Entre Magia escrita por Julisanmel


Capítulo 27
Capítulo 28 - Lembranças... Seguindo em Frente.


Notas iniciais do capítulo

É vocês querem me matar.
Mas aconteceu tantas coisas nesse tempo todo que me impediram.
Primeiro: Entrei pra uma ETEC e não é nem um puco fácil, e como era começo de ano foi uma correria com documentação.
Segundo: Carnaval, minha família fica mais louca do que o normal e é tudo correria.
Terceiro: Depois do carnaval eu QUEBREI O BRAÇO!
Quarto: Depois de um mês com ele engessado eu tive que fazer fisioterapia e não conseguia mexer no teclado.
Quinto: pilhas de lição pra por em dia junto com a fisioterapia.
Sexto: Semanas de provas e trabalhos!
Sétimo: O Word não queria pegar.
Bem, mas eu me esforecei bastante para que este cap saísse, acredito que ficou grande.
E quero agradecer a duas pessoas queridas, A Ana (SweetGirl) por estar sempre me pressionando e me apoiando e a japynhaahw por se importar tanto da fic!
Dedico este cap tenso a vcs e todas as outras!
Beijos até lá embaixo!



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Cap. 27 – Lembranças... Seguindo em frente.

Eles corriam sem parar, sem um rumo aparente. Já haviam se passado séculos nisso, no caminho eles encontraram de tudo um pouco, várias espécies – boas e ruins – as quais ajudaram e derrotaram. Era tudo no automático, eles estavam mais fortes, mais experientes, mais concentrados, mais responsáveis, porém... Jhuly ainda sentia uma dor descomunal dentro do seu peito, uma dor a qual deixara um buraco escuro e fundo, um buraco ao qual – por enquanto – nada poderia ser feito para melhorá-lo.

Durante o primeiro século desde aquilo que havia acontecido (coisa que ninguém se atrevia a mencionar) eles simplesmente vagaram por muitos lugares sem ter nenhum lugar fixo, estavam mais unidos do que tudo, no entanto não estavam prontos para desabafar sobre aquilo que mais os machucavam, principalmente Jhuly e Diogo.

Depois deste período eles começaram a se fixar de tempos em tempos em alguns lugares, começaram a prestar mais atenção na evolução que o mundo à sua volta fazia.

E assim foram aproximadamente durante 500 anos desde que saíram de sua terra natal, da terra onde deixaram aqueles que eram mais importantes para si.

Jhuly era a pior entre eles. Quando paravam para dormir ou descansar um pouco ela tinha ataques, gritos durante a noite, se debatia, tinha insônia... Nenhum deles gostavam de ver ela assim, aquela garota que vivia sorrindo, que apoiava à todos em tudo, a palhaça da família, o porto seguro de todos, a Julhy que todos amavam e idolatravam havia sumido, e por tempo indeterminado. Ao mesmo tempo que o tempo parecia passar rapidamente, ele parecia nem sequer sair do lugar. Isso era desgastante, já haviam batalhado, se tornaram juízes outras vezes, ganharam inimigos, aliados que prometeram suas vidas quando fosse preciso por terem lhes ajudado quando mais precisavam.

E foi depois de tudo isso que numa certa época eles encontraram com aqueles que mais marcaram seus percursos de vida...

POV. Jhuly na época.

[n/a: vejam a tradução das letras]

[link da música: http://www.kboing.com.br/the-pretty-reckless/1-1111685/]

Estávamos correndo numa floresta na Itália. Estamos tendo que fazer absolutamente tudo às escondidas, no mais sigilo possível. É época de caça às bruxas, e se eles suspeitarem de qualquer coisa vinda de nós será um problema, afinal, não podemos sair por aí acabando com qualquer um que descubra o que somos, estamos aqui para proteger os humanos por mais que o que eles tenham tentado fazer até agora é acabar com qualquer coisa que seje considerado “anormal” perante eles. Por isso que até mesmo as espécies que temos que matar temos que proteger ao mesmo tempo, pois descobrindo eles é um caminho a menos para nos descobrir.

– Jhuly, sinto que tem algo nesta floresta... Alguém está correndo perigo e...

– AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH! – um grito cortou a floresta vindo ao leste.

– Vamos. – foi a única coisa que disse antes de sair em disparada ao local do grito.

No caminho marcas de pegadas negras eram vistas no chão junto à manchas vermelhas... Sangue.

Corremos mais um pouco, alguém ofegava, no caso uma mulher. A área era escondida por muitos arbustos e grandes árvores, porém ao centro num local gramado havia uma mulher, mas não era uma mulher qualquer, era uma em trabalho de parto. Arregalei os olhos perante isto.

– Jhu, rápido! – Diogo alertou. Ele e eu estávamos mais na frente de Sabrina e Davy.

– Ah deuses! – ofeguei. – Sabrina, Davy, vão atrás dos donos das pegadas negras. Eles devem estar por perto ainda. Ou eles estão atrás dela ou a deixaram neste estado. Vão! – disse enquanto me encaminhava ao lado do Diogo para perto da moça, os dois assentiram e foram correndo de volta ao local onde estavam as pegadas.

Ao estar em frente a pobre mãe em trabalho de parto pude reparar melhor na mesma. Ela parecia ter uma estatura baixa, longos cabelos louros lisos, pele clara e macia mas que estava com muitos hematomas, arranhãos e machucados espalhados por todo seu corpo e rosto, uma aparencia jovial. Ela sofria, e muito.

– Ela... ela... – Jane tentava falar.

– Ela se parece com você. – Rosalie terminou também olhando a sôfrega mulher na relva.

– Mas... como? Minha mãe não tinha a pele tão clara e era morena, um tom acima do cabelo do Alec.

– Não... sua mãe era loira dona de um lindo sorriso, Jan. – Jhuly disse com um pequeno sorriso nos lábios olhando para si mesma e a mulher na cena.

– Como pode isso? – Alec não aguentou perguntar.

– Vocês irão entender... – Diogo disse perdido também naquela lembrança.

Este momento era muito marcante e especial para os dois, Digo e Julhy, na época eles notaram que a partir deste momento tanta coisa dentro de si iria mudar por causa do ocorrido naquele lugar escondido dentro da mata italiana.


– Não.. não me machuquem, por favor. – ela implorou ao nos ver em sua frente. Era de se esperar uma reação dessa, já que nós dois vestíamos nossas capas longas de capuz e provavelmente sejá lá quem a encontrou ou de quem ela esteja fugindo também deveria usar algo para se esconder da visão.

– Não iremos te fazer mal. Somos pessoas do bem e só queremos saber o que lhe aconteceu e te ajudar com isto. – tranquilizei-a.

– A quanto tempo está aqui em trabalho de parto, moça? – Diogo perguntou se abaixando ao lado dela. Me aproximei do lado direito da mulher e lhe imitei também me agachando.

– S-sim... estou aqui acho que há meia hora... E-eu parei pois entrei em trabalho de parto e não aguentei mais fu-fugir.

– Fique calma e lhe ajudaremos nisso. Agora me diga qual o teu nome? – perguntei.

– M-me chamo A-anneli-ze.

– Annelize... lindo nome. – disse-lhe sorrindo.

– Eu me chamo Jhuly e este é Diogo.

– Jhuly! Há magia negra em volta do ventre dela. A criança vai morrer se não a retirar agora! – Diogo disse com a mão direita sobre o ventre de Annelize.

Coloquei minhas mãos sobre sua barriga enquanto Di retirava a sua e ajudava ela a se ajeitar melhor para poder nos ajudar agora. Fechei os olhos e me concentrei, sentia o brilho lilás sendo emitido por minhas mãos, rapidamente abri os olhos os arregalando.

– Não... não é criança, Di. – ele me olhou interrogado. – São crianças, são gêmeos. Um casal na verdade. – disse-lhe e logo dirigi-me à Annelize.

Ela tinha um sorriso lindo nos lábios apesar da dor que sentia.

– M-meu marido suspeitava d-disso também... e-e-ele...

– O que houve com ele? – perguntei ao notar que ela não conseguia terminar de falar.

Uma lágrima caiu de seu olho esquerdo e seus lábios se comprimiram. Lhe lancei um olhar pedindo permição, ela não entendeu o porquê mas concentiu. Cheguei perto de seu rosto e toquei-o com a mão direita ainda emitindo uma luz, novamente fechei os olhos me concentrando. Toda a sua vida passou perante meus olhos em milésimos. Também permiti que uma lágrima fugisse de meus olhos.

Olhei chorosa para Diogo, ele somente esperou para que eu lhe contasse o que tinha visto.

– Eles tem linhagem de bruxos, a família dos dois foram mortas quando tinham uns 7 anos então se juntaram dês disso, se apaixonaram logo e se amam profundamente, casaram-se ao se tornarem maiores de idade. A geração deles fora pulada, mas o sangue bruxo ainda corre em suas veias, com isso estão sendo perseguidos por outras espécies, os humanos não sabem o que são já que nunca revelaram suas origens muito menos fizeram algo relacionado a bruxaria. Porém com a gravidez se tornou pior se esconder, ainda mais sendo gêmeos a poder é emitido com maior intensidade.

– Mas o homem? O que houve com ele, Jhuly?

– Ele foi morto... a pouco tempo. Ficou para trás para atrasá-los e mandou Annelize ir na frente. Ela só foi porque era a vida dos seus filhos que estava em maior perigo, já que eles descobriram que a geração deles fora pulada, esperam que a das crianças não seja.

– Sinto muito por ter perdido ele, Annelize. Iremos fazer de tudo para lhe ajudar agora. Pode confiar em nós? – Diogo disse a ela com um olhar machucado. Sabíamos o que era sofrer por perder uma pessoa tão importante em nosso vida. Ela não iria aguentar nem se perdoar se perdesse agora seus filhos.

– Jhuly você faz isso e eu ajudo na força e vigio, está bem?

– Sim.

Me posicionei em sua frente para poder agir. Suas roupas estavam toda rasgada, usava uma blusa de linho branco (agora totalmente sujo) e uma longa saia morrom de um tecido muito velho. Diogo levantou sua blusa até sua barriga ficar toda exposta. A visão era horrível, uma enorme mancha negre cobria-lhe o ventre grande, parecia que estava apodrecendo, o que de fato estava, só que só iria afetar os fetos.

– Está bem... Annelize, a partir de agora quero que faça o máximo de força que puder. Iremos te ajudar em tudo o que for preciso e para que faça o menos de força possível, mas esta magia negra está infiltrando na placenta e irá matar seus filhos se não tiramos eles dali nos próximo 30 minutos. Então quero que você faça toda a força que puder quando eu contar 3. – disse-lhe a verdade, era o único modo de combatermos aquilo com melhores resultados.

Ela respirou o mais fundo que podia.

– 1... 2... 3! Força!

– AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH! – ela gritava dando tudo de si no parto. Queria os filhos mais do que tudo. Diogo que estava atrás dela com a mesma no colo tinha as duas mãos apoiadas em sua barriga empurrando-a. Um intenso brilho dourado e preto era expelido de suas mãos.

– 1... 2... 3! Força! – disse novamente usando da magia para ter maior resultado, eu começava a ver alguma coisa.

– AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!

– Mais um pouco, o primeiro já está quase saindo, Anne. FORÇA!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH! – mais um grito, porém o primeiro tinha saído, era um menino de pele clara e poucos cabelos escuros como os do pai.

– É um menino, Anne, agora faça só mais um pouco de força para sua filha estar aqui também. Vamos lá, eu sei que você consegue. – lhe dava insentivo enquanto colocava o menino numa pequena cesta acolchoada que tinha acabado de conjurar.

Mais uma vez ela gritava na esperança de ter sua filha contigo. Eu e Di usávamos o máximo de nossas energias para lhe ajudar. Faltava pouco.

– Só mais um! Só mais um, Anne! – lhe dizia. Faltava pouco, muito pouco para a menina estar fora também.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH! – foi o último grito... a menina estava nos meus braços.

– Acabou Annelize... Sua filha está aqui. – tranquilizei-a pondo a menina em outra cesta conjurada. Esta tinha cabelos loiríssimos como a mãe, era pálida também e muito parecida com o irmão.

Com um pouco mais de magia conjurei duas mantas pequenas e os limpei. Aproveitei também para ver se nenhum dano tinha ocorrido com eles pela magia negra ou a minha e a do Diogo. Não... eles estavam bem.

– M-me... me dê-os aqui, p-por fa-vor...

Os enrolei nas mantas e coloquei-os em seus braços. Diogo já havia lhe encostado novamente à árvore. Um grande sorriso cobriu o rosto dela.

–J-ane e...Al-alec... Jane e Alec. Meus teso-souros... – disse cheia de orgulho transbordando de si. Dirigiu seu olhar a nós dois que nos encontrávamos lado a lado ao seu lado esquerdo. Juntou todas as suas forças restantes para dizer-nos sem gaguejar – Cuide deles por mim... São tudo o que tenho e o que mais amo neste mundo. Por favor, não há ninguém melhor neste mundo do que vocês para isto, e não digo só por terem feito o que fizeram por mim aqui, digo... como um sexto sentido.

– Nós... – Diogo tentou começar.

– Não... por favor. Se não puderem ficar com eles... eu... eu... eu queria que procurassem alguma família que pudesse ficar, mas que fosse nenhuma que tivesse alguma relação com bruxos, seja ela boa ou ruim. Não sei se eles irão herdar os poderes, se só algum dom a mais que o normal. Todavia espero que não herdem nada... para o próprio bem de ambos...

– Nós...

– Nós daremos um jeito. Faremos de tudo, eu juro! – disse cortando o Di e olhando fixamente nos olhos dela. Tinha que mostrar toda a verdade neles, tinha que passar confiança.

Não podíamos dizer que ela poderia cuidar deles, nós sabíamos e ela também que não viveria por mais tempo, o máximo que tivesse seriam algumas horas.

– O-obrigada querida Jhuly... você é muito especial e pura de coração... – não sabia o que lhe dizer agora. Ela se voltou para os gêmeos. – Vo-vocês saibam que... que eu e seu pai lhe amamos, muito mesmo. Faríamos tudo de novo para que vocês ficassem vivos. E... haja o q-que houver de agora em diante vocês são bons não importa o que lhes digam, acreditem em si mesmos e deixem ser amados e amem, esta é a melhor coisa do mundo. Vocês um dia irão encontrar a pessoa ideal e quero que a façam felizes acima de tudo assim como sei que elas farão vocês felizes. E... v-vocês s-saibam que, mesmo se os poderes ou algum dom florecer, nunca serão monstros para aqueles que te amam, quem ama de verdade não liga para essas coisas. E-eu a-amo v-vocês...

Essas foram as últimas palavras de Annelize. Guardarei ela comigo sempre e sempre. Posso não ter passado nem horas com ela, foi só o tempo do parto, mas é o suficiente para que tenha me marcado profundamente.

Eu deixei que as lágrimas escorressem pelo meu rosto, deixei que a tristeza se expressasse por conta própria. Abracei Diogo forte, passados alguns minutos nos soltamos e cada um pegou uma das crianças. Fiquei com Alec no colo enquanto ele pegava Jane. Os colocamos dentro das cestas enquanto decidíamos o que fazer.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa Davy e Sabrina apareceram ali. Olharam para a cena sem entender.

– Lhes explico depois. – me virei para Di – Temos que encontrar o corpo dele e levá-la até lá. Acho que é o mínimo que possamos fazer por eles. Ambos merecem ser enterrados juntos, se sacrificaram um pelo outro...

Ele assentiu e pegou Annelize no colo. Peguei a cesta do Alec e passei a de Jane para Sabrina.

– São lindos, não são? – perguntei a ela enquanto nos virávamos para seguir Diogo e Davy que estavam à frente. Passei uma mensagem mostrando aos três como era ele e continuamos a correr.

Eu e Sa protegíamos os bebês com auxilio de magia enquanto corríamos a toda velociadade. Chegamos perto de uma caverna e vimos ele no chão... morto.

Era alto, pele também clara e cabelos escuros nos ombros. Estava com enormes feridas pelo corpo e muito sangue seco a sua volta.

Davy o pegou no colo e colocou ao lado de Annelize onde Diogo a tinha posto no chão.

– Acho que podemos usar a caverna. – sugeri. Os dois assentiram e logo cavavam um grande buraco para pô-los lá dentro.Pouco tempo depois pegavam os corpos e entravam no buraco com eles. Os puseram delicadamente no chão e entrelaçaram seus dedos. Sabrina e eu jogamos dois buquês de sempre viva no buraco e conjuramos dois mantos para cobrí-los por inteiro e mais um pano de seda por cima. Os rapazes jogaram a terra de volta até encher.

Com mais uma ajuda da magia fiz uma lápide na parede da caverna:

Aqui jaz Annelize B. Deruzzo e Antonie Deruzzo

1054-1077 1052-1077

Áqueles que lutam pelo o que acredita e lutam pelo amor...

Vocês estão no caminho certo.

Cada um colocou mais um buquê de sempre viva sobre a terra, nos viramos para os bebês, peguei Alec novamente e Diogo pegou Jane.

– Temos que encontrar os responsáveis por isso. E acabar de vez com eles. – Sabrina disse. Já havíamos contado tudo o que tinha acontecido à eles.

– Concordo plenamente contigo. – disse.

E estava decidido, fomos o mais rápido possível atrás deles, eu usava da minha facilidade com poder mental para rastrear tudo a minha volta e ver além do nosso campo de visão. Uma hora depois consegui os rastrear ao norte da Itália.

Organizamos como seria nossa emboscada, não era uma espécie muito forte, mas contra dois bruxos sem poderes eles podiam vencer facilmente. Diogo e Davy deram a volta para os trazer em nossa direção enquanto eu e Sa ficávamos numa clareira. Colocamos os gêmeos lado a lado com uma barreira vermelha feita pela Sabrina sendo coberta por uma barreira lilás feita por mim.

Pouco tempo depois o som de passos rápidos vindo em nossa direção alcançou meus ouvidos.

– Ora, ora. Então vocês são os culpados pelas mortes de dois bruxos, certo? – perguntei cuspindo veneno nas palavras.

– Sim, e o que vocês tem haver com isso? – um deles respondeu. Ele era alto, cerca de uns 1,90 de altura, loiro escuro, cerca de uns 37 anos e com marcas do tempo visíveis em seu rosto.

– Acontece que você acabou de matar humanos inocentes e de deixar seus filhos orfãos. E gostaria de saber o porque? – perguntou Diogo que se encontrava ao lado de Da atrás deles.

– Não lhe interessa. – respondeu o outro. Este era de estatura média, cabelos bem curtos cheios de fios brancos misturados com um marrom bem escuro, possuía algumas ruguinhas ao lado dos olhos e também tinha cerca de 37 anos.

– Se não nos interessasse não estaríamos perguntando, e se eu fosse vocês me comportaria bem direitinho e responderia com educação nossas perguntas. Assim eu os mato sem muita dor. – disse com um olhar cortante e mortal.

Estava com muita raiva com o que fizeram aos dois. De alguma forma eles se tornaram muito importantes pra mim, e notei que para o Diogo também. Acho que o fato deles terem feito tudo pelos filhos sem nem ao menos os mesmos terem nascido me fez lembrar dos meus próprios pais, mas acho que tem algo a mais do que somente isso.

Parece que meu olhar e o poder com perigo que emanava de nós quatro, principalmente de mim e do Di, os convenceram de falar.

– Nossa clarividente nos disse sobre o nascimento de um casal de gêmeos bruxos muito poderosos. E para que conseguíssemos mais poder e a controlar melhor nossos próprios corpos teríamos que raptá-los. – o loiro nos contou.

– Vocês Titãs nunca aprendem a lição não é? Foi só a guerra de 807 lhes conceber o direito de ter um corpo do tamanho do de um ser humano que vocês começaram a agir deste modo.

– Jhuly está certa, saibam que podemos reinvidicar este direito de vocês. – Davy avisou.

– Jhuly? Então quer dizer que vocês são os famosos guerreiros da alta classe do Olimpo. – o moreno, que já se demonstrou sendo o líder, disse desdenhoso.

– Se já nos conhece sabe qual será sua punição pelo ato, ou quer que eu lhe explique para ficar claro? – devolvi também desdenhosa.

– Não... eu sei qual é a punição, mas isso não significa que irei me entregar facilmente. – o moreno respondeu jogando o outro em nossa direção e correndo para a esquerda.

Nem precisou de muito esforço, logo Diogo o segurava pelo pescoço e o jogava no chão o prensando. O outro fora segurado por Davy. Fui andando calmamente até o líder e me abaixei.

– Além de idiota é traíra. Tsc, tsc... entregar o próprio companheiro para se livrar da punição. Esse tipo de pessoa é a que eu mais detesto. Traídores! – mas de algum modo antes que eu pudesse por minhas mãos e seu peito e lhe matar ele se teletransportou e estava ao lado da barreira dos bebês. O outro também se teletransportou e segurou Sabrina que virava pra trás para proteger os gêmeos.

– Ah mas não vai mesmo! – declarei aparecendo atrás do líder. – Ninguém irá relar um dedo neles. Agora você acabou com a minha bondade em te dar uma morte rápida, mexeu com os bebês errados! – ao terminar a última palavra eu virei acertando em cheio minha perna direita em seu estômago, ele voou longe.

Sabrina havia jogado o loiro por cima de si e o esganava no chão, sua mão brilhava sinistro de vermelho, parecia sangue de tão intenso que estava. Cheguei perto do outro idiota, o levantei pelo pescoço e prensei-o numa árvore.

– Agora vai aprender a nunca mexer com uma família, a nunca mais fazer duas crianças perderem os pais por ganância. – só deu tempo de uma grande luz roxa neon sair de minhas mãos, um buraco enorme na árvore e o corpo dele virado cinzas no chão.

Passou um minuto em pleno silêncio. Sabrina já havia encinerado o outro corpo. Me dirigi em direção as duas cestas, passei uma para o Diogo com a Jane e comecei a sair dali, logo eles me seguiam.

Passou um tempo e chegamos na orla da floresta perto de uma vila italiana a pouco tempo ao oeste de Volterra. Nos sentamos no chão e demos um pouco de leite que Sabrina havia ido pegar para os bebês.

– Temos que dexá-los com alguma família. – Davy avisou.

– Não! Eu prometi que cuidaria deles, Da. – implorei.

– Eu sei, irmã. Mas contece que é muito perigoso eles ficarem conosco, mesmo sendo provavelmente bruxos.

– Exatamente por isso. Estamos em época das caça às bruxas, já vimos muitos inocente morrerem na fogueira, imagina o que vai acontecer a duas crianças bruxas de verdade.

– Concordo com a Jhu. Não sei se seria bom os deixar. – Diogo me apoiou.

– É só fazermos como Annelize pediu e encontrarmos algum casal que queiram filhos mas que não possam e que não tenham nada envolvido com caçar bruxos ou bruxaria. – Sabrina sugeriu.

– Eu não vou saber escolher, acho que não vou conseguir escolher ninguém que não seja os pais deles ou nós para cuidar dos mesmos. Eles são especias e únicos, ninguém se parece com eles.

– Nós vamos encontrar, maninha. Você e o Di ficam aí com eles e nós vamos a procura.

Passou-se muito tempo, já tinha escurecido quando eles voltaram. Este tempo todo eu e Di ficamos lado a lado olhando, admirando e cuidando desses pequenos.

– Encontramos um casal para eles. Não são nem ricos nem pobres, assim não chamam a atenção. A mulher perdeu o filho a pouco tempo mas ninguém sabe disso. Acredito que vão aceitar os dois. – Davy informou.

– Mas não podemos entregar, temos que deixá-los na porta. – Sabrina completou.

Olhei para Di, ele suspirou fundo.

– Não mais jeito, Jhu. Vamos ter que fazer isso, é para o bem deles.

Concordei.

– É ali. – disseram os dois ao pararmos na orla da floresta ao lado de um rio. Ao longe se via uma casa de dois andares simples e confortável. Eu ouvia passos no andar de cima, a mulher respirando e andando de um lado pro outro enquanto o marido estava olhando a janela oposta a nossa.

– É agora. – disse olhando pro Di.

[link da música2: http://www.kboing.com.br/the-pretty-reckless/1-1058186/]

Nós dois caminhamos com os bebês no colo e a cesta na mão até a porta, dentro da cesta de Alec eu deixara uma carta explicando tudo o que eles precisavam saber e implorando que cuidassem deles. De acordo com o que eu escrevi eles saberiam que eles eram gêmeos, haviam nascido ontem por volta do fim da tarde e que os pais estavam mortos, e eu – uma amiga – não podia cuidar deles por ser menos de idade e estar me mudando da vila, eles se chamavam Jane e Alec e deveriam e mereciam muito amor e carinho. Os deixamos na porta com lágrimas nos olhos me afastei o mais devagar possível. Ao chegarmos na orla da floresta novamente Sabrina bateu na porta com magia e os dois saíram correndo, olhei uma última vez antes de me virar com Diogo e irmos embora.

– Se cuide, Alec. Quem sabe um dia não voltemos a nos ver? Proteja sua irmã, vocês têm que estar sempre unidos não importa o que haja. Força, eu ainda acho que muita coisa irá acontecer na vida de vocês... – disse e fui embora.

Depois de já estar distante o suficiente eu parei e me ajoelhei deixando mais algumas lágrimas rolarem.

– Jhu? Não fica assim, foi o melhor pra eles. É neles que temos que pensar, vão ter uma família e para o próprio bem não saberão o que houve com os pais, mas se lembrarão deles.

– É que... eu não sei. Sinto algo forte, mas não sei o que é.

– Também sinto isso, acho que por nós dois temos estado lá quando a mãe deles disse tudo aquilo, por termos participado tão de perto do fim da vida dela, nos apegamos mais de certa forma.

– Acho que foi isso também... Ei, Di, posso te contar uma coisa?

– O que foi?

– Eu deixei meu medalhão com o Alec e dei proteção a Jane. Acho que o medalhão tinha que ficar com ele para que possa protegê-la.

– Engraçado, porque eu dei meu medalhão a Jane e dei proteção ao Alec. – rimos os dois com isso.

– Nós não temos jeito mesmo, não é? – perguntei aceitando sua ajuda para levantar.

– Não... somos emotivos demais depois de tudo o que houve.

– É... – e seguimos correndo para alcançar os outros dois.

Se passaram cerca de 16 anos depois daquele dia. Ouvi rumores de gêmeos sendo acusados de bruxos nos arredores de Volterra, e isso me preocupou muito, algo dentro de mim me mandava ir para lá. Nós quatro estávamos perto de Londres, e por minha causa resolvemos ir para onde esses rumores estavam acontecendo. Teríamos que passar por Volterra para chegar mais rápido, mas um imprevisto nos impediu quando passavamos por humanos perto dos muros de Volterra perto do Castelo Dei Priori.

Bene, bene. Tu non sei qui. Se sono visitatori piacerebbe sapere il Castello Dei Priori? (Ora, ora. Vocês não são daqui. Se são visitantes, gostariam de conhecer o Castelo Dei Priori?) – perguntou um vampiro de estatura baixa, cabelos nos ombros castanhos claros, olhos pretos vestindo uma longa capa cinza clara com um V detalhado e decorado no peito esquerdo.

No, grazie. Siamo solo di passaggio attraverso la città. (Não, obrigada. Estamos somente de passagem pela cidade.) – disse tentando nos tirar dali rápido.

Ma noi insistiamo troppo. Sarà un passaggio veloce lo garantisco. (Mas nós insistimos muito. Será uma passagem rápida eu lhes garanto.) – o mesmo persistiu.

Não teria como fugir sem utilizar da força, teríamos que ir com eles e nos livrarmos logo sem que ninguém percebesse. Olhei para os outros e eles acentiram.

Va bene allora. Tuttavia, non possiamo fare, dobbiamo affrettarci. (Está certo então. No entanto, não podemos demorar, temos pressa.) – avisei já lhes seguindo para a direção do castelo.

Entramos e caminhamos por muitos corredores escuros até chegarmos em frente a uma porta macissa e de aparência muito pesada, eles abriram-na sem cerimônia ou dificuldade e nos mandaram entrar.

Durante o trajeto eles cochichavam achando que não houviamos, pelo visto o mundo vampírico tinha uma realeza que comandava tudo, moravam no castelo e nós nem sabíamos.

Master. (Mestre.) – os dois se curvaram e foram para um canto mais escuro enquanto nos encaminhávamos ao centro do salão.

Três tronos iguais eram dispostos numa espécie de altar a nossa frente onde se encontravam três vampiros. O da esquerda que parecia ser o mais velho tinha cabelos castanhos claros um pouco abaixo dos ombros e um olhar tedioso nos olhando. O da direita tinha cabelos loiros platinados nod ombros e uma cara de raiva e superioridade pra tudo. E por último o do meio tinha uma pele de papiro, cabelos negros longos e um sorriso de falsa bondade estampado no rosto.

I visitatori, a cui devo l'onore di quattro visitatori belle? Vorrei farti conoscere due nuove perle del nostro castello. Se lo meritano. (Visitantes, a que devo a honra de quatro lindos visitantes? Gostaria que vocês conhecessem duas novas perolas de nosso castelo. Eles merecem.) – disse ele.

– Eu agradeceria se falasse a minha língua. E pare de enrolação, não somos idiotas para cair na lábia de vampiros metidos a superiores. – disse perdendo a paciência.

– Como sabes o que somos? – perguntou o loiro boboca.

– Não interessa, mas vocês não gostariam de mexer conosco. – Sabrina se irritou também.

– Humanos tolos, acham mesmo que podem conosco? – o loiro idiota se intrometeu.

– Primeiro: pelo o que me lembro eu estava dialogando com o falso aqui da frente, a conversa não chegou em você.

– Ora

– Segundo: Eu não sei quem vocês são e saibam que estão atrapalhando nosso caminho, temos assuntos importantes para tratar fora daqui.

– Afiada sua língua, não? Mas que modo o meu. Eu sou Aro Volturi, estes são meus irmão, o moreno é Marcus Volturi e o loiro é Caius Volturi.

– A única coisa que precisa saber é que sou Jhuly e estou sem paciência.

– Olha como ousa falar conosco sua insolente! – bradou Caius.

Em menos dois milésimos ele se encontrava prensado no chão com a mão de Davy em seu pescoço. Ainda estávamos com os capuzes, mas o de Davy caiu com o vento que fez.

Todos eles se espantaram com o ocorrido, pude perceber a tensão que caiu no salão.

– Dobre a língua ao se dirigir a minha irmã, seu verme. – cuspiu as palavras na cara dele.

– Quem são vocês?! – algum vampiro de capa cinza no canto exclamou.

Me virei pra ele.

– Jhuly La Fontaine. Guerreira da elite de Olimpo. – me virei para Aro. – E não estou gostando nem um pouco do comportamento a qual vocês estão tendo nesses 10 minutos que estou aqui.

– E-então vocês existem realmente... – disse ele nos olhando com receio.

– Se sabe quem somos, sabe que não toleramos abuso de poder, e não estou gostando nem um pouco do que estou vendo.

– Nos desculpem. Iremos reparar.

– Iremos fazer um trato. Davy pode soltá-lo. Vocês tem liberdade para comandar o mundo vampírico, afinal vocês são uma espécie predominante, e com isso nos ajudam a deixar as coisas em ordem, não inteferímos nos assunto de vampiros e vocês cuidam disso. Mas se saírem da linha, se houver abuso de poder excessivo, nós iremos tomar as medidas extremas, e você não irão querer experimentá-la.

– Claro. Acordo feito e... – Aro fora interrompido por um subordinado entrando pela porta atrás dos tronos.

Master, i gemelli d'accordo! (Mestre, os gêmeos acordaram!) – nesta hora minha visão escureceu.

Antes que pudessem expressar qualquer reação eu e Diogo já estávamos segurando-os pelo pescoço. Eu segurava Aro e Diogo segurava o anunciante.

– O quê?! Que gêmeos? – perguntei o forçando mais na parede sendo imitada por Diogo ao meu lado.

– Meus mais novos guardas Volturi. Jane e Alec Volturi. Os salvamos de uma fogueira para bruxos num vilarejo aqui perto. – Marcus revelou tedioso mas atento.

– Não... – sussurrei afrouxando um pouco o aperto em seu pescoço, mas logo voltei meu olhar a ele apertando novamente. – Você os transformou porque?!

– Pelo fato de terem dons maravilhosos!! – com o meu olhar entendeu que era para contar sem enrolação. – Jane pode causar uma ilusão fortíssima de dor com a mente e Alec pode tirar todos os seus sentidos.

– Di... – chamei o olhando com um ar desolado. Ele tinha o mesmo semblante que o meu.

– Não podemos mais interferir. Você decretou que os vampiros está no comando deles. – disse sem ter alternativa.

Respirei fundo, não teria jeito.

– Eles estão na sua mão, agora que são vampiros não posso fazer nada. Agradeço por tê-los salvo da fogueira, não chegaríamos a tempo. Mas saiba que a decisão também é deles. Conte tudo e lhes ensinem tudo que saibam, mas se por algum motivo chegar um dia que a decisão deles se opuserem a suas ou eles quiserem desertar, vocês irão aceitar, não irão objetivar contra isso ou irão se ver comigo! – avisei.

– O que vocês tem haver com eles afinal? De onde os conhecem? – Caius se intrometeu de novo. Eu já não gostei dele de cara e ele ainda insiste em piorar sua própria situação.

– Isso não lhe interessa, mas parece que você não entendeu ainda quem somos. Por que não age como o seu irmão e se ponha em seu lugar? Ou não irei me opor na vontade de meu irmão de lhe arrancar a cabeça sem você nem notar. Acho melhor perguntar mais tarde a seu querido irmão sobre quem nós somos, e irá se arrepender de como fala conosco.

Me voltei novamente a Aro lhe soltando e voltando pro centro junto à Diogo.

– Estão avisados. E Aro, sobre os gêmeos é melhor não vacilar, não vai querer se meter comigo se fizer algo a eles. Temos que ir.

Sem mais interrupções seguimos sem rumo para algum lugar longe dali. Ainda senti duas pessoas nos olhando do castelo, mas não queria olhar para trás...

A imagem se dissolveu e finalmente eles estavam de volta a sala de estar da mansão das garotas.

– Eu... eu lembro desta última cena. – Alec se pronunciou olhando meio perdido e fora de foco para Jhuly , Diogo, Sabrina e Davy. – Tinha acabado de acordar e ouvi passos tão distantes que fiquei curioso, não tinha visto minha irmão ainda e não sabia o que estava acontecendo. Só pude ver quatro pessoas correndo velozmente com capar coloridas. Nunca soube, até hoje, porque somente aqueles quatro tinham capas sem o brasão e de cores diferentes de todos. Depois de os ver indo embora foi que olhei pro lado e vi minha irmão na outra janela também olhando...

– Eu pensava a mesma coisa. – Jane declarou.

– Mas acho que agora temos algumas coisas a conversar com tudo o que vimos... – Carlisle declarou olhando pra eles.

Agora que tudo tinha sido “visto” e basicamente revelado era hora de esclarecer sem deixar nada passar. Pois daqui um tempo estas mesmas pessoas da última imagem iriam estar indo até Forks novamente para acusar os Cullen de algo, sem nem saber que quem está nisso com eles são eles, aqueles que Aro e Caius mais temem.


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Notas finais do capítulo

E então?
Ficou bom?
Querem me matar muito dolorosamente?
Alguém aí ainda lê a fic?
Quero reviews por favor! Eles são muito importantes!
Beijinhos e Carinhos!