Os sentimentos do meu coração

24° Capítulo: Laços

_Não quero falar sobre esse assunto agora. Quero ver o meu filho! _ Respondeu-me ele rudemente, andando até o quarto do Ryuh.

Algumas lagrimas escorriam pelo meu rosto e meus olhos começaram a arder. Não dei muita importância sobre isso, corri atrás dele. Adentrei no quarto do Ryuh, e o vi dormindo calmamente. Enquanto o Itachi apertava forte a mão e me sussurrou uma ameaça.

_ Você vai me pagar por cada dia que passei longe dele _ Tentei controlar o choro. E fiquei em silencio. Fui até o Ryuh e sussurrei carinhosamente para que ele acordasse.

Ele não entendeu muita coisa nesse momento, mas quando viu o Itachi ele pode notar a semelhança entre ele e o pai.

Ele pulou da cama e foi até Itachi com um sorriso estampado em sua face pálida.

_ Você é o meu papai, não é? Agora você vai poder ir à competição da escola comigo não vai? _ Disparou ele, deixando Itachi perplexo.

Decidi sair do quarto, aquele momento... Eu não poderia participar mais. Não depois da decisão que tomei. Dei as costas e caminhei para a cozinha. Decidi fazer um chá e alguns biscoitos.

Abracei o meu filho, o meu filho... Depois de anos, eu o abracei. Ele era tão parecido, tão igual a mim quando pequeno. Afaguei o cabelo negro dele e perguntei:

_Ryuh, o que sua mãe disso sobre mim?_ Ele me olhou com uma face confusa.

_ Ela me disse que você era muito gentil. Mas que a gente não podia ir atrás do senhor. Ela disse que a gente ia te atrapalhar _ Ele me respondeu com uma face tristonha.

_ Ryuh, você nunca vai me atrapalhar, entendeu? Agora que eu te achei, não vou mais te largar! _ Declarei em um tom possessivo que fez ele dar uma risada, a primeira risada que escuto dele.

Entretanto fiquei um pouco pensativo, porque a Sakura havia achando que iria me atrapalhar. Decidi tentar descobrir mais algumas coisas.

_ Ryuh, me responde uma coisa. Quando a sua mãe desapareceu você sabe pra onde ela foi? _ Eu perguntei a ele calmamente.

Ele olhou um pouco para a porta, depois mordeu os lábios inferiores.

_ Eu não sei o que significa, mas ouvi uma amiga da mamãe dizer que ela estava num lugar que se chama Manicômio, papai o que é isso?_ ele me perguntou inocentemente, enquanto estava ficando perplexo, o que ela fazia em um manicômio?

_ È um nome de um lugar, onde várias pessoas ficam filho. Mas me conte, o que você gosta de fazer? _ Perguntei a ele, enquanto o pegava no colo.

Terminei de assar os biscoitos e já havia feito o leito com o achocolatado e colocado no copo do Mickey, o preferido do meu filho.

Entretanto, estava tomando um chá para tentar me acalmar, estava começando a sentir pontadas na minha cabeça. Segurei-me na pia e esperei que a tontura passasse um pouco, e logo após, peguei o frasco que sempre deixava no armário de cima da cozinha. Bebi um dos comprimidos, e sentei-me na cadeira.

Ouvi uma risada sonora vindo do quarto, senti uma pontada no meu coração.

_ Mãe... Mãe... _ Ryuh me chamava, puxando a minha blusa.

Olhei pra ele meio confusa, até perceber que Itachi estava por perto, fiquei ereta rapidamente.

_ O que foi querido?_ Perguntei a ele.

Ele olhou dentro dos meus olhos esverdeados, mostrando as duas ônix herdadas do homem atrás dele, que estava calado.

_ Eu to com fome, mãe! _ Reclamou ele com a face tristonha.

Levantei-me da mesa, e retirei os biscoitos do forno, colocando-os em um prato em cima da mesa. Peguei o copo e entreguei as mãos do pequeno.

Fiquei calada, tentando não olhar a figura máscula encostada na parede.

Flash back:

Paredes impotentes.

Sonhos pertubantes

Pesadelos.

Gritos.

Horrores.

Mas ninguém me salva desse inferno.

Dias, meses.

Mais esta quase chegando ao fim

Caminhando de um lado ao outro.

Presa.

Flash Back OFF

Depois que meu filho terminou de comer, ele bocejou e resolvi colocar ele para dormir.  Peguei ele no colo e o levei ao seu quarto onde o deitei na cama.

Voltei para a cozinha, onde o Itachi ainda estava ali parado. Resolvi ficar em silencio, peguei a louça em cima da mesa, colocando-as na pia e lavando-as.

- Então é assim que prefere resolver as coisas? _ ele perguntou rudemente, com um tom raivoso.

Eu respirei profundamente e me virei, o meu grande erro, porque ele estava tão próximo que me deparei com os seus olhos ônix.

- Não, mais dependendo do caso, às vezes é necessário _ Falei baixo, ainda fitando os seus olhos.

Um arrepio me atingiu, e a sensação que no passado eu sentia só de ficar perto dele voltou com uma força assustadora.

- Não vou discutir hoje com você. Mas amanha, eu vou voltar pra ver ele e vamos ter uma conversa. Entendeu? _ Ele disse ríspido, ainda tão próximo a mim que eu poderia até toca-lo se esticasse a minha mão.

Abaixei um pouco a cabeça, e respirei profundamente. Não sabia o que estava acontecendo comigo, tudo que eu tinha imaginado, as palavras que eu ia dizer, tudo fugia do meu controle. Força, eu precisava reunir todas as minhas forças.

- Se pensa que eu vou fugir, eu já tive uma oportunidade. Posso muito bem arranjar outra, mais estou cansada disso. E se por acaso você tentar ou ao menos pensar em tomar o meu filho, e mato você, entendeu? _ respondi com uma voz um tanto alta e cheia de fúria.

Ele me fitou com desdém, e se aproximou mais ainda , colocando seus lábios perto dos meus ouvidos.

- Não tente competir comigo querida, não quero te fazer sofrer e nem o meu filho _ ele sussurrou em uma voz rouca e extremamente sexy, que me deixou totalmente arrepiada.

Ele nem ao menos esperou uma resposta e saiu do apartamento, me deixando ali parada.

Resolvi ir para o meu quarto e me deitar, amanha seria um longo dia.

Fim