Além do Destino escrita por AnaBonagamba


Capítulo 10
Exclamações.


Notas iniciais do capítulo

Depois de tantos comentários amáveis, cá estou eu, postando para vocês.
Obrigada pelo apoio, boa leitura! o/



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- Hermione? – Rebeca chamou. Estava sentada num galho não muito alto, porém o suficiente para balançar os sapatinhos de couro no ar.

- Oi. – respondeu. – Tom disse que queria falar comigo.

- Oh, - ela desceu, fazendo barulho. – e eu pensei que ele não iria lhe dar o recado.

- Por que não daria? – questionou a castanha.

- Por nada. Ele estava apressado...poderia ter esquecido. – defendeu-se, deixando Hermione desconfiada.

- Mas, e então! O que queria me dizer?

- Por que não vamos dar uma volta? – Rebeca apontou para o caminho de terra que circundava o lago. – Está um dia lindo!

- Claro. – Hermione sorriu, entrelaçando seu braço no da menina.

Os jardins estavam delicadamente podados e Hermione conseguia ver as luzes e os globos flutuantes que cercavam o castelo. Os alunos pareciam se divertir decorando a escola para o baile.

- Você e o Tom estão namorando? – perguntou Rebeca.

- Bom, ele diz que estamos. – a castanha riu. – Gosto de pensar que sim. Por que?

- É que...bem...é estranho. Sabe, o Tom já teve algumas namoradas, mas nada assim, como está sendo com você.

- Sério?

- É! – Rebeca aumentou o tom de sua voz. – O que eu queria te perguntar é... você gosta dele?

- Sim, eu gosto. – respondeu convicta.

- O Felipe também gosta de você. – ela disse. – Nos últimos dias, ele tem sofrido por causa da sua relação com o Tom e...

- E o que, Rebs? – perguntou Hermione, virando-se para olhar Rebeca nos olhos.

- Eu acho que ele está tramando alguma coisa. Nunca pensei que ele fosse capaz de fazer algo como isso, mas se tratando de amor...bem, Felipe nunca gostou de alguém como parece gostar de você.

- Você gosta dele, não gosta? – Hermione perguntou.

- Isso não vem ao caso. – Rebeca corou. – Eu gosto dele como sempre gostei, ele é meu amigo.

- Sei bem. – a castanha sorriu de lado.

- Mas você também é minha amiga. – completou. – E se estiver feliz com o Riddle Felipe não tem o direito de interferir nisso. Só peço pra você tomar cuidado.

- Tenho motivos pra me preocupar?

- Vários. – respondeu Rebeca rapidamente, lembrando Dumbledore.

- Tem mais alguma coisa que você queria me falar? – apostou.

- Bom, você é esperta! – Rebeca riu. – É sobre os amigos do Tom, aqueles que você ainda não conhece.

- Quem são eles? – perguntou.

- Avery, Lestrange, Black, Malfoy! – ela citou, contando nos dedos. – Estes são aqueles que Tom daria, ou não, a vida pra salvar. Não são boas pessoas.

- Por quê?

- São maus, Hermione. De famílias más. Olhe, eu sou sangue-puro, e não ligo a mínima pra isso. Tenho uma corrente de amigos mestiços e de famílias trouxas, e não me importo com isso. Os amigos de Tom, ou melhor, o próprio Tom Riddle, sempre gostou de pisar sobre aqueles que não possuem descendência mágica.

- Já percebi isso, Rebeca.

- O problema é que nós da Grifinória, principalmente nosso adorado monitor que a ti desejas, - ela sorriu. – sempre fomos defensores dessas causas, e quase todas elas envolvem o Riddle.

- Nossa, - Hermione surpreendeu-se. Sabia que Tom Riddle agia dessa forma, mas jamais imaginou que houvessem pessoas para discutir com ele a respeito disso. – Eu...não...sabia.

- Isso não vem ao caso. O que me preocupa é, - ela parou por alguns segundos e complementou. – eu posso estar completamente errada e desejo muito isso; um dia o Lipe chamou o Riddle de sangue-ruim. No momento eu achei que ele iria mata-lo quando disse isso, mas ele virou as costas e saiu.

- O que aconteceu depois? – perguntou Hermione, curiosa.

- Murta, uma das nossas amigas de família trouxa... ela morreu. E o mais interessante era que Tom sabia sobre o assassino.

Hermione congelou. A câmara secreta.

- Era um dos nossos alunos, Hagrid. – completou. – Ele sempre gostou de criar criaturas estranhas, mas nunca acreditamos que ele deixaria um de seus bichinhos matar alguém.

- Talvez tenha sido um acidente. – disse a castanha com a voz sem vida.

- É. – Rebeca olhou para baixo. – Pode ter sido isso. O que eu quero dizer é que tenha cuidado e... ops! Preciso ir receber meu vestido ou a Madame Schiffer vai me matar! – ela riu. – Pode voltar sozinha?

- Sim, sei o caminho.

- Então, - Rebeca estalou um beijo na bochecha da menina. – vejo você no baile. Eu te contei isso só pra você saber, e tomar cuidado. Eu gosto do Tom, ele nunca me fez mal, mas...a cautela é sempre necessária.

- Rebs, obrigada. Você é uma verdadeira amiga. – e observou a mais alta sair.

Então Dumbledore havia mandado Hermione posterior à época da câmara, portanto Tom sabia que era descendente de Slytherin.

Era uma questão de dias para que Riddle fosse procurar a família de seu pai e matar todos eles.

* * *

Por um momento, a mente de Hermione vagou sobre vários aspectos. Chegou a sentir ódio daqueles que magoaram Tom, os quais o fizeram chorar. Chegou a ter raiva deles e seu íntimo não renegaria a morte a todos eles.

Mas lembrou-se de quem ele era: Lord Voldemort. Aquele rapaz lindo, alto, de cabelos escuros deveria se tornar o repugnante Lord das Trevas. A missão dela envolvia somente em amenizar os efeitos de não ser amado em Tom Riddle, estes que não eram encontrados em Voldemort.

“Mas Tom é Voldemort”, pensou ela. “De qualquer forma, estou mexendo com o futuro!”

Então, como se sua mente estivesse na frente de uma grande luz, tomou uma decisão: ela voltaria para seu tempo e planejaria cada uma das ações que deveria tomar no passado. Conversaria com Dumbledore, abriria seus planos e, principalmente, contaria para ele sua paixão pelo garoto.

Tom Servolo Riddle, Eis Lord Voldemort.

- Hermione? – Tom chamou-a, vendo a garota entrar em seu quarto.

- Sim, sou eu! – ela respondeu. – Foi bem na prova?

- Ah, consideravelmente. – ele riu, abraçando sua cintura. – Mas quem me preocupa aqui é a Srta., afinal, dependo das suas notas para saber se sou mesmo um bom professor e posso seguir minha carreira futura.

- Só que o Sr. Se esqueceu que sou uma aluna modelo. – ela sorriu. – Sou bem capaz de trabalhar minha mente.

- É verdade. – ele se aproximou dela, relando seus lábios de leve. – É capaz de trabalhar sua mente em um momento como este? – sussurrou sedutoramente.

- Não. – respondeu também num sussurro. – está jogando baixo, Riddle.

- Eu sei, Granger. – e a beijou.

Seus lábios se moviam calmamente sobre os da garota, saboreando cada espacinho do interior da boca dela. Hermione, por sua vez, levou seus dedos para os cabelos negros do rapaz, desfazendo a forma caprichosa com que ele os penteou. Puxava-o para ela.

- Sabe... – ele começou, beijando o pescoço da menina. – hoje é o baile de despedida antes das férias.

- Eu não sabia! – ela riu, levantando o rosto do rapaz.

- E, - continuou. – eu queria saber se você, a Srta., milady, a dama na qual meu julgamento está nas mãos, gostaria de passar um mês comigo, longe dessa escola.

Hermione empalideceu. As férias de verão. A época em que Tom matou seu pai e avós.

- Eu...ãhn...adoraria, Tom! – ela respondeu.

- Não tenho muitos planos ainda. – disse, sentando-se na cama e levando-a consigo. – Mas sei que teremos que ir ao orfanato primeiro. – seu nariz entortou. – Martha ficará preocupada se eu sumir do nada. Sente-se responsável por mim. – explicou.

- Não vejo problemas nisso. – disse beijando-o de leve. – Podemos fazer várias coisas, será muito divertido, Tom, querido.

- Sei que sim. – a empurrou para baixo e deitou-se sobre ela, descansando enquanto a tarde chegava e, com ela, o grande baile.

Hermione o observava calmamente, enquanto seus olhos abriam às vezes para também olhar para ela. Ele olhava fixamente para o lado, na parede do relógio, deixando seus pensamentos vagarem.

- No que está pensando? - perguntou ele de repente, tirando-a de suas convicções.

- No quanto você é lindo. - respondeu, escondendo o rosto.

- Sério? – ele riu. – Acha mesmo isso?

- Sim, e não sou a única, aliás. – ela riu, bagunçando seus cabelos escuros.

- Mas a sua opinião é a que mais me interessa, Srta. Granger, afinal os jurados podem se intimidar se a madame concordar que minha beleza ajuda no meu julgamento.

Hermione riu. Tom era impossível.

- Oh, concordo plenamente! – e o beijou. - Tom?

- Sim?

- Conte mais sobre sua família. O que sabe dela?

- Com que fins desejas saber? – questinou-a.

- Quero saber se seu pai foi tão bonito quanto você é. - ela riu.

- Por que acha que devo de ser parecido com o meu pai? Eu sequer o conheço! -perguntou confuso.


“Mérope Gaunt se apaixonou por Tom Riddle Senior por causa de sua beleza. Seu último desejo foi que o filho fosse parecido com o pai. O desejo de Mérope foi completamente realizado." Lembrou-se.

- Ãhn, é que normalmente os filhos homens são mais semelhantes aos pais do que as mães. Vice-versa. Eu sou a cara da minha mãe. - sim, isso era a pura verdade.

- Sua mãe deve ser linda, então. - ele riu.

- É, ela é bem bonita. – Hermione corou.

- Eu não conheço o meu pai, Hermione. – respondeu sinceramente. – Ele abandonou minha mãe quando ela soube que ia me ter.

- Tom! – espantou-se a garota. – Isso é horrível.

- Eu o odeio. – disse secamente Riddle, terminando a conversa.

“Se eu tentasse mudar a maneira de ele ver o pai... se Tom pudesse entender que ter uma família seria a solução que ele sempre buscou... família...” pensou ela.

De repente, Tom se levantou.

- Aonde vai? – perguntou a menina.

- Levante-se. Quero te explicar uma coisa. – ele sorriu torto.

- O que?

- Lembra que eu te disse sobre algumas coisas que DCAT não ensinava, e que eu achava necessário aprender? – olhou-a intensamente.

- Sim, Tom.

- Eu andei pesquisando, aprendi, e acho necessário te explicar, te ensinar se possível. Chama-se “mentollis”.

- Mentollis? O que isso significa?

- É uma relação dos poderes da mente. Divide-se em controllium, climatorium e temporallium. – Tom sorriu. – O controllium faz com que você tenha completo controle sobre objetos e, com prática, até sobre pessoas. – ele parou.

- Pessoas? – ela gelou. – Pode controlar pessoas, assim como a maldição “Imperius”?

- Não. Imperius é uma maldição, controllium é um talento. Você não pode simplesmente erguer a varinha e conjura-lo. Precisa de uma prática mental para conseguir obtê-lo.

- E climatorium?

- É a mesma coisa, mas envolve elementos físicos e naturais. Pode fazer chover num dia de calor, ou nevar num dia de verão.

Hermione sorriu.

- E temporallium?

- Pode controlar o espaço e o tempo. – os olhos de Tom brilharam. – É capaz de ir e vir, mas, por enquanto, só poderá mover o passado.

- Por quê? A magia é restrita?

- Não exatamente restrita, mas todos os bruxos que se moveram para o futuro não conseguiram voltar. – explicou. – Entretanto, aqueles capazes de usar o mentollis temporallium para o passado tiveram muito sucesso com o resultado.

- Tom, qual é a diferencia entre esse tal temporallium e um vira-tempo? – questionou. O assunto estava começando a ficar interessante.

- Um vira-tempo muito bom te mandaria para 30 anos atrás. – respondeu. – Um temporallium pode ir para quando quiser. Aliás, com um vira-tempo, você não pode ser visto, senão haverá consequências severas. Com temporallium, você pode viver na outra época. O problema é que...

- O tempo original não ficará parado. Ele pode ser atrasado, mas nunca parará. – completou.

- Exatamente.

Então era isso que Dumbledore estava fazendo! Ele tinha a capacidade de mentollis temporallium, atrasara o tempo presente para manter Hermione mais tempo ali, vivendo de verdade, e tendo a capacidade de mover o passado no ritmo que ela quisesse.

Algo deu errado e não consegui trazê-la mais cedo”, Era isso! Dumbledore sabia que sua missão no passado estava em perfeito estado, e dessa forma, por força própria, força da mente, não conseguiu trazê-la de volta...

- Porque eu não quero ir embora. – sussurrou para si mesma.

- O que disse? – perguntou Tom.

- Se, por um acaso – começou ela, aproximando-se dele. – eu mandar, pela força da minha mente, alguém para o passado e, de repente, desejar tê-la de volta, mas ela não quer voltar...

- Então aí temos um problema, apesar de que acho isso impossível. – disse Tom, pensativo. – Um bruxo tem que ser mais feiticeiro do que bruxo para ser um mentollis temporallium. É a característica mais difícil e requer muitos cuidados.

- Que tipo de cuidados?

- Ora, não é que eu acertei! – ele riu. – Feiticeiros trabalham com a mente, nós trabalhamos com a varinha. – ele indicou sua varinha. – Penso que, para você aprimorar-se em um deve se esquecer do outro.

- Mas que tipo de problema causaria se uma pessoa não desejasse voltar? – ela tentou mais uma vez.

- O elo se rompe e a pessoa pode se perder no passado, o que não é um problema se ela não queria voltar. Mas para a pessoa que a mandou seria um grande fardo, pois não conseguiria segurar o tempo presente da maneira que o faria se tudo ocorresse bem.

Hermione olhou no relógio. 18:32.

- Querido, - ela o beijou profundamente. – vou me arrumar para o baile, mas quero saber mais sobre isso.

- Vejo que a aluna modelo de Beauxbatons tem muitas coisas pra ensinar suas antigas amigas.

- Ah, - ela corou. – elas não seriam capazes de entender sobre poderes mentais. – dirigiu-se para a porta. – Agora, se você falar sobre poções para cabelo, com certeza a conversa será longa.

E saiu.

- Lembre-se de colocar o colar da minha mãe! – Tom gritou, com um sorriso nos lábios. Inteligente como era, Hermione seria capaz de ajuda-lo, e muito, na sua busca por ser um mentollis.

“Mestre da mente e imortal. O que mais deveria eu querer?”

E foi se trocar.


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Notas finais do capítulo

Tomzinho safadinho! Gosta muito da Hermione, mas não perderá a chance de se aproveitar dela, não é?
Esse aqui foi um presentinho de sexta-feira, e já comecei a escrever o PRÓXIMO o/
espero os reviews sobre aquela pergunta que fiz no 9º capítulo, WHAT ABOUT NC-17? *3*
Beijos e obrigada! Até mais tarde!