Mensagens escrita por WinnieCooper


Capítulo 23
Aprendendo a respirar




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Tento raciocinar na melhor maneira de ajudá-lo, achei que encarar os problemas de frente ia resolver, mas parece que as coisas só pioraram.

O Jorge ficou mais de um mês “Cego”.

Viveu vendo seus dias passarem.

As coisas desmoronaram, seu mundo ficou incompleto.

Esperar para sempre “Cego” seus dias simplesmente passarem é a solução?

- Ronald entendeu?

É difícil raciocinar com a Gina falando na minha orelha.

- Entendi o que?

Estávamos na sala de casa. Minha irmã me fez vestir uma calça jeans e uma camisa social azul. Alegando que os garotos que se vestiam assim ficavam mais lindos. Me fez lavar os cabelos e deixá-los desarrumados, defendendo a teoria que era mais sexy assim.

Essas teorias da minha irmã me dão calafrios.

- Não ouviu nada do que eu disse? – ela perguntou nervosa.

- Ouvi! – afirmei prontamente – Entendi tudo, está claro na minha mente.

Não faço a menor idéia do que ela disse.

- Ahan! – confirmou nervosa – Como sei que você é um inútil, vim preparada.

- Me chamar de inútil? Assim eu acredito e me conformo que beijar a Mione no aniversário dela é inútil.

Gina revirou os olhos e ignorou o que eu disse.

- Tome!

Ela me entregou uma pequena bolinha transparente quase imperceptível.

- O que é isso? – perguntei.

- Ponto mágico.

- Serve para que?

- Bom, já que sei que irá estragar tudo mesmo. Resolvi lhe dar algo que vai fazê-lo me ouvir e seguir minhas dicas de conquista. Isso é um invenção do Jorge e do Fred no período da guerra, serviu de comunicação de forma rápida e imperceptível. Você coloca isso em sua orelha, me ouvirá e eu te escutarei sem que os outros notem isso a quilômetros de distancia.

- Em outras palavras, você irá “ditar” meus passos essa noite – Constatei colocando o tal “Ponto Mágico” no meu ouvido direito e sabendo que não era uma boa idéia.

xx 

Eu toco a campainha e espero com o coração aos pulos. Estou com um buque de rosas vermelhas como presente, escolhido pela Gina é claro, para Mione. Depois de uns poucos minutos ela atende, está com um vestido preto e com os cabelos soltos. Tento reparar em mais alguma coisa no seu visual impecável de aniversário, mas não consigo. Meus olhos estão pregados nos lábios rosados dela.

Que vontade de me aproximar e lhe dar um beijo.

Mas é para isso que veio aqui.

Então, ceda a seu impulso, Ronald.

Afinal, eu mereço uma recompensa por tudo que estou fazendo.

Fecho os olhos e respiro forte, me aproximo dela e seguro seu pescoço sentindo a sua respiração com a minha. Permito encostar nossos lábios e sinto ela corresponder ao beijo tão esperado. Noto ela passar os braços fortemente no meu pescoço e seus pés deixarem o chão.

- RONALD!

Vontade de matar essa voz que gritou agora, chamada Gina.

Infelizmente abro os olhos e sim, estava sonhando acordado.

E não, esse beijo não aconteceu.

- Lembre-se de elogiá-la – a Gina falou novamente.

Vontade de xingar minha irmã.

Vontade de arrancar esse negócio da minha orelha.

- Oi Rony.

A voz da Hermione me desperta dos meus devaneios.

- Lhe deseje feliz aniversario e entregue as rosas em sua mão.

Não, sério? Sério que minha irmã está me ditando passos a seguir como se eu fosse uma marionete?

- Diga: Feliz aniversário Mione.

Ela está ditando as falas.

- RONALD!

Ela está me deixando surdo.

Não respondi para a Hermione, me aproximei dela de verdade desta vez e lhe abracei fortemente sentindo o perfume de seus cabelos e seu coração batendo acelerado.

- Parabéns! Eu queria trazer seus pais como presente, mas o máximo que consegui foi esse ramalhete de rosas.

Lhe mostrei um sorriso bobo e ela pegou as rosas com os olhos brilhando.

- Obrigada – agradeceu me dando um beijo na bochecha – Entre.

A segui entrando na casa impecávelmente arrumada. Notei que a bancada que dividia a sala da cozinha estava arrumada com dois pratos, talheres e duas taças de vidro.

To com a impressão que esse encontro no aniversário foi armado.

- Eu estou tentando cozinhar alguma coisa – Hermione disse.

- Se ofereça para ajudá-la.

Revirei os olhos ignorando a fala da minha irmã.

- Eu posso tentar te ajudar?

Ela confirmou com a cabeça colocando as rosas num vaso no canto da sala. Caminhamos juntos entrando na cozinha.

- Sério que você cozinha? – zombei dela.

- Não! É sério que você quer brigar com a Mione hoje? – a voz irritante em minha cabeça voltou a ecoar.

Brigar seria uma boa. Sinto tanta falta das brigas.

- O que? Você não gosta da minha comida? – ela perguntou sorrindo.

- Ainda lembro daqueles cogumelos.

Eu olhei em volta e reparei que a cozinha estava totalmente limpa. Sem panelas em cima do fogão.

- Onde mesmo está sua comida? – perguntei.

- Aqui! – ela apontou para o aparelho trouxa o telefone que estava pregado na parede – Estava te esperando para escolhermos o sabor da pizza.

- O que? – questionei confuso.

- Você não conhece pizza? – ela perguntou incrédula.

- Não! Sério que você vive nesse mundo?

- No mundo dos Bruxos, não dos Trouxas! – gritei respondendo a Gina.

A Hermione me olhou intrigada. Dei um sorriso amarelo.

- Vai escolher que sabor?

- Vou fazer surpresa.

Ela respondeu discando um número, eu aproveitei e virei para ter uma conversa séria com minha irmã.

- Vou tirar esse negócio da minha orelha se não parar de me atazanar.

- Não tem jeito, colei com um feitiço que nenhum contra-feitiço que você disser irá desgrudar.

Ela deu uma risada maligna.

Quando minha irmã quer torturar ela faz isso com muito prazer.

- Vê se para de conversar consigo mesmo que a Mione irá pensar que é louco.

Bufei nervoso e me virei vendo a Mione desligar o telefone.

- Já encomendei, dizem que entregam dentro de uma hora.

Sacudi a cabeça afirmativamente como se tivesse entendido suas palavras.

- Faltam exatos dois minutos para o pôr do sol, leve ela para algum lugar que de para ver isso. Seria cenário perfeito para o beijo.

A Gina deve pensar que eu e a Hermione somos parte de uma historia de amor em que ela moldura os cenários e escreve as falas.

- Vem aqui – a chamei indo até a grande janela aberta da cozinha.

O céu estava vermelho pelo fim de tarde.

Hermione me obedeceu ficando de frente a mim.

- Diga palavras bonitas para aumentar o clima.

Tentei ignorar minha irmã.

- Como você está? – perguntei.

- Hã? – Hermione pareceu confusa.

- Me diga a verdade – pedi.

Ela suspirou cansada e virou seu rosto para a janela.

- To bem.

- Não minta, Mione – pedi relando em seu cabelo e colocando uma mecha teimosa atrás de sua orelha.

- Você, como está? – ela voltou a pergunta para mim me encarando.

Como eu estou?

Ninguém pergunta isso para mim.

- Pare de dizer coisas deprimentes. A elogie.

- Pare for favor – sussurrei pedindo a Gina e fechando meus olhos.

Como eu estou?

Estou carregando um peso enorme nas costas.

Tenho pessoas a salvar e parece que o máximo que doou de mim não é o suficiente.

Senti as mãos da Hermione secando minhas lágrimas que caíram de meus olhos fechados.

Quando mesmo nessa conversa comecei a chorar?

- Você irá estragar meu plano RONALD!

- Pare for favor – voltei a pedir a Gina.

Senti uma puxada em meu ouvido direito e abri meus olhos e vi a Hermione com a varinha em punho, em uma das mãos ela tinha o “Ponto Mágico”.

- Já chega Gina – ela disse jogando o invento janela a fora.

A garota dos meus sonhos não disse nada, segurou em minha mão e me fez caminhar com ela até a sala onde sentamos no sofá.

Uma vez que comecei a chorar não consegui mais parar.

Extravasando as dores que engoli nessa guerra e que ainda estão presentes.

Aquele choro que vem sem motivo aparente, mas que estava guardado há muito tempo.

- Quer falar sobre isso? – ela perguntou sussurrando em minhas duas mãos.

Queria contar a ela sobre o “para o bem da humanidade”. Queria lhe dizer sobre o fracassado que fui na missão do Jorge. Mas minha boca estava cansada, minha voz parecia estar esquecida no meio de meu desespero.

Ela pareceu me entender como sempre e simplesmente me abraçou.

Pude ouvir e sentir seu choro fazendo companhia ao meu.

Eu nunca pensei, nunca pensei que cairia desse jeito.

Nunca imaginei que poderia me ferir tão gravemente.

Mas é sempre ela que interrompe minha queda.

- Queria que você sorrisse para mim – ela disse um bom tempo depois quando notou que eu havia parado de chorar.

- Não consigo – respondi sinceramente.

Ela relou a mão em meu rosto limpando o resto das lágrimas e fiz o mesmo passando meu dedo polegar em suas bochechas.

- Sorri pra mim? – pediu novamente.

- Como?

Sou incapaz de sorrir.

Ela se ajoelhou no sofá e beijou minha testa de leve.

- Sorri pra mim?

- Como?

Beijou minhas duas bochechas agora.

- Sorri pra mim?

Perguntou sem esperar resposta.

Se inclinou e beijou, desta vez, minha boca.

O simples encostar de lábios que era minha missão nesse dia.

O simples encostar de lábios que de simples não tinha nada.

- Sorri pra mim? – perguntou sorrindo.

Então eu sorri, sem esforço algum.

Ela está me fazendo aprender a respirar.


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Notas finais do capítulo

N/B: AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!
ELES SE BEIJARAM!!!!
Ta, foi só um selinho, mas é um progresso!
Ahh, que liiindo esse cap!
PERFEITO!
AMEI AMEI AMEI!
SIM ESTOU SURTANDO, EU SEI XD
Ok, preciso me acalmar...
Ahh, muuito lindo, desde o comecinho a esse lindo final...
Ri e me emocionei...
Quem mais está esperando pra mais um capítulo perfeito, levante a mão o

N/A: Gente eu sei que foi só um “tocar de lábios” mas eu havia pensado nesse beijo dela tentando fazê-lo sorrir na missão do Jorge desde antes de começar a escrever a Fic, espero que tenham gostado

O beijo de verdade está por vir srsrsrsrrs

Ok só irei postar mais se comentarem o que acharam, *cara de brava* se surtarem igual minha beta irei ficar muito feliz...

Não sei quando vai haver capítulos novos ok amores?

Vou tentar postar o mais breve possível

Beijinhos