Mensagens escrita por WinnieCooper


Capítulo 6
Projetor de lembranças




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Tive uma idéia bem impossível que a Mione disse que ia tentar torná-la possível.

Já que meu pai queria assistir suas lembranças porque não transportá-las para esse aparelho trouxa, a tal da tevelisão?

A Hermione me disse que uns feitiços ajudariam e que ela tinha um aparelho em sua casa perfeito para reproduzir esses pensamentos.

E então estávamos os dois, na frente da casa dos Grangers, tínhamos acabado de aparatar.

A casa dela é modesta, com dois andares, um jardim pequeno na frente dividindo espaço com uma garagem.

Notei que a Mione respirava forte olhando para a residência.

É claro! Era a primeira vez que ela voltava a sua casa depois da guerra.

Tirei uma coragem inexistente de mim mesmo e beijei sua testa tentando confortá-la.

- Tudo bem se não quiser mais entrar.

- Não! – ela afirmou derramando algumas lágrimas. Apenas segure minha mão.

Entrelacei nossas mãos fortemente e caminhamos até a porta de entrada.

Hermione pegou a chave e tentou colocá-la na fechadura, mas tremia tanto.

Não posso dizer qual o sentimento dela, mas deve ser horrível.

A sua família é seus pais e teve que sacrificar-se, ficando sem eles, para um bem maior.

Um bem maior que só nos faz sofrer?

Que bem maior é esse afinal?

Com muito custo Hermione conseguiu destrancar a porta.

Entramos a passos curtos dentro da sala.

Era espaçosa, tinha uma estante com a tal da tevelisão e outros aparelhos trouxas. Um tapete retangular e dois sofás. Havia uma bancada e a cozinha era vista do lado oposto.

- É tão estranho – Hermione disse ao meu lado – Voltar sem eles, sempre imaginei voltar com eles.

Ela visitou todos os cômodos da casa comigo, totalmente calada. O que me chamou a atenção foi quando ela abriu a porta de seu quarto.

As paredes eram beges, tinha um guarda-roupa e uma cama branca, várias prateleiras pregadas na parede com livros e mais livros.

- Cheira velho, parece outra realidade.

Ela soltou pela primeira vez minha mão e abriu a porta do guarda-roupa. Tirou um aparelho trouxa bem diferente, parecia uma luneta.

Hermione montou um suporte com três pés pra esse negocio esquisito. Voltou ao guarda-roupa e pegou um rolo.

- Esse é o aparelho de cinema do meu pai. Ele é obcecado por filmes antigos, lembra seu pai na verdade. Bom, funciona assim. Esse projetor – ela apontou para o objeto esquisito – passa as imagens do filme – ela ergueu o rolo que segurava – para uma parede ou um painel. A parede precisa ser branca e o ambiente precisa estar escuro.

Ela foi até um botão na parede e o apertou apagando as luzes.

- O filme é um conjunto de fotos que quando reproduzidas rapidamente formam um vídeo. Para reproduzir essas fotos precisamos disso – ela apontou para o objeto esquisito – Está entendendo?

- Mais ou menos.

- Vai entender melhor quando ver.

Ela andou até o aparelho e encaixou o rolo num espaço especifico, apertou um botão. E uma imagem surgiu na parede.

Uma garotinha, com cabelos marrons volumosos, olhos castanhos e dentes avantajados apareceu na tela. Usava um vestido rosa esquisito, era colado no corpo até a cintura e tinha uma saia extremamente rodada embaixo.

- O que é isso? – perguntei concentrado na imagem.

- Sou eu na minha apresentação de ballet, tinha cinco anos.

- Você? – perguntei observando mais a garotinha. É claro que é a Mione – Você é a sua cara.

- Uma ótima observação devo dizer – ela riu.

Como amo o som do riso dela.

É o som mais lindo do mundo.

- Quando você me disse sua idéia de transportar nossas lembranças a um aparelho e reproduzi-las numa tela como a televisão, lembrei disso.

- É ótimo! Melhor impossível – eu disse chegando mais perto da imagem da garotinha que agora rodava sustentada num pé só.

- Isso é um vídeo qualquer, mas imagina, com alguns feitiços podemos transformar um projetor de filmes em um projetor de lembranças. Nossas lembranças numa tela, assistidas no presente, muito melhor do que numa penseira.

A tela ficou preta e eu realmente fiquei decepcionado. Era tão bom ver uma realidade alternativa da Mione que não conhecia.

- Projetor de lembranças – disse sorrindo – é isso que vai salvar meu pai.

Arrumamos as coisas que levaríamos para minha casa e estávamos no jardim, prontos para aparatar.

- Sabe Mione, devo discordar com você em um aspecto do projetor de filmes.

- Qual? – ela me olhou intrigada.

- Aquele vídeo que me mostrou como exemplo, não era um vídeo insignificante, tinha você, a partir do momento que tem você não é qualquer coisa, é especial.

xx

Convenci com muito custo meu pai a sair da garagem e ir tomar um bom banho. Afinal, ele estava fedendo.

Hermione e eu ajeitamos um canto da garagem para reproduzir as lembranças, pegamos uma poltrona velha da sala, arrumamos um painel branco e a Mione até fez uma comida trouxa típica desses eventos, a tal da pipoca.

Quando meu pai apareceu era outra pessoa. A barba havia sumido, seus cabelos estavam penteados e o melhor, cheirava a perfume.

- O que é isso? – perguntou assim que viu a mudança do local.

- Cinema de lembranças – a Hermione respondeu.

- Nosso presente para você pai.

Ele olhava admirado para o projetor agora modificado por magia. A Hermione explicou o que era aquilo e como funcionava.

- E isso realmente funciona? – ele perguntou com os olhos brilhando de ansiedade.

Era tão bom ver seus olhos brilhando.

- Vamos testar pai, escolha uma lembrança e a coloque aqui – eu respondi apontando para um ponto especifico do aparelho.

Meu pai fechou os olhos se concentrando, pegou sua varinha e apontou para sua cabeça retirando um fio prata o despejando no local por mim indicado.

Uma imagem apareceu no painel branco. Meu pai sentou na poltrona para visualizar melhor.

Eram dois jovens, ambos ruivos, sentados embaixo de uma árvore, o céu estava vermelho pelo fim da tarde.

- Eu te procurei o dia inteiro, onde estava Arthur?

- Procurando isso.

O jovem mostrou a ela um trevo de quatro folhas.

- É uma tradição trouxa, a maioria dos trevos tem três folhas, os trevos de quatro são raros, quem tem um tem sorte. E hoje preciso de sorte Molly.

- Sorte no que?

Ele sentou ereto no chão e segurou a mão da jovem.

- Quer casar comigo?

Uma Molly indignada levantou do chão e apontou o dedo para o ruivo.

- Você precisava de sorte para isso? Sumiu o dia inteiro, procurando um trevo, para isso?

- Molly... – o Arthur do vídeo levantou.

- Cala a boca! – ela andava em círculos – Precisa de sorte para isso sendo que minha resposta sempre vai ser sim.

- Você aceita? – ele riu e a abraçou.

- Aceito com a condição de parar com essa obsessão pelos trouxas.

- Tudo bem.

Eles se beijaram e o vídeo ficou preto.

A Hermione chorava baixinho do meu lado.

Meu pai se virou para mim com os olhos lacrimejados.

- Obrigado! Realmente obrigado – ele levantou da poltrona – Preciso mostrar para a Molly.

- Conseguiu – Hermione disse assim que meu pai saiu.

- Conseguimos – a corrigi – não teria feito nem metade sem você.

Ela sorriu e me abraçou, eu retribui a apertando contra mim.

- Como se sente? – ela me perguntou com a voz abafada por estar com o rosto no meu peito – Completou sua missão Rony, salvou seu pai.

E então eu me dei conta do que tinha acabado de acontecer.

Eu havia salvado meu pai afinal.

- Bom, eu recebi os olhos lacrimejados de meu pai e isso é uma das melhores coisas que já me entregaram.

“Valeu a pena quase ser morto por um punhal”

Penso trazendo Hermione mais junto de mim.


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Notas finais do capítulo

N/A: Cap não betado, mas não consigo ficar sem atualizar aqui ainda mais com 20 caps já escritos :O
O que acharam da primeira missão do Rony completada? Quem será que é o próximo a ser ajudado?
Devo dizer que o cap 7 é bem especial ^^

beijinhos