Coincidências? escrita por Otsu Miyamoto


Capítulo 7
Sete




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Passado o período da manhã, uma enfermeira apareceu seguida por Saori, que chegou cedo para ver a amiga. Conversavam enquanto a enfermeira retirava os aparatos médicos que estavam em Shunrei.

— Ah, muito melhor! Não aguentava ver você ligada aquele monte de coisas, com agulhas, argh. Odeio! – Disse Saori.

— Deixa de exagero Saori. Não estava ligada a um monte de coisas e só tinha uma agulha no braço.

— Fala como se isso fosse algo positivo. Agulha é agulha e eu as odeio – Saori sorriu fazendo a amiga e a enfermeira sorrirem juntas.

— Prontinho – A enfermeira se voltou para a Saori – Pode ajudá-la a se trocar?

— Claro que sim.

— Então eu vou levar essas coisas e volto depois – Disse, dando um sorriso simpático para Shunrei.

— Consegue ficar de pé?

— Sim, não sinto dor, só sinto meu corpo um pouco pesado – Falou ao levantar.

Saori levou a roupa que Shunrei usaria. Um vestido amarelo que ela, particularmente, odiava, mas sua amiga gostava muito, por ser um presente do seu falecido avô.

— E essa coisa no seu braço? – Perguntou Saori.

— O médico me disse que vou usar por mais quatro dias.

— Que chato. O bom é que você vai ficar de molho em casa, comigo. E já que você mencionou, preciso dizer: Que médico hein amiga. Deus abençoe... – Shunrei sorriu com a declaração, tipicamente 'Saoriana'.

— Sério! Já não bastava um homem lindo e super charmoso, ficar todo interessado na sua recuperação. Tinha que ter um médico lindo, loiro e dos olhos azuis. Você só lucrou com esse acidente... – Falou enquanto ajudava Shunrei a terminar de colocar o vestido.

— Saori, por acaso você se lembra de uma conversa nossa, sobre o meu passado escolar? Bom, sobre como era antes da faculdade e eu te contei da minha escola antiga, do período em que meu avô adoeceu?

— Lembro sim... – Saori desfez a trança meio bagunçada que ainda prendia o cabelo de Shunrei, para refazê-la.

— E, se lembra de que eu mencionei um garoto da minha sala... O único com quem fiz amizade? Um que não me fazia sentir uma total CDF?

— Sim, um loirinho, não era? – Saori terminou a trança, prendendo a ponta com um laço da mesma cor do vestido, apenas para combinar.

— É ele... – Shunrei virou-se pra ela e sorriu. Saori olhou a amiga com confusão nos olhos, sem entender de imediato o que ela estava tentando dizer. Contudo não demorou muito e sua expressão logo mudou para uma muito surpresa.

— Não brinca! O médico sexy era o seu flerte da escola?

— Que flerte o que, Saori. Nós éramos amigos, embora ele ainda tivesse dúvidas sobre isso.

— Estou passada. Que mundinho...

— Foi o que ele disse.

— Ele te reconheceu também?

— Ele me reconheceu primeiro. Bom, na verdade ele me disse que meu sorriso o lembrava de alguém que ele conheceu e, conforme ele ia falando eu ia me lembrando, até que o reconheci. Ele ficou muito surpreso também.

— Ele já era bonito assim na época de escola? – Saori sorriu.

— Está muito mais bonito agora.

— Isso é trapaça, sabia? Tem algo muito errado aqui... – O olhar de Saori era tenso.

— Como assim? –  Shunrei perguntou, mas logo batidas na porta chamaram sua atenção... Saori caminhou em direção ao som, mas continuou .

— Enquanto você tem dois homens maravilhosos pra escolher, eu estou aqui sem ninguém. Que absurdo! – Shunrei gargalhou.

Saori abriu a porta e sorriu ainda mais ao ver quem era. Shiryu estava ali, e do seu lado estava um homem bonito, com um olhar de expectativa voltado para o interior do quarto.

— Ah, bom dia, Sr. Suyama. Estávamos falando de você... – Saori disse e recebeu um olhar de desaprovação de Shunrei.

— Bom dia. Estavam? – Shiryu replicou.

— Sim, só coisa boa – Piscou – Não achei que nos veríamos tão cedo assim.

— Apenas queria ver como Shunrei estava, mas a enfermeira já me adiantou que ela está se preparando para voltar pra casa.

— Sim, é verdade. Por favor, entre.

— Obrigado – Shiryu adentrou e, sem cerimônias, caminhou até Shunrei. Seiya apenas observou a garota a sua frente por um momento. Imaginou ser a amiga que o irmão mencionou anteriormente. Ela era bem bonita, mas não se demorou no pensamento. Logo, juntou-se a ela no olhar, que se focava no seu querido irmão e na garota misteriosa que agora ele via de longe.

Sorriu ao finalmente encontrá-la. Ela parecia ser feita sobre medida para o Shiryu e ele sabia disso só de olhar.

Da porta, Shiryu já podia ver Shunrei, contudo mal podia esperar para se aproximar dela. Ele a viu abrir um sorriso encantador e aconchegante, que o fez sentir uma enorme vontade de abraça-la. 

O vestido simples moldava seu corpo perfeitamente, pouco acima do joelho, deixando-a com um ar de menina que o seduziu.

— Olá! – Ela disse primeiro, ainda sorrindo.

— Oi... – A cumprimentou e se permitiu dar um leve sorriso – Você está muito bem.

— Sim, saber que vou pra casa colaborou consideravelmente. Mas, você não tinha que estar de repouso?

— Não, eu... Eu estou bem e muito feliz por sua alta.

— Bom, ainda vou ficar de molho uns dias – Levantou um pouco o braço imobilizado – Ainda assim, estarei em casa – Sorriu e Shiryu retribuiu o sorriso.

— Eu sei como é. Eu nunca fui uma pessoa muito sentimental ou qualquer coisa do tipo, mas até meu quarto pareceu mais acolhedor depois do acidente. Fiquei até meio mal por você ter passado a noite aqui.

— Ah, que isso. Eu também estou indo pra casa, então vamos apenas recomeçar, o que acha? – Fitou-o por um momento e Shiryu sustentou seu olhar, sem nem ao menos perceber o quanto se demorava nesse gesto.

— É uma boa ideia...

          Enquanto isso...

— Fomos esquecidos... – Seiya mencionou baixo, com um sorriso travesso. O irmão estava caidinho por aquela garota e é claro que ele tiraria proveito disso.

Saori, que até então apenas observava o desenrolar dos fatos como uma leitora a espera do primeiro beijo entre os protagonistas de um livro, fitou o rapaz que ainda estava na porta.

— Totalmente! – Correspondeu o sorriso e o mesmo tom de voz – E isso está me divertindo.

— Divertindo?

— Minha amiga não é muito aberta a relacionamentos e vê-la entretida com um rapaz é novidade pra mim, que já tentou tantas vezes que ela se interessasse por alguém.

— Ora, ora... Pois posso afirmar que também é novidade ver meu irmão com a guarda tão baixa por uma garota.

— Isto é porque ela não é uma garota apenas. A minha amiga ali é modesta, mas é acima da média e eu tenho certeza de que seu irmão jamais encontraria as qualidades que ela tem, em mais ninguém.

— Pois eu lhe digo que sua amiga jamais encontraria melhor partido que meu irmão em todo o país. E eu afirmo isso pela pessoa que ele é, sem mencionar questões financeiras.

 Fitaram-se por um momento e foi como se eles vissem, nos olhos um do outro, um brilho convidativo e irresistível.

— Não sei a Srta., mas quero tirar proveito da situação.

— Isso soa como um convite para me intrometer na vida amorosa da minha amiga... De novo – Sorriu provocativa.

— Prefiro dizer que o mundo é feito e oportunidades e não podemos permitir que uma chance tão valiosa escape. Afinal é a felicidade daqueles que amamos.

— Muito convincente.

— Normalmente eu sou.

— Você disse que é irmão dele? – Saori sorriu e se aproximou dele.

— Sim, Seiya Suyama. Fique a vontade para me chamar pelo primeiro nome... – Disse lhe estendendo a mão – É um prazer conhecê-la.

— Nesse caso, me chame de Saori. E o prazer é todo meu – Apertou a mão que lhe foi oferecida.

— Acho que esse e o inicio de uma bela amizade, Saori.

— Digo mais Seiya: esse é o inicio de uma bela cumplicidade... – Sorriu, fazendo o jovem sentir que havia ganhado uma poderosa aliada.


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