– E então, o que achou?- Dorcas e Lene me encaravam esperançosas, quando fomos buscar o cartaz para a minha campanha de rainha. Parece que as coisas eram realmente levadas a sério na Hogwarts High quando o assunto era o baile de inverno.

– Ficou legal. – e tinha ficado mesmo. Eu estava no centro de “rainha”, enquanto Lene e Dorcas eram as minhas princesas. Por algum mistério divino, meus amigos resolveram focar toda a atenção da campanha em mim e James, enquanto eles se autonomeavam nossos nobres. Só que enquanto eu passava quatro horas posando para um fotografo tarado com umas 700 roupas diferentes, tudo o que meu namorado tinha que fazer era entrar no computador por cinco minutos e fazer uma daquelas frases do tipo “Keep calm and...” que estavam super na moda. – eu só não entendo porque os meninos não participaram com a gente.

– Lily, Lily... – Lene me olhou com cara de professora entediada – Não sei se você reparou, mas ninguém presta muuuita atenção no rei. O que importa é a rainha, ou seja, você. Além disso, quem precisa de fotos quando se topa com James de cinco em cinco minutos?

– Ele realmente adora esses lances extra-curriculares, não é? – perguntei desanimada. O fato era que eu quase não tinha tempo de ver meu namorado na escola. Já que ele era o capitão do time de basquete, presidente do conselho de classe e blábláblá. Impressionante como eu nem reparava nessas coisas antigamente, mas foi só a palavra com “n” entrar na equação que elas passaram a me irritar profundamente.

– Por falar nisso, como vai o mais novo cargo de James Potter, o de organizador da sua festa?

– Não sei Dorc. Ele não me deixa saber de nada, só fica “é surpresa” pra cá, “você vai gostar amor, confia em mim” pra lá. Tenho medo do que uma pessoa com o senso e o cartão de credito como os de James pode fazer.

– Acalme-se garota. As festas na Mansão são históricas.

– E é disso que eu tenho medo.

– Qual é Lily, até parece que a gente ia deixar você comemorar seu aniversario com uma noite da pizza.

– Mas...

– Esquece. – Lene me cortou – Bom, Dorcas e eu estamos indo espiar o treino dos garotos. Quer ir ou eu te deixo em casa?

– Na verdade, Senhor P. me pediu que o encontrasse no shopping hoje. Ele quer minha ajuda com alguma coisa.

– Será que ele vai pedir sua mãe em casamento? – Dorcas estava toda sonhadora.

– Bem, boa sorte para ele.

– Lily! Não fale assim de sua mãe, ela é tão legal.

– Sim Lene, minha mãe é legal. Mas legal do tipo “tia doida”, e não “mãe responsável”.

– Bom, eles se amam, é o que importa.

– Talvez. – suspirei – By the way, esse é o meu ponto. Vejo vocês depois garotas. Mandem um beijo para o meu gato e mantenham aquelas vadias longe dele!

– Você é que manda, capitã.

– E então Lily... eu te chamei aqui porque acho que já está mais do que na hora de eu e sua mãe darmos um passo adiante em nossa relação e queria saber se você aprova. Eu amo sua mãe e adoro você e Joan como se fossem minhas filhas. Mesmo que você não me deixe participar de sua vida como ela deixa.

– Bem, eu... – tentei me justificar, mas ele me interrompeu.

– Não precisa se explicar. Eu sei que você era bem próxima de seu pai, e que sofreu muito com a morte dele. Pode não parecer, mas sua mãe é muito agradecida por você ter segurado as pontas quando ela não conseguia. Mas agora Lily, eu quero que você me deixe cuidar da sua família, cuidar de você. Para que você possa ter tempo de curtir a sua adolescência. Será que você me deixaria fazer isso?

– Sim. – o abracei, emocionada.

– Que bom! – ele se separou de mim, meio sem jeito – Então será que agora você pode me ajudar a escolher um anel? Digamos que sua mãe me deixa meio confuso, e eu quero que seja perfeito.

– Vamos lá! Mas Senhor p... Henry, quando você pretende fazer o pedido?

– Logo depois do seu aniversario. Quero que estejamos todos juntos e como falta pouco tempo para sua festa, creio que vai ficar meio impossível. Meu filho está um pouco obcecado com esse assunto.

– Um pouco? – rimos – Não me surpreendo em nada se daqui a pouco o Obama me parar no meio da rua para pedir um convite.

– James é intenso. De certa maneira, ele é como sua mãe. Impulsivo, popular, divertido. Acho que nós dois somos mais equilibrados nesse quesito.

– Bom, alguém tinha que ter os pés no chão, não é mesmo?