Malfeito Feito escrita por Miller


Capítulo 6
Des'Arrumações - Capítulo Seis.




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(Des) Arrumações – Capítulo Seis

Marlene McKinnon

Assim que estavam a uma boa distância da casa de Lupin, Lene finalmente soltou o suspiro de alívio que estava segurando há um bom tempo. Não conseguia acreditar do que tinham acabado de se livrar. Por Deus, o que havia sido tudo aquilo?

– Lily me belisca? – pediu, esticando o braço para a amiga que a encarava de forma interrogativa, indicando onde.

Dando de ombros, Lily beliscou-a. Mas, é claro, Lily Evans não podia ser uma menina delicada. Precisava beliscar como um trasgo das masmorras.

– AH SUA VACA! NÃO PRECISAVA BELISCAR TÃO FORTE! – disse enquanto via estrelinhas em frente aos olhos devido à dor no braço. Tinha certeza de que ficaria um belo de um hematoma. Como se precisasse daquilo justamente naquele dia.

– Desculpa, foi sem querer – Lily desculpou-se enquanto massageava os ouvidos com uma expressão irritada. – Meu Deus Lene, de onde você tirou suas cordas vocais? Eu ainda vou ficar surda por sua culpa – resmungou.

Lene revirou os olhos pelo drama excessivo da ruiva enquanto Dorcas ria.

– Que exagero! Só queria ter certeza se tudo aquilo era mesmo um sonho, ou se a Dorcas realmente nos convenceu a fazer uma idiotice sem tamanho daquelas – lançou um olhar mortal para a loira que deu de ombros sem afetar-se.

– Sonhando? Eu tenho certeza de que se isto não fosse verdade, seria um belo de um pesadelo – Lily resmungou enquanto parecia se sacudir. – Foi horrível.

– Bem, mas pelo menos você salvou a pátria Lily, com toda a história de asma e mendigos – Dorcas comentou enquanto dava um sorriso. – Você nem piscou quando mentiu, poderia ganhar um Oscar de melhor atriz.

– Ah, nem foi pra tanto – Lily riu e revirou os olhos. – O pior foi à parte da cueca e Lene tentando dar uma desculpa fajuta de salvação.

Lene corou com a lembrança, logo em seguida caindo na gargalhada com as amigas. Pelo menos, estavam salvas.

Somente uns bons minutos depois, com lágrimas nos olhos e ofegante, Lene olhou para seu celular observando a hora e soltou um grito de surpresa, o que fez com que Lily engasgasse com o susto.

– Marlene Mckinnon! Você está querendo matar a Lilica? – Dorcas perguntou enquanto dava palmadinhas que deveriam ser reconfortantes nas costas da ruiva, mas foram tão fortes que acabaram fazendo-a perder o equilíbrio e bater com as costas na parede do prédio do qual estavam em frente – LILY! Ai meu Deus! Desculpe-me.

Lily se desencostou da parede e encarou as amigas com um olhar assassino. Lene sentiu-se encolher, tinha medo da amiga quando ela ficava daquele jeito.

– Quando vocês quiserem me matar, só me deem um tiro. Com certeza será menos doloroso – reclamou enquanto massageava o braço, fazendo com que Lene e Dorcas a encarassem de forma culpada.

– Ah, desculpinha! – Lene abraçou a amiga. – Você sabe que não vivemos sem você, Lilica...

– Lily!

– E eu só gritei porque temos apenas duas horas para nos arrumarmos.

– SÓ ISSO? Deus! É melhor irmos de uma vez! – Dorcas exclamou, enganchando os braços em cada uma delas e praticamente as arrastando pela calçada.

– Ótimo – Lene concordou.

– Ei, esperem aí vocês duas – Lily chamou-as, parando de andar, fazendo com que Lene tropeçasse.

Xingando, voltou-se para a amiga.

– O que houve Lily? Não temos muito tempo para...

– Preciso passar em um lugar antes disso – disse e começou a ir em direção ao ouro lado da rua. Lene e Dorcas a acompanharam sem entender.

– Aonde vai Lily?

– Comprar a última parte da minha fantasia.

– Você não comprou? Mas você disse que tinha comprado! – Lene começou a irritar-se. Lily não podia estar falando sério!

Mas a ruiva apenas sorriu.

– Não se preocupe, está tudo sob controle – ela falou e então parou em frente à um grande salão de beleza. – Tudo o que sei é que James Potter escolheu a ruiva errada com quem apostar.

O que quer que Lily estivesse aprontando, Lene sabia que Potter teria de tomar cuidado, afinal aquele sorrisinho no canto dos lábios de Lily nunca vinha acompanhado de boas notícias.

Lily Evans

Se, por algum eventual acaso, James Potter fosse arrogante e energúmeno o suficiente para pensar que poderia sair vencedor daquela aposta, estava completamente enganado.

Lily parou em frente ao espelho, seu vestido brilhando levemente quando a luz batia em suas pedrarias. Se não soubesse quem estava em frente ao espelho, perguntaria quem estava usando seu vestido.

Saiu do banheiro de seu quarto e encontrou suas amigas na confusão que havia se transformado o seu quarto na última hora. Havia roupas, maquiagens e acessórias para tudo o que era lado. Sua mãe provavelmente enlouqueceria se visse aquilo. Anotou mentalmente que deveria trancar a porta do quarto antes de sair para evitar possíveis discussões.

Lene e Dorcas já estavam prontas, ambas perfeitamente encaixadas em suas fantasias.

Dorcas, uma anjinha, usava um vestido tubinho tão curto que de angelical não possuía absolutamente nada. Asinhas diáfanas saiam do espartilho enquanto uma auréola perolada enfeitava seus cabelos loiros, casando perfeitamente com a máscara de mesma cor que estava usando.

Lene, uma diabinha, estava se era possível, triplamente mais sexy que Dorcas. Estava mais do que óbvio que ela seria a perdição de alguém (ou alguns) naquela noite. Um vestido tão justo que parecia estar colado em seu corpo, chifrezinhos vermelhos combinando com seus lábios e um tridente brilhoso. Ainda não vestia máscara.

As duas pararam o que quer que estivessem fazendo ao ver Lily entrar no quarto.

– Lily é você? Mesmo? – Dorcas perguntou com a incredulidade estampada em sua voz.

– UAU! – Lene complementou.

Lily sorriu, mas quase imediatamente sentiu-se incerta.

– Será que ele não vai me reconhecer? – perguntou.

– Se eu não soubesse que era você Lily, com certeza perguntaria quem estava usando suas roupas – Dorcas externou seus pensamentos. – Exceto pelos cabelos.

– Você está gostosa Lily – Marlene disse no que deveria ser um elogio. Lily sentiu-se corar de forma idiota.

Ninguém jamais havia se referido a ela como gostosa.

– Obrigada Lene – murmurou enquanto sentava na beira de sua cama para colocar os sapatos.

Parou-se então, doze centímetros mais alta, em frente ao espelho da penteadeira e colocou o último item: uma peruca de cabelos pretos presos em um coque retro com alguns cachos caídos que tornavam o verde de seus olhos mais profundos.

Estava irreconhecível. O caimento do vestido ressaltava suas curvas – as quais não fazia ideia de que possuía até aquele momento. A saia, fofa e rodada, dava um ar de realeza surreal, fazendo-a parecer como uma princesa de conto-de-fadas.

Lily nunca se sentira tão bonita.

Para finalizar, colocou a máscara delicada que cobria quase metade de seu rosto e que deixava apenas sua boca e seus olhos à mostra.

Talvez aquele fosse o dia em que Potter aprenderia a nunca mais se meter com ela.

É claro, ela estava totalmente enganada.

James Potter

– Pode me explicar o porquê de você estar vestindo isso? – Remus perguntou assim que James fechou a porta de casa atrás de si. O amigo vestia sua inegável fantasia de mosqueteiro e uma peruca de cachos como os cabelos dos verdadeiros Mosqueteiros – Nós não íamos de Três Mosqueteiros?

– Ah... Bem, resolvi usar outra – James respondeu sentindo-se corar levemente com a lembrança do porquê de ter mudado de ideia.

– Então agora você é o Príncipe Encantado e nós os maricas de peruca? – resmungou enquanto James andava ao seu lado até o carro.

– Pois é... – James falou e levou um tapa na cabeça enquanto ria. Sirius esperava-os encostado no capô do carro. Arqueou uma sobrancelha para a fantasia de James, mas não comentou nada. - E aí estou gostoso? – brincou.

Sirius revirou os olhos antes de dar um sorriso maroto.

– Ô lá em casa – Sirius comentou afinando a voz, o que o deixou muito gay.

James riu com o comentário e estava prestes a passar uma mão pelo cabelo em seu gesto característico, porém lembrou-se que, por um milagre, eles estavam arrumados naquele dia (efeito conseguido após a aplicação de milhares e milhares de quilos de gel). Colocou a máscara – os óculos tendo sido substituídos pelas lentes de contato que odiava, mas que era necessária naquele momento.

Olhou-se no pequeno espelho lateral do carro e estranhou o que viu. Estava diferente. Parecia... Decente, talvez.

Riu consigo mesmo.

Se não soubesse que era ele quem estava em frente ao espelho, talvez não reconhecesse a si próprio.

Estranho. E mais estranha era a sensação que tinha na boca de seu estômago. Um espécime de antecipação, frio na barriga. Como se em expectativa de que algo acontecesse.

O que era ridículo, afinal de contas era óbvio que algo aconteceria naquela noite: ele iria ser só o cara mais lindo do pedaço. Era Potter, James Potter.

– Só não pareceremos dois babacas completos Remie, porque somos lindos – Sirius comentou enquanto encarava James. Franziu a testa. – Tá parecendo um cara direito assim James. Eca.

– É – Remus concordou enquanto se aproximava do carro. – Tá para casar – acrescentou de forma debochada colocando duas mãos embaixo do rosto e piscando os olhos como em adoração.

James riu.

– Parem com isso! Vamos, logo – disse enquanto sacudia a chave do carro nas mãos. - Uma ruiva está esperando para perder uma aposta.

– É disso que estou falando! – Sirius gritou em seu habitual comportamento retardado.

–-X—

Assim que James achou um lugar razoavelmente bom para estacionar e que ficasse perto da boate onde seria a festa, os três desceram do carro, a expectativa de mais uma grande festa pairando sobre eles.

Não era daqueles dias que James, Sirius e Remus eram os maiores festeiros do pedaço. Remie, claro, alguma vez que outra deixando de ir por motivos de “eu quero me formar caras, minha mãe não me perdoaria. Não, tenho tema de casa”. Nada que eles não pudessem ajeitar aparecendo no meio da noite e raptando o garoto nenhum pouco difícil.

Luzes e tecidos enfeitavam a entrada, um tapete vermelho escorria pelo chão até o fim da calçada. “Festa de Máscaras da Clair” brilhava em um letreiro pendurado acima da porta de entrada. Adolescentes com fantasias elaboradas bordavam a entrada em uma fila desregular a espera de poder entrar na festa.

Não era segredo que Clair de La Vega dava as melhores festas. Sendo filha do proprietário de várias boates famosas da cidade, Clair sempre conseguia os melhores locais, os melhores Deejays e produzia as únicas festas nas quais James fora que não faltara bebida.

O que, com certeza, era a melhor parte.

Assim que conseguiram entrar, após esperarem alguns minutos até a recepcionista – fantasiada de coelhinha e com lindas pernas torneadas – conferir seus convites, encontraram-se em um grande salão com luzes coloridas e neon, pessoas usando as mais diversas fantasias, de Smurfs a Gêmeas Siamesas (o que não deveria ser nenhum pouco agradável de vestir), bebendo muito e dançando na pista.

– É impressionante como todo ano parece estar melhor – Sirius, que acabara de pegar um drink de um dos garçons que passou por eles, sorria enquanto observava o melhor da festa (que no caso era o grande decote de uma Mulher Gato).

– Concordo totalmente – James concordou. – Vamos dar uma volta.

Deram uma volta, encarando o local, observando seus possíveis alvos, até que chegaram ao bar e James pediu um sex on the beach para dar início oficial à noitada.

– Vocês viram a Melissa? – Sirius perguntou, olhando para James de forma indicativa. – Aquela fantasia definitivamente realçou suas coxas.

– Hmm – Remus respondeu completamente alheio, seus olhos perscrutando a entrada.

– Que foi Remus? – Sirius perguntou e deu um soco leve no ombro do amigo. – Esperando encontrar a Meadowes?

Remus conseguiu a grande proeza de ficar ainda mais vermelho do que os cabelos da ruiva.

Alias, onde estava a ruiva? James perguntou-se, esticando-se enquanto observava a multidão em busca de cabelos cor de fogo.

Ahá! James sorriu quando viu uma porção de cabelos vermelhos no meio da pista, mas, ao olhar melhor, percebeu que era apenas Molly Weasley.

Sirius, parecendo achar graça do comportamento de James, revirou os olhos para o garoto.

– Você não acha mesmo que, quando a Evans aparecer, ela vai estar reconhecível não é Jay? – ele perguntou de forma retórica. – Porque tipo, vocês apostaram que ela teria de te surpreender, então é se se esperar que você não a reconheça, não é?

– Você não conhece a Evans, Sirius. Sutileza não é uma palavra que faça parte de seu vasto vocabulário – James disse lembrando-se de como Lily Evans conseguia ser TUDO, menos sutil.

– Mas me diz por que toda essa implicância com ela? – Sirius resmungou de forma curiosa.

– Cara, ela é irritante – respondeu simplesmente. Afinal de contas toda sua implicância para com Evans se devia especificamente ao fato de que ela era extrema e totalmente irritante.

Sirius estava prestes a responder quando Remus o beliscou. James e Sirius voltaram-se para o amigo que tinha uma expressão completamente babaca no rosto enquanto apontava para a entrada.

Assim que olharam em direção à entrada, suas expressões deveriam ter ficado tão ou mais ridículas que as de Remus.

Duas lindas garotas, uma morena e outra loira, fantasiadas de anjo e diabinho, respectivamente, entravam pela porta, atraindo os olhares como borboletas na luz.

Um pensamento ocorreu a James: céu ou inferno? As duas opções pareciam realmente ótimas para ele.

Sirius Black

Sirius estava entorpecido. Parecia estar no céu. Ou no inferno, dependendo de qual das duas lindas (e gostosas) garotas estivesse observando.

Se bem que, se fosse para escolher, a visão do inferno até que – definitivamente – não era tão ruim.

Sentiu sua boca aberta em espanto. Fechou-a. Não precisava fazer papel de idiota na frente delas.

Por fim decidiu que, como o Black que era, iria até lá dar o ar de sua graça – ou, como James gostava de chamar, fazer a marcação de território.

Caminhou encarando fixamente a garota morena que havia acabado de pegar um drink de um dos garçons enquanto sua amiga anjinha se afastava para conversar com um Batman ali perto. Ela deu um gole antes de vê-lo caminhar em sua direção e lançar um sorrisinho para ele.

Sirius sentiu o estômago apertar em antecipação. Afinal, não era todos os dias que uma diabinha daquelas estava dando sopa por ai.

– E aí, Black. Tudo bem? – ela cumprimentou-o, espantando-o com o reconhecimento. Não que ele estivesse fantasiado de modo a não ser reconhecido, mas sim pelo fato de a voz dela ser conhecida.

– Lene? – perguntou e a surpresa era clara em sua voz.

– Oi – ela disse e sorriu um pouco mais, desta vez encarava-o em divertimento.

– Meu Deus McKinnon, desde quando você é tão gostosa? – ele perguntou sem rodeios. Até porque não conseguiu evitar – porque se pudesse teria feito -, as palavras praticamente se jogaram de sua boca em uma queda livre.

Meu Deus Black, você é mesmo direto, heim? – ela riu fazendo-o corar. Agradeceu internamente pelo fato de estar com uma máscara que cobria metade do rosto e pelo fato de estar escuro lá dentro. – Mas, respondendo à sua pergunta, sou gostosa desde sempre. Você que nunca percebeu – e sorriu de forma maliciosa, pegando mais um copo de bebida, sorrindo em cumprimento à um garoto qualquer que estava passando.

Sirius estreitou os olhos.

– E depois eu quem sou direto – resmungou fazendo-a dar de ombros.

– Lene – a anjinha voltara, trazendo em sua mão mais dois drinks azuis. – Trouxe um para você também – disse. E então: - Oi Black.

– Dorcas? – perguntou completamente abismado.

– Quer? - percebendo que Marlene já possuía uma bebida, ofereceu-a para Sirius que aceitou de bom grado, tomando um longo gole tentando se concentrar.

O que aquelas garotas haviam feito? Trocaram de corpo?

Porque Sirius tinha certeza de que elas não eram daquele jeito mais cedo.

– Onde está a Lily? – perguntou um pouco para fugir de seus pensamentos e outro pouco por medo do que Lily poderia estar vestindo. E se ele acabasse morrendo do coração?

– Você não está achando mesmo que eu te diria, não é? – Marlene perguntou, um sorrisinho irônico no canto de sua boca.

Sirius achou melhor sair de perto dela antes que acabasse fazendo qualquer coisa de que se arrependesse mais tarde.


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Notas finais do capítulo

E ai coisas gostosas da tia Miller, como passaram? Eu passei bem demais, ainda sem entender como pode ter tanta gente que está gostando das minhas bobagens. Não estou reclamando, claro que não. Acho que isso só comprova que tem gente mais louca que eu, o que, de fato, é um alívio auhauhauahuhaha
Amooooooooores, espero que tenham gostado do capítulo. Está quase chegando ao momento da tão esperada festa e eu tenho certeza de que você não vai perder, certo?
Deixem seus comentários divasticos que fazem eu rir litros de emoção, please! Me fazem a pessoa mais feliz do universo!
Beeeeeijos e até maais :*