” com você,
tenho mais o que fazer. Dá licença! – falei, saindo irritada, fazendo-o rir e dizer:

 – Olha, quando a garota fica nervosa é mais um sinal de que ela está a fim! – discorreu, rindo,
 e me limitei em apenas bufar e entrar na minha sala, percebendo Claire seguindo-me.

– Tá bom, o que foi aquilo? – questionou, rindo.

– O que, Claire?

– Você conversando com o Ryan... – esclareceu, dando um sorrisinho malicioso.

– Não é o que você está pensando...

– Aham, sei...

– É sério! Você sabe muito bem que eu gosto de outra pessoa.

– Uma pessoa que está noiva!

– Então você já sabia? – eu quase gritei.

– Não, Nessie, claro que não, você acha que se eu soubesse não tinha te falado?

– Não sei, Claire, do jeito que você é... – pronunciei, revirando os olhos.

– É claro que eu contaria e além do mais, o idiota do Quil me contou ontem, eu iria morrer sem saber! – ela disse, fazendo o maior drama enquanto eu fiz somente um biquinho triste – Ai, amiga, eu sinto muito! – terminou, abraçando-me.
– E essa não é a pior parte...

– O QUE? TEM MAIS?OH, MEU DEUS, ELA TÁ GRÁVIDA? – opinou, fazendo o maior escândalo.

– Não, garota, vira essa boca pra lá, é que ela me chamou pra ser a madrinha do casamento... – explique, assustando-me com a cara de espanto de Claire.

– E... O... Que... Você... Disse... Renesmee... Carlie... CULLEN?! – perguntou, gritando na última parte.
– Sim.

– OH, MY GOD! – exclamou, colocando a mão na cabeça – EU NÃO ACREDITO NISSO! VOCÊ É MALUCA? USA DROGAS?
TÁ CHAPADA? É MASOQUISTA? FALA, RENESMEE! – pedia, sacudindo-me.

– Claire, fica calma!

– Ok! – concordou, respirando fundo.

– Isso, respira! – articulei, acalmando-a, mas eu acho que ela devia estar fazendo isso comigo, não eu!

– Sabe, Renesmee, agora que eu estou mais calma, essa história de madrinha de casamento é até uma boa...

– O QUE? VOCÊ... VOCÊ... VOCÊ ESTÁ MALUCA? – legal, agora foi a minha vez de surtar.

– Ai, ai, Renesmee, Renesmee, tão inocente... – seus sorrisos maliciosos estavam começando a me deixar com medo.

– Em que você está pensando, capeta? – perguntei e ela começou a rir,
 mas não era mentira, Claire era realmente o demônio em pessoa, só que com saia, salto alto e um pouco de batom.

– Bom, é simples, você não vê? Você já conquistou a confiança da garota,
 ela te convidou pra ser a MADRINHA do casamento sem ao menos se dar o prazer de te conhecer direito, Renesmee,
você tem um diamante nas mãos e não sabe usá-lo devidamente.

– Eu não estou te entendendo, Claire.

– Ok, você quer que eu desenhe? Você vai conquistar o Jake de novo, ok? E com a ajuda da noiva dele!

– O Que? Como assim?
 Você acha que ela vai me ajudar a conquistar o NOIVO dela? –questionei ainda não acreditando no que Claire havia falado.

– Ai! Às vezes eu acho que a Bella te deu leite estragado quando você era bebê,
 por que, MEU DEUS, OH MENINA LENTA! Renesmee Carlie Cullen, você é a MADRINHA de casamento deles,
você vai andar com o Jake para cima e para baixo, quer oportunidade melhor que essa para você mostrar todas
as suas qualidades para ele, GATA? – ela disse como se fosse à coisa mais óbvia do mundo.

– Eu não sei não, Claire, já estou me sentindo uma vadia só de pensar em fazer isso com a Leah, imagina,
ela pensando que eu estou ajudando ela enquanto eu estou metendo um par de chifres na cabeça dela, não dá!

– Renesmee, você nunca ouviu falar que no amor e na guerra vale tudo?
Então faça essa frase viver! Mostre para o Jake o que ele vai perder se não estiver com você,
 e você não vai botar chifre nenhum na Leah, eles ainda não são casados... – ela disse com uma cara de santa, quem não conhece que te compre!

– Ah, é? Então se uma garota aparecesse e ficasse dando em cima do Quil não teria problema,
 por que vocês ainda não são casados?

– Espera aí! Isso já é outro departamento, meu amor!

– Qual, Claire?

– Eu não sei...  – confessou. – Mas o que importa é que você o ama e vai lutar por ele e ponto final!

– É, você tem razão, Claire, eu vou lutar pelo Jake sim!

– É isso aí, garota! – disse e estendeu a mão para que eu batesse, era como nos cumprimentávamos no colegial.
 – E nós vamos mostrar para Jacob Black, quem é Renesmee Cullen! – finalizou junto a uma fisionomia provocante.

– Mal posso esperar! – disse, fingindo estar empolgada. – Agora sai daqui que eu tenho que trabalhar! – repreendi, empurrando ela pra fora do consultório.

– Já estou indo, amiga, relaxa!

Depois que Claire saiu, meu dia estava apenas começando e só terminaria as 05h00min da tarde.

                                                         [...]

– Jake, vamos entrar nesta loja aqui, vem! – Leah disse, enquanto quase arrastava Jake para dentro da loja.
 Ele fazia a careta mais fofa do mundo, parecendo um garotinho que não quer ir às compras com a mãe.

O que eu estava fazendo com Leah e Jacob?
Simples, depois que eu finalmente sai do hospital, Leah me ligou, desesperada,
falando que precisava urgentemente da minha ajuda, por que se não ela mataria o noivo dela.

Por quê? Por que desde que eu conheço o Jacob, ele é a pessoa menos aconselhável para fazer compras,
e ela queria fazer a prova do terno dele pro casamento, então, como a boa madrinha que eu sou,
me desloquei imediatamente pra fazer “o cabeça dura” ir provar o terno!

– Olha, Renesmee, ele não está lindo? – perguntou apertando as mãos.

– Sim! – respondi sorrindo, e com toda a certeza Jake estava extremamente bonito,
na realidade, perfeito é a palavra correta, ainda mais com aquela careta fofa dele,
dava vontade de beijá-lo ali mesmo, mas eu me controlei para que essa desgraça não acontecesse.

–Leah, já acabou? – questionou, fazendo cara de choro.

– Jake, você está parecendo até uma criança, fica quieto que acaba mais rápido! A gente tem que terminar as coisas logo! – recriminou-o.

Foi ai que finalmente a minha fixa caiu, Leah já estava procurando o vestido,
 arrumando a roupa do Jake, preocupada com várias coisas do casamento e... QUANDO ELES VÃO SE CASAR?!

– Er... Leah, eu acabei de me lembrar de uma coisa... Já que eu sou a madrinha,
tenho que te ajudar com as coisas do casamento, não é? – indaguei um pouco sem graça.

– É claro, você já está ajudando! – ela disse sorrindo.

– Então, eu queria saber, que data vocês escolheram?

– Bom, eu e o Jake queríamos nos casar em julho... – ela disse e eu perdi o ar.

COMO ASSIM EM JULHO? EU SÓ TENHO CINCO MESES PARA FAZÊ-LO MUDAR DE IDEIA?

– Mas, meu avô sempre sonhou em me ver casar e ele está muito doente,
então nós adiantamos e vamos nos casar no final do mês! – aclarou sorrindo.
Jake nem prestava atenção em nossa conversa, preferindo brigar com o costureiro que o espetava.

– O QUE? EM MENOS DE UM MÊS? – eu gritei, e consegui fazer com que o Jake olhasse para gente.

– É, algum problema? – Leah perguntou assustada.

É CLARO QUE TEM PROBLEMA, COMO EU VOU CONQUISTAR ELE EM MENOS DE UM MÊS?

– N-não, nenhum, é que me surpreendeu só isso... – falei, respirando fundo e me apoiando na bancada atrás de mim.

– Nessie, você está bem? Está tão pálida... – discorreu ele, chegando mais perto, agora que eu desmaiaria mesmo.

 – Você se importaria se eu fosse pra casa? É que eu não estou muito bem. – articulei, timidamente.

– Claro, Ness, você tem certeza que está bem? Por que se você quiser, eu peço pro Jacob te levar em casa... – Leah disse, parecendo preocupada

Que parte do “eu não estou bem” ela não entendeu?
Se Jacob me levasse em casa era capaz de ter um enfarto do coração.

– Não, tudo bem, eu consigo ir sozinha.

– Ok!

– Tchau! – eu disse acenado.

– Tchau! – os dois responderam juntos.

Eu fui o mais rápido que pude pra casa, não queria que parecesse, mas eu estava arrasada.
Jake vai se casar em menos de um mês, minhas chances de tê-lo de volta são quase inexistentes.

Quando cheguei em casa, fiz o que uma mulher deprimida faria, tomei um banho quente para relaxar,
 em quanto chorava igual a uma condenada em baixo do chuveiro, e não parou por aí,
 depois de terminar o meu “banho terapêutico”, peguei o pijama mais fofo que eu tinha,
 o qual tinha uns cachorrinhos lindos desenhados, contudo, aquilo nem era considerado um pijama,
 estava mais pra blusa, com uma calcinha em formato de short.

Depois peguei o máximo de filmes românticos existentes e uma boa caixa de bombons,
e me afundei na minha depressão profunda.

Depois de quase três horas chorando sem parar, ouvi o toque do meu telefone.

– Alô? – falei ainda com a voz embargada por causa do choro.

– Você está chorando? Espero que não seja pelo Jake... – ouvi Claire falar, sim, eu tinha certeza que era ela.

– Oi, Claire, não, eu não estou chorando... – menti.

– Ah, tá, eu acredito! Mas enfim, não estou te ligando para isso.

– Então por quê?

– Por que, eu não sei se você percebeu, está caindo um dilúvio,
 e graças a esse fato trágico houve alguns problemas no hospital e eles vão entrar em reforma por três dias,
então você não vai trabalhar, ok?

– Como você sabe disso?

– A Meg me ligou e pediu pra mim te avisar.

– Quem é Meg?

– Como assim quem é Meg? Ela é a sua chefa, animal!

– O nome dela é Meg?

– Vai me dizer que você não sabia?

– Não, eu não sabia e nem fazia questão de saber! – eu falei um pouco irritada.

– Ok, senhorita de humor variável, eu tenho que desligar agora,
o Quil está me enchendo o saco aqui! – ela disse bufando e eu ri.

– Está bom, amiga!

– Cuide-se, hein!

– Pode deixar! – eu falei e desliguei

Depois disso, recomecei a minha sessão de filmes e me afundei no sofá.
 Acabei pegando no sono ali mesmo.

                                [...]
– Trim, trim... – ouvi o toque da campainha e logo olhei pro relógio
MEU DEUS, O QUE ESSA “PESSOA” ESTAVA FAZENDO, TOCANDO MINHA CAMPAINHA AS 04h00min DA MANHÃ?

Levantei do sofá, um pouco irritada, e fui atender bufando
Se fosse a Claire eu arrebentaria a cara dela!

Quando abri a porta quase cai pra trás...

– Jake? O que você faz aqui há essa hora? Aconteceu alguma coisa? – perguntei sem entender
 o motivo daquela visita à uma hora dessas.