Alma Pura escrita por Neko D Lully


Capítulo 3
Entre o céu e a terra. Regras a seguir.


Notas iniciais do capítulo

Minha nossa. Vou te contar um negocio, bati meu recordi de postar capitulos. Mas claro que já tinha essa fic pronta então isso não conta.
Bom proveito com o cap.



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ALMA PURA

Cap. 2: Entre o céu e a terra. Regras a seguir.

MAKA POV.

Corri em direção à floresta que tinha perto da minha casa, que ficava fora dos arredores do pequeno vilarejo. Meus pais eram caça-demônios excelentes e me ensinavam tudo o que sabiam. Mas hoje, era uma das raras ocasiões em que me deixavam livre dos treinos para brincar.

Corri o máximo que podia para chegar ao meu destino. Queria brincar na água do lago azul cristalino o dia inteiro. Era um lugar que havia encontrado por acaso, e que agora ia todas as vezes que podia.

Ar começou a me faltar e meu corpo começou a se render ao cansaço. Mas consegui. Havia chegado ao lugar mais belo que já tinha visto em toda a minha curta vida.

Aproximei do lago a minha frente para descansar e refrescar meu corpo com a água gelada. Até que senti aquele cheiro...

Sangue.

Olhei a minha volta para identificar a origem do terrível cheiro – o detestava, mesmo sendo uma caça-demônios. Meus olhos pararam em uma sombra encostada em uma das árvores que rodeavam o lago.

Aproximei lentamente da pequena sombra que parecia me vigiar com cautela e medo. Vi dois olhos cor rubi mirando cada passo que eu dava em sua direção.

Quando pude ver quem era me surpreendi. Era um garoto da minha idade de cabelos brancos, pele pálida e olhos vermelhos cor sangue. Seu corpo estava cheio de ferimentos graves – não sabia como ainda estava vivo.

-Você está bem?- perguntei aproximando um pouco mais. Não obtive resposta, então decide continuar a falar –Deixe-me ajudar.- levei a mão até seu rosto para acariciá-lo, mas  antes de tocá-lo me deu um tapa na mão fazendo-a desviar de sua rota.

-Não encoste em mim!- gritou o garoto. O medo estava impregnado em sua voz roca e angelical.

-Calma não vou te machucar- mencionei com um sorriso. Ele pareceu acreditar já que me deixou encostar em seu rosto. – Viu? Não vou te fazer mal.

Ele me mandou um pequeno sorriso, mostrando-me seus dentes afiados como o de um tubarão. Isso me intrigou um pouco, mas também fez meu coração saltar mais do que o normal.

-Você é um demônio?- perguntei curiosa.

-Sou.Você vai me machucar como os outros por causa disso?- perguntou amedrontado.

-Claro que não!E a propósito, qual é o seu nome?

-E-eu não sei.-sussurrou.

-Não tem nome? Então vou te dar um. Que tal?

-Seria ótimo!- disse empolgado, o que me fez rir

-Que tal...Soul?-perguntei com um sorriso.

-Gostei.

-Então Soul?Quer vir a minha casa para curarmos esses ferimentos?

-Se não for se incomodar.

O segurei pela mão e o ajudei a ir a minha casa.

Ele foi meu primeiro amigo e meu primeiro amor.

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Despertei lentamente. Recordei o sonho que acabara de ter e não pude evitar que uma lágrima escapasse de meus olhos. Era tão dolorido saber que nunca mais poderia vê-lo novamente.

Por que isso tinha que acontecer? Por que ele me deixou? Mesmo que só tivéssemos nos conhecido por um dia, não pude evitar me apaixonar por ele. Mas parecia que ele não sentia o mesmo já que se foi e me deixou sozinha.

Lágrimas escorriam de meus olhos e não conseguia evitar soluçar. Só de pensar que ele não me queria destroçava meu coração.

Será que estaria bem? Estaria pensando em mim? Será que ainda se preocupava comigo? Teria uma família?

Sentei na cama em que estava deitada e abracei minhas pernas tampando meu rosto nos joelhos. Deixei que as lágrimas rolassem livremente por meu rosto. Não agüentava mais. Queria vê-lo e dizer o que sentia, mas...não podia. Ele estava em um mundo onde nunca mais eu poderia estar.

Tinha que encarar a realidade e me dar conta que ele não me amava e que agora estava feliz nos braços de outra.

Isso me fez chorar ainda mais alto. Por que um garoto como ele ia se interessar por uma garota como eu? Pensei arrasada.

Nada mais me importava agora. E se alguma alma caridosa aparecesse e acabasse com meu sofrimento eu agradeceria.

Foi quando a porta se abriu. Limpei minhas lágrimas rapidamente e tentei me acalmar. Mirei a porta atentamente e por ela entrou o mesmo garoto que havia me salvado.

O fitei curiosa e desconfiada, ele fez o mesmo. Ficamos assim um tempo até que ele deixou a sacola que carregava em cima de uma mesa que estava perto dali e se dirigiu a mim.

-Você esta bem?- perguntou docemente. Não respondi apenas o mirei fixamente. – Estava chorando?- perguntou desconfiado.

-N-não.- menti nervosa.

Ele me mirou fixamente, depois, soltou um suspiro largo e se levantou indo na direção da sacola que havia trazido. Pegou uma maçã e me entregou.

-Coma. Vai precisar.- disse de costas para mim.

-Obrigada!-agradeci com o tom de voz mais doce que pude. Vi como ele se estremecia, mas decidi ignorar- Afinal onde estou? Quem é você? E por que me salvou?- perguntei dando uma mordida na maçã.

-Você está no mundo entre o céu e a terra, ou seja, no Limbo.- respondeu ainda sem me encarar- É um dos lugares mais perigosos para uma alma humana.

-E porque?- perguntei interessada.

-Porque há vários demônios aqui! E é mais perigoso para uma garota com uma alma tão chamativa, iguais às roupas!

Mirei minha roupa atentamente. Usava um traje estilo ninja. Uma blusa de mangas compridas que ia até um pouco abaixo de meus seios, ela era da cor azul céu. Usava uma saia curta que ocupava apenas um terço de minha coxa e tinha dois cortes dos dois lados das pernas e era da mesma cor que a blusa. Tinha um short debaixo da saia de um azul mais escuro. Usava botas brancas de plataforma pequenas. E por fim, usava duas luvas brancas.

-Continuando!- disse chamando minha atenção - Aqui também há regras. Aqui você pode sangrar e se ferir como na terra, mas se você acabar perdendo o corpo nunca mais poderá voltar. - engoli seco ao ouvir aquelas palavras.- Para você sair daqui é preciso atravessar o portal.

-Que portal?

-É uma faixa de luz que liga esse mundo com o espiritual. Ao atravessá-la você estará segura e poderá voltar para terra quando chegar a hora.

Então poderia ir embora desse lugar e voltar para a terra e começar de novo? Acho que nunca fiquei tão feliz em toda a minha vida.

Levantei em direção a porta. Abri e saí tranqüilamente. Já estava tomando meu caminho quando alguém segurou meu pulso. Olhei para trás e vi como dois olhos vermelhos me miravam de uma maneira reprovativa.

- Onde pensa que vai? – perguntou em um tom raivoso.

-Aonde mais eu iria? – perguntei de volta com um tom óbvio - Vou para esse portal.

-E pensa ir sozinha?

-Claro! Não preciso que ninguém me proteja. – disse magoada.

-Mas é claro que precisa. Você sabe quantos perigos há lá fora?

-Sei. Mas já tenho 18 anos e como filha de caça-demônios sei me proteger. – disse em um tom superior

-Que ironia, estou querendo ajudar a pessoa que mata meus irmãos. – disse para si mesmo.

-Mais um motivo para eu ir sozinha – me safei de seu agarre e comecei a andar. Então ele era um demônio, hein? Isso explica muita coisa.

-Espera. – gritou começando a me seguir. – Não vou deixar que você vá sozinha até lá!

-Não precisa deixar. Eu já vou sozinha até lá.

-Eu vou com você então – disse confiante. Não era uma pergunta o que me deixou furiosa.

-E quem lhe deu permissão para vir comigo?

-Ninguém tem que me dar permissão. Eu faço o que eu quero. Agora me siga.

Suspirei derrotada e o segui. Essa seria uma longa aventura...


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