Capítulo 3 – As armadilhas de Oichiran

            - Então... fora essa força de gorila, o que você faz de concreto? – Sai perguntou para a Sakura.

Os outros ninjas também prestaram atenção no que a Kunoichi responderia. A ninja fez um pequeno bico por ter sido comparada a um gorila e disse:

            - Além de ninjutsus médicos, posso fazer qualquer coisa que esteja necessite um bom controle de chakra. Mas minhas invocações são proibidas, meu taijutsu tem restrições e não posso criar genjutsus. O que eu tenho certeza que deve fazer vocês me considerarem uma inútil.

            - Realmente se você só faz isso, deve ser quase uma inútil mesmo. – Sasuke disse ríspido.

            - Sasuke... – Naruto repreendeu o amigo pela grosseria. Percebia que a ninja odiava ser chamada de fraca.

            - Não ligue para o Sasuke-kun, Sakura. – Kakashi tentou amenizar – É sempre útil ter uma ninja médica na equipe.

            - Arigatou [Obrigada], Kakashi sensei. Mas eu também odeio estar nessa situação.

Sasuke e Sai andaram um pouco mais rápido se distanciando do grupo. Eles estavam indo em direção à Oichiran para investigar as tais ruínas.

Sakura ficou um pouco mais atrás e Naruto deu um jeito de caminhar próximo a ela.

            - Sakura-chan, todas as mulheres do seu clã tem cabelo rosa?

            - Por que todo mundo parece se interessar tanto no meu cabelo? – Sakura perguntou enquanto olhava algumas mechas seguras entre os dedos.

            - Deve ser porque ninguém mais na vila tem cabelo rosa, dattebayo.

            - Ninguém? – Sakura olhou surpresa para ele.

            - Eu nunca vi. Mas seu cabelo fica muito bem com você. – Percebendo a confusão, Sakura riu e Naruto tentou consertar – Digo, você fica muito bem com esse cabelo, dattebayo.

Sakura não conseguiu segurar o riso e disse sorrindo:

            - Você é muito gentil Naruto-kun. Obrigada. Na minha família, quase todas tem o cabelo rosa.

Sasuke, que caminhava mais a frente, viu o Naruto rindo com a Haruno e se sentiu incomodado.

“Humf. Por que eu me incomodo com o que aquele dobe faz? Eu queria terminar essa missão logo com essa ninja inútil. Ela parece que será um estorvo maior do que o inimigo.” Sasuke pensava isso quando eles avistaram as ruínas de Oichiran, o antigo esconderijo da Akatsuki.

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Sentada no centro do dojo, uma mulher de cabelo rosa afiava a lâmina de uma espada. Do lado dela, havia um homem deitado no chão de tábuas. Ele tinha os olhos fechados e um sorriso debochado nos lábios. Disse:

            - Então você foi largada para trás, né.

A mulher permaneceu afiando a espada.

            - E pensar que você se considera a melhor do clã.

O homem continuava provocando. E a mulher continuava calada.

            - Me pergunto por que ela foi em seu lugar. Talvez ela acabe te superand...

Ele não pôde terminar a frase, pois a espada que a mulher afiava foi fincada no chão a poucos milímetros da sua cabeça. Ele abriu os olhos arregalados e a mulher se inclinou sobre ele.

            - Escute bem, meu querido, pois só vou dizer uma vez. Eu sou a melhor nesse clã e ninguém vai me tirar desse posto. Eu sou a numero um aqui e qualquer um que entrar em meu caminho... será eliminado.

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            - Yamato Taishou (Capitão Yamato), isso é muito chato. Por que nós fomos enviados para uma missão dessas? – Naruto reclamou pela milésima vez.

Eles já estavam a cinco horas investigando as ruínas e não haviam encontrado nada. Kakashi dividiu os ninjas em duas equipes. O copy ninja liderava Sasuke e Sai, enquanto Yamato ficava com Naruto e Sakura.

Yamato olhou para o loiro, pois um comentário desses podia magoar a ninja. Eles tinham sido enviados em uma missão mais fácil por causa dela.

Olhando para a ninja, porém, Yamato pensou que ela não parecia se importar ou talvez não tivesse ouvido.

Sakura se dedicava ao máximo. Seu avô havia sido bem claro com ela.

~~~~~~~~~~~~~ Flashback on ~~~~~~~~~~~~~

            - Mandou me chamar, Ojii-sama (avô, dito com respeito)? – Sakura perguntou ao avô

            - Hai, minha neta. E deixe logo de formalidades. Feche essa porta e se sente aqui perto de mim. – Tsukoi falou em uma voz gentil, mas que ao mesmo tempo não permitia uma desobediência.

Sakura fechou a porta da biblioteca e foi se sentar na poltrona ao lado do avô. Havia duas regras no clã para se conversar com Tsukoi sama.

1°) Jamais questionar qualquer coisa que o líder falasse ou ordenasse.

2°) Jamais olhar nos olhos do antigo ninja. Isso era considerado uma tremenda falta de respeito e a punição era severa.

Porém, uma vez Sakura entrara escondido na biblioteca e sem saber ainda das regras, havia olhado diretamente para Tsukoi e dado o seu melhor sorriso.

Tsukoi, que adorava ler, gostara muito daquela menina ousada que invadira a sua sala particular. Assim, eles combinaram um trato: perto dos outros, Sakura seria respeitosa, mas quando estivessem a sós, eles se tratariam como simples amigos.

            - Minha menina, você deve saber que agora, nosso clã deverá realizar missões comuns. – diante da resposta afirmativa da neta, Tsukoi continuou – Primeiro, enviaremos apenas um ninja e depois, se tudo correr bem, outros serão enviados. Acontece que o primeiro Haruno que será enviado... será você.

Sakura quase caiu do sofá. Com os olhos arregalados, ela abria e fechava a boca sem, no entanto, conseguir falar nada.

Tsukoi olhou divertido para ela e continuou:

            - Você deve estar imaginando que eu mandaria a Akina, sua irmã, por ela ser a melhor do clã. Mas Akina tem um temperamento forte demais e isso nos traria mais problemas do que soluções. Aidan também é nervoso até dizer chega. E o mesmo ocorre com a maioria dos outros Harunos. Você é mais calma da família e já é assim.

            - Demo (Mas), ojii-san, eu não sou tão forte e quase tudo que eu sei, eu não posso utilizar em uma luta normal.

Tsukoi pensou que só mesmo a neta poderia questioná-lo assim.

            - Sakura, um bom desempenho ninja, depende mais de disciplina e força de vontade do que de jutsus poderosos.

Ele olhou para os olhos verdes da neta. Todas as mulheres na família tinham olhos azuis ou mesmo rosas, mas nenhuma tinha aqueles encantadores orbes verdes. Mas naqueles lindos olhos, o que ele viu foi medo. Sakura saia em missão apenas com Aidan e ele. E somente recentemente, ela vinha demonstrando o desempenho esperado no clã Haruno.

Ele sabia que ela tinha medo de falhar e se sentia insegura em relação a essa nova situação. Ela achava que não estava pronta. Ele também. Mas não tinha escolha. Ela era a única que saberia lidar com aquela situação.

            - Sakura, cadê a sua faixa[1]?

A Rosada pôs a mão no cabelo, sobre a faixa que carregava desde o nascimento. Retirou-a e a estendeu ao avô.

            - Não quero que me entregue. Me diga o que você vê?

            - Eu vejo o símbolo que o senhor me deu.

            - E o que ele significa?

            - Espírito.

            - Você sabe por que eu te dei esse símbolo, Sakura?

Sakura negou com a cabeça e o avô respondeu com um sorriso gentil:

            - Porque eu acredito que você tem o espírito necessário para fazer o que desejar e ser muito feliz.

~~~~~~~~~~~~~ Flashback off ~~~~~~~~~~~~~

Seu avô esperava o máximo dela e ela não o desapontaria. Devia muito a ele e faria o que fosse necessário para deixá-lo orgulhoso.

Enquanto pensava essas coisas, Sakura reparou que uma pedra no chão era um pouco diferente das outras.

            - Yamato Taishou! – Sakura chamou pelo comandante do time e ele se aproximou dela rapidamente.

            - Encontrou alguma coisa, Sakura?

            - Eu acho que sim, Taishou. – Ela disse meio insegura – Essa pedra aqui difere das outras no chão.

            - Deixe-me ver.

Enquanto Yamato examinava o local, Naruto veio correndo para ver o que estava acontecendo. Porém ele não conseguiu parar a tempo e acabou trombando em Yamato que estava de cócoras no chão. Como em um efeito dominó, Yamato acabou pressionando a pedra e se inclinando para frente. Sakura que mantinha o corpo inclinado perto do jounin acabou levando uma cabeçada e caiu para trás.

Ao ser pressionada a pedra abriu uma pequena passagem em formato de um tobogã, bem atrás do lugar onde Sakura estava.

Com a pancada do Uzumaki, Naruto, Yamato e Sakura caíram pelo tobogã direto ao desconhecido.