Vale Tudo escrita por Anna C


Capítulo 6
Não Culpe O Firewhisky


Notas iniciais do capítulo

Devo dizer que este capítulo SUPER Scorpius&Rose... E só pra constar, firewhisky é o mesmo que uísque de fogo, o que significa: bebida alcoólica à vista! '-'



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Narrado por Rose

No mesmo dia em que descobri o segredo de Kate, fui falar com ela. Eu não iria fingir que não sabia, aquilo era sério e ela poderia se dar muito mal...

– Ei, Rose! – entrei na sala comunal da Grifinória. Apesar de sorrir, ela estranhou que eu estivesse ali. – Achei que estaria na sua sala comunal a essa hora...

– Kate, temos de conversar. Será que podemos subir pro dormitório? – notei que havia muitas pessoas nos observando ali.

– Ok... – ficou desconfiada, mas subiu as escadas comigo logo atrás.

Assim que fechei a porta do quarto, a encarei seriamente.

– Rose, tá me assustando. O que houve?

– Não vou te enrolar. Desde quando está com o Professor Daniels?

Seu rosto ficou branco, estava boquiaberta.

– Eu vi vocês.

Kate estava tão nervosa que até precisou se sentar na cama para não desabar. Quando ia abrir a boca pra dizer alguma coisa, a impedi:

– É por isso que estava demorando tanto pra arranjar um par, quem você queria não estava disponível...

– E-eu já arranjei um par. Pouco antes de você entrar aqui, na verdade.

– Quem?

– Você verá. Mas pare de se meter na minha vida, Rose... Você e o Albus. Sei que querem o meu melhor, mas deem um tempo, vai! Eu sei cuidar de mim!

Bufei, me dando por vencida.

– Tudo bem, mas não diga que não avisei. – já ia saindo, mas ela segurou a porta.

– Calma aí! Você vai deixar de ser minha amiga por isso?

Suspirei.

– Não, não vou. A vida é sua mesmo, tô aqui só pra ajudar. Se aceita ou não meu conselho, depende só de você... Mas saiba que eu não concordo com isso.

Kate largou a porta e eu pude passar. Às vezes, é preciso ser dura com uma amiga... Banco a chata, e daí? Melhor isso do que um desastre.

–x—x—x—x-

O dia do baile chegou.

Eu não conseguira falar com o Enzzo desde o dia em que prometi a ele uma acompanhante, afinal, estávamos há tempos sem aulas graças aos feriados de fim de ano. Droga, eu falhei. Não consegui uma boa companhia pra ele. Entretanto, recebi um bilhete curioso dele na porta da minha sala comunal.

“Não esquenta mais com aquele assunto, já me arranjei. Nos vemos no baile.

Enzzo.”

Relaxei um pouco ao ler aquilo, apesar de achar que ele poderia ter me procurado pra dizer.

Antes de me arrumar, fui ajudar Lily a se aprontar. Ela estava nervosa demais pro meu gosto...

– Não, Rose! Essa sombra não vai combinar... Tem que estar perfeito.

– Calma, Lilian. Por que tem que estar tão perfeito? Pensei que não havia ninguém que te interessasse no momento.

– E não há. – ela corou. – Só que vai lá saber se terá mais algum baile nesses meus últimos anos na escola... E se essa for minha única oportunidade?

Ri levemente, fazendo um coque com seus cabelos ruivos.

– É, tem razão. Que tal essa daqui? É meio prata, mas o seu vestido é preto, vai ficar muito bom.

Após acertar todos os pequenos detalhes no vestido, na maquiagem e no penteado, ela ficou satisfeita.

Desci as escadas na sua frente, encontrando com um Hugo todo elegante, arrumado e impaciente.

– Ah, você não é a Lily! – ficou frustrado ao me ver.

– Nossa, mas que simpatia...

– Desculpe, é que eu não pensei que fosse demorar tanto. E por que você ainda não se arrumou? Desistiu de última hora? Achei que fosse meio que obrigatório pra você...

– E é, mas eu não estou com a menor pressa de olhar pra cara do Malfoy.

Ele gargalhou.

– E aí, priminha? É pra hoje! - apressou-a.

Como num daqueles filmes trouxas adolescentes, Lily foi pisando degrau por degrau cautelosamente. A cada segundo a expressão do meu irmão ficava mais e mais surpresa. Prendi o riso. Se ele soubesse o quão idiota ele parece agora...

– E então? O que acha? – ela indagou, sorrindo.

– Incrível. – falou quase num sussurro, mas que bobão porém fofo.

Senti que estava sobrando.

Bom, eu vou dar o fora daqui e me arrumar logo... Ai, o que eu menos quero é levar sermão do Malfoy sobre pontualidade!

–x—x—x—x-

Narrado por Scorpius

Sabe aquele sentimento de recompensa quando você faz uma boa ação sem receber nada troca além dessa sensação? Pois é, eu nunca havia sentido isso até saber que Dominique Weasley topou ir ao baile com o Mark. Cara, nem acredito que ela me ouviu... E muito menos que aceitou o convite dele. Enfim, tá tudo ótimo. Ou quase.

Cadê a droga da Weasley? Não a Dominique, a outra: Rose Weasley. Ela sabe que eu vou reclamar, parece que ela quer que eu discuta. É provocação, só pode.

Bati na porta do seu quarto, cansado de esperar.

– Dá pra sair logo? – berrei.

– Pera aí! Tô quase pronta! Aguenta mais um pouquinho...

– Mais um pouquinho?! Daí já vai ser nossa formatura!

A ouvi rindo.

– Você é um chato, sabia?

– Eu me esforço.

A risada ficou mais próxima. A maçaneta foi girada.

– Eu sei disso.

O tempo simplesmente parou. A primeira coisa que notei foi que ela estava sorrindo para mim, seus lábios eram bem delineados e vermelhos, nunca havia reparado. Depois notei seus olhos azuis marinhos que começaram a me deixar zonzo. Nunca estiveram tão... Azuis!

Meu orgulho que me perdoasse, mas eu tinha que elogia-la. Minha língua palpitava só pra eu dizer simplesmente “Você está muito bem.” ou “Este vestido é bonito.”. Seria um baita eufemismo, mas era só pra diminuir a vontade de dizer realmente o que eu estava pensando.

Estonteante. Radiante. Maravilhosa. Essas são só algumas das palavras que passaram pela minha cabeça ao vê-la. O vestido tinha o mesmo tom azulado que seus olhos e parecia ter sido feito especialmente pra ela... Os cabelos ruivos estavam caindo sobre os ombros, ela usava um colar antigo, realçando seu colo que, bom... Ela sempre teve uma bela comissão de frente. E de trás. Não é como seu vivesse reparando... Tá, é sim, ao menos ultimamente.

O sorriso sumiu do seu rosto. Ela começou mordiscar o lábio inferior.

– Ok, eu vou mudar de roupa. – recuava, encostando a porta, mas não permiti.

– Não! Não! – gritava como se fosse o fim do mundo.

– Você está me encarando há minutos dessa forma tensa, está acabando comigo!

Dei um tapa na minha cara para me punir. Na verdade nem sei bem por que fiz isso, aliás até assustou um pouco a grifinória que ficou me analisando.

– O que deu em você?

– Er, nada. Deixa pra lá... Não se troque, você tá... Tá... Linda.

Sorriu sem jeito.

– E você está muito charmoso, Malfoy. – mexeu na minha gravata e ajeitou a camisa. Senti um estranho arrepio.

– Valeu.

Ela enlaçou seu braço no meu.

– Vamos logo com isso. – falou.

Dei-me conta da realidade. Estávamos sendo obrigados a irmos juntos e de forma alguma aquela noite poderia ser agradável.

–x—x—x—x-

Chegamos na festa já chamando atenção de várias pessoas. A maioria devia estar pensando que droga fazíamos ali em companhia um do outro. E tanto faz. Não é como se eu tivesse que dar satisfação a alguma delas.

– Eu não acredito! – berrou Weasley.

– Que é? – questionei irritado por ter ficado quase surdo.

– Eles dois! – apontou pra um dos casais no meio da festa. – O Enzzo veio com a Kate! Eu não creio nisso... É por isso que ele não veio falar comigo, ela deve ter pedido segredo. Argh, mas que ódio! Tá só usando o garoto.

Não estava entendendo nada por isso fiquei apenas observando-a enquanto desabafava.

– Eu vou até lá. – declarou de repente.

– Como é? Ei, ei! – segurei-a pelos braços. A garota se debatia, tentando se desvencilhar de mim.

– Me larga, Malfoy! Eu tenho que acabar com essa baixaria!

– Você não vai porque a McGonagall confiou que a gente seria um exemplo nesse baile, lembra?

Suspirou.

– Tudo bem, mas você pode me largar agora?

Soltei-a, revirando os olhos.

– Tenta se controlar, garota.

– Boa noite a todos! – o som da voz da diretora ecoou por todo o Salão Principal que estava decorado especialmente para a ocasião. – Bem vindos ao baile de Natal. – que na verdade foi marcado na véspera, mas relevem. – Antes de iniciarmos eu queria agradecer ao Professor Flitwick e aos alunos do comitê de organização por terem nos preparado essa bela festa, não esquecendo os elfos da cozinha pela maravilhosa comida. – blá, blá, blá... – Agora, gostaria que para a primeira dança os monitores-chefes se apresentassem. Srta. Weasley e Sr. Malfoy, se tiverem a bondade…

– Que merda é essa?! - falei um tanto alto. Minha acompanhante deu um belo tapa na minha nuca. – OUCH!

McGonagall nos olhou mortiferamente, sussurrando um “Andem logo!”.

Sem demora, peguei a mão da Weasley e a levei até o centro do salão, nervoso até a alma. Essa Minerva está conspirando contra nós, com certeza...

–x—x—x—x-

Narrado por Rose

Ai, droga! Eu vou morrer! Calma, Rose, relaxa... Vai dar tudo certo... Se isso é inesperado? Um pouco... Certo, pra caramba, mas não é motivo pra pânico.

Senti-o segurando minha cintura, enquanto erguia uma das minhas mãos no ar. Pousei a outra em seu ombro instintivamente. Até agora tudo legal... Levanta o rosto, Rose. Vai, levanta esse rosto! Ok, eu estou olhando para o Malfoy agora e ele também. Tinha quer ter um maldito holofote sobre nós me deixando parcialmente cega? Isso é muito constrangedor, estou com vontade de gritar e sair correndo.

A melodia começou. Calma e harmoniosa, impulsionou os nossos primeiros passos. Em outras circunstâncias poderia ser bastante romântico... Pffff, é o Malfoy, por Merlin!

Começou a sorrir para mim, como se tentasse me acalmar. Ele também devia estar se acabando de vergonha, mas ao invés de demonstrar isso como eu estava fazendo, optou por me confortar... E devo dizer que me senti melhor.

– Eu vou matar a diretora. – ele falou baixinho.

Eu ri levemente.

– Também vou. Este definitivamente não está na lista dos meus cinco momentos preferidos.

– Você tem uma lista?

– Mais ou menos. Mas nem me pergunte qual é, porque é muito pessoal e não te contaria.

– Você é realmente um doce de pessoa.

– Eu me esforço. – dei de ombros, nossos corpos ainda girando no meio do local.

– Essa fala não é minha?

– Só peguei emprestada.

– Eu posso te processar por isso...

– Mesmo? Pois eu ganharia o caso. Aliás, não sou eu que sempre venço?

Ele crispou os lábios, pensativo.

– Acho que não. Só às vezes, quando fico com pena de você e te deixo vencer.

– Que gentil da sua parte, Malfoy. Não conhecia esse seu lado caridoso...

– Tenho muitas qualidades, Weasley. Você não conhece nem metade... – esse último comentário soou sutilmente galanteador, mas pode ter sido mera impressão.

Outros casais começaram a se aproximar da pista e logo pude relaxar. Não éramos mais apenas nós, que alívio!

Ele me rodopiou, e eu dei uma risada, achando graça do movimento. Ao voltar para minha antiga posição, escorreguei a mão do seu ombro para o seu peito, sem ao menos perceber. O seu sorriso estava me cativando e eu também não me dava conta disso, me deixando levar pela música lenta.

Não tenho certeza se estava causando o mesmo efeito nele, mas acredito que sim. O loiro não estava me desprezando. Quando a música acabou, continuamos a dançar, mesmo todos já tendo parado e estando aplaudindo. Mal ouvia o som das palmas, pra ser franca... Nossa ação deu origem a um breve burburinho e alguns cochichos, que foram abafados pela segunda música.

–x—x—x—x-

Nós dançamos a noite inteira e eu não me sentia mal por isso. O que tem demais aproveitar o meu baile? Se o Malfoy era meu par então que eu me divertisse com ele! Ao menos essa era a desculpa que eu dava a mim mesma por ter feito algo tão... Fora dos padrões. Dos meus padrões. A ficha não estava caindo, não sabia o que tinha dado em mim. Ou melhor, em nós dois.

Voltamos juntos para nossa sala comunal, andando distantes um do outro pelos corredores, mas trocando alguns olhares e sorrisos. Segurava minhas sandálias e ele já havia desfeito o nó da gravata, abrindo alguns botões da camisa para se refrescar. Podia estar nevando lá fora, mas parecia o dia mais quente do verão para quem dançara a noite toda.

Ao chegarmos a porta, ele pegou a nossa chave enfeitiçada a qual apenas os monitores-chefes podiam possuir. Girou-a na fechadura e abriu a porta, dando um passo pra trás.

– Primeiro as damas.

Revirei os olhos, mas estava rindo.

– Nesse caso, entre, por favor. – brinquei.

– Haha, engraçadinha... Vamos. – me puxou pela mão.

Ao adentrarmos, tivemos uma pequena surpresa.

– Er… Malfoy? Você se esqueceu de levar o firewhisky para o sétimo ano como foi combinado? – teria uma bancada que apenas maiores de idade poderiam acessar, onde teriam direito a beber até três drinks.

– Merda! – ele praguejou.

– Bom, eles não podiam dar falta do que não sabiam que haveria. – dei os ombros.

– É, eu espero que a Minerva não tenha notado…

– Ela teria comentado durante o baile. – tentei amenizar seu sentimento de culpa.

Por que eu estava sendo tão legal com ele? Eu simplesmente não conseguia me conter. Tudo estava fluindo, fluindo…

– Já que tínhamos direito, podíamos beber um pouco. – sugeriu.

– Ok, sobre isso eu já vou ter que discordar…

– Ah, Weasley! Eu que fiz a burrada, agora dane-se. Além disso, ainda é a noite do baile e qual é seu dever hoje?

– Malfoy…

– Hein? Qual é ele?

Desviei o olhar, cruzando os braços.

– Me divertir?

– Exato.

– Mas eu não bebo e nunca bebi. – confessei.

– Acredite ou não, eu também nunca pus uma gota de álcool na boca.

– É, eu não acredito.

– Fazer o quê… Mas só três copos. Afinal, era o nosso limite mesmo.

O olhei apreensiva. Não sei bem os efeitos que a bebida me causará… Mas eu confio em mim e sei que não farei nenhuma besteira…

–x—x—x—x-

Narrado por Scorpius

Ela está muito louca.

Após algumas garrafas, acho que essa ruiva chegou ao ápice da loucura. Rindo descontroladamente, chegando a se contorcer no sofá… Acho melhor ela parar agora.

Não que eu esteja 100% sóbrio. Admito que já passei do meu limite também e minha cabeça está girando sem parar… Era verdade, eu nunca havia bebido. Posso fazer algumas coisas erradas, mas sou responsável apesar de tudo. Mas hoje… Ambos estamos quebrando regras..

– Já deu de firewhisky, Weasley! – a adverti.

– Como você é mandão. – fez bico. – Mas suponho que esteja certo.

Como estávamos cada um numa ponta do pequeno sofá, ficamos apenas nos encarando por um tempo. Eu não tinha nada melhor pra fazer nas minhas condições e… Eu até que gostava de ficar contando as sardas no rosto dela.

– Quer que eu te conte meus cinco momentos preferidos agora? – a grifinória sussurrava, como se estivesse contando um segredo.

– Diga.

– O quinto foi quando eu aprendi a andar de vassoura de verdade aos quatro anos. Eu ainda me lembro do vento batendo no meu rosto… – havia um brilho de empolgação no seu olhar. – O quarto foi minha primeira vitória sobre você, na aula de poções do primeiro ano. Você ficou verde de inveja… - ela riu da minha cara, mas não liguei. – O terceiro foi… - a garota corou um pouco. – meu primeiro beijo, mas não vou te falar com quem foi!

– Tudo bem, então não fale. – tentei transmitir indiferença.

– Poxa, era pra você ficar curioso… Enfim, o segundo foi quando o Holyhead Harpies me aceitou no time.

– Como?! Isso é sério? – duas palavras: muito foda.

– Aham, fiz uns testes em julho. Eles disseram que guardariam uma vaga para mim pro ano que vem… Vou ser jogadora de Quadribol profissional.

– Demais!

– Pois é…

– E qual o primeiro?

– Hã? Ah, momento preferido? Bom, eu o deixei em branco.

– Você não pode ter uma lista de cinco momentos preferidos se você só tem quatro.

– É que eu sei que o melhor ainda está por vir…

Fazia sentido.

– Eu estou bêbada, certo? – ela perguntou, mais confirmando do que questionando. Começou a gargalhar.

– Acho que sim, mas eu não estou muito melhor.

– Então… - a ruiva descabelada parou de rir, engatinhando até mim. – Vou aproveitar minha insanidade justificável e te dar isso. – debruçou-se totalmente sobre meu corpo. Me remexi no lugar, um tanto nervoso.

Ela beijou demoradamente minha bochecha, fazendo um suave estalo ao se separar.

– Obrigada pela ótima noite. Eu me diverti muito. Se eu quiser te matar amanhã, é porque me recordei do que aconteceu provavelmente. E caso isso rolar só me lembre de uma coisa…

– Do quê?

– De que eu estava sóbria durante todo o baile. É tão culpa minha quanto é sua…

– Farei isso.

Ela sorriu uma última vez para mim.

– Boa noite, Malfoy. – se levantou.

Fiquei observando-a andar cambaleante, percebendo que ela estava indo na direção errada.

– Ei, esse aí é o meu quarto, Weasley!

– Ops! – começou a rir de si. – Falha minha. – virou-se e entrou pela porta correta.

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Notas finais do capítulo

Ok, eles estão bêbados, mas... Fui só eu que senti o clima?