Mensagens escrita por WinnieCooper


Capítulo 11
A Cura




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- Você disse que ia me ajudar a encontrar uma casa.

- E vou Harry. Só preciso passar no St. Mungus antes.

Decidi ir ao St. Mungus procurar a Audrey. Preciso dela, e pela carta, ela trabalha aqui.

Mas o complicado é que não sei como ela é.

E não sei seu sobrenome.

Fiquei perdido no meio daqueles bruxos e bruxas de vestes verdes claras.

- Venha – disse pro Harry correndo em direção a uma fila que se formava de frente a uma mesa marcada com: informações.

- O que estamos fazendo aqui Rony?

Harry estava impaciente.

- Ok! Vou te contar – decido – Eu estou recebendo umas mensagens, elas vem com peças de xadrez e tem missões que devo cumprir. Eu cumpri uma com sucesso, devo dizer, e agora estou na segunda, e preciso conversar com uma pessoa que trabalha aqui. Só assim vou conseguir resolver essa minha nova tarefa.

Harry levantou as sobrancelhas olhando incrédulo para mim:

- Andou assistindo 007?

- Hã?

- Esquece.

Acho que ele não acreditou em mim, mas tudo bem.

- Pois não? – a voz entediada de uma bruxa baixa e gorda ecoou.

- Queria falar com a Audrey.

- É paciente?

- Não. Trabalha aqui.

- Sobrenome?

- Eu não sei.

- Sabe quantas Audrey’s trabalham aqui?

- Ela é jovem. Deve ter uns vinte e dois anos.

Ela franziu a testa como se estivesse puxando a memória.

- Tem uma, ela trabalha com as crianças.

- Ótimo – eu sorri – Onde está agora?

A bruxa pegou uma plaquinha do seu lado checando.

- Ferimentos Causados Por Bichos, primeiro andar, terceira porta a esquerda.

- Obrigado.

Segui para várias portas duplas no corredor longo e estreito com o Harry em meu encalço. Subimos um lance de escadas e chegamos ao corredor de Ferimentos Causados Por Bichos, onde, na terceira porta a esquerda, lia-se: Enfermaria daí Llewellyn para acidentes: mordidas e queimaduras em crianças. Embaixo um cartão em uma moldura escrito: Curandeiro(a) responsável: Audrey Cooper, Curandeiro(a): Estagiário(a): Isaac Muniz.

Bati na porta.

Um jovem de mais ou menos minha idade usando um jaleco verde surgiu.

- O que quer? Não é hora de visitas.

- Quero falar com a Audrey.

- Caramba! – ele exclamou apontando o dedo pro Harry – Você é Harry Potter?

Sabia que levar o Harry ajudaria.

- É sim – confirmei abraçando o Harry pelo ombro – Agente pode entrar não é? Afinal ele é Harry Potter!

- É claro – aprovou prontamente abrindo espaço.

Eu e o Harry entramos, meu melhor amigo meio a contragosto e totalmente emburrado.

O cômodo tinha três camas, todas elas com garotinhas, na cama do lado esquerdo uma garota loira que dormia, seu rosto estava todo inchado. Na cama do lado direito uma garotinha ruiva, estava lendo uma revista, sua mão esquerda mergulhada num liquido verde. Na cama do meio estava uma garotinha negra, seus dois braços vermelhos e cheios de bolhas. Ela chorava baixinho enquanto uma jovem de jaleco verde, de cabelos castanhos lisos, passava uma gosma amarela neles.

- Está tudo bem Sabrina – dizia a jovem curandeira – já vai sarar.

- Mas dói muito – a garotinha choramingou.

- Eu sei, mas está vendo essa poção? – a Audrey levantou o frasco transparente onde estava a gosma amarela – ela é a cura, pode fazer doer um momento, mas com o tempo, vai acabar com toda dor.

- Curandeira Cooper – chamou o jovem de jaleco verde – Harry Potter está aqui.

- Isaac! – ela exclamou assim que viu eu e o Harry no quarto – O que disse a respeito de visitas?

- Audrey... – a chamei.

Vai que ela nos expulsa do quarto.

- Vão! – ela levantou – Saiam do quarto! Vão! Vão! – começou a nos empurrar.

- Espere! Eu tenho um paciente que precisa de tratamento.

- Não tenho tempo.

- Nem se ele chamar Percy Weasley?

Ela parou de chofre e ficou branca.

- Quem é você?

Expliquei para a Audrey que o Percy estava doente de si mesmo e que eu precisava da ajuda dela para curá-lo. Disse-me que me ajudaria e que ia sábado em casa.

Eu e o Harry procuramos alguns apartamentos por Londres, mas nenhum parecia ser o certo.

- Porque ainda está com essa idéia estúpida de se mudar daqui? – perguntei quando aparatamos para casa.

- Você não entenderia...

- Me explica.

- Não quero... Eu sei para onde quero mudar.

- Onde?

- Você não entenderia...

Ele virou e se dirigiu ao banheiro se trancando nele.

Odeio essas conversas enigmáticas com o Harry.

No sábado, assim que a Audrey chegou em casa, a levei ao “Cinema de lembranças” e mostrei minha conversa com o Percy.

- Você é louco? – ela gritou quando terminou de ver – Como teve coragem de dizer tudo aquilo para ele?

Audrey chorava apontando o dedo indicador para mim.

- Não foi fácil, acredite.

- Você é um monstro, isso é o que é – ela sentou no chão passando a mão pelos cabelos – Merlin!

- Eu só fiz isso para comprovar o que se passava na cabeça do meu irmão.

- É mentira tudo aquilo que disse! – ela voltou a gritar.

- Eu sei que é! – eu ajoelhei para ficar na altura dela – Escuta... O Percy acredita naquilo, ele acha que pelo fato de ter ficado tanto tempo longe da gente precisa se redimir de algum modo, ele está tentando achar essa resposta impossível e se não fizermos alguma coisa, meu irmão vai enlouquecer.

Ela continuava a chorar escondendo seu rosto entre os joelhos.

- Ele está doente Audrey, me ajude a curá-lo?

- Como? Me diga que faço tudo que estiver ao meu alcance.

Fui pela terceira vez ao quarto do Percy. Ele estava sentado na escrivaninha, escrevia freneticamente, suava frio... estava doente.

- Achou a resposta? – perguntei.

Teria de continuar meu plano, mesmo que doesse arrancar lágrimas do meu irmão.

Ele se assustou e olhou para mim amedrontado.

- Eu... eu... tenho... estou com alguns progressos...

- Não quero progressos. Quero resultados.

Eu era o patrão, onde o empregado deveria cumprir as ordens.

Eu engoli em seco e voltei a dizer:

- Vou te contar um segredo sobre a resposta.

- Qual? – ele estava ansioso.

- A chave para acabar com a dor está em si mesmo. Você precisa acabar com sua dor primeiro para conseguir se focar na dor das pessoas que ama.

Percy fechou os olhos se concentrando.

- Como acabo com minha dor?

Lágrimas caíram de seus olhos fechados.

Levantei e abri a porta do quarto deixando a Audrey entrar. Ia fechá-la, mas queria ver o que aconteceria. Eu merecia ver os resultados do meu esforço.

- Percy – Audrey sussurrou.

Meu irmão ficou branco assim que seus olhos a focaram.

- O que está...

- Vim te curar, está pronto?

- Audrey – ele começou a contestar – você não devia estar aqui... eu estou quebrado, sou um monstro, abandonei minha família, defendi Voldemort praticamente, não te mereço...

- Shiiii – ela segurou seu rosto – Você tem que me deixar entrar em sua vida mesmo que isso machuque, não esconda as partes quebradas que preciso ver. Mesmo não respondendo minhas cartas, achou mesmo que eu iria deixar de te amar? Pois não vou. Goste ou não é assim que vai ser. Quer se curar? Primeiro precisa se amar, assim vai poder me amar um dia. Entendeu?

- Mas eu te amo...

- Ótimo – ela sorriu em meio às lágrimas – Pronto para a cura? Pois vou fazer o possível para te tirar dessa doença terminal.

E então ela o beijou e Percy retribuiu de tal maneira que a apertou contra si. Talvez com medo da cura sumir, talvez com medo de seu estado de vida ser só um sonho, uma outra realidade.

- Eu fico perdido sem você – ele confessou quando separaram os lábios – Vamos recomeçar?

- Recomeçar – ela sorriu o abraçando.

Fechei a porta devagar, com medo de estragar o momento.

A conclusão que tiro de minha segunda missão?

Que:

Às vezes a cura está na onde colocamos uma redoma.

Às vezes a cura está naquilo que nos agarramos mas temos medo de machucar.

Às vezes a cura é só aceitar e deixar entrar o que ela tem a nos oferecer.


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Notas finais do capítulo

N/A: Então estou sem tempo e ainda não consegui conversar com a Liih, me perdoem pelos possíveis erros... Estava sem imaginação nenhuma para o sobrenome da Audrey então coloquei Cooper mesmo, se alguém souber o verdadeiro sobrenome dela antes de ser uma Weasley me avisem no review? Espero que tenham gostado da missão do Percy, eu amei escrevê-la mesmo beijinhos