Além do Destino escrita por AnaBonagamba


Capítulo 11
Voltarevira.


Notas iniciais do capítulo

Esse foi escrito especialmente pra vocês que comentaram, afinal, precisava de um estímulo para escrever 02:14 da manhã. ^.^
Beijos e bom final de semana!



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Hermione foi para seu quarto com passos apressados, focada nos planos que deveria arrumar para sua partida.

A desatenção, dessa forma, foi um acaso. Como ela não fora capaz de perceber o brilho vermelho nos olhos de Tom quando ele explicava extasiado sobre a magia mentollis e como ela funcionava?

Parecia que Hermione Jane Granger havia se esquecido de quem sua missão se tratava: Lord Voldemort.

Os dias que Hermione passou no passado levaram da mente da menina todos os antigos projetos que tinha feito caso conseguisse a chance de mudar o rumo de tudo... perdeu-se para o nada.

O motivo? Estava perdidamente apaixonada por ele. Tom Servolo Riddle. Lord Voldemort.

Se Hermione soubesse que sua missão incluía se apaixonar perdidamente pelo Lord das Trevas, ela o faria. De novo.

- Preciso dar um jeito nisso aqui. – disse, olhando seu reflexo no espelho. Somente alguém muito detalhista notaria as bochechas levemente rosadas, os lábios minimamente inchados e os olhos castanhos brilhantes como estrelas.

Foi até seu guarda-roupa e separou o “vestido surpresa” para o baile. Tom iria adorar aquilo, afinal, já tinham combinado um vestido, mas este era surpresa, novo, ideal.

Se Ginny ou Lilá vissem o vestido que Dumbledore colocara no meio de suas roupas, desacreditariam. Com certeza, para a época normal delas, ele pareceria antiquado, mas ali era perfeito.

E, no meio dos sapatos lustrados, o colar que Tom lhe dera, sua primeira horcrux. Parte de sua alma.

- Isso até seria romântico se não fosse tão cruel. – ela riu, com um pouco mais de senso. – Um garoto entrega pra você uma parte da alma dele.

Entrou no banho, com cuidado para não molhar os cachos definidos pelas poções que Rebeca lhe emprestara. O barulho da água a fazia relaxar e pensar melhor nas coisas.

- Mentollis... Lord Voldemort não é um mentollis... – divagou. – Ele utiliza sua varinha sempre, se a visão de Tom estiver certa, isso não ocorreria...

“Não. Imperius é uma maldição, controllium é um talento. Você não pode simplesmente erguer a varinha e conjura-lo. Precisa de uma prática mental para conseguir obtê-lo.”

Pratica mental. Então Tom estava tentando aprimorar seus poderes mentais para, um dia quem sabe, conseguir usar a magia de uma forma ampla, exatamente como ele havia dito, um talento.

Hermione saiu da banheira. Aquilo não poderia estar acontecendo.

Se ela conhecia um pouco de Tom Riddle sabia que ele tinha se aprimorado nesse aspecto. Lord Voldemort podia usar a varinha para fins físicos, mas nem sempre os mentais. Conseguia invadir a mente de Harry e, mesmo com a ligação controlada pelas práticas de Severo Snape, o Lord forjava pensamentos e criava cenários na cabeça do menino, muitas vezes deixando-o transtornado.

Se havia bom senso na mente dela agora, estava voltando para o plano original: ajudar Harry na sua busca pelos pontos frágeis de Lord Voldemort.

Mesmo que isso doesse até a sua alma.

- Hermione? – perguntou uma vozinha delicada da porta. – Posso entrar?

- Oi Rebs! Pode me ajudar com esses botões? – perguntou, concluindo seus pensamentos.

- Claro, ãhn, vai a algum lugar? – perguntou Rebeca, observando as malas fechadas e os armários vazios.

- Sim, oras, estamos de férias! – respondeu rapidamente tentando esconder a tensão em sua voz. – Preparei tudo porque irei para junto dos meus pais.

- Ah – disse Rebeca. – Achei que você fosse passar as férias com o Riddle, aqui. A propósito, lindo o seu vestido! – ela riu.

- Obrigada. – Hermione sorriu. – Eu não pretendo passar as férias com ele, e ele não comentou nada comigo sobre isso.

- Bom, isso não importa.

- Você está linda, Rebs! – disse Hermione virando-se para olhá-la. Rebeca usava um vestido vermelho, colado em seu corpo bem definido, com um lindo colar de pérolas no pescoço. O que mais encantava era o sorriso que iluminava lhe o rosto. – O Felipe convidou você, não?

- Sim, ele convidou. – ela riu. – Acho que foi só por educação.

- Eu espero sinceramente que não! – Hermione gargalhou. – Podemos ir juntas para o Salão, sim?

- Claro, afinal, eu serei a segunda garota mais olhada dessa escola.

- Por quê? – questionou curiosa.

- Por estar do seu lado, bobinha! – Rebeca riu.

As garotas desceram de braços dados, todos virando os olhos quando elas passavam em frente. Rebeca, mesmo com seu lindo vestido, não se comparava a Hermione.

Esta usava um vestido dourado, brilhante, em contraste com o lindíssimo colar de Mérope Gaunt, dando um charme avassalador. O vestido caia em cascatas delicadas, como os do quarto ano, porém menos armado e mais delineado ao corpo. Estava simplesmente perfeita.

- Eu disse que seria a segunda mais olhada. – Rebeca riu, desvinculando-se da amiga. – Vejo você mais tarde, e não lhe deixo desacompanhada. – disse, olhando Tom Riddle se aproximar.

Agora foi a vez de Hermione entrar em choque.

Tom usava um terno preto, rico de detalhes em dourado. Era como se estivessem lendo a mente um do outro. Como de costume, penteou seus cabelos para o lado, sedutoramente, mas deixou alguns fios penderem sobre seus olhos.

“Galante”, Hermione pensou. “Definitivamente, galante.”

- Eu não esperava por isso. – disse ele, olhando para ela. – Achei que não pudesse ficar mais bonita. – e sorriu de lado.

- Eu que o diga, Sr. Riddle. – ela riu. – Desse jeito os jurados e o júri irão se apaixonar.

- Não espero conquistá-los. – disse aproximando-se. – Tenho uma meta agora.

E a beijou.

Doce, suave, tranquilo. Era capaz de ficar ali para sempre. Ao contrário dos beijos comuns de Tom, quentes e sórdidos, este foi tão lento que ela conseguia sentir a respiração dele em seu rosto.

- Um dia... – ela começou. – você vai me matar se continuar com isso.

- Não tenho essas intenções em mente, mas, se quer ficar brava comigo, madame, a beijei dessa maneira para deixar Felipe morrendo de raiva o outro lado do salão e, - ele sorriu. – para constar, sua amiga Rebeca está rindo.

- Menos 10 pontos para a Sonserina, Senhor Riddle, pela sua falta de amor ao próximo. – ela riu.

- Mas eu a amo intensamente, querida. – disse sarcástico. – Oh, já deu uma olhada em nossa volta?

Nesse momento Hermione virou-se para observar o grande salão. O céu estava estrelado e vários pontinhos prateados corriam as paredes, uma magia muito bonita.

Os tapetes eram de um azul turquesa polido, e a comida estava sobre uma mesa de vidro grande e alta. Os antigos bancos foram substituídos por mesas individuais e havia uma musica leve e lenta no fundo do ambiente.

- Esses alunos só pensam em festas. – comentou Tom. – Se se preocupassem em caprichar tanto assim nas provas seríamos a melhor escola de magia do mundo.

- Mas Hogwarts é a melhor escola de magia e bruxaria do mundo. – ela disse. – Pelo menos para mim.

- E alguém tem algum pontinho nessa opinião. – perguntou, abraçando sua cintura.

- Você está muito assentadinho hoje, não está? – ela o olhou. – Aconteceu alguma coisa?

- Nada de importante. Você está linda e meus amáveis amigos da Sonserina adoraram isso. Só estou mostrando para eles que nem todos podem ter o que desejam. – ele sorriu.

- Claro. – ela o olhou cautelosa e depois riu. – Só você tem esse direito.

- É óbvio que sim. – e a beijou de novo.

Se Tom não parasse com aqueles abusos, Hermione jamais conseguiria terminar a conversa em haver.

- Mentollis, huh? – ela questinou, arqueando o corpo para fugir dos lábios dele.

- Você é igualzinha a mim. – ele riu, roubando-lhe um ultimo beijo. – Venha, vamos sair daqui, aluna modelo.

Foram para um canto isolado nos jardins, um lugar deserto, perfeito. Ali ninguém os atrapalharia. Pensariam que estavam namorando.

- O que mais quer saber? – Tom perguntou. – A teoria já está completa.

- Quero saber se é capaz de fazer isso. É um mentollis, Tom? – ela questionou com sinceridade.

- É claro que não! – ele riu. – Se eu fosse um mentollis, minha querida – disse sarcástico. – Você não estaria aqui agora.

Hermione sentiu uma tensão no ar.

- Onde eu estaria? – perguntou confusa.

- No meu quarto, aprisionada na cama, com minha serpente de estimação vigiando-lhe o tempo todo. – ele olhou fixamente para ela, observando sua expressão de medo. – Não vou deixa-la ir embora.

- C...como vo...cê?

- Meu amor, eu sei de tudo. – aproximou-se até prensá-la na parede. – Só vou avisá-la: não vai à lugar algum sem mim.

- O...que? – espantou-se. – Tom, meu amor, eu não posso passar minhas férias com você. – ela disse tentando reverter a ação mental que ele emergia sobre ela. O que ela menos precisava era Tom Riddle tendo visões premeditadas do futuro. – Você vai pro orfanato, não vai? – perguntou cautelosa.

- Não, eu não vou. – ele sorriu de uma maneira estranha, medonha.

- Então, - ela começou. – aonde você vai?

- Vou atrás do meu pai. Precisava de você para me dar uma ajuda sobre – sussurrou – o que fazer.

- Sabe onde seu pai está? – Ai meu Merlin, eram essas férias! Dumbledore não podia levá-la embora agora! Não quando tinha a chance de salvar a vida de Tom Riddle Senior e de sua família!

- Sei, mais ou menos. – Tom pensou. – Mora em uma vila trouxa, com os pais. Meus avós. – ele praticamente cuspiu as palavras em Hermione. – Pretendia ir ao encontro dele. Já o vi pela penseira do Dumbledore.

- Você o viu na penseira do Dumbledore? – Espantou-se. – Mas quando? E como?!

- Faz uma semana, se não me engano. Ele deixou a penseira dando mole sobre a mesa, eu entrei e vi. – disse normalmente, como se discutisse uma matéria. – Você tinha razão, amor, ele é, ou melhor, eu sou idêntico a ele.

- Por que está usando essas formas carinhosas de me chamar? – perguntou desconfiada.

- Esperava conquista-la para vir comigo. – disse convicto. – Sei que soou frio e seco, mas não foi esta a real intenção. – ele pegou as mãos da garota e entrelaçou nas suas. – Tenho um presente pra você.

- Outro? – ela sorriu, completamente rendida.

- Sim, mas este é mais especial que o colar. – ele olhou para o colar de sua mãe, demorando-se um pouco no colo do vestido da menina. – Abra. – disse simplesmente, entregando uma delicada caixinha de veludo.

- Merlin, Tom, eu... – chocada? Tom Riddle havia lhe dado um anel. Um anel com o nome dele... uma aliança.

Lord Voldemort tinha acabado de pedir, formalmente, uma sangue-ruim em namoro.

E agora o mundo todo ficaria sabendo disso.

O anel era dourado, delicado, porém pesado. Era de um ouro puro. No interior brilhava “Tom Servolo Riddle” constantemente, em letras que lembravam fogo.

- Eu não sabia o seu tamanho. – disse sincero. – Então escolhi por sorte.

- Não sei o que dizer. – ela respondeu olhando-o firmemente nos olhos.

- Eu sei o que deve dizer. Diga que vai passar as férias comigo. – ele insistiu. – Diga que vai para a cidade de meu pai e vai me ajudar nessa busca.

- Eu... – não poderia aceitar! Meia noite, esse era o prazo para se despedir de Tom e voltar ali tempos depois, talvez quem sabe no começo das aulas, quando entraria de férias na Hogwarts no futuro.

Porém, aceitar parecia tão certo, tão... força do destino.

Tem vezes que nossa vida vai além do destino.

- Eu irei. – disse. – Eu irei com você, Tom.

Tom Riddle sorriu, verdadeiro e sem restrições.

- Eu sabia que iria. – e a beijou intensamente, enrolando seus dedos nos cabelos dela. – Não sei se já lhe disse, madame, mas estais linda. – ele sorriu novamente, deixando a outra encantada.

- É, você disse. – ela corou. – Mas acho que você que se superou hoje, Tom. Não achei que pudesse ficar mais lindo do que já é, ou melhor, pode. – acariciou ternamente o rosto dele. – Quando sorri assim, você fica encantador.

- Estou vendo que nossas criticas estão sendo aprimoradas na medida em que o juiz nos dá tempo para eliminá-las com frequência. – ele riu. – Você irá perder a causa, Senhorita Granger.

- Eu não me importo. – e o beijou. – Não mesmo.

O restante da noite foi aproveitado com calma, principalmente quando Tom chamou a moça para dançar. Hermione havia aprendido alguns passos para a valsa com Viktor Krum, porém Tom era muito melhor dançarino que ele. Administrava seus passos com maestria, mas mesmo assim suave. Deleitava-se segurando firmemente a cintura de Hermione, e reparava como os outros casais se portavam.

- Veja o Hutter e a Deeds. – ele riu. – Parece que estão levando chicotadas, e não dançando.

Hermione deu um tempo para Tom conversar com seus amigos, que a encaravam com suspeita e raiva. Malfoy, como era de se esperar, era o carrasco e também o sub-líder de Tom. Parecia adorar quando o mestre se ausentava do cargo.

Lestrange era bonito, tinha que admitir. Porém, era quieto e distraído, parecia não perceber os suspiros das garotas que passavam ao seu lado.

Black parecia mal, porém ao lado de Tom era uma moça. Num instante, pode sentir os olhares dos três caírem por cima dela, avaliando todos os detalhes da roupa, o que desagradou Tom.

Seus amigos, por sua vez, riam constantemente, contando antigas histórias de infância que haviam passado.

Felipe não tirava seus olhos de Hermione, suspirando quando a garota arrumava caprichosamente o cabelo, com medo que esse se soltasse.

Rebeca, com a pose de melhor amiga, ficou quieta, mesmo chateada, vendo que Felipe a havia convidado realmente por mera educação.

Dérek tentava animar todos, cantando e contando suas piadinhas sem graça, e todas as travessuras que realizava com os colegas.

- Com licença? – Hermione ouviu uma voz conhecida.

- Professor! – Hermione espantou-se. 23:55. – Eu...

- Acho melhor a Srta. vir comigo, miss Granger. – Dumbledore disse.

- Tenho, hum, tempo para dizer tchau para o Tom? – perguntou ela, inventando uma desculpa qualquer para vê-lo antes de partir.

- Bom, a Srta. Tem 3 minutos para estar na minha sala. Pode ir conversando com o Sr. Riddle no caminho. – ele piscou.

- Obrigada, Senhor. Tom! – ela o chamou. – Venha cá, rápido!

- O que há?!- questionou aborrecido.

- Aceitei ir com você, e irei. – ela o beijou, pelo menos uma última vez antes da partida. – Mas antes tenho que resolver umas coisas aqui.

- Que coisas, Hermione?

- Não se preocupe. Olhe... – ela mostrou o anel. – Eu te amo. Não poderia ser melhor, este presente.

- Ele foi, humm, de coração, digamos. – Tom sorriu. – Promete que voltará a tempo?

- Sim, eu prometo. – disse convicta, e o beijou levemente.

- Srta. Granger? – chamou Dumbledore.

– Adeus, Tom.

- Até breve, Hermione Granger.

A porta da sala se fechou. Era a hora.

- Está preparada para voltar, Srta.? – perguntou Dumbledore, olhando sobre a caixinha de cristais vazia.

- Sinceramente, não. – respondeu ela. – Será que...bem, o Sr. Sabe se eu voltarei para cá?

- A Srta. voltará, querida, se eu for bastante esperto no futuro... como sou agora. Voltarevira?

E tudo sumiu.

- Olá Srta. Vejo que está afiada nos horários. – disse o verdadeiro Dumbledore, com ar risonho.


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Notas finais do capítulo

Isso até seria romântico se não fosse tão cruel. – ela riu, com um pouco mais de senso. – Um garoto entrega pra você uma parte da alma dele.

Se fosse a alma do Tom...quem liga? hahaha.
Espero que tenham gostado. Ainda não comecei o próximo, e não tenho idéias do que fazer. Então podem mandar sugestões.
O que voces querem , hm hm?
Beijos e, comentem!