-Cheguei – Gritei, mas não obtive resposta – Podem entrar.

 Shun disparou na frente e quase mim derrubou, mas fiquei apoiado na parede, Say olhava para todos os lados observando cada detalhe, era a primeira vez que ficava no mundo humano com mais de cinco minutos. Tirei os sapatos e os coloquei lado a lado no chão, Say não entendeu e colocou o pé com tudo no chão da casa.

-O QUE ESTA FAZENDO?– Gritei, ela fechou a cara para mim.

- Estou entrando – Disse.

-Você primeiro tem que tirar os sapatos.

 Ela ficou confusa, mas tirou os sapatos. Segui para a cozinha, Shun corria para todo o lado animado, enquanto Say andava para todos os lados da casa fazendo perguntas como: “Não tem perigo se o teto cair?” “O que é isso?” “Por que isso é assim?”

 Sentei-me à mesa e apoiei minha cabeça na mesa dando um longo suspiro, tinha faltado muito tempo á escola, teria muito trabalho para fazer. Fiquei um tempo ouvindo os passos curtos e rápidos de Shun correndo e os passos pesados de Say. Depois desse longo tempo levantei e fui para a cozinha, já eram 6 horas da noite. Fiquei preparando o jantar em quanto Say assistia a TV e Shun brincava com uma coisa que arranjou no chão.

-Está pronto – Gritei.

Say colocou a cabeça perto da porta e ficou olhando a mesa pronta.

-O que é isso? –Aquelas perguntas já estavam irritantes.

-Ah, isso. Isso é o jantar – Sentei-me à mesa colocando arroz na tigela.

 Ela se aproximou devagar e sentou na primeira cadeira que viu. Coloquei arroz em outra tigela e a entreguei para a Say que ficou mim olhando por um tempo.

-O que é um jantar – Perguntou pegando os Hashis e cutucando o arroz.

-Ah, como posso explicar... – Pensei da maneira mais fácil de explicar – O jantar e uma das refeições que nos seres humanos fazemos.

-Hum...

Coloquei uma das outras tigelas no chão, Shun correu e começou logo a comer. Daí em diante ninguém falou mais nada. Lavei os pratos calmamente, o único barulho agora era do relógio. Já tinha mostrado a Say o quarto dela e Shun tinha ido dormir perto da minha cama. O tempo passou e eu finalmente terminei de lavar, mas que serviço mais chato.

 O despertado tocou, não queria acordar, então fiquei mim “embolando” na cama, mas meu momento acabou, levei um chute e cair com lençol e tudo no chão.

-O QUE ESTÁ FAZENDO? – Gritei o mais alto que puder, Say estava em cima da minha cama com o uniforme escolar da minha escola – Não mim diga...

-Já e tarde, vamos nos atrasar para a aula – Disse descendo da cama e indo ate a porta.

-NNNNNNNNÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO

Desci as escadas, mas parei, um cheiro invadiu o ar, cheiro de queimado. Corri ate a cozinha, Say estava ali, com um avental e tentando fritar um ovo, a fumaça se espalhou pela casa inteira, peguei a panela e derramei tudo na pia, soltei a panela, minha mão queimava. Eu a coloquei na água da torneira e a observei por alguns estantes e voltei à atenção para Say.   

-Eu tentei...

- Ta, mas não faça isso de novo sem antes aprender a fazer direito – Disse a ela.

 Tive que limpar toda a bagunça e fazer o café da manha. Depois de terminar de fazer e de comer, segui ate a porta logo atrás de mim estava Say e Shun, deixei primeiro Say passar.

-Onde pensar que vai? – Olhei para baixo encarando Shun.

-Eu vou...

-Não fale besteiras – Disse alto e claro, mas o que recebi foi um chute na cara dele.

-Ta eu sei, vou ficar aqui, ate mais – Disse ele.

-Então tchau – Sai pela porta e a tranquei, Say estava no portão mim encarando.

-Vamos logo seu idiota.

-Xinga, mas não ofende.

 O caminho inteiro ate a escola ela não falou nada só ficou suspirando.

-IIIKKKUUUTTTOOO – Uma voz mim chamou, olhei para trás, uma figura de um menino loiro corria em minha direção, abrir um grande sorriso, era o Akira.

-BOM DIA AKIRA – Gritei ao longe.

-Bo-bom dia – Disse ele tomando fôlego.

- Você melhorou – Ele deu um sorriso e mim cumprimento com nosso aperto de mão que fizemos quando nos conhecemos.

- Quem é ela? – Perguntou arregalando os olhos para Say que fechou a cara e o encarou.

-Ela é...

-Mim chamo Say – Disse ela mim interrompendo.

-Ela é minha prima que mora Muuuito longe daqui – Inventei qualquer desculpa, mas minha mentira por um tempo pareceu não convencer o Akira, ele a olhou e olhou e finalmente sorriu.

-Olá, prazer meu nome é Akira Nodoka sou amigo do Ikuto.

-Hum... Vamos se não vamos nos atrasar – Disse ela ignorando o Akira por completo.

-Garotinha estranha – Sussurrou Akira.

-Vamos – Disse a ele.

 No caminho da escola conversei com Akira sobre algumas bobagens, Say só olhava para trás com raiva e aumentava o passo.

-Ei, por quê sua prima é assim? Por que ela veio mora logo na sua casa? EI, DÊS DE QUANDO VOCÊ TEM UMA PRIMA?

-Fala mais alto, o povo da China ainda não ouviu.

- Desculpe.

-Eu também não sabia que tinha uma prima, ela só apareceu lá em casa e disse umas coisas - Tentei ao Maximo inventar uma mentira.

-Hum... Ta, mas por que você faltou quase duas semanas inteira? - Ferrou nada veio a minha cabeça na hora.

-E...E...Eu – Gaguejei.

-Tivemos que viajar para outra cidade – Disse Say se aproximando de nos.

-Ata – Disse ele em um tom de desconfiança.

 Com Say na conversa as coisas mudaram para outro assunto. Say parou de repente e ficou olhando para frente, paralisada, parecia está vendo algo inacreditável, mas era só a escola, ela ficou um tempo ali, parado olhando a escola.

-Say-san tudo bem? – Perguntou Akira balançando a mão na frente do rosto da Say.

-Vamos – Empurrei-a.

 Aos poucos consegui fazer ela passar pelos portões da escola, finalmente ela andou deixando eu cai feio no chão, ela seguiu ate a entrada da escola.

- Ela esta mais estranha – Disse Akira entrando na escola – Parece que nunca viu uma escola na vida.

 Realmente Say nunca tinha ido a uma escola no mundo humano, ela foi educada entro do laboratório com uma única professora, meu coração disparou, ele não parava de bater rápido, mas por quê isso?

- Say aqui você tem que tirar os sapatos e trocar por esse – Disse a ela.

-Ata – Ela pegou seu sapato e trancou o pequeno armário.  

 Seguimos ate a sala, mas quando olhei para trás para ver a Say, adivinha! Ela não estava ali, tinha sumido completamente.

-Ei, Akira você viu a Say?

-Não, ela não estava atrás de nos?

-Hum... Eu vou procurar ela.

-Não – Disse ele mim segurando pela gola da camisa – A aula vai começa.

-Mas... – Não deu tempo eu cai e ele começou a mim puxar.

 Cheguei à sala ainda sento puxado pelo Akira. O professor já estava na sala de aula.

-Bonito NE?! – Disse ele arregalando os olhos para nos encarar.

-Desculpe Fuji-sensei, estávamos conversando e nem nos demos contar que horas era – Disse Akira se curvando para se desculpa, levantei e fiz o mesmo.

-Está bem – Nós dois abrimos um grande sorriso que se desapareceu quando ele continuou – Mas vão ter que mostrar a escola para nossa nova aluna, pode entrar Sra.Say – Quando ele falou isso uma menina com cabelos longos pretos e olhos azuis vivos entrou na sala sem expressão.

 Por um momento fez silêncio na sala toda, ninguém falava nada só observava a menina.

-Vocês dois se sentem – Akira e eu fomos para nossas bancas, sentei em minha banca no final da fila perto da janela.

-Cof Cof – Ele começou a escrever no quadro o nome Say – Essa e a nova aluna, ela veio dos Estados Unidos, pode se apresentar.

-Olá, meu nome é Say venho dos Estados Unidos por razões pessoais, não garanto nada sobre mim e vocês, só isso – Disse sem emoção.

-A-Ah pode se sentar ali no meio daquela fila no canto da parede – Ela não andou, agora ela só mim encarava – Say-san pode ir – Ela se dirigiu ate a banca e sentou com brutalidade, ela não sabia mesmo agir feito uma pessoa normal.

A aula continuou como sempre, um tédio total. No fim daquela “tortura” varias pessoas se amontoaram sobre a banca de Say.

-Aqui – Disse Akira jogando mais de dez cadernos sobre a mesa – Esse é todo o dever de casa que você não fez e todas as anotações das aulas que você faltou.

-Ah, obrigada Akira, mas isso não e muita coisa?

-Bem feito HAHAHAHAAHA Quem manda falta quase uma semana?!
-CALA BOCA SEU IDIOTA!!!!

-EU IDIOTA?! OLHA QUEM FALA!

-AH E MESMO É ?

 Daí eu e o Akira começamos a gritar feitos loucos e chamar muita atenção.

-Os dois babacas querem parar de brigar? –Disse Say nos separando.

 Na hora do almoço íamos mostrar á escola, mas...

-Ei Ikuto!

-Que foi Akira!

-Cadê a novata?

-Hum... – Olhei para todos os cantos da sala procurando Say, mas ela não se encontrava ali – A MALDITA SAIU DA SALA SEM AO MENOS NOS AVISAR.

 Andamos pelos corredores, mas não havia sinal da Say. No final o horário de almoço acabou e eu e o Akira ficamos com fome e nem encontramos Say pelos corredores.

-Ficamos o almoço todinho procurando ela que nos esquecemos de almoçar – Disse o Akira colocando a mão na barriga.

-Sim.., - Disse abrindo e mim deparei com a figura da menina.

-Vocês são idiotas de primeira – Disse Say.

-ONDE VOCÊ ESTAVA? – Gritei e levei um soco no rosto.

-Não grite comigo, vocês não fizeram esse trabalho de mim mostrar á escola, então eu fiz sozinha.

 O dia na escola tinha terminado, o Akira tinha ido na frente, pois eu tinha que procurar a Say para ir embora para casa em paz.

-Onde será que ela se meteu – Disse em voz alta.

 Parei no corredor “Claro, o terraço da escola”. Subi as escadas da escola, abri a porta que levava ate o terraço, mas minhas esperanças diminuíram, não tinha ninguém lá.

-Ela não está aqui.

-Ei seu idiota – Olhei para baixo, logo ao meu lado Say estava sentada se encostando na parede.

-O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTA FAZENDO?

-Ah, pare de gritar e aproveite a tranqüilidade.

 Sentei ao seu lado e fiquei observando as nuvens.

-Aqui no mundo humano as coisas parecem mais fácies – Disse ela também olhando as nuvens.

-Hum... – Ficamos observando as nuvens ate o pôr-do-sol.

 De repente ela se levanta com uma expressão de preocupada, o céu ficou escuro, um bola negra desceu com grande velocidade e caiu no meio do lugar onde estávamos espalhando muita fumaça. Lentamente a fumaça foi se espalhando e uma figura humanóide foi aparecendo em meio a queda.

-E ai pirralhos?! – Disse uma voz masculina, era o mesmo homem que acompanhava o Tamaki no mundo dos monstros.          

 Continua...