Mensagens escrita por WinnieCooper


Capítulo 26
A Torre




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A Torre

Eu andava pelo meu quarto de um lado para o outro nervoso. O envelope ainda estava na minha mão esperando para ser aberto. Esperando para revelar a pessoa que seria a Torre.

E a Hermione me analisando.

Ela apenas me olhava sentada na minha cama.

Seu olhar penetrante era facilmente traduzido em palavras:

“Porque mentiu para mim? Porque não foi sincero comigo? Porque, porque e porque?”

Os porquês eram tantos que não conseguia identificar todos.

- Olha Hermione antes que diga alguma coisa, quero que saiba que não é nada demais – tentei amenizar as coisas.

- Nada demais? Nada demais? – ela estreitou os olhos me apavorando ainda mais – Quero que conte todos os detalhes.

- É, é... já te disse que não é nada de espetacular. Bom... é... sabe aquele dia que usei o feletone pra falar com você?

- Telefone – me corrigiu – Continue.

Respirei profundamente e engoli em seco continuando:

- Bom, esses caras... eles me viram andar na rua sozinho e me estuporaram – ela abriu a boca para falar mas eu fui mais rápido – Mas não aconteceu nada demais. Já te disse isso né?

- Onde uma pessoa te estuporar no meio da rua não é nada demais? Eu estou vendo você defendê-los Rony.

- Não é questão de defendê-los. Mas eu entendo que eles tem um papel nesse lance de “Mensagens” e eu tenho outro.

Ela suspirou cansada. Por um momento pensei que ia gritar começando a brigar comigo. Quase desejei isso, agente começar a discutir.

- Você está doente – ela sussurrou me encarando preocupada.

- Não – eu neguei me aproximando dela – Não estou Hermione, estou melhor do que quando aquela guerra idiota acabou. Ajudar as pessoas que amo me deixa melhor, ajudar as pessoas que amo me faz acreditar que um dia vou voltar a ser feliz por completo. Veja o Jorge! – eu queria mostrar a ela que o mundo estava voltando a fazer sentido – Meu irmão está sorrindo de novo, não tem medo mais de se olhar no espelho.

- Essa é a verdade? – perguntou e me apressei em confirmar com a cabeça – Ou é a verdade em que quer acreditar?

- Não, Hermione...

- Rony eu vou voltar para casa – ela anunciou saindo de perto de mim.

- Não, agora não por favor, você está chateada comigo. Por favor, tente me entender – implorei.

- Tchau Rony.

E então ela aparatou.

O que eu faço pra Hermione entender?

- Ei Rony, a Mione estava aqui? – perguntou o Harry entrando no meu quarto.

- É... – suspirei chateado.

- Ela brigou com você? – quando o Harry virou o garoto das perguntas?

- Antes tivesse brigado. Ela não entende.

- É aquele lance das “Mensagens”? – ele ergueu as sobrancelhas como se tivesse escutado por trás da porta – Ela quer que você pare.

- Quando o famoso Harry Potter virou algum tipo de repórter de fofocas? É feio escutar atrás da porta sabia?

Ele negou com a cabeça sorrindo e disse como se eu não tivesse acabado de descontar minhas frustações nele.

- Você esqueceu Rony, que eu já passei por isso que você está passando. Já tentei salvar todos ao meu redor pensando que era o melhor a se fazer.

- Mas você foi obrigado a fazer isso, você é o “menino que sobreviveu”, você é o “eleito”...

- É, isso é o monte de nomes que inventaram pra falar que eu era o “herói” deles. Você não entende Rony? No momento mais desesperador todos precisam de um herói, um alguém em quem confiar. Alguém que lute para nos salvar quando desistimos de nós mesmo. E esse alguém agora é você.

Sentei em minha cama desolado. O Harry está certo. Abri a boca e disse a verdade que sabia:

- Eu nunca pedi para ser o novo herói

- Tem certeza? – ele me perguntou desconfiado.

Aposto que ainda lembra quando eu reclamava na época que frequentávamos Hogwarts, o tanto que reclamava por ele sempre ser o centro das atenções.

- Eu lembro de você gritar meses atrás, aqui nos jardins da Toca, que queria mudanças. Que faria o possível por mudanças.

Ergui meu rosto abalado encarando o Harry.

- É você que me manda as “Mensagens”?

- Não – ele negou automaticamente – Porque te mandaria?

- Sei lá, me responde você – eu levantei da cama e comecei a andar pelo quarto com meus olhos fixos no meu melhor amigo – Só sei que você sabe exatamente o que gritei meses atrás e isso é muito suspeito.

- Você gritou. Lembra desse fato? Todos daqui ouviram. Qualquer um poderia te mandar essas cartas. Qualquer um.

- E porque não você? – o encurralei.

O Harry mandar as “Mensagens” faz total sentido. Ele querendo me provar que ser o herói da vez não é nada bonito, que é muito mais fácil você falar sobre determinada situação do que vivê-la.

- Pelo simples fato de que não quero que você passe por aquilo que passei. Não desejo aquilo para ninguém.

O argumento dele é válido, mas não me convenceu muito. Estava prestes a contra-argumentar quando ouvi um estalo e vi a Hermione aparatar no meu quarto de novo.

- Esqueci de uma coisa – ela dava passos decidida se aproximando de mim.

Me lembrei do nosso primeiro beijo.

Os dentes do basilisco caindo feito cascata.

Ela lançando seus braços envolta do meu pescoço.

Seus lábios se unindo aos meus sem eu me dar conta.

Eu retribuindo a abraçando tão fortemente que a tirei do chão.

E o Harry nos interrompendo.

Essa cena está muito igual. Quase esperei isso de fato acontecer.

Eu disse: quase.

Ela colocou a mão dentro do meu bolso do jeans e tirou de lá um envelope.

- A carta que mandou para mim – anunciou com um sorriso triunfante nos lábios abrindo o envelope.

Não. Ela não pretende ler em voz alta certo? Não na frente do Harry. Ela não pode ler minha confissão em voz alta.

- “O tempo às vezes não é seu amigo, algumas vezes ele se torna seu inimigo – ela parou a leitura me encarando. Hermione pegou o envelope da nova missão – A Torre. Uma peça totalmente importante no final do jogo. Ela é a fortaleza. O Lar. Não te lembra aquela senhora que sustenta seu lar inteiro?”

- Minha mãe – sussurrei a resposta – Não vou conseguir salvar minha mãe.

Sentei na cama desolado. Minha mãe não está falando. Como irei descobrir um jeito de salvá-la se ela nem ao menos fala? Se as coisas fossem tão obvias do que eu julgava ser antes da missão do Jorge era só faze-la falar de novo. Mas as coisas são muito mais complicadas do que isso.

- Eu odeio essas mensagens! – ela gritou raivosa me fazendo levantar a cabeça e vê-la rasgando o papel da minha nova missão em pequenos pedaços.

- Não Mione – corri e peguei os pedaços do chão – Reparo – o papel ficou inteiro novamente.

- Eu odeio o que tudo isso causa em você – ela continuou a falar mais calma desta vez. Seu olhar sob mim era de pena.

- Isso é estranho – eu respondi me dando conta de um fato.

- O que? – ela perguntou cansada.

- No começo, quando eu recebi essas missões, a primeira delas era sobre meu pai. Eu quase desisti mas vim conversar com você, disse quais eram minhas suposições, de quem poderia mandar tudo isso e você Mione fez o que?

- O que? – o Harry perguntou curioso entrando na nossa conversa.

- Ela me pediu para me focar em completar essas missões e não decifrar o autor delas – respondi olhando para meu melhor amigo.

- Isso é estranho – constatou Harry.

- Ah Harry! – ela exclamou o encarando – Não de razão para as maluquices que ele pensa.

- Mas não é maluquice Mione. Porque defendeu o autor das “Mensagens”? A não ser que você fosse a autora delas.

- Rony... – ela sussurrou se aproximando de mim com pena.

Eu imploro. Quase choro quando continuo a falar:

- Me diz Hermione. Me diz que é você. Diga que é você que vem mandando estas cartas. Diga que você só queria que eu trouxesse a vida de volta para as pessoas que amo e...

- E o que Rony? – perguntou acariciando meu rosto preocupada.

Eu fecho os olhos.

- Provasse a mim mesmo que não sou inferior a você e ao Harry.

Escuto ela suspirar e fico esperando ela apenas admitir tudo.

- Diga Mione... Diga!

Então ela responde.

A única verdade.

- Não Rony – diz lentamente – Não sou eu – eu abro os olhos vejo que seus olhos castanhos estão mergulhados em lágrimas – Desculpa, antes fosse eu... mas...

 Ela não termina a frase.

- Jura? – precisava de sua confirmação novamente.

Ela beijou o topo de minha cabeça e começou a se afastar de mim.

- Isso é seu – eu disse retirando a carta que havia escrito para ela de meu bolso.

Ela sorriu e abriu o envelope.

- Não leia aqui – implorei, mas ela já estava sorrindo passando os olhos pelas primeiras palavras escritas por mim.

- Hermione já que você está aqui, vamos jogar quadribol? – o Harry disse me fazendo lembrar de repente que ele ainda estava no quarto.

Eu tenho que agradecer por ela não ter resolvido ler as minhas palavras em voz alta.

Sempre quis saber quais seriam as suas reações quando lesse as diversas cartas que já mandei para ela. Nas nossas férias de Hogwarts eu sempre imaginava suas feições. Como agora.

Ela está franzindo sua testa e eu imagino em que parte da carta ela chegou. Agora seus olhos sorriem com um brilho que eu jamais vi antes, ela inclina a cabeça para o lado e aperta sua boca fortemente. Talvez não querendo deixar um pequeno sorriso sair ou evitando chorar. Volto meu olhar para seus olhos e reparo que ela está me encarando. Meu coração salta do peito, sinto minhas orelhas fumegarem. Ela sorri livremente agora e balança a cabeça negativamente.

-... Eu e a Gina, contra você e o Rony – o Harry continuava a armar um possível jogo de quadribol nos jardins de casa.

- Isso seria totalmente injusto Harry – a Mione disse com os olhos ainda pregados em mim – Eu sou péssima em quadribol e você e a Gina jogam quase profissionalmente.

- Está me chamando de ruim é? – eu disse entrando na conversa sem conseguir desgrudar os olhos dela.

Ela riu pelo nariz e se aproximou de mim. Ergueu nas pontas dos pés e sussurrou no meu ouvido:

- Sabe esse seu jeito inseguro de ser? É o que eu mais amo em você. Nunca mude. Isso é uma das coisas mais lindas que já li, e o melhor é que sei que foi a coisa mais sincera que já disse a alguém. Não hesite quando achar que é certo. Não hesite.

E então ela saiu de perto de mim.

- Vou lá falar com a Gina – ela sorriu saindo do meu quarto.

Eu estou parado com os olhos arregalados e respirando forte.

- Incrível como um sussurro no ouvido te deixa completamente idiota – o Harry disse rindo da minha cara.

Relaxei meus ombros e olhei por meu melhor amigo bravo.

- Cala a boca Harry Potter ou eu juro que faço o que  Voldemort não conseguiu fazer com você.


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Notas finais do capítulo

N/B: Certo... Parte da demora do cap. é minha...
Winnie me mandou o cap a uns dias, eu tive uns problemas na net e nao consegui entrar... Desculpem, ok?
Mas voltando ao cap.... Oh rony! Pensar que é Hermione que te manda as mensagens... Desculpe, querido, eu sei exatamente quem manda ;)
Mione leu a carta AHHHH, nao pensei que Winnie faria ela ler já nesse cap. *-----*

Pessoas, a fic está mara! ( Dã!! É a Winnie que está escrevendo rsrs )
Beijos ;*
N/A: Ta eu estou me sentindo um monstro por demorar tanto a postar e depois vir com esse capítulo medíocre.
Roseeeeeeeeeeee não conte quem manda!!!
Bom eu precisava enrolar outro capítulo, já que as coisas da missão da Torre acontecem de fato no capítulo 27 e 28
E essa coisa ai surgiu...
Espero que não tenha sido um desperdício pra vocês no final.
Bom pensem, agora podem riscar a Mione e o Harry da lista de pessoas possíveis que podem mandar essas Mensagens

Beijos melhores leitores do mundo