Mensagens escrita por WinnieCooper


Capítulo 8
Peão Preto




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/112329/chapter/8

Meu pai melhorou muito devo dizer, voltou a comer, dormir em seu quarto, trabalhar e o melhor: tomar banho.

Todos os dias, depois de jantar, ele vai até o cinema de lembranças e assisti alguma recordação.

Às vezes sozinho.

Às vezes com minha mãe.

A maioria das vezes sozinho.

Estou sentado perto do lago tacando pedras nele e observo minha irmã e o Harry discutindo nos jardins.

- Não me toque Harry Potter! – ela gritava se distanciando dele.

- O que há com você Gina? Só quero ajudar.

Ele tentava se aproximar dela, mas minha irmã começou a correr para longe dele.

Vi a frustração no rosto do meu melhor amigo. Ele me viu e começou a caminhar até mim.

- Sua irmã é totalmente pirada – disse sentando-se ao meu lado.

- E você só notou isso agora?

- Eu estou tentando fazê-la parar com essa mania irritante de correr o tempo todo, mas ela foge. Será que ela foge de mim? – ele me perguntou realmente preocupado.

Será que minha irmã corre do Harry?

Realmente não sei.

- Eu tinha uma falsa esperança – ele continuou começando a jogar pedras no lago – Aquela falsa esperança de que tudo ia se resolver depois da guerra. Que a paz finalmente ia reinar. Que paz é essa afinal? De que valeu tudo aquilo que fizemos?

- Também queria saber essas respostas – confessei.

Nós dois somos adultos agora, nunca imaginaria que seria dessa maneira.

Dois velhos amigos cansados.

Cansados da dor.

Cansados da luta.

Cansados de não receber nada em troca.

Sinto falta dos tempos em Hogwarts, das aventuras que nos metíamos.

Sinto falta de sermos melhores amigos criança

E não melhores amigos adultos.

- Eu amo ela sabe? – ele sussurrou em segredo – Não vai me bater por isso não é?

Olhou para mim apreensivo.

- Não – respondi e o alivio perpassou em seu rosto – Não mando em seus sentimentos, mas vou te bater se a beijá-la.

- Rony!

- Ta, mas não faça isso na minha frente – eu ri e ele deu um pequeno sorriso.

- Como você e a Hermione fizeram na minha frente?

Ok! Isso era golpe baixo.

- Harry! Rony!

A Hermione gritou ao longe correndo em direção a nós com um pedaço de pergaminho em sua mão.

Quando quebrou a distância, abraçou nós dois ao mesmo tempo.

Ela estava feliz.

Sentou-se no meio de mim e Harry e mostrou o papel em sua mão.

- Leiam – disse animada.

“Senhorita Granger.

Como novo ministro da magia, aprecio e lhe agradeço por tudo o que fez nessa guerra ao lado de Harry Potter e Ronald Weasley. O que aconteceu nessa jornada de vocês, só vocês de fato sabem.

Respondendo sua carta, vou mandar uma de nossas melhores aurores para a Austrália. Ela se chama Milla Danes, tem vinte e cinco anos e é especialista no caso dos trouxas.

Se corresponderá em breve com a senhorita, e com certeza achará seus pais.

Afetuosamente

Kingsley Shacklebolt”

- Que ótimo Mione – Harry disse.

- Essa simples carta tirou um peso enorme do meu coração – ela confessou dobrando cuidadosamente o papel.

- Eles vão voltar – eu disse.

Ela me olhou sorrindo.

Vi seus olhos brilhando como há muito tempo não via.

- VOCÊS TRÊS – ouvi o grito da minha irmã e pedras tacadas nas minhas costas – SEMPRE OS TRÊS!

- Gina! – Harry disse levantando-se do chão.

Como de costume ela começou a correr para longe dele e o Harry correu atrás.

- É estranho – Hermione disse ao meu lado observando os dois brigarem ao longe – Antes agente é que brigava.

- Agente brigava demais – eu sorri.

Lembrei de um gato e um rato.

De um baile de inverno.

De brigas supérfluas no meio do salão comunal.

- Sinto falta delas – ela continuou – Só brigávamos porque não tínhamos nada a perder, não tínhamos grandes preocupações, não tínhamos coração machucado pela guerra...

- Era o nosso lugar – eu completei e ela me olhou intrigada.

- Como?

- O nosso esconderijo. O lugar que corríamos quando estávamos perdidos nos sentimentos que vinham de repente. Era simples, era nós dois.

“Era o amor aparecendo nas discussões” pensei sem coragem de dizer em voz alta e torcendo para que ela lesse as entrelinhas.

-Sim era nós dois – ela confirmou baixando a cabeça evitando me encarar.

- E essa simples coisa foi embora.

- Como foi embora? Crescemos?

- Acho que temos dores demais para nos machucarmos com palavras vazias.

- Acho que apenas nos seguramos um no outro.

- Ainda bem que agente tem agente.

Ela suspirou e fechou os olhos dizendo:

- Acho que quando voltarmos a brigar as coisas finalmente vão voltar ao velho curso, ao que é certo.

- Então eu quero muito brigar com você brevemente.

Ela sorriu abrindo os olhos e acariciando meu rosto.

- Quero voltar para esse lugar que só nós conhecemos, mesmo com lágrimas e palavras maldosas, éramos felizes.

- É minha culpa! – Harry gritou voltando a sentar-se do lado de Hermione.

A Hermione retirou a mão do meu rosto, ficando com as bochechas coradas de repente.

- Ela deve sentir nojo de mim – Harry disse realmente chateado.

- Andou assoando o nariz perto dela? – tentei fazer uma piada estúpida.

O Harry pareceu nem notar.

- Harry! – Hermione acariciou os cabelos dele – Só de um tempo a ela.

Ele balançou a cabeça bravo.

- Decidi, vou procurar uma casa para morar. Sou sozinho no mundo mesmo.

- Como assim sozinho? Eu e a Hermione somos o que? – perguntei chateado.

- NÃO SÃO MINHA FAMÍLIA! – ele gritou levantando do chão. Notei que a Hermione se assustou – Só não quero viver mais de favores aqui!

Virou as costas para nós e começou a andar.

- Harry! – Hermione gritou enquanto via ele se distanciar – DROGA! – ela gritou pegando uma pedra e jogando com a maior força que conseguiu reunir no lago – NÃO SE PODE FICAR UM MINUTO ALEGRE – pontuava cada palavra com uma pedra jogada.

Ela fechou os olhos respirando forte tentando se libertar da raiva repentina.

Minha irmã está cada vez mais pirada.

O Harry revoltado.

A Hermione não escondendo mais suas frustrações.

Então devo confessar que não foi uma surpresa encontrar um envelope volumoso em cima da minha cama, na manhã seguinte.

O seguro entre os dedos, como se fosse uma coisa muito suja.

A letra é a mesma: Ronald Weasley.

Parece que brinca comigo dizendo:

“Calma garoto covarde, é só um papel, são só palavras”.

“Outra missão que quase vai me matar?” pergunto.

“A resposta está aqui dentro. Oras abra. Não quer salvar as pessoas que ama?”

Deito na cama parando minha discussão com o envelope.

O negocio simplesmente tem que ser feito.

Abro e um peão preto cai no meu colo.

Embaixo o RW brilha.

Leio:

“Caro Ronald

Parabéns! Completou a primeira missão com louvor.

O primeiro passo é sempre o mais difícil, agora que começou deve terminar:

O peão preto: o outro lado joga.

Vai encarar esse desafio?

Jovem procurando uma resposta”

Dobro a carta e a guardo no meu bolso com o peão.

Fecho os olhos e escuto a resposta do peão preto no meu ouvido:

Percy Weasley.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Minha beta está com problemas com o PC dela, então só terça ela volta à ativa e me passa os caps betados...
Como hoje é meu niver resolvi postar outro cap até porque já tenho até o cap 20 pronto...
Como será que Ronald Weasley irá resolver o problema do Percy?
O Cap 9 é curtérrimo e talvez post hoje ainda....
Comentários para deixar meu dia feliz?
Beijinhos