Entre Magia escrita por Julisanmel


Capítulo 22
Capítulo 23 - Pensamentos conturbados.


Notas iniciais do capítulo

Que saudades de vocês!
Como prometido aqui estou eu (as 01:30 da madrugada kk')!
Bom... fazer este cap. foi difícil, provavelmente vocês irão querer me matar, mas está aí!
kkk'
Espero reviews de todos! Please!
Quem está de férias aí? o/!!
O filme Amanhecer Parte I foi INCRÍVEL! E eu fui na estreia, ai que máximo!
Bom cehga de enrolação!
Até!



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Cap. 22 – Pensamentos conturbados.

“...Te vejo sonhando e isso da medo

Perdido num mundo que não dá pra entrar

Você está saindo da minha vida

E parece que vai demorar...”

Na Sua Estante - Pitty

POV. Jhuly

Eu... realmente não sabia o que dizer. O que falar nessa hora? Como explicar tudo o que me levou a esconder as coisas dele, a verdade dele?

E saber que nem tudo ainda foi realmente explicado e revelado a ele torna a situação mais difícil ainda, afinal, como vou responder as suas perguntas angustiantes se não pude explicar sobre a minha identidade, sobre meu mundo?

A melhor forma a dizer isso... A melhor forma de dizer tudo sem maiores complicações...

- Alec, eu... Eu não posso simplesmente responder essas coisas a você sem antes explicar o que se passa sobre as coisas que me envolvem. – pedi.

- Pensei que era isto que estavam fazendo respondendo todas as perguntas de todos há um tempo atrás. – questionou ele.

É... pelo visto isso vai demorar, mas estou disposta a insistir o quanto for preciso.

- Sim, mas o que eu quero dizer é que tem mais além daquilo. – tentei mais uma vez – Não são só responder perguntas sobre assuntos que eles acham importantes, e sim coisas mais complexas e difíceis de contar.

- Então me explique. Vamos, me diga tudo o que não foi dito pra todos, e vamos ver se eu sou capaz de entender. Aliás, parece que não acha que sou capaz de entender com clareza, já que prefere ir contando bem aos poucos e só quando algo acontece para que tenha que contar sem outra alternativa. – disse ele rude cruzando os braços e olhando-me sério.

Odiava vê-lo assim, principalmente comigo, porém ele não podia entender que a situação era mais drástica? Que não é tão fácil assim?

- Eu não... – eu ia continuar, só que fui interrompida pela voz da Bia na minha cabeça.

“Jhu, temos problemas. Ataque suspeito ao norte entre a fronteira do Canadá e dos Estados Unidos. A situação está tensa, venha rápido!”

Não era preciso responder. Quando se trabalha em algo como o meu trabalho não existe a palavra “não” no termo de recusar serviço. Está no sangue e não podemos desistir... Mesmo que o seu grande amor esteja magoado contigo e esta conversa depende pro relacionamento de vocês...

- Me desculpe... Eu... eu tenho que ir... – nessa hora não tinha coragem de encará-lo e nem de esperar alguma resposta que sei que não irei gostar nem um pouco. No entanto o que ele disse foi rápido o suficiente para que eu escutasse, entendesse e sofresse profundamente.

- Vá. Mas não me procure mais, ok? Se não sou confiável o bastante para que você tenha que mentir, inventar situações e fugir de mim, também não sou o bastante para encarar uma relação dessa. Não dá pra ficar assim. Este dia foi o suficiente para que eu notasse com quem eu estava tentando me envolver... – foram suas últimas palavras antes que eu me afastasse mais e antes que ele mesmo se virasse pronto para voltar pra casa após terminar de dizer tudo isso.

Eu tinha que ser forte agora, estava trabalhando e meus sentimentos não iriam atrapalhar em nada disto. Tive muito tempo para conseguir retirá-los quando preciso, muito tempo... Só não pude impedir que uma lágrima escorresse por meu rosto antes...

POV. Alec

[escute até o fim do capítulo: http://www.kboing.com.br/evanescence/1-1095551/]

Corri sem rumo por um bom tempo. Era o fim, o fim do meu relacionamento com a Jhuly. Não durara nem seis meses, não... muito longe disso. Porém, não tinha como aceitar, como eu simplesmente fingir que estava tudo bem quando ela não soube confiar em mim, não soube se abrir como eu fiz. Não... ela não precisa de mim, acho que nunca precisou.

Parei no topo de um penhasco bem distante de casa, distante de todos e tudo, e na direção ao contrária a qual ela foi. Pude atravessar o terreno dos Quileutes sem preocupações já que nossa amizade nos tornou livres a esse acesso sem pedir permissão. No caminho senti o cheiro dos garotos, eles também deveriam ter sido deixados sem explicações por elas, e pelo visto todos nós preferimos ficarmos sós bem longe disto tudo. Precisávamos pensar em paz, sem ninguém nos olhando ou questionando de alguma forma.

[...]

A vista daqui de cima era tempestuosa. As ondas quebravam com violência na areia e a movimentação na água era conturbadora. Conturbador... acho que é assim que pode ser definido o que aconteceu em um dia, é o melhor termo que descreve como eu estou com tudo isto rolando. Conturbado.

Mais à frente via-se nuvens negras se arrastando em minha direção. Mas isso não chega a ser novidade quando se mora numa cidade onde chuva é o cartão postal.

Não me mexi um musculo que fosse, todavia também não soube o que pensar. Era tudo tão recente, novo, diferente do que estou acostumado ver. Vivi séculos como vampiro achando que era a “raça maior” e sabia de tudo, que nada mais poderia me surpreender. Já esperava uma aventura apenas quando a dona do meu morto coração chegasse – essa parte só fui realmente pensar quando me tornei um Cullen – e além disso não teria nada tão inovador a ver que não fosse a tecnologia humana avançando e degradando de certa forma, só que quando pensava numa “aventura” pela minha amada não esperava ter que incluir outras espécies e segredos dos quais pensei nunca sequer existir. Nunca sequer ouvi falar sobre estes seres aos quais convivi em um dia.

Pra mim o mais perto de novidade e descoberta que poderia chegar era existir híbridos, saber que existe gente de espécies opostas que se relacionam. Até que Diogo apareceu e mostrou o mais improvável dos acontecimentos: Um híbrido filho de um vampiro com uma loba.

Agora a existência de outros seres mágicos mais perigosos até mesmo que nós vampiros e outros que de certa forma comandam eles, é... assustador!

Não sei sinceramente como devo reagir com tudo isso. A chuva já me alcançou junto com uma rajada forte de vento. Eles tentam de certa forma aliviar-me do que está havendo, me ajudar a espairecer, entretanto não é tão fácil assim. Permito-me apenas que ela lave minha... alma, que agora de uma maneira acabei descobrindo que realmente ela existe.

POV. Jhuly

Meus movimentos eram automáticos. Sequer sabia exatamente contra o que estávamos lutando, mas meu corpo já sabia lidar com momentos assim. Ele identificava sozinho o que quer que seja que estejamos combatendo e agia por mim. Eu não existia em momentos assim onde há muitos sentimentos fortes e intensos bloqueados.

Eu saltava, girava, chutava, jogava, batia, machucava, tudo num modo automático, tudo com a cabeça longe...

[...]

Assim que tudo aquilo acabou eu corri, corri sem direção, somente querendo estar longe, esquecer, não deixar que as emoções tomassem conta de mim, pois se isso acontecesse sei que eu não iria aguentar, não seria forte o bastante pra isso. Eu estava sozinha e sei que, mesmo não querendo admitir, se os sentimentos tomassem conta agora eu não conseguiria suportar sozinha. Não de novo.

Caí. Não sei aonde, nem quando durante a corrida, só sei que estou no que me parece ser uma pequena campina a frente do mar revolto. Já sinto o forte cheiro de chuva que se estendia por todo o lugar e estava quase me alcançando. Estou em algum lugar ao litoral do Canadá. Não me importa onde, não me importa mais nada...

Por quê? Me diz por que ter esta vida tem que significar carregar tantas coisas nas costas? Sofrer tanto?

Eu não pedi pra ser o que sou, não pedi pra ser uma Incantriz, simplesmente estava no sangue e dele não tem como fugir. Eu aceitei ser o que sou, eu aceitei pelo fato de ser o certo, de que com isso eu estaria ajudando de todas as formas que me fosse possível. No entanto eu... eu não sei no que isso está me levando. Perdi muito durante todos este tempo nesta vida. O que mais falta acontecer? Por que eu não posso contar? Por quê?

- Ah mamãe... queria tanto te ter agora aqui... Só pra me abraçar, me embalar como só a senhora sabe fazer, te pedir a benção como me foi ensinado sempre, te escutar sussurrar coisas sem nexo ou banais no meu ouvido mas que continham uma força de calmante incrível, só queria poder olha-la uma última vez e pedir pra que aquele dia fosse diferente, pra que assim agora a senhora e todos estariam aqui comigo e eu teria a sua doce e grande sabedoria para me guiar... Ah mamãe... – eu já suplicava por isso. De joelhos na relva, com a chuva se intensificando sobre mim, já não sabia o que eram minhas torrentes lágrimas que insistiam em cair e o que eram gotas de chuva sobre mim.

Senti braços quentes me envolverem neste momento, quando notei havia 6 braços a minha volta. Levantei a cabeça e me deparei com Diogo ao lado de Sabrina que me abraçava e o Davy do meu outro lado me apertando contra si. Não pensei duas vezes ao me agarrar aos três ali. Era a minha família, poucos, mas foi o que sobrou dela. E neste momento era disso que eu precisava, sentir que ela estaria comigo.

E assim ficamos ali: no meio da campina, abraçados, sob uma torrente de água, um vento forte jogando meus cabelos para todos os lados possíveis e sob os olhares do mar e do céu revoltos com tudo isto. Eles em silêncio somente nos apertando contra si, enquanto eu e a Sa chorávamos pelo fim do que mal tinha começado.

Precisava deles, e somente deles para tentar recuperar um pouco que fosse de força para poder retornar. Não podia abandonar tudo agora simplesmente pelo motivo do rompimento entre mim e Alec. Nunca fui covarde, e não era agora que começaria ser, iria enfrentar tudo de cabeça erguida como sempre. E seja lá o que a vida me reserva eu irei enfrentar. Mas não agora. Por enquanto vou ficar aqui, com a minha estranha, maluca e pequena família. Do mesmo jeito que fora há tantos anos atrás quando aquilo aconteceu. E sei que com eles poderei enfrentar tudo e todos com garra. Tenho o apoio deles. Sempre terei.

POV. Ravenny

Eles ficaram o dia inteiro fora. Depois de um tempo o Davy e o Diogo foram atrás delas alegando ser urgente. Edward Cullen contou-nos de que não tinha ido muito bem a conversa entre eles e que os meninos haviam ido para direções diferentes para que pensassem em paz. E como eu disse antes, com isso se passou o dia inteiro.

Eu não me senti confortável ali no meio deles. Não pertencia aquele espaço, e sei que mesmo sem que eles digam também não me querem ali, afinal, tudo se complicou com a minha inesperada chegada.

Então para que ambos os lados ficassem mais à vontade eu saí em direção à parte do fundo da casa das meninas. Sei que a casa delas é o que poderia chamar de “espaço restrito” aos Cullen&Cia. O espaço delas eles não ousam invadir. Agora eu já sou outro caso, então...

Fiquei ali por um bom tempo, não me pergunte que tempo ao certo, porque isso eu com certeza não saberei lhe responder.

Ali... perdida em pensamentos.

Quando resolvi vir atrás delas para pedir ajuda, eu só tinha esse objetivo: Encontrar minha irmã e os irmãos Beckham para voltarmos a nossa vida, aos nossos roubos. Não gostava de ter que roubar – tínhamos capacidade o suficiente para sermos o que quiser e ganhar bastante dinheiro com isso – mas se éramos unidos assim, que fosse então.

Eu não conseguia me acalmar agora. Uma chuva iria me ajudar e esclarecer a mente. Não posso dizer que seria para limpar a alma, algo muito absurdo e insultante uma pessoa que sobrevivi se alimentando das almas dos outros, pensar que tem uma alma.

Fechei os olhos e deixei que aquela eletricidade já conhecida muito bem por mim se espalhasse até atingir seu objetivo. Era assim que meu poder se manifestava. Senti as folhas ao redor farfalharem com o vento repentino. Não queria uma chuva direta, então deixei que ela viesse lenta.

As pessoas não iriam estranhar nem um pouco se chovesse – sendo forte ou não – já que Forks é “A cidade chuva” do Estado.

Assim que a chuva chegou deixei que me molhasse sem pudor algum. Era realmente disso o que eu precisava.

Não sei o que vai acontecer. Mas vou lutar pelo o que for haja o que houver.

Já estava quase amanhecendo de novo quando enxerguei as meninas vindo em direção a casa. Só que quatro pessoas em especial não estavam entre elas. É... a vida não é nem um pouco fácil... Nunca foi e nunca será. Mas espero que os quatro estejam bem ou que fiquem bem.


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Notas finais do capítulo

E então?
Já estão me estrangulando? kk'
É isso então...
To triste com o rompimento...
Beijinhos e Carinhos!



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