“ – Mamãe, to com saudades do papai! Onde ele está? Ele não quer mais nos ver?”

– Malditos hormônios!- Sakura praguejava por estar chorando pela vigésima vez naquela semana. – Não tenho motivo pra ficar chorando feito uma idiota, só pode ser os hormônios! – ela sabia que o motivo de suas lágrimas não era os hormônios, não totalmente.

Na realidade sentia falta de Sasuke, quanto mais o tempo passa, mais saudade sentia do moreno, e o que a deixava com raiva era que a culpa da separação dos dois não era dela. Ela não tinha culpa na total falta de confiança dele, e muito menos da sua falta de interesse em ser pai.

Sakura limpo os traços das lágrimas que denunciava que estava chorando e se levantou. Tinha que arrumar para o trabalho, sem contar que hoje teria a consulta de pré-natal. Andava sentindo algumas dores nas costas devido à barriga que a cada dia aumentava. Todos os dias, a rosada tirava alguns minutos da manhã, para contemplar sua barriga na frente do espelho. Sua barriga havia estava escurecendo um pouco seus pés estavam sempre inchados e seu apetite havia aumentando.

Estava sendo um pouco puxado passar pela gravidez, principalmente sozinha, mas cada vez que olhava para as roupinhas, ou até mesmo para o berço, dizia a si mesmo que tudo valia à pena. Se Sasuke iria perder todo aquele momento mágico, o problema seria dele, ele que havia escolhido que fosse assim.

Aquele dia o tempo estava passando rápido, faltava pouco tempo para sair e ir a sua consulta médica, quando seu celular toca.

– Alô!

– Senhora Sakura Haruno?

– É ela mesma, em que posso ajudar?

– Aqui é do hospital onde a senhora realiza seu pré-natal, estou ligando pra avisar que hoje a Dra. Joyce não pode vim, e pediu que remarcasse as consultas de hoje. Conseguimos remarcar de algumas pessoas, mas como o hospital está com a agenda um pouco cheia, ela pediu que marcasse o seu atendimento para outro dia em seu escritório particular, pra você teria algum problema em ser atendida em outro local?

– Por mim tudo bem.

Sakura teria que pedir pra sair mais cedo outro dia, mas não podia deixar de saber como andava sua gravidez todos os meses. Assim de desligou o telefone, a porta da loja se abre dando passagem a duas mulheres, cada uma com um bebê no colo. As crianças eram lindas e cheias de vidas, isso fez com que Sakura fizesse um pedido a Deus para que seu filho nascesse saudável e cheio de vida como aqueles bebês.

–Deixa que eu atendo pra você Sakura, já está na hora de você ir para sua consulta.

– Pode deixar Cris, me ligaram remarcando a consulta. Parece que a médica não poder ir hoje.

– Tudo bem. Vou trazer os pedidos da mesa três, qualquer coisa se precisar, me chame.

– Tudo bem.

Sakura se aproximou da mesa das recém chegadas. As duas eram mulheres muito bonitas. A morena aparentava ser mais velha, mas isso não diminuía nenhum pouco sua beleza?

– Boa Tarde! Já sabem o que desejam pedir?

– Eu ainda não me decidi você já se decidiu Mikoto-chan?

– Eu também não sei o que pedir... São tantas opções... O que você nos sugere?

– Nossa torta de Frutas vermelhas é a especialidade da casa, todos os clientes que já experimentaram elogiaram.

– Por mim tudo bem, e você Aika-chan?

– Por mim também.

– Muito bem, pode nos trazer duas tortas de frutas vermelhas e eu quero um chá de jasmim.

– Eu quero um chá gelado.

– Certo! Duas tortas de frutas vermelhas, um chá de jasmim e um chá gelado. E para os bebês? Deseja pedir algo?

– Acho que somente alguns biscoitos. Seus dentes estão nascendo e isso irá entretê-los um pouco. Com essa nova faze eles estão mais agitados.

– Provavelmente após todos os dentes nascerem, eles irão se acalmar mais.

– Que nada, a tendência é ficarem cada vez mais arteiros. Quando estavam dentro de mim, eu já pressentia que eles dariam muito trabalho. Você já está em qual semana?

– Na décima oitava.

– Espere só até chegar à vigésima terceira semana, vai parecer que você está sendo atacada por ninjas. No meu caso parecia que havia um torneio de artes marciais dentro de mim. Lembro-me que eu mal conseguia dormir.

– Suas palavras são animadoras para uma mãe de primeira viagem.

– Não precisa se assustar, apesar do trabalho é muito gratificante ser mãe.

– Posso imaginar. Irei trazer o pedido de vocês, aguarde um estante, por favor. – Sakura se afasta das mulheres, elas eram clientes muito simpáticas. Mas a mais velha lhe lembrava alguém. Talvez fosse somente a sua imaginação.

Devido o horário, o café estava vazio o que possibilitou Mikoto a Aika dar concelhos a futura mamãe, sem saberem que a mesma carregada em seu ventre o filho de Sasuke.

– Já sabe o que vai ser Sakura-chan?

– Ainda não, o danadinho estava com as pernas cruzadas na ultima ultrassom.

– Não se preocupe, quando você menos esperar vai acabar descobrindo.

– É verdade, foi difícil descobri o sexo dos gêmeos, os dois estavam sentados, meu marido estava louco pra que fosse um menino, mas ficou feliz quando descobrimos Yuka primeiro, quando no mês seguinte descobrimos o sexo do Yuichi me lembro que entrou em estado de choque, fiquei muito preocupada, pois ele não havia esboçado nenhuma reação sendo que ele estava louco pra termos um menino. – Aika sorria com as lembraças de sua gravidez, Sakura via em seus olhos e seu sorriso o quanto aquela mulher era amada.

– A primeira reação dele foi correr pra primeira loja de bebê e comprar uma peça de tudo que fosse azul, a coisas de Yuichi que nunca usamos.

A mulheres davam boas gargalhadas com as lembranças.

– E você Sakura, prefere menina ou menino?

– Eu não tenho preferência Mikoto-san, seja menina ou menino eu estou feliz da mesma forma.

– E o pai do bebê Sakura-chan? O que ele prefere?

Havia muito tempo que Sakura evitava pensar em assuntos como aquele. E tomando um ar mais sério e triste resolveu ser sincera, afinal ela teria com conviver com o fato do pai de seu bebê o recusar.

– Pra ele não faz diferença Aika-chan. Ele não quer o bebê.

Mikoto e Aika se entreolharam, as duas estavam visivelmente abaladas.

– Perdão Sakura-chan, eu não...

– Tudo bem Aika-chan, não tem importância terei que conviver com esse fato mesmo, eu ainda estou magoada, não por ele não querer o bebê, mas pelo fato de que ele queria que eu matasse nosso filho. Mas isso não importa mais, se ele não quer nosso filho eu quero, e vou amá-lo por mim e por ele, pois é tudo que eu tenho nessa vida. – Sakura sorria com a com carinho ao imaginar o tanto de amor que ela estava reservando para seu bebê.

Aika olhava admirada para Sakura, a mesma se perguntava se teria a mesma força que a rosada, se estivesse em seu lugar. Mikoto sorria tristemente, pois se lembrava da tristeza do filho mais novo e do neto que nunca irá conhecer. A vida era cheia de erros, e por mais que ela tenha tido momentos tristes, ela havia vivido muitos momentos alegres também, Fugaku era um ótimo marido, e no momento de maior dor em suas vidas ele estava lá pra apoiá-la e ajudá-la a se reergue.

Antes de ir embora Mikoto entrega seu numero de telefone e pegar o de Sakura, ela ajudaria aquela garota desamparada e seu bebê, pois a mesma foi corajosa suficiente por decidi levar a gestação a diante e cuidar da criança, mesmo com todas as dificuldades e sozinha.

– Se você precisar de alguma coisa Sakura-chan, é só me ligar, a qualquer hora, mesmo se for somente pra conversar, você pode contar comigo.

– Você também pode contar comi Sakura-chan, pra qualquer coisa que precisar.

– Obrigada, eu agradeço de coração.

Nora e sogra saíram da cafeteria, cada uma em seu pensamento, Sakura estava emocionada, a rosada se perguntava como aquelas pessoas que acabaram de conhecer demonstravam mais amor por ela do que seus pais demonstraram.

Sakura se perdeu em pensamentos, até o momento em que novos clientes adentraram a cafeteria ocupando seus pensamentos novamente com o trabalho.