Coincidências? escrita por Otsu Miyamoto


Capítulo 19
Dezenove


Notas iniciais do capítulo

Sinto muitíssimo pela demora.
Eu estou fazendo o meu melhor para finalizá-la e então não demorarei tanto assim, nos próximos capítulos.



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Depois do cinema, na volta para casa, a jovem teve a chance de conversar a sós com Shiryu, já que Saori estava “ocupando” Seiya em uma despedida bem longa.

Caminharam devagar até a entrada da casa.

— Vou falar de você amanhã. Como estamos precisando, pode ser que te liguem amanhã mesmo.

— Shiryu, você já me ajuda tanto... Eu nem sei o que dizer – Comentou sem graça.

— Diga que vai – Shiryu rebateu suave – Escuta, eu vou te recomendar para o cargo, pois não tem experiência na área profissional, mas somente isso. Não vou interferir em nada. Você faz a entrevista e se passar, dali em diante, o mérito será todo seu.

Shunrei o fitou, admirada. Ele estava ganhando, cada vez mais espaço dentro de si.

— Tudo bem, eu farei o meu melhor... – ela finalmente disse, sem saber a quanto tempo o estava apenas encarando – Obrigada.

O outro casal encostado no carro observava, sem discrição nenhuma.

— Eles estão no maior clima – comentou Saori – Quase não acredito em como está funcionando tão bem.

— Estar perto dela todos os dias vai facilitar ainda mais as coisas. É questão de tempo eles ficarem juntos... Já podiam estar juntos, mas Shiryu nasceu no século errado – Comentou, quase inconformado.

— Acredite, é perfeito pra alguém como a Shunrei – Saori sorriu, enquanto sua mão se entrelaçada a do jovem – Vamos deixá-los sem graça?

— Macaco quer banana? – Sorriu, enquanto se aproximavam.

Quando já estavam bem perto e já tinham a atenção de ambos, Seiya apenas se virou e deu um belo beijo em Saori, de deixar qualquer um na vontade.

— Precisamos repetir esse passeio – Seiya ainda fitava Saori com um sorriso travesso nos lábios, porém falou alto, direcionando a atenção ao irmão em seguida – Não acha, Shiryu?

Shiryu não se deu o trabalho de responder. Era clara a intenção dos dois. Apenas voltou a fitar uma muito corada, Shunrei.

— Obrigada por hoje, eu gostei muito.

— Eu que agradeço por tudo.

— Até breve? – indagou levemente ansioso.

— Até...

Shiryu se aproximou, depositando um beijo firme e suave em seu rosto. Mais demorado que o casual. E então finalmente se afastou, passando por Saori e se despedindo também.

— Foi um prazer, Saori.

— Com certeza, até mais – disse alegre.

— Vem, Seiya – Lançou um olhar duro e firme, enquanto caminhava até o carro.

— Sim, papai – Resmungou alto, fazendo Saori rir – Melhor eu ir antes que ele me deixe de castigo – Deu um selinho na jovem e voltou-se para Shunrei – Nos vemos na empresa.

Provavelmente não a veria, porém queria reforçar o pedido de Shiryu.

Seiya mal podia conter o sorriso, afinal a noite tinha sido muito melhor que o esperado.

***

No dia seguinte, Shunrei recebeu a ligação da responsável pelo RH, como Shiryu havia dito. Uma moça muito simpática chamada Marin, convidou-a para a entrevista, na parte da tarde. E que levasse um currículo.

Apesar de estar animada, tentou não criar expectativas, pois não tinha experiência na área. A tarde ela foi, e foi dirigindo o carro de Saori. Por livre e espontânea pressão da amiga.

Seria a primeira vez no volante depois do acidente. Ela estava estranhamente tranquila quanto a isso. Achou que ficaria nervosa, ou que as lembranças daquele dia a afetariam, mas não. Foi como se nada tivesse acontecido.

Chegou á empresa meia hora antes do combinado. Como orientada por telefone, procurou por Marin e foi muito bem recebida. A jovem de cabelos avermelhados era tão receptiva que Shunrei sentiu-se completamente à vontade.

Ela preencheu o cadastro com seus dados, lhe entregou o currículo e conversaram por cerca de vinte minutos. Shunrei mencionou suas poucas experiências profissionais, sua tão sonhada graduação e seus objetivos. Falaram sobre rotinas, horários, expectativas e até sobre a vida pessoal de ambas. Marin explicou a jovem que prefere essas entrevistas individuas aquelas em grupo, por justamente poder avaliar melhor cada um.

E, realmente, teve que concordar, foi mais agradável do que podia ter imaginado.

Marin pediu que a jovem esperasse por alguns momentos e se retirou. Shunrei aproveitou para observar o lugar. Não sabia se a empresa era grande, mas era bem movimentada. E todas as pessoas eram muito codiais. O verde predominava em quase todos os ambientes, variando apenas o tom.

Ficou cerca de dez minutos sozinha até que Marin retornou, com uma folha em mãos, dizendo que se alegrava em dizer que ela havia passado.

Mal pode acreditar. Sua surpresa aos poucos se transformou em alegria. Finalmente, trabalharia na sua área.

Marin a orientou sobre onde ir para fazer o exame admissional e os documentos que deveria trazer já na segunda-feira, para que terça ela já pudesse ingressar efetivamente.

Shunrei precisou se conter para não ir saltitante até o estacionamento. A primeira coisa que fez ao entrar no carro foi ligar para Saori.

— Oi, garota – Saori respondeu animada, no primeiro toque – Tudo bem?

— Oii... Advinha quem conseguiu o emprego? – direta.

— Sério? Eu sabia!! – gritou empolgada, fazendo Shunrei sorrir – Parabéns, menina. Seus sonhos estão todos se realizando em sequência. Primeiro sua carta, agora o emprego. Passa um pouco da sua sorte pra mim?

— Boba. Não esqueça que eu sofri um acidente e destruí seu carro – respondeu.

— Primeiro, se não fosse o acidente você, provavelmente, nem teria saído daquela lanchonete e feito essa entrevista. Segundo, o carro está inteirinho na sua mão, que alias, está super bem e saudável – rebateu – Se isso não é sorte, é o que? Aproveita um pouquinho, Shunrei. É o seu momento! E por falar em aproveitar, viu Shiryu por ai?

— Não, Saori – respondeu sorrindo – Só a Marin mesmo, que me entrevistou.

— Então, desliga esse telefone e liga para ele, agora, para dar a boa noticia. E agradece. A gente se fala quando você chegar, cuidado na volta, beijos – emendou tudo, de modo que Shunrei mal pode pensar em responder, e desligou, simples assim.

Bom, não é como se a Saori não estivesse certa. Mas, o coração da jovem acelerou, só de pensar em ligar para ele. É sinal de que há um sentimento crescente ali.

Ainda com o celular em mãos, se convenceu de que não era nada demais. Ela queria agrade-lo, então fez a ligação. Foi atendida do terceiro toque.

— Shunrei... – A voz grave de Shiryu inundou seus ouvidos, deixando-a alegre e nervosa, ao mesmo tempo.

— S-sim... – limpou a garganta – Estou atrapalhando?

— Não, pode falar.

— Eu só queria dizer que acabei de fazer a entrevista. E eu passei, então muito obrigada.

— Que noticia boa, eu sabia que passaria. Seu entusiasmo com o trabalho é contagiante. E o mérito é todo seu. Eu apenas te indiquei, não interferi, como o prometido.

— Obrigada... Marin é fantástica, nos demos muito bem.

— Você já foi embora?

— Sim, faz alguns minutos... – Embora ainda estivesse no estacionamento.

— E quando começa?

— Na terça.

— Ótimo, estamos precisando de ajuda e sei que você se dará bem com a função... Confesso que estou ansioso para trabalhar com você – disse baixo.

— Eu também... – respondeu. A jovem repetiu internamente que Shiryu estava falando de trabalho, mas o frio na barriga queria que fosse mais. Permaneceram por alguns instantes em silêncio e apenas saber que ele estava do outro lado da linha, já era agradável – Eu... Eu não quero tomar mais do seu tempo. Só queria mesmo agradecer, obrigada, mais uma vez.

— Vamos sair, para comemorar, neste fim de semana? – A voz dele parecia ter vacilado, mas poderia ser só impressão – Quando Seiya souber, vai invadir a minha sala e fazer a mesma proposta, então vamos assumir a vantagem e escolher o lugar, desta vez.

Shunrei achou graça. Sua amiga também virá com a mesma ideia. Eles são muito parecidos em vários aspectos.

— Boa estratégia. Eu topo.

— Ótimo, pode escolher o lugar.

— Na verdade, eu não sou de sair muito... Saori quem sempre me arrasta para os lugares. Eu sou simples e gosto de coisas simples... Como pic-nic no parque. Eu fazia muito isso com meu avô.

— Perfeito para mim.

— Sério? – perguntou surpresa. Foi mais um comentário aleatório do que uma sugestão.

— Sim. Eu nunca fui a um pic-nic, então...

— Nesse caso, eu vou adorar... – Ficaram mais um momento em silêncio – Vamos nos falando, então.

— Sim. Até Shunrei...

— Até... – Desligou o celular, mas ficou olhando para o aparelho, por alguns momentos. Quando finalmente fechou os olhos, respirou fundo e então se permitiu dizer, baixinho.

— Acho que estou gostando de alguém, vovô.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando? O que acontecerá agora??




Quero reforçar que não irei abandoná-la mais...
Eu demoro, mas apareço haha
E podem me cobrar a vontade o/



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