Haruno Sakura, do Clã Haruno escrita por EstherBSS


Capítulo 27
It's too late to apologize


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo será muito tenso. Tem uma músiquinha no final. O link está aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=ZSM3w1v-A_Y
Agradecimento especial a Isa Mori (ID #113233) que recomendou a fic e a Raven Volturi que me ajudou com o capítulo.
Queria contar para vocês que passei para medicina! ^.^
PS: Não se esqueçam que youmas podem alterar a aparência facilmente.



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Capítulo 27 – It’s too late to apolozige

    - Não sou o quarto mais forte na família a toa. – JD riu e disse – Ela precisa do senhor. Pode ir.

    - Não se esqueçam de reagrupar depois que acabarem. – Tsukoi disse e abandonou o campo de batalha. Tanto JD quanto Kakashi deram cobertura a ele. Sorriu ao ninja da Godaime. Ele entendia as coisas depressa e era confiável. Não era fácil achar um ninja assim. Lançou o filhote de dragão no ar para que ele alçasse vôo. Filhotes precisavam de impulso.

E lá foi ele, correndo como louco e rezando para não chegar tarde demais. Fique bem, Sakura!


Ironicamente, o esconderijo menor para onde enviara Sakura não estava tão longe. Pelo menos, não tão longe quanto os outros. Percebeu a enorme quantidade de youmas um pouco antes de saltar para a vista de todos. Viu Ogen e Omoe lutando cercados contra vários inimigos. Aquilo o deixou nervoso. Não devia haver tantos youmas em um esconderijo daquele tamanho. Franziu o cenho quando continuou sem ver Sakura. Onde ela está? Derrotou todos os inimigos em menos de um minuto e com apenas dois golpes. Não podia perder tempo. Se era de Sakura aquele cabelo, ela precisava desesperadamente de ajuda.

Viu o alívio nos olhos dos dois Harunos quando ele apareceu e derrotou os oponentes. Eles lhe disseram que Akina havia aparecido e estava batalhando com Sakura em algum lugar longe dali. Tsukoi viu o esconderijo destruído e percebeu que a neta tinha tentado afastar o perigo dos companheiros de time. Um orgulho feroz brotou em seu peito.

Com os inimigos derrotados, os três correram para encontrar com Sakura. Saltavam de galho em galho tão rápido quanto as pernas permitiam. Quando a primeira onda de energia veio, todos pararam. Tsukoi parou por surpresa. Mas bastou um olhar para trás para perceber que não acontecia o mesmo com os outros dois. Ambos tinham uma expressão de horror e o menor estava tremendo. O líder entendia. Essa quantidade monstruosa de energia... Não se perca, Sakura. Não posso perder você também!

Mandou os dois ficarem de guarda ali. Não precisava que eles vissem o que ele esperava ver. Mesmo assim, quanto mais se aproximava, maior a energia ruim que sentia aumentava. Kami, por favor, não permita. Quando ele finalmente chegou ao local, sua mente tentou negar a visão. Que seja possível reverter. Onegai. Que eu leve essas duas a uma sacerdotisa a tempo. Mas lá no fundo ele sabia que não havia mais volta.

Akina já tinha passado muito dos próprios limites. Harpia era a única palavra que vinha em sua cabeça. Podia ver as asas enormes mantendo a no ar. A pele era vermelha e provavelmente tão dura quanto pedra. Tinha duas espadas fundidas aos braços. O cabelo se mexia livremente, vermelho e assustador. Os olhos estavam amarelos. Também tinha uma cauda que balançava solta como tecido, mas que atacava e cortava tão fortemente quanto uma espada. E mesmo assim ele só via a pequena netinha. Tão bela, mesmo nessa forma.


Ela ergueu a cabeça para o alto e Sakura entrou no campo de visão do avô completamente. A transformação dela não estava tão avançada quanto a da outra. O cabelo agora longo estava tão vermelho que parecia sangue. Espera. Tsukoi olhou com mais atenção enquanto as duas lutavam. Aquilo é sangue. O cabelo dela estava pingando sangue. Tsukoi lutou para não se lembrar de Hana. O cabelo dela estivera assim naquele dia.

Não era só o cabelo que estava igual. As unhas longas e pontiagudas como garras, o modo de segurar a Àrtemis e até os olhos vermelhos. Está igual a mãe. Está igual a Hana. Akina acertou Sakura em cheio e a ninja caiu rolando sobre o próprio braço. A ninja se levantou e gritou. Gritou. Gritou e Gritou. E nem parecia mais uma voz humana. Mesmo de longe, Tsukoi pôde ver o osso quebrado brotando para fora da carne em um ângulo esquisito. Eu preciso agir. Passou a mão nos cabelos. Maldição! Está acontecendo de novo. Ele correu com a espada armado com coragem para se meter no meio daqueles dois monstros.

Akina agarrou Sakura pelo pé com a cauda e a balançou no ar. Depois bateu com a ninja no chão várias e várias vezes. A irmã mais nova ficou desmaiada. Inconsciente e desprotegida. Akina preparou um golpe com o braço em forma de lâmina curva e atacou. Tsukoi quase não conseguiu aparar o golpe a tempo. A Haruno sorriu ao encarar o avô.

    - Jamais esperei te ver assim, Akina. – ele disse e ela jogou a cabeça para trás e gargalhou. Podia ir agora e cortar a garganta dela. Podia saltar e decepar a sua cabeça ruiva. Apenas saltar e cortar. Saltar e cortar. Tão simples.

Mas ele não fez isso. Não podia fazer isso. Não conseguia fazer isso. Ela ainda não tinha despertado completamente. Devia haver um jeito de trazê-la de volta. Ele tinha esperança.

    - Está com vergonha de mim? – Akina falou e Tsukoi arregalou os olhos. A frase trouxe uma outra mulher a mente dele.

Está com vergonha de mim? Ela tinha dito isso e atacado as pernas dele.

O velho líder Haruno mal teve tempo de saltar quando Akina atacou as pernas dele. Ela continuou avançando mais e mais, atacando cegamente. Ela esqueceu Sakura completamente. Tinha um novo brinquedo para se entreter. Tsukoi não queria acreditar na verdade. Aquilo não podia estar se repetindo. Lembrou de Hana falando:

Eu não estou bonita, otou san? Não estou forte agora?

Ele abaixou e o golpe da neta passou raspando em seu peito. Ele rolou bem antes que os cabelos de Akina se endurecessem como lâminas e fincassem o chão.

    - Eu não estou bonita, vovô? – ela disse com uma voz doce e então abriu a boca e uma enorme bola de fogo foi lançada na direção do Haruno – NÃO ESTOU FORTE AGORA? – ela gritou.

Tsukoi já estava ficando cheio daquilo. Não conseguia atacar e só ficava esquivando como se fosse um rato em uma gaiola. A ninja bateu as asas e subiu. O avô tentou acompanhá-la com o olho, mas não conseguia vê-la em lugar nenhum. Fechou os olhos. Conhecia bem aquele truque. Foi ele que ensinara isso a ela. Por isso fechou os olhos e esperou. Procurou sentir a energia a sua volta. Quando a alteração veio, Tsukoi girou e segurou Akina pelo pescoço. Ela não esperava aquilo. E ele não perderia a oportunidade.  A segurava com uma mão. Fincou a espada no chão e puxou a manga, deixando alguns selos se revelarem.

    - Current est ex hoc quod nostri sum dominus tuus et ego vos. – Tsukoi começou a falar e o Sorriso de Akina murchou quando ela sentiu a dor no peito - Ut enim ad compescendos animi his occisoribus malum cursus. – Um elo de corrente rompeu o peito da Haruno na altura do coração. E logo outro e outro e outro até que uma corrente se projetasse para fora - May vestri links numquam dimittere. Quod magnitudo est infinita.  – A corrente da punição continuava a aumentar de tamanho e circulava a ninja. Akina grasnou como uma águia quando o metal a circundou quase por completo e se aqueceu queimando a sua pele - Cuius virtus nescit modum. Expand te current restrictiones praestituere. Lorem hoc esse polluta. Hold qui nostro nomine macula.

* Corrente da verdade que circula os nossos corações, eu sou seu mestre e eu te chamo. Para prender esse espírito maligno, para refrear essas vontades assassinas. Que seus elos nunca se soltem. Que seu tamanho seja infinito. Que seu poder não conheça limites. Expande-te corrente da restrição. Prenda esse ser impuro. Segure aquele que mancha o nosso nome.

Tsukoi soltou a mão da garganta da neta. A corrente a seguraria no lugar. Fez as runas de purificação no chão o mais rápido que conseguiu. Se ajoelhou sobre um joelho apenas, cruzou as mãos e começou a purificação. Era difícil fazer aquilo, principalmente depois de ter lutado. Era minucioso e cansativo. E ele não era um sacerdote oficial. Depois de apenas vinte segundos ele já estava ofegante. Precisava de uma sacerdotisa ou de um sacerdote que fosse especializado nisso. Ele era guerreiro. Sabia bem de espadas e armas, não de purificações. Porém sabia que se não refreasse Akina, seria impossível levá-la até alguém especializado.

A Haruno sentia a corrente drenar suas forças. Grasnava e se retorcia tentando se livrar do metal que queimava a pele. Começou a liberar mais energia. Muito mais energia.

    - NÃO PODE ME PRENDER! NÃO PODE ME CONTER! EU VOU ARRANCAR SEU CORAÇÃO COM AS MÃOS E VOU COMER OS SEUS OLHOS!

Tsukoi tentou ignorar as palavras tão familiares em seus ouvidos e nem sentiu a aproximação. Alguém o segurou pela gola e o puxou para trás. O velho caiu sentado e não acreditou no que viu. Ogen estava parada onde ele estivera a pouco tempo. Akina tinha empurrado os braços para frente mesmo com a corrente e tinha prolongado as próprias garras. E com elas tinha perfurado o pescoço da kunoichi. Tsukoi pegou sua espada e cortou os dedos de Akina que penetravam na carne da outra Haruno. Sem o velho para manter o controle, o ser despertado começou a romper a corrente.

O líder pegou Ogen e se afastou, mas quando ele a colocou no chão, o pesadelo continuou. Os “pedaços” de Akina que permaneciam no pescoço da kunoichi se mexeram como vermes e entraram no corpo da Haruno.

    - AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!! – Ogen gritava e se debatia enquanto os “vermes” despertados passeavam pelo seu corpo e a destruíam por dentro. Tsukoi ficou sem saber o que fazer. Não era curandeiro, não era sacerdote... Se sentia como o homem mais inútil da face da terra – TSUKOI SAMA! ONEGAI! ME MATE, MESTRE! ONEGAI! E... PROTEJA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH PROTEJA MEU IRMÃO!

Tsukoi fechou os olhos com força desejando que tudo aquilo fosse apenas um sonho ruim. Mas não era e ele tinha uma responsabilidade. Cortou a cabeça de Ogen com força. A morte para ela tinha sido rápida. Segurou a mão dela e desejou um descanso honrado. Só que isso abaixou a guarda dele. Ele só notou Akina quando a sombra parou sobre ele.

Sakura entrou na frente parando o golpe com o corpo. Ela cuspiu sangue quando o braço de Akina a atravessou. A irmã mais nova segurava o avanço da irmã com uma mão. O outro braço estava quebrado e perdendo sangue e doendo. Liberou energia também.

    - Não faça isso, Sakura! – Tsukoi gritou – Você vai despertar também!

A Haruno não ouviu ou pareceu não fazê-lo. Transformou o braço quebrado em algo monstruoso com garras afiadas e maiores do que as de Akina. Com um golpe, a irmã mais velha perdeu o braço que perfurava a outra e foi lançada longe. Tsukoi fez selos de contenção e atingiu Sakura nas costas. Ouviu a neta golfar sangue e a segurou quando ela desmaiou. O selamento que se espalhava pelo corpo de Sakura servia para conter qualquer circulação de energia. Dessa vez ele não cometeu o mesmo erro. Rasgou a blusa de Sakura e amaldiçoou quando viu as veias negras em volta do ferimento. Aquilo era um péssimo sinal. Arrancou o pedaço do braço de Akina e enfaixou a neta com força. Prestou atenção e viu que Akina também recuperava o braço perdido.

Isso vai me dar tempo.

O coração de Sakura batia rápido. E o peito subia e descia a uma velocidade perturbadora. O avô invocou um dragão.

    - Mate a. – o líder Haruno falou entre dentes.

    - NANI? – o dragão era velho o que lhe dava o direito de resmungar – Ficou gagá antes da hora, Tsukoi kun? - Akina grasnou de novo alto o bastante para que os dois temessem perder a audição. Aquilo chamou a atenção do dragão – Mas que merda está acontecendo aqui?

    - Não pode fazer aquilo? Matar ela ‘temporariamente’? – o Haruno perguntou e o dragão entendeu.

    - Primeiro que o nome não é morrer porque isso só se faz uma vez. O nome é suspensão da vida.

    - Que se dane o nome. Não posso curar Sakura agora e ela já começou a despertar. É melhor suspender tudo enquanto ainda temos tempo.

Tsukoi levantou e empunhou a espada. Mesmo que aquela batalha levasse tudo dele, protegeria Sakura. Ela ainda era a família dele. Não desistiria tão fácil. Não cometeria o mesmo erro de novo. Não esperou a neta vir. Também aumentou a energia que emanava e correu para ela. Akina o atacou e ele desviou saltando. Ela também levantou vôo e ele se defendeu como pôde no ar. Ok! Nada de lutar no céu. Caiu sobre as duas mãos e as arrastou no chão para fazer um selo.

    - Vou defender minha família, Akina! – gritou ativando a armadilha – KANARAZU! (EU JURO!)

Esperou que a neta viesse ao seu encontro. No momento em que ela passou sobre o selo, uma mão saiu da terra e a agarrou. Tsukoi aproveitou para golpear. A espada tremeu quando se chocou contra a pele dura da despertada. Não fez tanto estrago quanto gostaria, mas a neta gastaria energia para reparar os danos.

Eles continuaram nesse jogo de atacar e desviar. O líder Haruno agora lutava com tudo. Não se importava mais se a mataria ou não. Aquela não era a sua neta. Aquilo era um monstro pronto para fazê-los em pedaços. Aumentou ainda mais a própria energia. Esperava que o último ataque fosse o último. O vento em torno do velho estava perigosamente agitado. Invocou Mav, o imperador dragão, e viu o animal de carcaça negra, dourada e vermelha passear ao seu redor.

    - Aquela ali não é a sua neta, Tsukoi kun? – o velho dragão disse em uma voz grossa.

    - Costumava ser. Agora não é mais. Preciso da espada.

O velho animal rugiu e Akina foi lançada para trás assim como algumas árvores, pedras e tudo o mais o que ficou no caminho. Mav se transformou em uma espada e Tsukoi empunhou a arma. Apenas o líder podia invocar a espada suprema do Clã Haruno e mesmo assim só aqueles considerados dignos por todos os dragões.

    - Espada do Imperador dragão! – Tsukoi gritou e compartilhou a sua energia com a arma. Era a energia dele que afiava a lâmina e melhorava o corte e ele precisava de um bom golpe. Se moveu com uma velocidade incrível para alguém com aquela idade.

Talvez ela não esperasse grande coisa do golpe. O fato era que Akina não desviou e em questão de segundos ela caía sem pernas. Tsukoi era forte, era experiente e era bom. O melhor. O líder. Girou a espada nas mãos e a ergueu no alto com ambos os braços. Um movimento e a cabeça dela estaria rolando no chão. Mas parou o golpe alguns centímetros antes de acertar a ninja.

    - O senhor está bravo comigo, jiisan? – ela choramingou com voz de criança. Tsukoi congelou ao vê-la com a aparência de uma menina de oito anos. Ainda usava a camisolinha branca com rendinha e segurava um ursinho. Igual aquele dia. Ela adorava aquela camisolinha. Akina tinha os olhos grandes e curiosos assim como Hana. Assim como a sua preciosa filha. A frase também trouxe lembranças ruins.

O senhor está bravo comigo, jiisan? Ela dissera o mesmo daquela vez. Deu voz a memória e falou:

    - Não... Eu... não...estou. Não estou bravo.

Mas o senhor estava bravo com ela?

    - Mas o senhor estava bravo com ela? – Akina perguntou e esfregou os olhos com uma mãozinha pequena. Algumas lágrimas rolaram e ela fungou. Assim como da última vez, ele não tinha resposta. Não tinha resposta. Abaixou um pouco os ombros deixando que aquela dor voltasse mais uma vez. Então Akina abriu um sorriso maligno enorme e disse – Eu acho que estava.

E então o atacou. Saltou com força e o atacou. A cabeça dela bateu no queixo dele e Tsukoi caiu para trás. A espada foi parar longe e Akina aproveitou para morder com força o braço do avô. Os dentes dela cresceram e se aprofundaram na carne com violência. O Haruno esticou os dedos sobre a coxa tentando alcançar a bolsa de kunais. A neta apertava o pescoço dele fortemente com uma mão. Assim que suas mãos se apertaram em volta de uma arma, Tsukoi empurrou o braço lançando Akina para o lado. Ela rolou e se agachou. Ainda mantinha a forma de criança. Ela saltou de novo sobre ele com os dedos em forma de garra. Suas asas saíram e delas saíram várias estacas que atacaram o Haruno.

Mav retornou a forma de dragão e abocanhou o corpo pequeno de Akina. Ela tentou arranhá-lo, mas pele de dragão era muito forte. Tsukoi tentou se levantar mais a tontura o impediu. Percebeu que estava sangrando bastante. Levantou de teimoso e cambaleou com uma kunai em posição. Mav tinha lançado Akina longe e voltara para perto do líder. O braço de Tsukoi estava com um corte fundo e ficava pendurado apenas por algumas fibras de carne.

    - Tsukoi! Seu braço! – Mav falou com sua voz trovejante.

    - Corte o, Mav! Tem veneno nos dentes dela. – Tsukoi falou e o dragão não perdeu tempo. Abocanhou a parte que ameaçava se soltar e a cortou com os dentes – Agora cauterize.

Mav colocou a língua para fora e a encostou no ferimento. Fumaça e cheiro de carne queimada se espalharam em volta dos dois. O Imperador Dragão vivia dentro de Lava e tudo nele era quente.  Tsukoi quase desmaiou com a dor, mas pelo menos não estava mais perdendo sangue.

    - Eu tenho que matá-la. – Disse fracamente.

    - Ela já foi. Fugiu assim que a soltei. – o dragão respondeu.

Tinha falhado. Era isso. Mais uma vez tinha falhado. Tentou olhar para Sakura, mas sua visão estava estranha. Não via com o lado direito. Provavelmente estava inchado e ele não conseguia abrir o olho.

    - Meu olho está inchado. E minha cabeça dói. – comentou enquanto se levantava com a ajuda do dragão. Mav demorou um pouco a responder.

    - Você perdeu o olho, velho. Ela arranhou a sua cara quando saltou sobre você. Seu olho está vazado.


I'm holding on your rope, got me ten feet off the ground
(estou segurando em sua corda, estou a dez pés do chão)

And I'm hearing what you say, but I just can't make a sound
(e eu estou escutando o que você diz, mas eu simplesmente não posso emitir nenhum som)


Tsukoi não disse nada. Não queria falar nada e não tinha nada a dizer. Nada mais restava. Ele tinha aquela estranha sensação de que algo tinha se partido dentro dele.


You tell me that you need me then you go and cut me down,
(Você diz que precisa de mim, então você vai e me corta e me derruba)


Pensou na filha morta. Hana costumava confiar tanto nele também. Ela esperava tanto dele. Todos esperavam muito dele. Tropeçou e Mav o segurou.


But wait
(mas espere)


    - Você ainda tem outras pessoas importantes. Agora seja forte. Sakura precisa de você.

Caminhou apoiado em Mav. O outro dragão tinha uma expressão estranha. Algo entre culpa e desespero.

    - Precisa de um sacerdote rápido. – ele disse – Eu sinto muito, Tsukoi kun.


You tell me that you're sorry, didn't think I'd turn around
(Você diz que sente muito, não imaginava que eu me viraria)


Mav usou sua própria energia para invocar um dragão novo e forte. Pediu a ele que carregasse Sakura com cuidado. Touko, o dragão que tratara a ninja, ficou responsável pelos restos de Ogen. Eles caminharam lentamente. Para Tsukoi, o pior do que toda a dor que sentiu ao andar foi ver os olhos do menino.


And say...
(e diria...)


    - Ela foi forte até o fim. – Tsukoi falou o mais suave que conseguiu.

    - Ela era forte. Sempre foi. – Omoe respondeu com a cabeça baixa.

    - Ogen será honrada como uma Haruno de valor.

    - Ela merece um fogo grande. – Omoe disse se referindo ao ritual usado em funerais dentro do clã.

    - Providenciarei uma pira enorme. – Tsukoi respondeu – Mas temos que ir, para que não sejam necessárias duas piras.


It's too late to apologize
(Que é tarde demais para pedir desculpas,)


    - Não tive coragem de ir com ela. – o menino falou com os ombros caídos. Ele parecia chorar – Preferi ficar aqui.


It's too late
(é tarde demais)


-    Foi melhor assim. – Tsukoi colocou a mão no ombro dele enquanto andavam – Aquilo foi feio.


I said it's too late to apologize
(Eu disse que é tarde para pedir desculpas,)

It's too late
(é tarde demais)

I'd take another chance, take a fall, take a shot for you
(Eu me arriscaria de novo, cairia, levaria um tiro por você)


Tantos movimentos de luta surgiam em sua mente agora. Tantos jutsus melhores que poderia ter usado. Tanta coisa que podia ter sido dita.


And I need you like a heart needs a beat, but it's nothing new
(E preciso de você como um coração precisa bater, mas isso não é novidade)


Caminhou de volta ao acampamento. Olhava de vez em quando para a neta desacordada nas costas do dragão.


I loved you with a fire red, now it's turning blue
(Eu amei você como um fogo-vermelho, e agora está se tornando azul,)


Que bela proteção tinha oferecido a ela. A culpa em seu peito era pior do que as dores.


And you say
(e você diz)

"Sorry" like an angel, "heaven" let me think was you
("Sinto muito", feito um anjo, céus, deixe-me pensar que era você)


Sakura tinha o cabelo maior resultado da liberação de energia. A blusa estava rasgada e manchada de sangue. O sangue de nossa família. O sangue de Hana. O braço quebrado com o osso aparecendo...

But I'm afraid...
(Mas eu temo...)

Queria andar mais rápido, mas não conseguiu. E sem ninguém além de Omoe para dar cobertura, eles não podiam avançar rapidamente.


It's too late to apologize
(Que é tarde demais para pedir desculpas,)


Sentiu o chakra de sua família. O chakra de seus guerreiros. Também são meus filhos. De um jeito ou de outro eu cuido de todos eles.


It's too late
(é tarde demais)


Sua visão foi para o corpo enrolado de Ogen que Touko carregava com cuidado com a ajuda de Omoe.


I said it's too late to apologize
(Eu disse que é tarde para pedir desculpas,)

It's too late
(é tarde demais)


Tsukoi podia ouvir os gritos. Ganhamos. Mas depois se repreendeu. Eles ganharam. E eu perdi. Perdi muito. Ouvia os risos. Ouvia as canções.


It's too late to apologize
(Que é tarde demais para pedir desculpas,)


Ele ouvia as risadas e uma lágrima correu do olho que sobrara. Estavam felizes...por hora. Ouvia os risos. Ouvia as canções.


It's too late
(é tarde demais)


Ouvia os risos. Ouvia as canções. Tão...felizes...


I said it's too late to apologize
(Eu disse que é tarde para pedir desculpas,)


Mas não adiantava mais pensar nessas coisas. O que foi feito não tinha volta. Caminhou vacilante segurando em Mav. Ouvia os risos. Ouvia as canções.


It's too late
(é tarde demais)


Deu um passo para dentro do acampamento. Ainda ouvia risos e canções.


I said it's too late to apologize,
I said it's too late to apologize,


Kurogane estava sentado sorrindo com a espada fincada ao seu lado. Até dividia o banco com o loiro chamado Naruto. Ele ria. Uma das poucas vezes em que rira. Então ele levantou a cabeça e o viu.


I'm holding on your rope, got me ten feet off the ground...
(Eu estou me segurando em sua corda, deixou-me a 10 metros do chão)


E o sorriso murchou em seus lábios e seus olhos demonstraram o terror que sentia.

It’s too late to apolozige... but I’m so sorry


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Notas finais do capítulo

É meio chato formatar o capítulo aqui... Pena que a formantação do word não vem junto... ¬¬
Tudo que fico meio obscuro nesse capítulo será esclarecido mais a frente.
bjs
ja na
Até terça.