POV James

            Depois de duas horas de detenção, meus amigos e eu estávamos finalmente liberados. Porém eu não contava que ao chegar em casa encontraria a Família Potter-Evans (leia-se papai, Joan e Meg) pronta para um sermão coletivo.

- Eu não acredito nisso, três detenções em um só dia. Onde vocês estavam com a cabeça?

- Pegue leve com eles, Henry. Eu achei romântico. – Meg repreendeu meu pai divertidamente.

- E o que é que você não acha meu bem? – ele sorriu para ela – mas acho que os garotos não podem passar impunes assim.

- E eles não irão. Acho que duas semanas limpando o refeitório depois da escola já é castigo suficiente quando se é jovem e está namorando. Você tem que relaxar um pouco, todo esse estresse não é bom para você. – e começou a fazer uma massagem relaxante no ombro do meu pai. Bem que a Lily poderia ter herdado o dom da mãe, porque pela cara do meu velho, as coisas iam ser quentes nessa noite.

- Mãe, você me dá nojo. – e parecia que meus sonhos estavam indo pra água abaixo. É, ninguém mandou namorar a dona certinha-Evans.

- Viu? Eu nunca reprimi a Lily em nada, e olha a chata que ela se tornou. – Todos caíram na gargalhada, enquanto eu tentava segurar o riso e Lily parecia prestes a pular em cima do pescoço da mãe. Infelizmente, toda essa fúria foi dirigida a mim, quando sem querer deixei escapar uma risadinha.

- Então eu sou chata, James Potter?

- E vai começar a DR. Bem, eu já vou indo porque combinei de encontrar a minha namorada. Tchau família! – Sirius se mandou e aparentemente meu pai e as Evans resolveram fazer o mesmo.

- Estou esperando uma resposta. – Ela me olhava de braços cruzados e com um biquinho de irritação no rosto.

- Bem... – passei a mão no cabelo, nervoso – eu diria que só um pouquinho. Assim, bem mínimo...

- Tudo bem então, procure uma namorada mais legal da próxima vez.

- Vai amor, não fica assim... você sabe que eu não falei por mal. – senti que ela estava cedendo e a puxei para o meus braços.

- Você é um idiota, mas eu gostei do que falou. Aliás, repita que eu pensarei no seu caso.

- A parte em que eu digo que não falei por mal? – perguntei, me fazendo de bobo apesar de saber exatamente o que ela queria.

- Não James. Antes disso.

- Que você é um pouquinho chata? – ela me deu um tapa e eu ri – Desculpe mas não consigo me lembrar de mais nada. Refresque minha memória.

- Acho que no fim dois chatos se atraem...

- Não posso discordar.

- Ah vai James, pára de me torturar...

- Tudo bem então. – eu me rendi e ela sorriu pra mim. – Eu te chamei de amor. Porque você é o meu amor, só meu. – seus olhos se encheram de lágrimas e antes de me puxar para mais um beijo, sussurrou em meu ouvido:

- E você é o meu.

POV Lily

            Como o outono estava quase terminando, e a temperatura em Ohio estava cada vez mais baixa, eu fui obrigada a abandonar minha casa na piscina e me mudar para um quarto dentro da mansão. Não que eu não gostasse de lá, não era isso. Podia até dizer que finalmente aquela casa que antes me assustava pelo tamanho havia me conquistado, mas o problema maior se resumia ao meu namorado: James Potter.

- Será que você não conhece o significado da palavra privacidade? – perguntei irritada, quando ele entrou no meu quarto enquanto eu colocava um pijama qualquer.

- Isso vindo da garota que ficou de lingerie na frente da escola inteira. A propósito, belo sutiã ruiva. – eu corei e ele gargalhou – Só vim conferir se não tinha mudado de idéia.

- Esquece, eu já disse que não vou dormir com você. O quarto de hospedes está ótimo para mim. – e estava mesmo. Depois de meu acidente, Senhor P. tinha decidido reformar dois quartos para mim e Joan, e acredite, eles eram incríveis.

- Pois eu não acho. Quem vai te esquentar nas noites frias de inverno se você dormir sozinha?

- Conhece a palavra edredom, James?

- Eu ainda prefiro o bom e velho calor humano. E quando eu estou perto de você, calor é o que não falta! – ele me deu um sorriso sacana. – E esse quarto ainda me parece um escritório.

- Esse não é meu quarto de verdade James, nós já conversamos sobre isso.

- Pois para mim não faz sentido manter aquele apartamento quando podem muito bem viver aqui conosco. E é um ótimo quarto, na verdade é a sua cara. Talvez eu até me mude para cá também.

- Para mim faz todo sentido do mundo. Eu não gosto de me aproveitar da generosidade de vocês. E você não vai dormir comigo.

- Lily, pela ultima vez, você não é nenhuma aproveitadora, nem sua mãe é. Nós adoramos ter vocês aqui. Eu adoro ter você aqui. E não vejo problema nenhum nisso.

- Mas eu vejo. Não é certo.

- Ok, faça o que quiser. Você quer ter aquele apartamento só para aliviar sua consciência? Tenha. Eu não me importo. Quer saber? Estou indo para o meu quarto, a última coisa de que preciso hoje é arranjar uma briga com você.

- Jay, volta aqui. Não fica bravo comigo. Eu sei que é idiotice, mas eu não consigo evitar de me sentir assim. – segurei seu braço, impedindo que ele saísse do quarto.

- Olha red, eu sei que você está acostumada a cuidar da sua família e ser o porto seguro, mas será que pode fazer um esforço e aceitar que eu cuide de você enquanto o meu pai faz o mesmo com sua mãe e Joan? – ele me abraçou.

- Tudo bem. Eu só... me desculpe, ok?

- Ok. – me deu um selinho e soltou o abraço – Bem, eu vou dormir. Amanhã precisamos começar a organizar as coisas para o seu aniversario. Faltam só três semanas, Lils.

- Sem chances de esquecer essa festa e comemorar com, sei lá, uma noite da pizza? – Fiz careta. Eu realmente não era fã de grandes comemorações.

- Nenhuma. Essa casa anda mesmo precisando de um bom agito. E não faça essa cara, eu te prometo que vai ser inesquecível. – me deu um selinho – Boa noite, amor.

- Boa noite! – me despedi dele com um sorriso no rosto e deitei em minha cama – tudo bem James, eu sei que você está ai. Pode vir, se você prometer se comportar. – ele abriu a porta rindo e veio se deitar ao meu lado.

- Eu sei que sou irresistível!

- Calado. Eu quero dormir.

- Tudo bem gatinha. Sonhe comigo. – acomodei minha cabeça na curva de seu pescoço e pude sentir quando me deu um beijo na testa.

- Pode deixar. – Foi tudo o que consegui murmurar antes de cair em sono profundo, com uma leve sensação de lar.