Alma Pura escrita por Neko D Lully


Capítulo 5
Medo de te perder


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpe pornão ter postado antes, mas é que na quinta eu tive que fazer um trabalho que durou mais do que eu esperava, na sexa eu nem estava em casa e no sabado a porcaria da internet não estava funcionando, sem falar que estava muito mal.
Bom... Mas aqui esta o capitulo e espero que aproveitem.



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                                                   ALMA PURA

                                        Cap.4: Medo de te perder.

SOUL POV.

Havia se passado uma semana desde o dia em que decidi ajudar Maka a atravessar o portal. Mas, cada dia que passava, mais demônios apareciam e cada vez ficava mais difícil  protegê-la.

Claro, Maka também ajudava a derrotar os demônios que apareciam. Ela tinha uma boa habilidade com a espada além de ótimos reflexos.

Tornamos amigos, mas, de vez em quando, quando caçoava dela por não ter atributos muito grandes como uma menina de 18 anos deveria ter, eu levava uma livrada na cabeça, cujo golpe ela chamava de Maka-Chop.

E a cada dia sentia mais necessidade de protegê-la de todos e até de mim.

Tive vários intentos frustrados de matá-la enquanto dormia. Tem uma parte de mim que desejava sua alma com loucura e faria de tudo para devorá-la. E ouso dizer que essa parte era um diabinho vermelho vestido de terno que ficava em uma habitação escura com um piano preto e uma vitrola que sempre tocava um jazz.

Ele sempre me oferecia a sugestão de comer a alma de Maka. Mas eu sempre recusava.

Eu e Maka estávamos andando pela floresta – não haviam povoados por aqui – sem dizer nada. Isso era comum já que sempre que enfrentávamos um demônio Maka se afundava em seu próprio mundo.

Não sei muita coisa sobre ela, mas sei que sempre que ela pensa em uma certa pessoa, segurava o cabo da espada com força, como fazia agora.

Suspirei. Desde que recuperou os movimentos não parava de ter essa reação, e toda vez que perguntava o que era, ela mudava de assunto.

Mas hoje seria diferente. A faria falar mesmo que não quisesse.

-Maka. – a chamei calmamente.

-Hum. – foi o único que respondei. Nem parecia ter me ouvido.

-Por que esta tão tensa? – a fitei intensamente. Ela apenas abaixou a mira fazendo com que sua franja tampasse seus olhos.

-Não... estou tensa. – respondeu com a voz quebrada e cheia de tristeza. – Estou bem. É sério.

Não suportei. Sua tristeza era tão grande que quase podia tocá-la. E, sem aviso, a empurrei contra uma árvore segurando seus pulsos do lado da cabeça.

-Não, você não está bem. – ela me olhou surpresa e atordoada. – Você anda sempre segurando sua espada com força, não sorri mais com tanta freqüência como no dia em que te conheci e anda sempre distraída. – ela desviou o olhar do meu e fechou os olhos com força. – Por favor, Maka, me diga o que está acontecendo. Quero te ajudar. – disse o mais gentil possível. Ela me fitou duvidosa. – Afinal, não é nada cool deixar uma garota sofrer. – sorri como para dar confiança.

Ela suspirou profundamente. Para depois me olhar nos olhos. Seus olhos cor jade me miravam tristonhos, mas decididos.

-Tudo bem, eu conto. – nesse momento a soltei e me afastei um pouco para deixá-la a vontade. – Bom, tudo começou quando eu tinha sete anos e conheci o garoto que me fez a pessoa mais feliz da face da terra. – não sei por que, mas, ao ouvir aquilo não pude evitar sentir um pouco de ciúmes. – Mas bastou um dia para ele me deixar.

Depois que ele me deixou fiquei em depressão por vários meses. Ele, mesmo tendo-o conhecido por pouco tempo, me fez apaixonar perdidamente.

Meus pais morreram um ano depois dele ir embora. Fiquei totalmente desesperada e corri para a floresta onde o conheci, levando junto minha espada que fizemos juntos com diamantes que ele encontrou. – pude ver como ela segurava ainda mais forte a espada – Fiquei escondida lá, temendo o mundo que me cercava.

Depois de vários dias decidi continuar o legado de minha família e encontrar o garoto que levou meu coração. – suspirou – Nunca o encontrei e, ao acabar uma batalha contra um demônio, não agüentava mais nada. A dor do meu corpo e do meu coração eram muito forte para eu agüentar.

Foi aí que decidi me matar. Não valia a pena viver sozinha. – ela começou a chorar – E quando te vi... quando olhei pra você pela primeira vez, pensei que fosse ele. Mas não era. E agora toda vez que olho pra você me recordo dele e penso que agora ele deve ter uma família onde eu não participo.” – nessa hora ela caiu de joelhos chorando alto. 

Não duvidei em me ajoelhar a sua frente e abraçá-la com cuidado, acariciando sua cabeça delicadamente. Ela escondeu seu rosto em meu peito e chorou ainda mais, segurando minha blusa com força. A mesma estava ficando encharcada por causa de suas lágrimas, mas não me importava. Só o fato dela estar se confortando já me agradava.

Estou pirando. Até parece que estou caidinho por ela. Uma garota irritante e ainda por cima uma caça demônios.

Ela começou a respirar fundo para parar de chorar. Mas mesmo quando ela não estava mais chorando não parei de abraçá-la. Por alguma razão não queria me afastar. O que estava acontecendo comigo?

- E você? – perguntou baixinho, quase não pude ouvir.

-Como assim? – perguntei sem entender o que ela quis dizer.

-Quando estávamos na livraria você disse que não queria falar seu nome porque te fazia lembrar alguém que não podia mais ver. Quem era? E por que não pode mais vê-la? - disse com tanta ternura que não pude evitar abraçá-la mais.

-Bom... não é uma história fácil de recordar mas sei que a sua também não foi, então vou te dizer.

-Não precisa me dizer se não quiser. – falou levantando um pouco a cabeça e me mirando com os olhos ainda marejados.

-Desde que nasci fui odiado por todos. Nasci na terra e fui impiedosamente maltratado. Meus pais me abandonaram quando era bem pequeno e tive que me virar muito cedo.

Quando fiz cinco anos saí do povoado em que nasci e viajei para vários outros povoados tentando encontrar meus pais. Mas em cada povo que passava era esmurrado pelos cidadãos. O último em que passei fui caçado e se não tivesse corrido para a floresta que tinha próximo dali, com certeza teria morrido.

Mas mesmo tendo escapado estava muito ferido e não tinha nenhum meio que pudesse utilizar para tampar minhas feridas. Já estava desistindo quando a conheci.

Encostei-me em uma árvore e esperei meu fim. Mas antes que morresse vi, uma garota se aproximar de mim. Estava com medo dela. Pensava que ela fosse como os outros que me maltrataram e tentaram me matar. Enganei-me.

Mesmo sabendo que era um demônio, ela me ajudou e me curou, mesmo contra a vontade de seus pais.

Fiquei um dia em sua casa, mesmo assim, isso não me impediu de me apaixonar perdidamente por ela. Mas quando a noite chegou tive um pesadelo e fui dormir a seu lado. Grave erro. Acordei no meio da noite com uma fome que me ardia a garganta. Olhei para ela dormindo tranquilamente a meu lado com os braços ao redor de minha cintura. Levei meu braço até seu pescoço e comecei a apertá-lo. Não estava consciente do que fazia e não conseguia controlar meu corpo.

Só voltei a mim quando ouvi como ela tossia por falta de ar. Larguei seu pescoço e me afastei dela. Estava preste a matar a pessoa que salvou minha vida, quem eu mais amava, quem havia me dado um nome. Decidi deixá-la para seu próprio bem. Não queria feri-la muito menos matá-la. Fui embora na mesma noite.

Voltei um ano depois porque me sentia sozinho, mas a casa dela estava destruída e todos me disseram que toda sua família morrera.

Vim para cá com a esperança de encontrá-la, sem sucesso. Supus que ela teria atravessado o portal ou sua alma fora devorada por um demônio. Torcia para que fosse o primeiro e ela pudesse ter outra chance.

Quando te vi pensei que fosse ela. São muito parecidas. Mas lembrei que ela morrera e quando uma alma humana vem para cá não muda com o passar do tempo em que permanece aqui. E toda vez que te vejo, penso nela. Em como ela estaria agora e se tinha uma família.” – parei de falar e o silencio reinou no lugar.

Ela apertou mais minha blusa e enfiou mais seu rosto contra meu peito.

-Me desculpe. – sussurrou em um tom baixo.

-Mas por que? – perguntei confuso.

- Por te fazer sofrer tanto. – disse quase voltando a chorar.

-Mas você não me fez sofr...- não pude terminar de dizer já que ela me interrompeu.

-NÃO MINTA! – gritou se aferrando mais ainda a mim – Eu sei que sou um peso para você. Além de estar te ferindo por me proteger, estou te fazendo sofrer por lembrar quem você ama e não poder estar a seu lado. – seu tom era cada vez mais triste, sua voz ameaçava o choro novamente e seu corpo começava a tremer – Sou um estorvo para todos. Até meus pais pensavam assim.

Lágrimas começaram a sair de seus olhos novamente. A segurei pelo ombro e a distanciei um pouco de mim para poder mirá-la nos olhos.

- Você não é um estorvo pra ninguém. – disse chamando sua atenção. Seus olhos chorosos me miravam surpresos. – Eu escolhi te proteger. Você não tem nada a ver com eu estar me machucando e você não está me fazendo sofrer por me fazer lembrar dela. É até bom. – terminei com um sorriso.

Ela enxugou as lágrimas com a manga de sua blusa e me sorriu de volta.

Antes que qualquer um de nós pudesse falar algo, fomos golpeados. Separei de Maka no impacto. Ela se chocou em uma rocha e eu saí arrastando no chão.

Levantei o rosto para ver Maka caindo no chão e tentando se levantar enquanto o demônio que nos atacou se aproximava lentamente dela.

Sentí uma enorme fúria percorrer meu corpo, com pitadas de preocupação, ódio e medo. Estava com medo de perdê-la, medo de que nunca mais pudesse vê-la sorrir de novo. Não iria deixar que ele comesse sua alma. Não permitiria que a tirasse de mim.

Levantei com rapidez e me lancei contra o demônio antes dele poder tocar em Maka, que agora estava de joelhos no chão e uma mão sustentando o corpo.

Comecei a lutar com o demônio. Ele não era nada fraco e me golpeou várias vezes enquanto eu apenas consegui acertá-lo uma ou duas vezes. Estava exausto e quase não conseguia me manter em pé. Distrai um pouco e o demônio atravessou sua mão por meu abdômen e me lançava contra uma árvore.

-EVANS! – gritou Maka já de pé. Minha visão estava embaçada, mas pude ver como ela se balançava contra o demônio com sua espada erguida e o cortava ao meio.

A alma do demônio flutuava na frente de Maka, mas ela nem ligou e foi correndo até mim com um olhar preocupado e cheio de tristeza. Quando chegou, se ajoelhou ao meu lado e tentou parar meu sangramento. Colocou minha cabeça em seu colo e começou a chorar enquanto tentava inutilmente sarar meu ferimento.

Segurei sua mão e lhe sorri com esforço. – Não se preocupe... vou... ficar... bem. – disse com dificuldade. Meu aperto se tornava débil e tudo começou a ficar negro.

Antes que caísse na escuridão pude ouvir como Maka gritava meu nome desesperada. Depois... nada.


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Notas finais do capítulo

E ai? Como ficou? Espero que tenha fiado do agrado de você, porque não acho que escrevo bem. Espero os reviews com ansiedade.