A Prometida escrita por AnaChristina


Capítulo 19
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Olá leitoras mara, aqui é a Aninha, eu postei esse capítulo hoje, por que acabou a bateria do not da autora.
Espero que vocês gostem do cap assim como eu
Bjs



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* Bella Cullen *

Eu respirava da forma mais calma possível, saber que Ângela corria perigo e a pessoa que me mantinha presa era Victória Denali, que fora tão cordial comigo na visita aos Cullens e agora estava aí, traindo-os.

Eu não sabia exatamente o que pensar, eu só sabia que estava angustiada, preocupada com minha amiga e com saudades de Edward.

Será que ele sabia onde eu estava? Será que ele sabia que algo de muito ruim estava acontecendo? Ou será que ele entendera em minha carta que eu estava bem?

Eu havia sido muito estúpida, eu já deveria estar em casa uma hora dessas, abraçada com ele, sentindo seu calor natural, o modo suas palavras saiam carinhosas quando se voltavam para mim, o modo como ele sorria quando eu dizia algo e uma de suas mãos encontrava automaticamente minha nuca.

Eu estava com medo, com muito medo, mas o medo era não saber o que estava acontecendo, era não saber onde eu estava e o que Victória queria comigo.

Os Cullen eram uma família muito poderosa na Áustria, eles tinham muitos negócios e eram muito sucedidos, não só na Áustria, eu ficara sabendo que eles também tinham negócios na Suíça, Britânia e França.

Será que Victória iria me usar como moeda de troca para algo que ela queria? Ou era outra coisa completamente diferente do que eu imaginava?

De repente eu percebi que o ambiente a minha volta ficou muito silencioso, e o saco preto que me impedia de ver as coisas fora tirado de meu rosto. Agora eu via tudo.

Estávamos numa rica sala bastante decorada, a casa era em estilo colonial e além de Victória, tinham outros dois homens que me seqüestraram.

Um era bastante alto e seus cabelos eram grandes e negros, seus olhos eram de um castanho muito escuro e ele tinha um aspecto selvagem.

O outro era loiro, e seus olhos eram azuis, era um anglo-saxão nato e sua pele alva não deixava isso mentir. Mas seus olhos eram intensos e eu não conseguia me manter olhando para ele por muito tempo.

Victória sentou-se no sofá a minha frente e ficou me olhando. Seus cabelos vermelhos estavam presos num rabo de cavalo.

- Você vai ficar aqui conosco, tem um quarto, roupas limpas e que eu tenho certeza que caberão em você. - sua voz era séria, mas não demonstrava nada mais, além disso.

- Edward sabe que estou aqui? - eu perguntei do nada, sem saber o motivo dessa pergunta, quando o que eu mais queria era sair correndo dali.

Os homens gargalharam e apenas um sorriso sutil surgiu em seu rosto.

- Na hora certa você irá saber do que deve-se saber, agora Isabella, o importante é você ficar aqui, se você sair, meus amigos James e Laurent vão cuidar para que você não saia novamente. - ela estava me ameaçando, mas eu não conseguia me assustar com isso. O meu medo tinha outra origem.

- Onde está Ângela? Porque vocês a levaram até os Volturi?

- O que você sabe sobre eles? - o loiro perguntou seu rosto intenso entrando em minha visão.

- Edward apenas me contou que os Cullen têm uma desavença com eles.

- É muito mais do que isso! - Victória cortou, sua voz estava carregada de amargura. - Há séculos nós somos proibidos de andar livremente por aí com medo que os Volturi arranjem qualquer motivo para nos prender. Mas não se preocupe com sua amiga, eles não irão matá-la, eles vão tentar descobrir através dela onde você está e vão tentar fazer com que você se troque com ela.

- E vocês vão simplesmente deixar que isso aconteça? Minha amiga está lá, ela corre perigo!

- Isabella, as coisas são muito maiores do que você imagina sua irmã lhe traiu, ela entregou a um espião dos Volturi que você, uma Cullen, estava no território delas, você acha que Edward leu a correspondência que você mandou? Eles pegaram Luke e seu amigo deve estar morto há essa hora.

Meu coração perdeu uma batida ao ouvir isso. Luke estava morto. O jovem de 19 anos que vivia correndo feliz pela fazenda de meu pai, correndo atrás de cavalos selvagens e ordenhando vacas, estava morto, e de alguma forma, aquilo havia sido minha culpa.

Edward me disse que eles não vinham para a Itália, eu era uma Cullen agora e ignorara totalmente esse aviso. Mas porque Edward não impediu que eu viesse também?

Eu achava que sabia a resposta, mas ainda era muito cedo para ter algo concreto.

Victória continuava me olhando e minhas chances de fugir dali eram mínimas.

- Ainda estamos na Itália?

- Sim. - ela respondeu simplesmente, sem me dar qualquer sinal de que área nós estávamos.

- Eu já disse Isabella, se você fugir será pior. Seja uma boa hóspede e comporte-se.

- Você irá me manter aqui até quando?

- Até quando for necessário. - ela garantiu, levantando-se e olhando para os dois homens. - Eu vou até a cidade resolver uns assuntos, cuidem para que Isabella fique na linha. - ela deu a ultima ordem com um tom mais forte de dominação e saiu da casa.

Eu olhei para os dois homens, eram altos e mesmo não demonstrando muitos músculos, me parecia óbvio que minhas chances de escapar com eles dois ao meu lado, eram simplesmente nula.

- Onde fica meu quarto?

* Edward Cullen *

- Alice o que você está vendo? - Jasper perguntou, pondo uma mão sobre o ombro dela.

- Bella, eles descobriram onde ela está! - Alice gritou, lágrimas caiam de seus olhos.

Eu me sentei ao lado dela e deixei que as imagens surgissem em minha mente.

Os guardas Volturi haviam achado Bella, ela esperneava, mas era em vão, Aro sorria com sua vitória e agora tinha um motivo para acabar conosco.

- Chega! Isso já passou dos limites, eu irei buscá-la! - disse, me levantando e olhando para Jasper que estava mais pálido que o normal.

- Você enlouqueceu?

- Não Jasper, estou apenas salvando a vida da minha mulher e do meu filho, sinto muito se você não consegue sentir amor pela sua, mas eu sinto pela minha e isso já foi longe demais. - eu gritei, subindo as escadas e indo até meu quarto, onde era praticamente gritante a ausência dela.

Eu troquei de roupa e peguei algumas coisas necessárias, descendo a escada logo em seguida e me encontrando com Jasper, Carlisle e Emmett a postos.

- O que você está fazendo aqui? - eu perguntei a ele, que parecia perdido em meio ao caos.

- Rosalie me contou sobre o que vocês são. Explicou-me o que aconteceu com sua esposa e eu estou me colocando a ir com vocês, sei que não sou tão rápido ou tão forte, mas acho que algum humano, desconhecido e sem qualquer ligação com os Cullen pode ajudar.

Eu olhei para minha irmã, parada num canto da sala, sua presença quase imperceptível e em sua cabeça, ela mostrava imagens da conversa que tivera com seu noivo e pedindo a ele que fosse comigo. Eu entendi que essa era uma trégua entre nós. Uma pequena trégua numa discussão sem nexo algum. 

Ela apenas balançou a cabeça em concordância e saiu do cômodo.

- E vocês dois? - eu perguntei ao meu pai, que pensava em muitos modos que chegar a Itália e a Jasper, que pensava no que iria fazer quando encontrasse alguns Volturi.

- Nós vamos com você é claro. Bella é da família Edward e nós lutamos pela família. - meu pai disse, pondo as mãos em meu ombro.

Eu assenti e nós fomos saindo de casa, pensando em estratégias de luta e no que fazer quando chegássemos lá.

* Bella Cullen *

O quarto era modesto, tinha uma cama e um roupeiro. A janela era com grades impedindo que eu saísse e eu sabia que James e Laurent estavam atrás da porta, prestando atenção em cada suspiro que eu dava.

Eu fui até o guarda-roupa e achei um vestido mais confortável para que eu pudesse ficar na cama, não tinha muito que fazer ali, e eu estava com muito sono, mesmo tendo dormido a viagem toda.

Eu me coloquei debaixo das cobertas e caí no sono rapidamente.

No meu sonho, eu revia imagens de algumas coisas que eu vivi com Edward.

*  # * # * # * # * # * # * # * # * # * # * # * # *

Nós descemos do cavalo e ele pegou minha mão levando-me até a margem do rio.

A água batendo das pedras fazia um barulho reconfortante e Edward sorriu, abraçando-me por trás.

- Gostou? - ele perguntou perto da minha orelha, provocando arrepios por todo o meu corpo.

- É lindo.

- Eu gosto de vir aqui na primavera, esse campo ao redor do riacho, fica cheio de flores silvestres, e perfume é hipnotizante.

- Deve ser lindo mesmo. - eu sussurrei para ele. - Pena que estamos no inverno.

- Está com frio? - ele sussurrou de volta.

- Não, você me esquenta.

Edward sorriu e levou-me até debaixo de uma enorme árvore, os galhos estavam cobertos de neve, mas o solo incrivelmente tinha apenas folhas secas caídas, uma pequena recordação do outono, eu e Edward sentamos e apoiamos nossos corpos no tronco da árvore.

Naquela tarde nós conversamos sobre várias coisas e ele me beijou, muitas e muitas vezes, e quanto mais ele me beijava, mas vontade eu tinha de beijá-lo de volta.

* # * # * # * # * # * # * # * # * # * # * # * # * # *

Fui acordada com um barulho abafado na sala e minha curiosidade falou mais alto e eu levantei da cama, indo ver o que ocorria.

Um homem extremamente alto e grande lutava com James e Laurent, e eu não perdi a oportunidade de aproveitar a distração deles, para sair correndo dali.

Mas a prática era mais difícil. Eu consegui sair da casa e me vi numa vila repleta de pessoas desconhecidas caminhando com cestos e mais cestos de frutos.

Eu não fazia a mínima idéia de onde estava, mas mesmo assim eu corri o máximo que pude para longe da casa.

Uma senhora que olhava para duas crianças brincando me parou, perguntando em um italiano diferente se eu estava bem.

- A senhora poderia me dizer onde estamos? É que minha charrete quebrou na estrada e eu não faço idéia de onde estou para relatar a minha família.

- Oh querida, estamos na fronteira com a França. - ela me apontou para uma colina não muito longe dali, onde se podia ver um enorme posto de vigia. - Os guardas ali são franceses, alguns passos e você estará encrencada. - ela disse sorrindo, mas aquilo não me fez achar graça alguma.

Com um aceno rápido, eu saí dali.

França... Se eu chegasse à França, os Volturi não teriam como me pegar... mas os italianos tinham uma pequena richa com os franceses, o que aconteceria comigo se eu me aproximasse da fronteira? Eu estava em um dilema.

Permanecer da Itália significaria ficar a mercê dos Volturi, tentar fugir para a França, era algo imprevisível, as chances deles me prenderem seriam altas.

Mas ficar parada no meio da rua, deixando-se ser vista por todos também não era uma opção.

Eu entrei num beco e andei até a outra rua, lá, havia uma feira onde os senhores feudais apresentavam seus produtos e eu corri para uma tenda onde havia uma senhora vendendo xales.

Eu não tinha dinheiro, moedas e nada para dar em troca, me aproximei da mulher e ela me fitou, de cima abaixo.

- Qu-quanto custa um xale?

- 5 vinténs.

- Eu estou com Victória Denali, eu gostaria de levar um e deixar a conta no nome dela.

A mulher me olhou mais uma vez, havia diversão em sua expressão, mas ela não parecia ceder.

- Nada feito, mas se você quiser, eu posso trocar um lindo xale por esse seu bracelete aí. - ela apontou para o meu braço.

Automaticamente minhas fecharam-se em cima dele, a pedra safira de certa forma me dava uma sensação de proteção, era um presente de Edward, o primeiro presente dele que eu ganhei, sem contar que aquilo devia ser muito caro, não só o valor de dinheiro, mas o sentimental também, eu jamais poderia trocar aquele bracelete pelo xale, mesmo que isso significa que eu iria ser vista por eles a qualquer momento.

Eu fechei meus olhos e mordi os lábios.

- Sinto muito senhora, não posso fazer essa troca.

- Então vá embora. - ela gritou para mim, e eu não vi alternativa a não ser pegar o primeiro xale na minha frente e sair correndo.

Roubo era crime, se eu fosse pega o mínimo que aconteceria comigo era eles cortarem minha mão fora, então eu corri o mais rápido que pude, escutando lá atrás os gritos da mulher me chamando de ladra e mandando me pegarem. Eu definitivamente estava perdida.

Encontrei outro beco e entrei nele, havia diversas portas entre as duas paredes e eu entrei na primeira que vi.

Mal pude acreditar quando vi que eu havia parado num bordel.

Cerca de seis mulheres apenas de espartilhos e muito maquiadas me olharam com curiosidade e surpresa.

- Nós só atendemos a noite querida. - uma mulher disse com um forte sotaque espanhol.

- Não, não é isso, é que eu...

- Você roubou. - uma delas acusou, apontando para o xale em meu braço, eu o apertei contra mim. - Eu vi a gritaria toda, os guardas estão procurando você, você sabe aqui na aldeia eles punem quem ajudam criminosos. - ela disse sorrindo maliciosamente e se aproximando de mim.

Eu realmente estava sem sorte. Coloquei o xale ao redor de meu corpo, cobrindo o enorme decote de meu vestido.

A mulher me olhou mais atentamente.

- Huuum você é casada, onde está seu marido?

- Ele...está viajando, á negócios. 

- Não me convenceu. - disse outra, surgindo de algum lugar atrás das cortinas.

- Escutem, se vocês vão me entregar façam logo isso, mas parem com esse joguinho. - eu implorei e todas caíram na gargalhada.

- Você é bem-vinda aqui Isabella. - a mais velha disse e eu me assustei.

- Como...como você sabe meu nome?

- Eu sei de muitas coisas...- ela sorriu. - Sei o motivo de você estar aqui, sei o que você planeja fazer, sei que você tem uma péssima relação com sua família e sei que a Terra não é o centro do Universo e que ela gira ao redor do Sol.

Eu engoli em seco.

- Vamos, venha comigo, se você planeja fugir, precisa estar disfarçada, Meredith irá ajudá-la a vestir-se de forma adequada.

- Como uma mulher da vida? - eu perguntei cética.

A mulher arqueou as sobrancelhas pra mim, mas nada disse.

Uma mulher loira, me chamou e eu a acompanhei, sendo levada até um quarto onde havia diversos baús.

- Se você planeja fugir, todos devem saber que você é uma mulher casada e de família. Você precisa mudar completamente, a começar pelos trajes. - ela disse, me estudando.

Eu apenas assenti e vi enquanto ela revirava os baús.

- Tire a roupa.

- O que? Eu...mas...

- Não comece com isso, somos mulheres, eu sei o que tem aí e você sabe o que tem aqui, agora ande logo...

- Mas...

- Agora!

Eu suspirei e tirei o xale e desabotoei o vestido, tirei a camiseta e a meia branca, ficando apenas com o brushê e o espartilho. Ela me olhou mais atentamente e pegou algo no baú.

- Tire tudo.

- Mas...

- Você sempre foi petulante desse jeito?

Eu tirei o espartilho com alguma dificuldade e tirei o brushê, sentindo minhas bochechas corarem.

Ela me deu um brushê, mas esse era diferente, era uma peça só, da cor rosa, que tinha elásticos que apertavam na coxa e acima do peito, eu coloquei com certa dificuldade e ela se postou atrás de mim, colocando um espartilho...vermelho!

Senti minhas costelas serem comprimidas enquanto ela o fechava.

- Precisa ser tão apertado?

- A culpa não é minha se você é robusta, e pare de reclamar, você deveria agradecer, estamos salvando você.

Ela ficou na minha frente e colocou as mãos sobre o quadril, me estudando melhor. Pegou meias pretas e me obrigou a colocá-las, e depois, uma saia muito curta que ia até o joelho e era rodada, da cor preta.

- Eu estou parecida uma de vocês! - quase gritei e a mulher revirou os olhos.

Por fim, ela me obrigou a sentar, e começou a me maquiar.

- Er...e a parte de cima?

- Que parte de cima? Você irá ficar só com o espartilho...

- Mas...

- Mas nada! - ela ralhou. - e esconda esse bracelete, ele chama muita atenção. - eu fiz o que ela mandou.

- Seus cabelos é são um dilema. Samantha! O que eu faço com o cabelo dela? - ela gritou para alguém lá da sala.

- Trança e enrole.

Ela trançou meu cabelo e os enrolou para ficarem como coques altos, e os prendeu.

- Ótimo, você está irreconhecível! - ela disse, sorrindo para si mesma e me apontando o espelho.

Meu reflexo era esquisito, minhas bochechas estavam rosadas, meus olhos estavam meios pretos e meu cabelo estava muito bem preso, aquela roupa justa dava um volume a mais em meus seios e mostrava umas curvas até então desconhecidas.

- Calce essas botas e você poderá ir.

[...]

Eu caminhava com certa dificuldade por causa das botas, mas ia o mais depressa que eu podia, eu estava na estrada, sozinha e já estava escurecendo, eu não fazia idéia de onde ir, mas se eu chegasse a Milão, eu conseguiria chegar bem rápido na Áustria, e era isso que eu precisava. 

Dois cavalos começaram a trotar na estrada e eu me virei para trás, vendo dois homens se aproximando.

- Aonde vai docinho?


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Notas finais do capítulo

Comentem !

E aí pessoas? Madh aqui! O que acharam desse capítulo? E não venham me dizer que ficou pequeno, foi o maior capítulo que eu ja postei *rum*
Bueno, espero que tenham gostado e eu e a Ana estamos doida pra ler os comentários de vocês.
E a propósito, quando forem brigar por causa de alguma coisa na fic, briguem comigo, a coitada da Ana não tem culpa de nada!
Besos da Madh!


P.S. Ruth valeu pelo toque *-)