“— Jacob... eu te amo. — E quando estava prestes a fechar a porta e sair, ele me chamou.

— Renesmee, eu sempre te amei. — falou derrotado, e eu lancei sobre ele um sorriso triste e sai [...]”

Capítulo 11 — Para Sempre!

POV Jacob

“Não vá!” — Eu queria gritar com todo o ar que havia em meus pulmões, porém, não o fiz, apenas permaneci ali, parado, enquanto observava a mulher que amava sumir de minha vista. E fiquei assim, imóvel, por um longo tempo.

Da mesma maneira repentina que Renesmee voltara a minha vida, ela se foi. E talvez, desta vez, para sempre.

Deus, como aquelas palavras incomodavam-me profundamente!

Era como se estivesse decretado uma sentença sobre mim, a qual eu não podia mudar, de jeito algum. Agora, finalmente deixando o orgulho de lado, comecei a refletir se não tinha feito à escolha errada... Outra vez!

E se eu nunca mais voltasse a ver aquele rosto angelical?

E se nunca mais voltasse a ver aqueles longos cachos acobreados, que eram tão macios que a mais pura seda seria algo áspero comparado a eles, e que tinham um aroma extraordinariamente inebriante, que me deixavam totalmente inerte?

E senunca mais voltasse a ver aqueles olhos cor de chocolate, que insistiam em aparecer em meus sonhos, enfeitiçando-me e deixando-me sempre a mercê de seus encantos?

Eram tantos “E se” que se formavam em minha mente, que estava quase entrando em colapso. Aquilo tudo só reforçava cada vez mais a hipótese de que me precipitei em minha escolha.

Não queria magoar Leah, isso era um fato, porém, a imagem de Renesmee saindo totalmente magoada por aquela porta não abandonava minha mente e fazia meu coração aperta-se de uma maneira que eu conseguia sentir uma pontada de dor lancinante em meu peito.

Todavia, ao imaginar uma vida ao lado de Renesmee, uma pequena faísca de medo acendia-se em meu interior. Uma vida ao lado dela, a meu ver, seria algo extraordinário, mas ao mesmo tempo, era algo totalmente inesperado. Era como realmente utilizar da expressão: “Vivendo um dia de cada vez”, pois eu não sabia o que viria no dia seguinte, já que ela foi sempre um ponto imprevisível em minha vida. Suas decisões, seus sentimentos eram um mistério para mim. Mudavam num ritmo tão acelerado que eu simplesmente não conseguia acompanhar, e isso me deixava completamente inseguro.

Porém, algo dentro de mim dizia que eu deveria me aventurar naquela montanha-russa que eram os sentimentos de Renesmee. Talvez, fosse meu subconsciente avisando-me que eu só conseguiria ser feliz ao lado dela.

Uma confusão instaurava-se dentro de mim. Questionava-me o que era o certo a fazer no momento; ir atrás de Renesmee ou casar-me com Leah?

A essa altura do campeonato, já era quase impossível distinguir o certo do errado.

— Jake, está na hora... — ouvi Quil chamar por mim, fazendo-me abandonar meus pensamentos.

Se não fosse por ele, poderia até esquecer que meu casamento estava prestes a acontecer.

— Ah... Claro, claro. Vamos! — falei um tanto desconfortável, pois o que eu realmente queria naquele momento era sair correndo e sumir do mundo por um tempo. Porém, tinha uma responsabilidade e, infelizmente, teria que cumpri-la.

— E aí, amigão, como está esse coração, hein? — perguntou Quil, divertido como sempre.

— Destroçado. — queria responder, mas graças a Deus, fomos interrompidos por uma dama de honra que viera nos chamar.

— Rapazes, vamos logo! — ela falou, puxando-nos.

Caminhamos até o altar, onde eu me posicionei no centro e Quil logo ao meu lado.

Era assim a sensação de estar prestes a se casar? Pois eu sentia como se, a qualquer momento, fosse receber uma sentença de morte. Sentia-me impotente, caído de joelhos, apenas esperando pelo fuzilamento. Não deveria ser assim. Não está certo.

Os órgãos começaram a tocar a música, enquanto Leah entrava pela igreja com passos graciosos, como a de uma miss. Ela estava linda, tinha que confessar, porém, eu só desejava ver um rosto na minha frente, e não era o seu.

Por um momento, tive um pequeno devaneio de que era Renesmee que estava vestida de noiva, vindo ao meu encontro, para nós, finalmente, nos tornarmos um e deixarmos todas as dificuldades que encontramos pelo caminho para trás.

Deus, como isso está errado!

Cada vez que Leah aproximava-se mais, esta angustia em meu coração aumentava mais, mais e mais...

Eu pensei que podia... Pensei que conseguiria... Mas não dá mais. Eu não consigo fazer isso. Não posso.

Meu olhar angustiado passava por cada rosto que ali se encontrava, buscando apenas um, que eu sabia que me entenderia perfeitamente. Quando meu olhar se cruzou com o de meu pai, eu tentei transmitir-lhe um pedido de socorro. Ele olhou pra mim com um olhar de misericórdia. Ele sabia que eu não conseguiria levar aquilo adiante.

Ainda que fosse difícil, eu teria que dar um fim nisso, e já!

Sem que eu percebesse, Leah havia chegado ao altar ao lado de seu avô, este me entregou a mão de sua neta e, antes de sentar-se, sussurrou as palavras:Cuide bem da minha princesa. Infelizmente, eu não poderia atender o seu pedido.

Leah subiu ao altar e ficou de frente para mim, porém, antes que o padre pudesse começar com seu discurso, nós falamos um para o outro:

— Desculpe-me...

— O quê? — falamos novamente em uníssono. — Você primeiro... —— ela pediu, e eu suspirei.

— Leah, eu não posso continuar com isso... Eu... Eu sinto muito. — falei encarando o chão, pedindo a Deus que ela entendesse o que eu quis dizer.

— Eu também não! — ela falou um tanto... Aliviada? — Jake, eu também não posso me casar com você. — ela completou franzindo o cenho, com uma expressão ilegível, deixando-me confuso.

A essa altura, ninguém mais presente naquela igreja entendia o que se passava, a não ser o padre, que nos olhava horrorizado, como se acabássemos de cometer o pior pecado do mundo.

— Vem. Nós precisamos conversar. — ela falou, puxando minha mão, levando-nos a uma das salas aonde, há minutos atrás, nos arrumamos.

Quando estávamos saindo do altar, ouvi o padre gritar: Onde vocês pensam que estão indo? Deu início ao grande murmúrio que se formava na igreja. Claro que ninguém imaginava o que estava acontecendo.

O noivo e a noiva descem do altar, deixando o padre sozinho e uma igreja inteira curiosa. Ri da situação.

Que loucura! — pensei.

— O que aconteceu conosco? — Leah perguntou, enquanto dava um pequeno sorriso, como se algo estivesse mais claro em sua mente. — Eu diria que, há alguns meses atrás, nós dois éramos o casal perfeito. Jovens, bem sucedidos e prestes a iniciar uma nova família... — continuou, agora, olhando em meus olhos. — Eu irradiava alegria. Só de pensar na possibilidade de me casar com você e... E construir uma família ao seu lado, fazia-me uma das pessoas mais felizes do mundo, com toda a certeza... — ela falou convicta de suas palavras, fazendo um pequeno ponto de interrogação surgir em minha mente.

Mas então, por que ela desistiu do casamento?

— Tudo estava perfeito! Eu achava que havia encontrado meu príncipe encantado e estava vivendo um verdadeiro conto de fadas... — deu uma risada sem humor. — Mas as coisas estavam indo bem demais, Jake, algo tinha de acontecer. E aconteceu... — falou com um olhar um tanto envergonhado.

— O que aconteceu, Leah? — questionei curioso.

— Jake... Eu... — começou, porém deixou a frase morrer.

— Você? — pressionei-a para que continuasse.

— Jake, eu te traí! — falou rápida, fazendo com que eu só entendesse a frase um tempo depois.

Um choque repentino atingiu meu corpo.

— Você o quê? — questionei alterado. Não estava com raiva, nem mesmo magoado, afinal, eu fiz o mesmo, não?

 Porém, o sentimento que tomava conta de mim era a surpresa. Traição era uma coisa que eu definitivamente não esperava de Leah.

Todavia, agora, as coisas começavam a fazer sentido para mim. Tanto eu quanto Renesmee, percebemos um pequeno “distanciamento” de Leah nesses últimos dias. Ela estava seca, para ser mais exato, monossilábica — algo que realmente não fazia parte de seu feitio. Porém, o que eu acabei de constatar era que aquelas atitudes não passavam de vergonha, já que minha relação com Leah era baseada na confiança e companheirismo, algo que definitivamente não vinha acontecendo há algum tempo.

— Com quem, Leah? — questionei. Ainda estava muito confuso com toda a situação.

— Olha, Jake, eu já o conhecia. O nome dele é Kyle. — Ela falou, alarmada com a minha provável atitude, porém tudo o que fiz foi sentar-me e fiz sinal para que ela continuasse com o que tinha a dizer. — Nós nos conhecemos no colégio e estávamos realmente apaixonados. No último ano do ensino médio, começamos a namorar sério. Incrível como nós havíamos planejado uma vida inteira junto... — relatou, sorrindo como se recordasse de algo. — Escolhemos faculdades perto uma da outra, já havíamos planejado nosso futuro casamento e sabíamos até aonde seria nossa casa! Era uma coisa totalmente insana, mas éramos jovens e é normal sonhar demais nessa fase... — falou animada, fazendo-me sorrir. — Porém, infelizmente, nós não fazíamos ideia dos eventos catastróficos que nos aguardavam. — continuou, agora, com um olhar que transmitia dor e tristeza. — Meus pais morreram um mês depois da minha formatura, e eu recebi a notícia de que teria que vir para Nova York, morar com meus avós. Eu fiquei devastada, perdi meus pais, faria uma mudança repentina e ainda teria que dar essa péssima notícia ao meu namorado. Quando contei ao Kyle, ele ficou arrasado, mas, no ponto de vista dele, nós poderíamos continuar nosso namoro à distância, então, estava tudo aparentemente resolvido! — deu de ombros.

— E o que aconteceu? — questionei com certo nível de curiosidade.

— Eu terminei com ele. — ela disse com uma naturalidade surreal.

— O quê? Como assim “terminei com ele”, Leah? — perguntei, agora, com mais curiosidade e certo nível de frustração.

A minha vontade de saber como aquela história terminava era estranhamente peculiar. Minha noiva está me contando à história dela com o cara com quem me traiu, e eu estou animado para ouvi-la. Definitivamente isso é uma coisa bizarra.

Mas, talvez, eu estivesse assim, pois no fundo sabia que não a amava. Nunca a amei. E eu realmente queria ver a possibilidade de Leah ser feliz, por que, nesse período que passamos juntos, eu acabei criando certo laço de carinho por ela, e vê-la feliz era uma coisa muito importante para mim.

— Ah, Jake, eu havia acabado de perder meus pais, estava emocionalmente ferida, e você deve saber que relacionamentos à distância, na maioria das vezes, não funcionam! — falou, fazendo uma careta. — Aquilo só iria servir para prolongar minha dor, fazer com que eu ficasse mais dependente dele, e, depois, as coisas iriam ficar difíceis demais... Então, eu decidi terminar antes de tudo se complicar mais ainda! — continuou, levantando as mãos para o alto. — Eu senti que a nossa história não tinha como continuar, não naquele momento. Vou te confessar que foi extremamente dolorosa essa época, porém, eu tinha para mim que aquilo ia passar... — disse, e me lembrei da situação com Renesmee naquela época. — Daí eu conheci você! —completou, sorrindo abertamente. — E eu posso te dizer que você me trouxe a vida novamente. Ensinou-me a viver de novo! Teve um tempo em que eu pensei que era você, eu realmente acreditei que você era o cara! — ela olhava pra mim, sorrindo de lado. Não pude deixar de sorrir com isso.

Quando conheci Leah, pensei que era ela a garota que me faria esquecer Renesmee, porém, tudo o que fiz foi apenas me enganar como um tolo. Já devia ser óbvio para mim que ninguém, pelo menos não nessa vida, faria com que eu esquecesse Nessie.

— Então, você me pediu em casamento e eu tive a certeza que essa era a coisa certa a se fazer. Só que ai... — começou, mas logo em seguida deixou a frase morrer, como havia feito no início.

— E? — incentivei a continuar.

— Jake, você se lembra de quando me chamou para ir a La Push? — questionou, e eu me limitei a balançar a cabeça positivamente. — Então, você se lembra de que eu também te falei que estava muito atarefada no trabalho e até te incentivei a levar Renesmee? Aquilo não se passava de uma desculpa... — falou constrangida. — Um dia antes, eu havia recebido uma ligação de Kyle. Olha, Jake, em todos esses anos, ele nunca me procurou, pois eu deixei bem claro, naquela época, que o nosso relacionamento tinha que acabar ali. Mas você não acha uma conspiração vergonhosa do destino ele finalmente me procurar para me dizer que estava em Nova York, um pouco antes do meu casamento? Eu pelo menos achei que isso era algum tipo de “sinal Divino”, sabe? Meu ex-namorado, qual eu nunca deixei de amar, vir para Nova York, um pouco antes do meu casamento, só podia ser algum tipo de sinal de que isso não iria da certo... — falou, apontando para nós. Lee sempre gostou desse lado “inexplicável” da vida; eu nunca fui muito fã disso. — Eu aceitei o convite que ele me fez de jantarmos, apenas para ter uma conversa entre amigos. Eu pensei que serviria para deixar essa história no passado de uma vez por todas, mas só serviu para reacendê-la ainda mais no meu coração. — ela deu um riso sem humor. — Eu cai no feitiço, Jake. Apaixonei-me de novo. — falou, laçando-me um olhar de pena. Leah não precisaria falar mais nada, eu já havia entendido a história toda.

 — E é por isso que eu não posso me casar com você! Jake, ao ficar com Kyle novamente, eu percebi que nós dois não daríamos certo juntos, e eu estaria fadada a ser infeliz o resto da minha vida e sempre ficaria me perguntando: E se eu não tivesse me casado com Jake? E se eu me arrependesse, Jake? Meu Deus, eu não quero isso pra mim! A vida é curta demais para arrependimentos! Eu quero ser feliz e quero que você seja muito, muito feliz! Mas, infelizmente, isso não vai acontecer ao meu lado... — falou em um tom de tristeza. — Eu não me arrependo de nenhum minuto que passei ao seu lado. Tudo era tão incrível, tão magicamente perfeito. — falou, sorrindo abertamente. — Acho que em outra vida você foi um príncipe encantado ou algo do tipo, por que, Jake, você é uma pessoa incrível, com toda a certeza o melhor homem que eu conheci em minha vida, e você, mais do que ninguém, tem todo o direito de ser feliz. — falou, ainda sorrindo e acariciando meu rosto. — Eu queria te pedir uma última coisa..

— Pode pedir qualquer coisa. — certifiquei, dando-lhe um sorriso de lado.

— Vá atrás dela... — ela falou sorrindo, e meu coração falhou uma batida. Meu Deus, ela sabia de Renesmee? — Não precisa fazer nenhum esforço pra perceber que vocês se amam. — completou como se lesse minha mente. — Eu sei que é por causa dela que você disse que não poderia mais se casar comigo, eu sei disso... Oh, e é claro, sei também, pois Rachel me contou sua história com ela. — terminou, soltando uma risadinha e dando de ombros.

— RACHEL O QUÊ? — questionei alterado, fazendo-a soltar um risinho.

— Ela me contou desde a primeira vez que você me apresentou a sua família. — falou, soltando um sorriso irônico. — Eu deixei a história toda de lado, afinal, era uma coisa do passado, não? Mas então, quando te vi olhar pra ela naquele dia que nos encontramos, tive a certeza que você ainda a amava. Era um misto de admiração e devoção que flutuavam do seu olhar e iam ao encontro dos dela. Ali, eu percebi que eu estava lutando em uma batalha que não tinha chance nenhuma de vencer. Você nunca olhou dessa maneira para mim... — ela falou, olhando em meus olhos.

— Leah, des...

— Shiu... — colocou um dedo em meus lábios para fazer-me parar de falar. — Não precisa se desculpar por nada, Jake, eu te entendo. Como te disse, eu nunca deixei de amar Kyle, assim como você nunca deixou, e nem vai deixar, de amar Renesmee... — falou, esboçando um pequeno sorriso, fazendo-me sorrir juntamente.

Era uma coisa incrível. Eu não precisava falar quase nada, Leah simplesmente entendia-me perfeitamente.

— Por que... Por que você nunca me contou sobre ele? — questionei curioso.

— Pelo mesmo motivo de você não ter me contado sobre Renesmee. Queríamos deixar o passado no passado... — falou, descrevendo exatamente minha atitude. — Porém, nosso passado insiste em estar constantemente presente, não é, Jake? — perguntou, e eu sorri em resposta. — Então, está tudo resolvido? — questionou, lançando-me um sorriso amigável.

— Com certeza. — sorri, olhando para baixo.

Leah aproximou-se de mim e me abraçou. Senti todo o carinho que ela tinha por mim sendo passado nesse pequeno gesto. E isso foi à única coisa que sobrou de nós; um carinho muito grande um pelo outro.

Com toda essa história de traição de ambas as partes, senti que tanto eu quanto Leah não nos magoamos um com o outro. Muito pelo contrário, estávamos felizes pela oportunidade de ver o outro feliz. Talvez minha relação com ela nunca tenha se baseado no amor, mas sim, no carinho como de um amigo.

— Vai ser feliz e não deixe a única pessoa que pode lhe proporcionar esse sentimento escapar entre seus dedos! Vá até Renesmee e coloque todos seus sentimentos pra fora, Jacob. — falou, dando-me um beijo na bochecha. — Alguém tem que avisar os convidados de que não haverá mais casamento, não? — questionou divertida, eu apenas acenei. — Deixe isso comigo! Você tem algo mais importante para fazer agora. — falou, sorrindo, e eu fui até seu encontro, dar-lhe um abraço. — Vá logo, Jake! — falou, rindo.

Quando estava prestes a sair, chamei Leah e lhe disse:

— Lee, muito obrigado... Por tudo! — sorri abertamente, e ela repetiu meu gesto, provavelmente entendendo o que eu quis dizer com aquilo.

Não agradeci Leah apenas pelas suas palavras de agora a pouco, mas sim, por estar sempre presente, apoiando-me em todos esses anos em que mais precisei.

Ao sair por aquela porta, senti uma alegria enorme instaurar-se em meu peito, como se finalmente estivesse fazendo a coisa certa. Até minha respiração estava mais leve. Sentia como se tivesse me livrado de um fardo muito pesado.

Ainda estava em minha “bolha de pensamentos”, até um único nome atingiu minha mente.

Renesmee... Renesmee... Renesmee... — repetidas vezes.

Era apenas nela que eu pensava no momento. Queria encontra-la logo!

Queria dizer a ela como sentia falta do toque de seus lábios e, logo em seguida, beija-la com todo meu amor. Queria ser arrebatado por suas carícias, que me proporcionavam sensações indescritíveis. Mas, principalmente, falar tudo o que estava entalado em minha garganta desde o momento em que ela falou comigo mais cedo.

Estava decidido!

 Era hoje que a nossa história iria, finalmente, tomar um novo rumo.

POV Renesmee

— Tem certeza, Nessie? — Claire perguntava-me um tanto insegura.

— Claro, Claire, meu apartamento não fica nem a duas quadras daqui, eu posso ir a pé! — falei, tentando tranquiliza-la.

— Não sei não, amiga, um temporal está sendo armado, eu posso te levar de carro, Ness... — contradisse, fazendo uma careta.

— Ai, Claire, pare de bobagens! Uma chuvinha não faz mal a ninguém e eu não sou feita de açúcar! Além do mais, eu quero ir andando para espairecer um pouco, ok? — perguntei, e ela apenas balançou a cabeça positivamente. Andei em sua direção e lhe dei um abraço apertado. — Obrigada, amiga! Por tudo... — falei, soltando-a.

— Se você quiser, pode ficar aqui, Ness... — falou com um olhar de pena.

— Não, tá tudo bem, Clay, eu preciso desse tempo sozinha! E eu acho que o Quil não iria gostar nadinha de me ver aqui atrapalhando os planos dele com você. — falei com uma pitadinha de malícia, lançando-lhe uma piscadela, fazendo-a rir.

— Ok. Vou deixar você ir. Mas qualquer coisa me liga, ouviu, Srta.Renesmee Carlie Cullen?! — questionou, apontando para mim, em um tom ameaçador que apenas Claire conseguia ter.

— Perfeitamente, Srta. Claire Young! — respondi imitando seu gesto. — Depois nos falamos. — falei e fechei a porta de seu apartamento.

 Após minha conversa com Jacob, Claire me trouxe até sua casa para ter certeza de que eu estava bem. 

Ela sempre se preocupou comigo, como se fossemos irmãs ou algo do tipo, e sou eternamente grata a ela por tal coisa.

 Ao sair do prédio de Claire, senti uma brisa fria me atingir, e uma pequena gota gelada caiu na ponta de meu nariz.

Ótimo! Claire estava certa sobre o temporal. — pensei.

Comecei a andar mais rápido pela rua. Tudo bem que eu não era feita de açúcar, mas ficar encharcada também não é nada bom.

Como se a própria natureza pudesse ouvir meus pensamentos, ouvi o grave ruído de um trovão. O leve chuvisco que havia começado agora a pouco, tinha se tornado uma chuva torrencial. As largas gotas da chuva tamborilavam sobre minha pele. Estavam tão geladas que pareciam agulhas entrando em meus braços.

A essa altura eu já corria pelas ruas. Mesmo com a pressa, pude observar que as pessoas desprevenidas, assim como eu, usavam casacos, pastas de trabalho e vários outros objetos no intuito de proteger-se daquela tempestade.

Em pouco tempo, cheguei a minha rua.

— Graças a Deus, ainda não morri afogada! —ironizei mentalmente.

A chuva cedeu um pouco, ainda estava forte, porém bem menos que antes. Agora, já perto de casa, pude caminhar mais tranquilamente e repassar todos os fatos que ocorreram no dia de hoje. Separei os três mais importantes mentalmente.

1° Há essa hora, provavelmente, Jacob já é um homem casado.

2°Eu havia perdido de uma vez por todas o homem da minha vida.

3°Eu estava completamente arrasada com isso.

Continuei minha caminhada ao meu prédio, deixando todos os meus pensamentos fluírem em minha mente. Estava perto da portaria e cumprimentei amigavelmente o Sr. Thompson, meu vizinho, que estava saindo com sua esposa.

— Você estava certa! — ouvi uma voz masculina, rouca e que eu reconheceria em qualquer lugar no mundo, vinda detrás de mim.

Oh, meu Deus! Tão jovem, e já tão louca! — pensei comigo mesma, pois aquilo só podia ser uma alucinação ou algo do tipo, já que ele não poderia estar ali.

Continuei caminhando em direção a porta, ignorando aquele leve deslize de sanidade. Já estava prestes a abrir a porta, quando ouvi a voz novamente.

— Renesmee, você estava certa!

Meu coração parou por um segundo. Não era possível. Não podia ser ele.

Vir-me-ei, de maneira lenta, pois estava com muito medo de não encontrar ninguém e afirmar minhas expectativas de que eu estava à beira da loucura.

Quando finalmente virei todo meu corpo na direção de onde vinha à voz, meus olhos encontraram com os seus. E bum!  Aconteceu mais uma vez aquela troca de olhares que fazia meu coração palpitar e quase parar. Era quase impossível desviar o olhar de seu rosto, mesmo que por um segundo.

Minha nossa!Se aquilo era uma alucinação, minha mente estava de parabéns, pois a visão que eu estava tendo era nitidamente perfeita!

Jacob estava parado na minha direção, um pouco distante, com seu smoking aberto e a blusa branca para fora da calça. Já estava sem a gravata e num estilo extremamente sexy e bagunçado.

As gotas grossas de chuva dançavam sobre sua pele bronzeada, bagunçando seu cabelo já desgrenhado naturalmente, e fazendo sua blusa, por dentro do smoking, ficar mais colada ao seu corpo, deixando em evidência aquelas formas, que só ele tem, definidas.

Engoli em seco. O frio que sentia, há minutos atrás, graças às gotas geladas da chuva, havia desaparecido. Apenas ver Jacob na minha frente deixava o clima mais... Quente! Digamos assim.

— Você estava certa, Renesmee! — repetiu a frase que falara há segundos atrás. — Estava certa sobre eu me lembrar daquelas coisas... Eu realmente me lembro! Lembro-me que eu sempre sonhei que meu casamento seria no quintal de casa, em La Push... — falou, enquanto se aproximava lentamente. — Lembro-me de que sempre sonhei em me casar com uma mulher qual eu realmente amasse. — continuou, aproximando-se mais um pouco. — Você tem toda a razão, Renesmee, eu sabia de tudo isso! — falou, agora, a centímetros de distância de mim. — E é por esse motivo, por saber de todas essas coisas, que eu não me casei com a Leah! Por que você tinha razão mais uma vez. — disse aquilo, e meu coração falhou uma batida. — Por que, Renesmee, eu não me casaria com mais ninguém no mundo, ao menos que esse alguém fosse você. — terminou a centímetros de distância do meu rosto.

Há essa altura, eu não sabia o que eram lágrimas e gotas de chuva em meu rosto.

Seu rosto estava mais próximo do meu, e suas mãos acariciavam minha face suavemente, secando as lágrimas que havia ali. Sua boca chamava pela minha, como se fossem feitas uma para a outra. O encaixe perfeito. Aproximei-me mais dele. Era possível sentir os dois corações acelerados. Parecia que as nuvens nos envolviam num momento inesquecível. Eu já não fazia questão de disfarçar, meu anseio era maior. Eu não estava nem ligando se estava no meio da rua, se o mundo estava se acabando em uma tempestade. A única coisa que eu sabia era que eu queria beijá-lo.

Enlacei meus braços em volta de seu pescoço, puxando-o para mais perto, enquanto suas mãos desceram ao encontro de minha cintura. Seu hálito doce fazia cócegas em meu rosto. Já não aguentava mais a espera, até que Jacob tomou meus lábios em um beijo desesperado. Mistas sensações se apoderaram de meu corpo. Senti cada canto de minha boca ser explorada por sua língua enquanto eu fazia o mesmo com a sua, era maravilhosa a sensação de beijá-lo, meu corpo inteiro se arrepiava. Subi minhas mãos para os seus cabelos, puxando-o mais pra mim, e, ao mesmo tempo, ele apertou ainda mais minha cintura, colando nossos corpos mais ainda, como se realmente fosse possível. Finalmente a falta de ar em meus pulmões me atingiu, mas eu não queria parar, não conseguia parar! O desejo que possuía meu corpo fazia com que eu simplesmente não conseguisse desgrudar meus lábios dos seus.

Nosso beijo estava ficando “quente demais”, foi então que me lembrei de que estávamos na rua. Fui me separando de Jake lentamente, enquanto ele depositava leves selinhos em meus lábios.

Eu ainda não conseguia acreditar. Não sentia meus pés, minhas pernas, meus braços... Alguém roubou meu chão! Pois eu estava simplesmente flutuando.

— Isso é real? — questionei, com nossas testas ainda coladas.

— Pode apostar que sim... — falou, abrindo aquele sorriso iluminado que eu tanto amava. Não pude deixar de sorrir também. — Nossa, você não sabe como senti falta disso... — sussurrou, ainda com os olhos fechados.

— Eu também... — respondi num murmúrio. — Jake, só de pensar que nunca mais teria essa sensação... Nossa, meu coração chegava a doer e...

— Ei! — repreendeu-me, não deixando com que terminasse a frase. — Esqueça essa possibilidade, ok? Está fora de cogitação! — falou num tom sério. — Pois, dessa vez, eu vou fazer aquilo que desejei desde a primeira vez que te vi... — disse, olhando em meus olhos.

— O quê? — questionei.

— Ficar com você. — falou docemente, fazendo um grande sorriso aparecer em minha face. — Mas, agora, eu prometo que é para sempre. — finalizou, hipnotizando-me com aqueles olhos negros como a noite.

Ouvir aquilo de Jake só fez meu sorriso triplicar de tamanho. Eu encontrava-me extasiada apenas com a simples possibilidade de passar uma vida inteira ao seu lado.

Imagens aleatórias foram passando em minha mente, como fleches de um futuro portentoso que estava por vir. Estava literalmente sonhando acordada.

— Bom, isso é claro, se você ainda quiser ficar comigo... — Jake usou aquele seu tom brincalhão, tirando-me de meus devaneios.

— Jacob Black, eu aguardei esse momento por muito tempo. Eu sonhei, desejei e esperei por isso. E você realmente acha que eu, agora que consegui, vou desistir assim? - questionei, arqueando a sobrancelha. — Não mesmo, meu senhor! Você não vai se livrar de mim tão cedo! — falei vitoriosa, colocando um sorriso em meus lábios.

— Isso era tudo que eu precisava ouvir! — falou, sorrindo bobamente e puxando-me para mais um beijo caloroso.

Não imagino quanto tempo ficamos ali, daquele jeito, abraçados, trocando beijos e carinhos na rua, em meio aquela chuva forte. Parecia que estávamos apenas eu e ele em um lugar isolado do universo. Na realidade, no nosso próprio universo.

Em um momento, permiti-me parar e refletir por tudo o que passei nessa longa jornada.

Lembro-me bem que, há alguns anos atrás, no meu ponto de vista, Jake não passava de um amigo, uma das pessoas mais importantes que faziam parte de minha vida. Infelizmente, naquela época, não fazia ideia que ele seria A pessoa mais importante de minha vida.

Que tola! — ri de mim mesma mentalmente.

Hoje penso que tudo o que passei, ajudou-me a virar a mulher que sou e apenas a afirmar a dimensão do amor que sinto pelo Jake.

Sei que tinha momentos que eu pensava em desistir. Momentos em que eu pedia algum tipo de ajuda divina para voltar no tempo e, de alguma forma, mudar aquela minha estúpida decisão. Sempre em meus sonhos lembrava-me daquela noite de Dezembro, em que cometi aquele erro.

Porém, hoje, para ser mais exata, nesse momento, pude enxergar que se fizesse aquilo, talvez não tivesse passado momentos incríveis ao lado de Jake. E nunca saberia a grandiosidade do seu sentimento por mim e do meu por ele.

— Eu te amo... — sussurrou, fazendo meus pensamentos flutuarem pelo ar, como uma simples poeira.

— Eu também te amo! — respondi, da forma mais sincera que pude, tirando aquele sentimento do fundo do meu coração. Ele sorriu imensamente com minha resposta, como se aquilo que eu dissera fosse algum tipo de melodia para seus ouvidos.

Mais uma vez, voltamos a nos beijar. Dessa vez, quando seus lábios tocaram os meus, senti algo diferente. Senti que poderia viver quinhentos anos e visitar os lugares mais lindos do mundo, mas nada se compararia a sensação de beijar o homem dos meus sonhos. Meu verdadeiro amor.

Naquele momento, pude ter certeza de uma coisa, que já presumia há certo tempo, finalmente soube que o nosso amor duraria para sempre.

POV Observador

Alguns anos depois...

Os pequenos raios de sol brilhavam mais que o normal naquela manhã. Ultrapassaram a fina camada de vidro da janela e entraram entre as brechas da cortina, deixando quase todo o quarto iluminado. O agradável arrulho das rolas havia feito com que Jacob despertasse lentamente de seu sono há algum tempo.

Deitado em sua cama, soltou um longo suspiro ao imaginar como aquilo tudo fora acontecer em sua vida.

Virou-se lentamente, de maneira que não fizesse muito barulho, e pode contemplar a bela visão de sua esposa, inerte em seus sonhos. Ele simplesmente adorava fazer aquilo, admirá-la dormindo.

Ela parecia um anjo com a expressão de seu rosto totalmente relaxada. Toda aquela onda de serenidade que a envolvia, atingia-o. Seus cachos acobreados espalhados sobre o travesseiro tinham um contraste incrível com seu tom de pele, parecido com pêssego.

Como pude ter tanta sorte? — pensara.

Afinal, poucas eram as pessoas que tinham a oportunidade de acordar todos os dias ao lado de um anjo mais bonito do que meras palavras poderiam descrever.

Por um momento, Jacob permitiu-se voltar ao passado, lembrando-se de todas as dificuldades que eles passaram para estarem juntos. Nunca em seus sonhos ele achou que isso poderia realmente acontecer com ele.

Sim, é verdade que eles levaram quase uma vida para que finalmente conseguissem estar juntos, porém, valeu a espera, já que tanto Jacob quanto Renesmee não poderiam estar sendo mais felizes.

Ele continuou perdido em seus pensamentos por um tempo, até que um longo bocejo de Renesmee fez Jacob retornar a realidade e encará-la novamente.

— Bom dia. — cumprimentou-o com um enorme sorriso. De uns anos pra cá, ele raramente abandonava seu rosto.

— Bom dia, meu amor! — respondeu, dando-lhe aquele sorriso de sol, que ela tanto amava. — Dormiu bem? — questionava.

— Como um anjo! — respondeu, ainda com aquele sorriso fazendo parte de sua expressão. — Mas você já deveria saber, não tem como dormir mal quando se está ao lado de Jacob Black. — falou em um tom divertido.

— É, eu sei... — respondeu-lhe, dando de ombros, com falsa modéstia, fazendo-a rir.

— Sabe, quando acordei, percebi que você estava “viajando”. No que estava pensando, amor? — questionou com curiosidade.

— Em nós dois. Em como eu sou feliz ao seu lado, nas dificuldades que passamos para ficarmos juntos... Sobre a vida, sabe? — respondeu-lhe, acariciando de leve seu rosto.

Renesmee apoiou-se sobre seu peito, de forma que ficasse de frente para ele, e sorriu.

— Sei... De vez em quando eu também me pego pensando nessas coisas... — falou, abaixando o olhar e brincando com seus dedos no peito de Jacob. — Sabe, eu sei que aquela época foi muito difícil para nós dois, mas hoje eu olho pra trás e consigo sorrir, me orgulho por tudo que passamos juntos, se não fosse tais dificuldades, não teríamos amadurecido e fortalecido nosso amor. — falava, agora, fazendo um carinho em sua cabeça. — Eu nem se quer consigo imaginar como seria minha vida sem você. — continuou, sorrindo e olhando diretamente em seus olhos. — Estamos construindo aos poucos nossa família. Algo que é nosso. Só nosso. — falava, sorrindo abertamente. — Jake, você me faz a pessoa mais feliz desse mundo! Quando estou com você, eu me sinto completa! Você traz o melhor de mim. Com você, eu não tenho medo do que está por vir, pois eu sei que você vai estar do meu lado para enfrentar comigo. — enquanto ela falava, os olhos de Jacob estavam marejados. E não tinham como não ficar, afinal, sempre que ele olhava para sua mulher as lágrimas tomavam conta de seus olhos, e aquela pergunta nunca desistia de aparecer em seus pensamentos:Como pude ter tanta sorte?— E é por isso que eu te amo. — terminou o seu discurso e deu um breve beijo em seu marido.

— Todos os dias eu agradeço a Deus por ter colocado você em meu caminho, Ness, eu sei que em minha vida eu tive muitas atitudes erradas, tomei decisões impensadas, mas você nunca fará parte delas. Você é a melhor coisa que aconteceu para mim, e o maior orgulho da minha vida é de ser seu marido e te fazer feliz todos os dias. Eu te amo muito, minha princesa... — falava um tanto emocionado. As lágrimas já encobriam todo o rosto de Renesmee. Jacob não falara tanto quanto ela, porém, suas poucas palavras foram suficientes para tocar o fundo de seu coração.

Mais uma vez eles estavam envolvidos em um momento mágico e único. Aquilo já fazia parte da relação deles. Aquela troca de elogios e declarações entre os dois faziam seu relacionamento ser tão cheio de amor que transpassava para outras pessoas ao seu redor.

Eles tinham a química perfeita. A mistura de substâncias que deram certo.

Eles tiveram que abandonar aquela “bolha” de sentimentos que os envolvia, pois ouviram batidinhas na porta do quarto, que já eram bem conhecidas pelos dois.

— Pode entrar! — Renesmee gritou.

A porta se abriu lentamente e a pequena garotinha entrou correndo como uma flecha pelo quarto. Alegre e saltitante como sempre. Subiu na cama e pulou no colo de Renesmee.

— Bom dia, meu amor! — Renesmee falava sorridente, enchendo-a de beijos.

— Bom dia, mamãe! — Sarah respondeu-lhe igualmente, com um sorriso que sempre permanecia em seu rosto.

Ela havia nascido há exatamente quatro anos atrás, um mês depois que Renesmee e Jacob completaram seu primeiro ano de casados.

— O melhor presente que eu poderia receber! —foram as palavras que Jacob pronunciara ao pegar, pela primeira vez, sua menina em seus braços.

Quando descobriu que esperava uma menina, Renesmee resolveu batizá-la de Sarah, em homenagem a mãe de Jake. Aquele ato carinhoso vindo de sua esposa havia mexido profundamente com ele, deixando-o completamente emocionado. O nascimento de Sarah despertou sentimentos em seu interior que nem mesmo ele sabia que viveria algum dia. O deles era um amor incondicional.

— Bom dia, papai! — falou, virando-se pra Jacob, que depositou um beijo no topo de sua cabecinha.

— Bom dia, minha princesinha! — respondeu-lhe e levantou-se da cama. — Amor, vou me arrumar para levar Sarah e você à La Push... — falou e Renesmee encarou-o, confusa. — Esqueceu? Hoje é aniversário do Connor! Rachel nos mata se não aparecermos por lá! — Jacob falou, fazendo algumas caretas, e os olhos de Renesmee ficaram esbugalhados.

Ela realmente havia se esquecido do aniversário do sobrinho.

— Oh, meu Deus! Esqueci-me completamente... — falou, elevando as mãos até a boca, fazendo Sarah e Jacob rirem de sua expressão assustada. — A idade finalmente está batendo a porta e levando minhas memórias com ela. — falou brincalhona, fazendo Jacob rir novamente.

Logo depois, ele entrou no banheiro, porém percebeu que havia esquecido a toalha e voltou ao quarto para buscá-la.

Quando chegou a porta, parou para observar Renesmee brincando com Sarah, sem que nenhuma das duas notasse sua presença.

Ele ficava admirado como a cada dia Sarah ficava mais parecida com Renesmee. Elas eram cópias quase perfeitas. A pele clara, os olhos cor de chocolate, os trejeitos... Sarah só não puxou de Renesmee o cabelo, pois os seus eram lisos e pretos, assim como os do pai.

Ele observava tudo com um sorriso enorme nos lábios, enquanto as duas se divertiam em meio a brincadeiras de mãe e filha, ainda não o notando ali.

A felicidade enchia seu peito naquele momento, ao ver a linda família que construiu ao lado do grande amor da sua vida! Era quase inacreditável. Parecia um sonho, em que Jacob nunca mais queria acordar.

Mesmo depois de quatro anos, ele ainda não conseguia acreditar que ele tinha uma filha. Uma filha dele e de Renesmee! Fruto de todo aquele amor que um tinha pelo outro. Mais uma vez sorriu com aquilo tudo. E ele vinha fazendo isso constantemente, pois, como Renesmee mesmo disse, hoje, ele consegue olhar pra trás e sorrir por tudo o que passaram juntos, mesmo com as dificuldades, pois sem elas não construiriam o amor que tem um pelo outro.

E pensar que teve uma época de sua vida que ele desejara voltar a dezembro e mudar aquilo que disse a Renesmee. Teve um tempo que ele pensou em voltar no tempo e nunca tê-la conhecido. Provavelmente, seria a pior decisão que tomaria em sua vida, pois ele tem a certeza de que não há ninguém no mundo que ele possa amar e que possa fazê-lo feliz mais do que Renesmee.

Nesse momento, Jacob sorriu ao constatar que ele estava cumprindo com a promessa que ele fez para Renesmee. Pois ele não conseguia mais imaginar uma vida sem ela ao seu lado. Na realidade, nunca conseguiu.

Agora, mais do que nunca, ele tinha certeza: desta vez eles ficariam juntos!

Para sempre.